Com algum atraso, pelo qual peço desculpas, quero agradecer aos professores Jacy Ribeiro de Carvalho Júnior, José Francisco Gonçalves Júnior e aos demais professores do Curso de Odontologia da Universidade Católica de Brasília pelo convite para ministrar um curso na 7ª Jornada Acadêmica de Odontologia da Católica e pela forma gentil e carinhosa com que fui tratado. Tive a oportunidade de conhecer as belas instalações da faculdade e o compromisso dos seus professores. Quanto à jornada, já estão consolidada como programação científica da Odontologia de Brasília e com bastante espaço para crescer mais ainda.
Um grande abraço a todos.
Autor: webmaster
Untitled
Pergunta de Paulo:
Durante a isntrumentação do canal mesio-lingual do elemento 36, ocorreu uma perfuração do terço cervical do conduto, ignorando o acontecido, instrumentei o canal normalmente. Na obturação cometi uma falha tremenda, utilizando McPadem, ocasionando um extravasamento exagerado de material, impossivel de ser removido via canal, como devo conduzir?
Paulo, pelos dados que você passa acredito que a solução deverá ser cirúrgica.
Uma pequena orientação
Tenho percebido que alguns colegas fazem acesso direto pelo Blog da Endodontia. Como já aconteceu com outros, é possível que não saibam que este blog faz parte de um site, ao qual podem ter acesso por esse endereço www.endodontiaclinica.odo.br ou, pelo próprio blog, clicando em Voltar e depois em Clique aqui para voltar à Página Principal. Assim terão acesso a todas as sessões que constam no menu do site.
Um grande abraço,
Prof. Ronaldo Souza
Untitled
Pergunta de Mônica Albuquerque:
Boa tarde DrºRonaldo,neste momento estou em Portugal e aqui tenho feito clínica geral,inclusive endodontia. Gostaria de saber se há cursos seus para iniciantes em cds.guardo resposta.
Olá Mônica, ainda não tenho cursos em CD. Já conversei com voce sobre os projetos que estão em andamento, o que me deixa sem tempo para algumas coisas. Espero que voce tenha uma boa estadia em Portugal. Estaremos em contato.
A difusão do erro
Há pouco tempo uma aluna de uma das minhas turmas de especialização, ao me mostrar a radiografia final do tratamento endodôntico que acabara de fazer, chamou a minha atenção para a pequena passagem de cimento obturador para além do comprimento de trabalho (não chegou a ocorrer extravasamento para a lesão periapical). Perguntei-lhe então se tinha colocado o cimento obturador na ponta do cone, e aí veio a minha surpresa. Ela não só disse que sim como intencionou extravasa-lo, e aí arrematou; tinha adicionado iodofórmio ao cimento. Caí da cadeira.
Não preconizo o extravasamento intencional de qualquer material para os tecidos periapicais, muito menos de cimento obturador, e muito menos ainda com iodofórmio. O extravasamento intencional de cimento obturador é absolutamente desnecessário. Na verdade, um grande equívoco. Por isso, em algumas situações, quando há risco iminente de que isso venha a acontecer, recomendo não colocar o cimento obturador na ponta do cone.
Vi ali o quanto é forte e o quanto está impregnada nos endodontistas a idéia de que é necessário colocar alguma coisa em algum lugar, quase sempre uma substância medicamentosa. Mesmo tendo pouco tempo de formada, o que me faz imagina-la com poucos vícios, e tendo como coordenador científico do seu curso de especialização um professor que orienta não adicionar nada ao cimento obturador e muito menos extravasa-lo, ela fez. Por que?
O tratamento endodôntico deveria ser uma coisa bem mais simples. O preparo do canal tem como objetivo remover a causa da patologia, a obturação visa selar o canal. Infelizmente, não tem sido assim.
É comum atribuir-se o sucesso em Endodontia às substâncias químicas. A ausência de dor após o atendimento de urgência nos casos de polpa viva (pulpites) sempre teve como explicação a utilização de corticóides e nos casos de polpa necrosada (abscessos agudos) o uso do PMCC. Chegou-se ao absurdo de se preconizar extravasamento de cimentos “à base” de hidróxido de cálcio porque favoreceria o processo de reparo. Que loucura.
