O haitiano já sabia. A manada… segue manada

Por Ronaldo Souza

As perguntas que lhe eram dirigidas nunca tinham resposta.

– Vou ver se resolvo com o Trump. Tenho linha direta com ele, é meu amigo!

– Pergunta pro Guedes!

– Vou ver com o Moro!

– Vou conversar com meu filho.

– Vou perguntar pro Weintraub!

Por que então todos parecem surpresos?

Em um ano e três meses, o que foi que o governo fez além de sucatear e privatizar?

Em um ano e três meses, o que foi que o presidente fez além de ficar discutindo e ofendendo pelo Twitter.

Num momento em que o Planeta Terra trava uma enorme luta contra a pandemia do coronavírus, ele adora dizer que está resolvendo com Trump sobre bloqueio a Cuba, invasão à Venezuela… sem dúvida de extrema importância e urgência nesse momento.

Tantas outras coisas mais poderiam ser ditas, não é mesmo?

“Resfriadinho, gripezinha, histeria…”!

Sabendo que está agradando aos machos da sua reserva selvagem, que o veneram, consegue fazer uma provocação canalha, absolutamente sem propósito, aos repórteres ali no curral que ele criou para seus adoradores na frente do Palácio do Planalto:

“Tão com ‘medinho’ do víurs?”

“Você não é presidente mais”

Diante de uma manada cuja estupidez ganhou vida própria, o “improvável” haitiano foi sábio.

Improvável porque de uma raça inferior e, como os idosos e desprotegidos no Brasil, não merece destino melhor que o abandono.

Ironia do destino, ele, o haitiano, passou, não para a história do Haiti, seu pobre e miserável país, merecedor de todos os males do mundo, mas para a história do Brasil.

Quando estivermos, nós, “eles” não, nada leem, lendo a história do Brasil nos livros dos nossos netos, leremos sobre esse haitiano e o seu diagnóstico cirúrgico desse momento histórico do país.

Ele nunca governou!

O seu desequilíbrio mental não permitiu e não vai permitir.

Infantil, desorientado, medíocre, precisa criar inimigos para viver.

Mulheres, negros, LGBT, indígenas, imprensa…, ele os criou para conseguir continuar vivendo.

Numa cena absurda, inconcebível e inaceitável de ciúme e inveja doentios, o mais novo deles; o ministro da Saúde.

Deixemos de lado qualquer outro tipo de comentário.

É perda de tempo.

O professor e as evidências

Por Ronaldo Souza

Foram 37 anos de consultório.

Os últimos sete, já dividindo um pouco o tempo com a docência, foram uma verdadeira “preparação” para deixa-lo.

E aí, a docência.

Chegava de malas e cuias ao mundo acadêmico.

Um mundo novo.

Deparei-me com coisas que já conhecia, talvez em escala diferente.

Uma delas, a vaidade.

Mas, mais coisa ainda estava por se mostrar.

Fascinado com as possibilidades, fui me encantando.

Aprendi, por exemplo, o valor das evidências.

Ah, o mundo das evidências.

Nada valia se não encontrasse suporte nas evidências.

Mundo admirável!

Como pensar em Endodontia sem evidências?

Exageros aqui, acolá, mas vamos em frente.

2009

Um choque maior.

Um trabalho em que acabara de fazer o último acompanhamento era “negado” pela falta de evidências.

Idealizado e iniciado em janeiro de 1987, ao pé da letra não era um “trabalho científico”, como esses que ganham o Nobel (às vezes chego a pensar que alguns professores de Endodontia já ganharam um), mas tinha normas e procedimentos traçados de acordo com o que eu via na literatura.

Dez anos foi o tempo que levei para fazer e mais outros de acompanhamento clínico/radiográfico (um deles acompanhei durante 21 anos). 

Tudo foi negado num debate ali na minha frente, na minha cidade, num evento promovido por mim.

Com o tempo percebi que outros dos professores que estavam ali (eram 8 convidados de diferentes estados) também o negavam, mas não se pronunciaram naquele momento.

Mais do que natural.

No entanto, um o fizera.

