“Em 31 de maio de 2019, quando o mundo era outro, publiquei a primeira coluna em que perguntava se Bolsonaro era um sujeito inteligente, que se vale de estratégias mais ou menos elaboradas para alcançar seus objetivos, ou apenas um oportunista que teve duas ou três intuições corretas e muita sorte. À época, admitia que as duas leituras eram possíveis. Penso que hoje já é possível responder à questão de forma mais assertiva e concluir, quase definitivamente, que Bolsonaro é burro mesmo“
Por Ronaldo Souza
Faço aqui minhas críticas não só ao jornalista Hélio Schwartsman, autor desse texto, mas a muitos, muitos outros, jornalistas ou não.
Em primeiro lugar, Bolsonaro não é burro.
Ele é muito burro.
No tempo de meus avós, chamava-se de “cavalo batizado” a aquelas pessoas muito burras, grosseiras.
É pouco.
Ele é um burro que pertence ao mesmo tempo a outras categorias.
Ele é idiota.
Mais do que isso, um completo idiota.
Abestalhado, concordo.
Porém, mais do que isso, é um demente.
Louco, também.
Não porque Merval Pereira, esse desastre, acha.
A imprensa internacional, como The Guardian, jornal britânico, diz que ele é um ‘perigo para os brasileiros’.
The Economist, também britânico e uma das bíblias da economia internacional, vê Bolsonaro ‘como alguém que mostra sinais de insanidade’.
Mas aos Williams Bonner, Mervais Pereira, Mírians Leitão, Datenas, Ratinhos e muitos, muitos mais, a todos falta dignidade.
“Jornalistas” a serviço de uma imprensa da pior espécie e qualidade.
Mas, interessante, esses mesmos jornalistas e imprensa sempre foram gurus e referência dessa mesma reserva selvagem de Bolsonaro, desses completos idiotas.
Quem os fez vestir luto contra Dilma?
A Globo!
Ou será que já esqueceram?
Eles já foram tudo.
Já foram todos Serra.
Já foram todos Aécio.
Já foram todos Cunha.
Já foram todos Temer.
Agora são o inadjetivável.
Serão quem em breve?
Dória, Witzel… ou qualquer ouro que apareça (apostas abertas).
Na verdade, nada são além de uma única coisa:
Anti-Lula!
E por isso é plenamente compreensível que carreguem tanta amargura e ódio.
Você acha que deve ser fácil passar toda a vida sendo somente anti alguma coisa?
Nada mais?
A pobreza é inimaginável, como inimaginável é viver assim.
Quem fez dessas cabecinhas as aberrações que são hoje?
A Globo!
É claro que com a ajuda da Veja, Estadão, Folha, IstoÉ…
De que são taxados todos esses órgãos de imprensa hoje?
Comunistas!!!
Ou seja, os próprios membros da reserva selvagem são também… inadjetiváveis.
Completos idiotas, agora são definitivamente “idiotas confessos”, como diria Nelson Rodrigues.
Como conseguem???
Meu Deus, como conseguem?
Não há em toda a história do Brasil um único STF, um só, que possa ser chamado de algo que se aproxime do que poderia ser algum tipo de simpatia pelo comunismo.
Nada, nada, qualquer proximidade, por menor que seja.
É absolutamente o contrário e tem sido assim ao longo da história.
Repito, de toda ela.
Esses idiotas confessos que, como seu líder, adoram expor a sua mais absoluta mediocridade, são fontes inesgotáveis de estupidez.
Todos os STFs têm tradição de conservadores, todos são o que eles matam e morrem para ser: elite.
Afora algumas não muitas exceções de grandes ministros e também algumas aberrações que sempre passam por lá, são conservadores da elite brasileira, da direita brasileira.
Chamar a Rede Globo, um ícone do capitalismo, de comunista é dizer-se: sou um completo tapado!
Um parêntese.
Na apresentação do livro “O ódio como política”, Esther Solano Gallego (Cientista Social, Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Complutense de Madri e professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)) narra um episódio interessante.
Ela diz.
“Durante minha pesquisa com simpatizantes de Bolsonaro, lembro-me de um jovem bolsonarista que, depois de várias horas de conversa, disse em tom de crítica: ‘Professora, vocês da academia estudam tanto e parece que ainda não entenderam muitas coisas. Tratam a gente como se fôssemos todos burros. Não somos…’.”
Fecho o parêntese.
Não percebem, mas são.
Mas pelo menos já reconhecem como são vistos, o que é um avanço.
Eu poderia dizer; se eles não percebem, é problema deles.
Entretanto, dizer isso me tornaria também um idiota.
Mais do que “deles”, o problema é nosso.
O problema é do Brasil.
Um problema sério e irreversível a curto e médio prazo.
Idiotas não são donos de si.
Esse é o presente e o futuro desse país.
Um preço alto demais a ser pago.
Essa conta será paga pelos nossos filhos e netos.
Mas, lembre, a reserva selvagem nada percebe, tudo ignora.
Não será nesse mundo que também viverão seus filhos e netos?
Quem não percebe, não sente a dor.
O grande líder não cabe num adjetivo.
Nem em vários.
Ele não cabe em nada.
Completamente desequilibrado, ele se consome na sua própria existência.
Como uma excrescência que ganhou vida própria.
Que se consome e se retroalimenta.