O mais recente absurdo é querer mostrar que a excelência em Endodontia só se consegue com extravasamento de material obturador. Isso, na verdade, representa um importante fator dificultador do processo de reparo. Na hora em que mostrarmos aos nossos alunos que não é nada disso, eles perceberão que o tratamento endodôntico é mais simples do que os fazem imaginar.
Só executar tratamentos endodônticos todos os dias não é suficiente. Entender o que é Endodontia é fundamental. Ciência e Arte. Isso exige estudo.
Untitled
Pergunta de Fabiana das Neves
Tenho um paciente de 12anos, estou tratando a Endo do 47, (já tem ausência do 46),os ápices se encontravam abertos. Comecei o tratamento há mais ou menos 3 meses, estou utilizando hidróxido de cálcio p.a. como medicação e os apices já estão se fechando. Gostaria de saber se já posso obturar o canal e realizar proservação ou preciso esperar total fechamento dos ápices?Obrigada!
R. Oi Fabiana, tudo bem? Não sei as reais condições dos ápices, mas o ideal é que você obture quando estiverem fechados, para não ocorrer extravasamento do material obturador, algo que devemos sempre tentar evitar. Também não sei se você tem essa experiência, mas uma alternativa é fazer tampão apical com hidróxido de cálcio. Aí você poderia obturar e fazer a proservação.
Natalinos
No desenvolvimento de uma teoria antropológica absolutamente revolucionária, o médico Antônio Natalino Dantas, com grande nível de inteligência, mas, sobretudo, com acentuadíssimo grau de sensibilidade, disse que “essa história de que baiano é inteligente é bobagem, baiano só toca berimbau porque só tem uma corda, se tivesse mais não tocava…”. Demonstrou o que para alguns já era sabido; os baianos constituem uma raça inferior.
Você acha necessário citar baianos que se tornaram figuras importantes da vida cultural e artística brasileira e, em alguns casos, mundial? Não, é claro que não. Seria baixar ao nível de pobreza mental do médico Antônio Natalino Dantas.
Tudo aconteceu pelo fraco desempenho dos alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, da qual era coordenador o médico Natalino, nas provas do Enade. Não cabe discutir as razões desse resultado. Sabe-se, entretanto, que em parte se deveu ao boicote por parte dos alunos. Veja o que disse o Prof. Naomar de Almeida Filho, em recente artigo publicado na Folha de São Paulo.
São Paulo, segunda-feira, 09 de junho de 2008
Berimbaus, boicotes e avaliação
Naomar de Almeida Filho
NOSSA FACULDADE de Medicina, no ano do seu bicentenário, fracassou na avaliação do Enade. O coordenador do curso, ao explicar o fiasco, culpou as cotas e a inferioridade intelectual dos estudantes. Para ilustrar seu argumento, alegou que o berimbau, símbolo da musicalidade baiana, tem só uma corda, o que comprovaria a suposta deficiência cognitiva dos baianos.
Considerei suas declarações discriminatórias, eivadas de insensibilidade cultural e ignorância antropológica. Infelizmente, o episódio contribuiu para ofuscar um tema chave para o futuro da universidade brasileira: avaliação.
Agora que a notícia saiu do foco da mídia, podemos refletir melhor sobre o caso. De pronto, descarto a hipótese de "contaminação pelas cotas". Mesmo porque a turma reprovada entrara na universidade em 2001, quatro anos antes do advento do programa de ações afirmativas.
Também não se vê falta de recursos docentes e pedagógicos. O curso de medicina da UFBA tem três alunos por docente e conta com 609 leitos em hospitais de ensino. Harvard, a melhor escola do mundo, não exibe tão vantajosa relação aluno/professor; nem a medicina da USP, com o complexo do Hospital das Clínicas, oferece possibilidades de prática docente-assistencial em tal proporção. Seria o caso, portanto, de gestão acadêmica incompetente.