Ressalve-se que, apesar de inúmeros pedidos do auditório, como moderador do debate expliquei que não devia emitir a minha opinião.

Discordando da argumentação utilizada (o Prof. Pécora também), em nome das evidências respeitei e “acatei”.

2011

Dois anos depois, no jantar de um evento de Endodontia em Campinas (SP), um professor do mesmo grupo daquele que negara em Salvador o valor do trabalho (este na verdade, o líder do grupo), entre taças de vinho, falou; “o nosso grupo está começando a repensar o papel da obturação…!!!”.

O trabalho negado estava ali, exposto, na mesa de um jantar, agora com a paternidade do grupo que o rejeitara por falta de evidências.

A minha mente fez uma rápida viagem e não foi capaz de encontrar nenhuma evidência surgida naquele espaço de tempo entre 2009 e aquele momento, 2011, que justificasse tão rápida mudança.

Calei.

Os anos não se passam à toa, pelo menos para alguns.

A vida ensina a ouvir.

E a falar somente na hora certa.

No outro dia eu ia participar de um debate com ele e outro colega.

Ao voltar para o hotel depois do jantar, mudei a aula e preparei um momento especial.

Na aula prévia ao debate, houve um momento em que me dirigi a ele, e com a mão sobre seu ombro, disse:

– Professor…, sei que o seu grupo é sério e estudioso (ainda os achava sérios) e por isso você não é capaz de imaginar a alegria que tive ontem no jantar ao lhe ouvir dizer que vocês estavam ‘repensando o papel da obturação’, você não sabe o tamanho da alegria que senti (reforcei), porque isso eu já sei e digo há 24 anos.

Nessa hora eu já tinha saído de perto dele e estava começando a mostrar o trabalho aos demais professores convidados e colegas que estavam no auditório.

Um amigo e colega (do meu grupo) me disse depois que fui agressivo, como ele nunca me tinha visto ser.

De fato, fui, como nunca tinha sido.

Mas precisava ser.

2014

Eu, que tinha ficado decepcionado com a postura do líder logo após ter estado em Salvador (um dia falo sore isso), convidei-o outra vez para vir ao de 2014. Ainda acreditava nele como professor.

E ele veio.

2016

Convidado do CIOBA (Congresso Internacional de Odontologia da Bahia), o mesmo professor que me dissera em 2011 que o grupo estava começando a repensar o papel da obturação, na minha “cara”, disse:

– Garanto que aí na cabecinha de vocês (literalmente assim), vocês pensavam que eu ia dizer que a obturação desempenha o papel mais importante… Não, a obturação não faz esse papel…

Pronto.

Assumiram de vez a paternidade da concepção que há 29 anos eu vinha estudando e por causa dela tinha apanhado em algumas cidades em que fui.

Fiquei realmente perplexo.

Tamanha foi a perplexidade que não tive reação.

Algo que não acontecerá mais.

Ali percebi do que se tratava e vi com clareza quem eram, de fato, aquelas figuras.

A vida continuou.

E ela costuma pregar algumas peças.

Com o tempo, fui observando, vendo e ouvindo que aquele professor tinha se perdido.

Ele passou a defender determinados “pontos de vista” que não estavam vinculados diretamente à Endodontia e sim ao entorno dela, vínculos que vão além do ensino.

Em momentos assim, as pessoas costumam não se dar conta de que muitos estão percebendo.

Há um episódio recente num evento de Endodontia que evidenciou isso com clareza preocupante e os professores presentes ficaram horrorizados.

O que se pode dizer é que essa é uma opção que não permite retorno, porque a credibilidade fica ferida de morte.

Ao defender determinados pontos de vista com o entusiasmo com que fez e faz (o tempo deverá lhe ensinar a ser pelo menos mais discreto), o professor mostra que perdeu o compromisso com as evidências.

Aulas acontecem todos os dias; é a vida ensinando

A sua nova função não exige que evidências suportem o mais “novo” lançamento.

Mais do que suporte de evidências, a defesa desse novo só pede um marketing bem feito do que está sendo lançado.

O professor desmorona.

O homem se desmoraliza.

