Hoje, dia 08 de março de 2009, é o Dia Internacional da Mulher. Poderia tentar escrever algo a respeito, mesmo sabendo que jamais terei a capacidade de escrever alguma coisa que esteja a altura da mulher. Mesmo assim, poderia escrever. Poderia também aproveitar um texto que escrevi há poucos dias falando do homem, das suas dificuldades para amar realmente a mulher. Este texto está pronto e qualquer dia será postado aqui no site.
Não vou fazer nada disso agora. Vou fazer algo muito melhor. Vou reproduzir um texto que recebi há poucos dias pela internet. No e-mail consta que o autor é desconhecido, mas que seria um fotógrafo e que ele teria dito isso numa exposição de fotografias.
Não conseguiria escrever algo assim, sensível e forte, terno e seco (no sentido de direto), tão verdadeiro que deve doer aos corações mais sensíveis. Resta-me o consolo de que em alguns momentos ele usa as mesmas expressões que uso no texto ao qual me referi acima. Neste texto, de um autor desconhecido, vai o meu desejo, o desejo de um homem que insiste todos os dias em querer aprender a amar a mulher.
Gostar de mulher
Para fotografar nu feminino, é preciso gostar de mulher. Não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua, essas coisas. Isso pode ter também. Mas se trata de gostar de mulher em um sentido mais profundo.
Gostar do universo feminino. Observar que cada calcinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso.
Não basta ser heterossexual, o machão latino. Para gostar de verdade de uma mulher são necessários outros requisitos que são raros. Por isso a mulherada anda insatisfeita.
Sensibilidade é fundamental. Paciência também. O homem que não tem paciência para escutar a necessidade que a mulher tem de falar, a sensibilidade para cativa-la a cada dia, não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher, o que é bem diferente. Gostar de mulher é algo além. É penetrar em seu universo, se deliciar com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, seios. Mas também cultuar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar seu sorriso, que é muito mais espontâneo que o nosso. Gostar de mulher é querer faze-la feliz. Levar flores sem nenhum motivo, a não ser o de ver o seu sorriso. É escutar pacientemente todas as queixas.
O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele comeu durante a vida, mas sim, com a qualidade do sexo que teve. Quantas mulheres ele realizou sexualmente, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida.
O homem que gosta de mulher não come mulher. Ele penetra não só no corpo, mas na alma, respirando, sentindo, amando cada pedacinho do corpo, e, é claro, da personalidade.
“Para viver um grande amor é necessário ser de sua dama por inteiro”, afirmou Vinícius de Moraes no poema; Para amar verdadeiramente uma mulher, o homem deve ser totalmente fiel… traí-la, jamais! Ama-la até a raiz dos cabelos. Admira-la, se deixar apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar… e principalmente conquista-la, seduzi-la, como se fosse a primeira vez.
O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para lhe seduzir várias e várias vezes, esse, não se iluda… não gosta nem um pouco de mulher. Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes. Só que alguns homens, os que não gostam de mulher, querem conquistar várias mulheres. Os que gostam de mulher é que conquistam várias vezes, a mesma mulher.
E isso nos gratifica, nos fortalece e nos dá uma nova dimensão. A dimensão da poesia, do amor e em última instância, do impenetrável universo feminino. Gostar de mulher e penetrar em seu universo não é torna-las cativas e sim liberta-las, admira-las em sua insuperável liberdade.
Uma das músicas com que mais me identifico é uma inglês, por incrível que pareça. “Have you really ever loved a woman”. É do cantor Bryan Adams. A música foi tema do filme Don Juan de Marco, e em uma tradução livre quer dizer “você já amou realmente uma mulher?”. Em toda a música o cantor fala sobre a necessidade de se conhecer os pensamentos femininos, sonhos, dar-lhe apoio, para amar realmente uma mulher. Essa música é perfeita.
Como se vê, gostar de comer mulher é fácil. Agora… gostar de mulher, é dificílimo.
Permito-me acrescentar uma frase de Nietzsche* “Somente sendo homem consegue um homem liberar a mulher em uma mulher”.
O filme a que o texto se refere é estrelado por Marlon Brando, Johnny Depp e Faye Dunaway, um dos mais belos que já assisti. É um hino ao amor entre homem e mulher, esse amor de que fala o texto. Acho que todas as mulheres e homens, particularmente estes, deveriam assisti-lo. Homem e mulher se amando como deveria ser, uma sinfonia perfeita.
A música, também lindíssima, serve como pano de fundo ao e-mail que recebi com o texto. Na verdade, o nome correto é “Have you ever really loved a woman”. Está aqui, como um presente para os ouvidos, mas, sobretudo para o coração. Clique aqui e curta essa delícia.
* Friederick Nietzsche – filósofo alemão do século XIX, uma das mentes brilhantes da humanidade.