Entretanto, há evidências de que essa reprovação no Enade se deve, em grande parte, a boicote. Vários órgãos de imprensa publicaram depoimentos de formandos que, protegidos pelo anonimato, reconheceram-se apressados em viajar para submeter-se a exames de seleção para residência médica ou concursos públicos.
Recuperamos a lista dos sorteados para o exame. São 86 graduados. Todos obtiveram excelentes resultados nos processos seletivos a que se submeteram. Não lhes faltam talento e capacidade: o coeficiente de rendimento médio do grupo é 85%.
A atitude deles revela egoísmo, descompromisso e deslealdade para com a instituição que os acolheu. Antes das cotas, por causa da perversidade do vestibular, o curso de medicina da UFBA era quase monopólio da elite. É inaceitável que um jovem oriundo de classes privilegiadas, ao receber formação profissional em carreira de alta valorização social e financeira -sem pagar um centavo, numa instituição pública mantida com o dinheiro dos contribuintes-, seja incapaz de retribuir, de modo decente, para uma justa avaliação institucional.
Além disso, o diretório acadêmico admite ter fomentado boicote à prova, atendendo a uma diretiva da sua entidade nacional. Essa possibilidade me revolta profundamente não só como gestor público, mas sobretudo enquanto cidadão que tem uma história de luta política, no movimento estudantil e nos movimentos da renovação médica e da reforma sanitária.
Todos nós que arriscamos as carreiras (alguns, a vida) atuando clandestinamente para reativar diretórios estudantis declarados proscritos pelo regime militar -e todos aqueles que, geração após geração, mantiveram acesa a chama do movimento estudantil na universidade- nunca imaginamos ver tal situação: agremiações estudantis aparelhadas para boicotar processos avaliativos públicos, contribuindo para depreciar o legado político da universidade brasileira.
Sinto-me frustrado como educador. Sei que não há inocentes. Os sabotadores são pessoas adultas e devem saber os danos que causaram a si próprios e à instituição. Mas não acredito ser justo identificá-los como os únicos culpados. Também culpados são gestores e docentes, cúmplices de sabotagem da avaliação da universidade pública, que permitem que nossos cursos formem sujeitos que, mesmo tecnicamente competentes, mostram-se individualistas, alienados, arrogantes, capazes do mais vil desapreço para com sua instituição formadora.
Esse episódio atinge todos os estudantes e profissionais formados em escolas médicas públicas. Há uma mácula, indelével, para os que se graduarem em escolas reprovadas em avaliação oficial do MEC. E o que dizer da decepção para muitas gerações que se formaram nessas escolas?
Orgulho-me do meu curso de medicina, ainda no belo prédio do Terreiro de Jesus. Servi 15 anos de minha carreira na Faculdade de Medicina como professor de epidemiologia. Os professores atuais foram, em maioria, colegas e, muitos deles, alunos.
Esses são os motivos que me levam a expor, neste comentário, sentimentos de indignação, repúdio, frustração e vergonha, para além de minhas atribuições como reitor de uma universidade pública de tão rica história e tradição como a UFBA.”
________________________________________
Naomar de Almeida Filho, 55, doutor em epidemiologia, pesquisador do CNPq, professor titular do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA (Universidade Federal da Bahia), é reitor dessa universidade.
O Professor Naomar foi meu colega nos Maristas no final da década de 1960 e, tempos depois, meu paciente. É psiquiatra, um homem inteligente, preparado e digno.
Certamente sabe como poucos que o ocorrido possui uma alta complexidade. Daqui presto minha solidariedade a ele. Mas há uma questão que não foi comentada.
O médico Antônio Natalino Dantas, como coordenador de uma Faculdade de Medicina, e autor dessa pérola da antropologia brasileira, deveria saber que a posição que ele ocupava exige um currículo, digamos, um pouco diferenciado. No entanto, não é isso que se observa. Com Especialização, Mestrado e Doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), entre 1975 e 2008 ele publicou somente dez artigos (nenhum internacional), sendo que o último foi em 2002. Isso mesmo, 2002. Uma análise do seu currículo torna difícil a compreensão de como conseguiu ser Livre-docente em 2004 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia. Não constitui uma exceção, pelo contrário, existem vários casos desse tipo nas diversas profissões Brasil afora, o que, pelo menos em parte, explica a qualidade do ensino atual em muitas faculdades.