Aquele professor (eu), que, em nome da falta de evidências, acatou a negação do seu trabalho (com acompanhamentos radiográficos e tomográficos de até 21 anos), viu de forma decepcionante quem poderia ser uma referência (durante um tempo chegou a ser) mostrar-se como farsa.

A única?

Não, já tinha conhecido outras, mas aquela chocou.

Fiquei mais atento e passei a não me surpreender tanto.

A vulnerabilidade do homem parece dominar a cena nos dias de hoje.

O professor se tornou presa fácil.

Não deve haver retrato mais representativo de uma sociedade do que o professor.

Como também não deve haver retrato mais representativo de uma sociedade decadente do que o professor que desmorona.

Quando ele perde a nobreza de ser professor e se deixa envolver por episódios pequenos, mundanos, o perigo que ronda a sociedade é iminente.

Os reflexos disso nunca foram tão… evidentes como hoje.

Cientistas e pesquisadores de todas as partes desse enorme e belo planeta repetem todos os dias que  a vida é o bem maior da humanidade.

E o que temos visto?

No momento em que o mundo está diante da complexidade de um fenômeno que segundo diversas autoridades só encontra paralelo na Segunda Guerra Mundial, a vida está sendo relegada a um plano inferior.

Apesar de alguns dos maiores cientistas, pesquisadores, infectologistas, médicos, enfermeiros,  farmacêuticos… de todas as partes do mundo estarem apontando todo dia para o comportamento mais adequado para enfrentar a pandemia do coronavírus, estamos presenciando gestos e atitudes de covardia, crueldade e desumanidade jamais vistos nesse país.

Tudo à sombra do cinismo debochado e da canalhice.

Evidências de todas as partes do mundo nos chegam todos os dias.

Dirigentes de cidades, estados e países pediram desculpas pelo erro cometido por terem ignorado a importância das primeiras informações e como consequência amargaram um aumento alarmante de contaminações e mortes.

E o que fazem muitos dos nossos professores?

Na contramão de todas as evidências, tornam-se base importante de apoio ao comportamento insano, descontrolado e sádico de um homem reconhecidamente desequilibrado.

Tornam-se base importante não por inteligência, sensibilidade e bom senso, coisas que há tempos demonstram não possuir, mas porque, por serem professores, têm o poder de arrastar muitos jovens que tendo-os como referências se deixam arrastar pela correnteza da estupidez e da ignorância, como uma nau dos insensatos por mares desconhecidos.

Nunca tantas evidências foram negadas e rejeitadas pelo que chamaríamos, nós, professores e pesquisadores, de achismo.

Um homem, com a sua opinião, com o seu modo único de “ver” as coisas, lidera um movimento absolutamente irracional contra a ciência.

A opinião, única, isolada, sem nenhuma base que lhe dê o mínimo de suporte vence todo o conhecimento, toda a ciência do mundo.

Pasme, insisto, com o apoio de inúmeros professores, muitos dos quais adoram exibir a sua pobre ciência pretensamente respaldada por… evidências.

Professores que em nome da ciência (que hoje se vê, não respeitam) condenam opiniões, agora esquecem o que tanto gostavam de alardear pelos quatro cantos do mundo; que o conhecimento jamais será vencido.

Ainda mais por um homem que, por tudo ignorar, nunca escondeu o seu desprezo por ele.

O futuro dessa história não aguardará os livros que a contarão aos nossos netos.

Esse futuro irá ocorrer muito em breve, quando estivermos de volta às salas de aula.

Serão cobrados por alunos que mantiveram o mínimo de lucidez e não se perderam completamente nessa cegueira pandêmica.

Como falar de evidências daqui por diante?

Como esconder que, na verdade, nunca se importaram com isso?

Como negar que é algo que se usa de acordo com conveniências e necessidades.

Nem sempre farsas e farsantes têm vida longa.

Uma abominação cognitiva

Por Ronaldo Souza

Um homem simples, rude, inculto, um homem que diríamos… do povo.

Um homem que é comum ser ignorado e até desprezado.