Contudo, esse não é o aspecto mais impressionante. Há algo maior, o preconceito. Não se engane, há muitos Natalinos por aí, convivendo com você, conversando com você. Eles são brancos, morenos, mulatos, negros, mas se julgam arianos, agem como arianos, pensam como arianos. Não tente ser um igual. Recolha-se, você não é. Você é baiano.
Existem os Natalinos baianos, como o médico em questão, e aqueles espalhados pelo Brasil. Alguns vêm morar na Bahia. Aqui chegam, como sempre são bem acolhidos, se estabelecem nas diversas profissões, constituem família, têm filhos baianos (que azar), mas continuam natalinos, arianos. Demonstram uma sensibilidade extraordinária ao não conseguirem conter a sua nataliniedade/arianismo. Neles se podem observar com relativa facilidade as manifestações de desprezo pelo povo da terra que os acolheu.
Helena Buarque de Hollanda, filha de Chico Buarque e Marieta Severo e casada com Carlinhos Brown (imaginem, casar com um baiano preto), não tem filhos brancos. Mesmo morando em Salvador, Carlinhos Brown e Helena também tinham uma casa em um condomínio na Gávea, no Rio de Janeiro, e Chico já teve oportunidade de se queixar de que lá os netos sofriam discriminação. Isso o irritava e pensou em falar com o síndico, mas não foi, pois reconheceu que de nada adiantaria. Mesmo os netos de Chico Buarque, que dispensa comentários, no Rio de janeiro, cidade que, como Salvador, deve muito do que é aos negros, sofrem com o preconceito. É algo muito forte, foge do controle.
Tinham Hitler como referencial maior, agora têm também o médico Antônio Natalino Dantas. Por serem muito pobres de espírito não percebem que são muito pobres de espírito.
Quer saber de uma coisa? Deixe eu ir tocar o meu berimbau.
Caso Clínico 36
A B
C D
E F
Lesões periapicais no 11 e 12 (A). Em B, a lima no comprimento de limpeza do forame do canal do 12, que aparece obturado em C. Em D, o retratamento do 11 está sendo realizado, com a lima fazendo a limpeza do forame. Em E, obturação do 11 está concluída. Veja em F radiografia de controle realizada cinco anos após a conclusão dos dois casos, onde se pode observar o desaparecimento das lesões periapicais. Observe o forame do 12 na figura C, completamente reabsorvido, compare com o da figura F e perceba nesta o selamento biológico. Veja o que diz o artigo "Um grande equívoco" na sessão Conversando com o Clínico sobre os casos clínicos de 31 a 34 e também a comparação entre os casos clínicos 35 e 36.
Untitled
Pergunta de Patricia Salles: Ronaldo, fiz o canal de um molar inferior, obturei, e agora após 1 ano a paciente apareceu no consultório com um lesão que pega as duas raizes, mas verificando rx o cnal esta bem obturado só percebi que ultrapassei o limite, gostaria de saber se este foi o problema e o que devo fazer, devo retratar o canal?
R. Acredito que o limite que voce fala que ultrapassou é o ápice radicular, isto é, houve extravasamento do material obturador, correto? O extravasamento não é recomendável, mas acontece. Esse, porém, não é o motivo do surgimento da lesão periapical. O retratamento deve ser realizado, porém uma boa análise do caso deve ser feita antes.
Untitled
Pergunta de Patrícia Salles: Boa Noite! Prof. Ronaldo,tenho muitas duvidas sobre tratamento de canal, mais uma delas é a pior, gostaria de saber porque meus pacientes sentem dor quando vou obturar, mesmo tendo feito todos os procedimentos necessarios, tendo às vezes que limar os canais novamente para conseguir um melhor resultado e ainda assim em alguns casos eles sentem dor, será porque errei no CRT?
R. Patrícia, a obturação é feita na mesma sessão ou na consulta seguinte? Você está preparando e não tem dor, ela só surge na hora da obturação? Voce fala que tem que limar os canais novamente… Preciso saber de mais detalhes, pode ser?