Um homem que até pelo seu jeito de falar pode nos trazer risos (que bom), mesmo que seja por curto espaço de tempo nesse momento de dor e sofrimento.

Mas há nele a sabedoria da humildade, tão típica, permitindo-me a redundância, das pessoas humildes.

Essa sabedoria diz a ele que o mundo da ciência recomenda o isolamento social e ele, sabiamente, não ousa desobedecer.

Enquanto isso, pessoas esclarecidas, pessoas do bem, resolvem seguir a orientação de um homem cujo saber reconhecidamente inexiste em qualquer área do conhecimento humano. Um homem que habita há 30 anos no ambiente político e cujo saber político é zero.

Esse segmento da sociedade brasileira sempre se fez presente em momentos delicados da conjuntura sócio-política do país.

A sua sensibilidade tem a profundidade de uma piscina para bebês.

Alguém poderá negar que sabem criar muito bem os seus…cães?

Incapaz de pensar e ter ideias próprias e pressionada pelo desejo de pertencer a estratos superiores na escala social, essa gente sempre foi um poço de ignorância e preconceito.

O que poderá saber o homem que os comanda? Que poder terá ele adquirido para criar e comandar essa legião de desorientados que, como ignorantes fanáticos, desafiam o conhecimento construído ao longo dos anos, num comportamento típico dos fanáticos que, ciclicamente, surgem no mundo?

Engana-se, porém, quem pensa que o mundo nada faz.

O mundo a nada assiste com indiferença.

Em tempos de obscuridade, tem sempre mostrado que fora da Ciência não há salvação.

Apesar dos medos e das incertezas, fiquemos todos tranquilos, da maneira que é e será possível a cada um nesse momento.

E podem ter certeza.

Ao final, a raça humana sairá vencedora.

Mais uma vez.

Ex-ministros da Saúde divulgam nota de repúdio a Bolsonaro: “Vamos pedir à OMS que acompanhe o combate do Covid-19 no Brasil”

Nota de repúdio dos ex-ministros da Saúde contra Bolsonaro

Como ex-ministros de saúde expomos nossa indignação e total discordância com o pronunciamento feito pelo Presidente da República, na noite de 24 de março, em cadeia nacional de rádio e TV.

Vimos a público denunciar os graves efeitos nocivos das posições defendidas pelo presidente da República que procura minimizar e tratar de forma insensata uma pandemia com essas proporções, que já provocou a morte de mais de 18 mil pessoas, no mundo, até o momento.

O Sr. Jair Bolsonaro, principal dirigente do Executivo Federal, negou as evidências científicas que vêm embasando as ações governamentais de combate à pandemia da COVID-19 em todo o mundo e que preconizam o isolamento social como ação de inquestionável relevância para enfrentar a evolução da infecção pelo coronavírus, reduzir o número de infectados e, com isso, possibilitar ganho de eficácia na organização da rede de atenção à saúde e garantir o atendimento aos casos mais graves e diminuir o número de óbitos.

Preocupado em atender interesses estritamente econômicos, propõe uma dicotomia entre o enfrentamento da crise na saúde e na economia.

Os países que têm conseguido os melhores resultados são aqueles que fizeram o isolamento social, garantiram o atendimento à saúde da população e tomaram medidas para manter a renda e ativar a economia. Não há, portanto, dicotomia entre manter a atividade econômica e salvar vidas.

Ao advogar o isolamento vertical, restrito à população idosa e com comorbidades, Bolsonaro considera viável trancafiá-las em casa, sem nenhum contato com familiares, cuidadores, que passariam a circular livremente num ambiente totalmente favorável à disseminação do vírus corona.

Tal postura, além de desmobilizar a população que vem fazendo sua parte, seguindo as orientações da OMS, do próprio Ministério da Saúde, dos governadores, prefeitos, imprensa e líderes do parlamento, fere também, de maneira irreconciliável, ao pacto federativo e a autonomia de seus entes.

As medidas implementadas pelo Ministério da Saúde, pelos gestores da saúde, técnicos e profissionais do SUS não podem ser desrespeitadas e precisam ser defendidas.

As vidas dos trabalhadores da saúde, atualmente expostas para salvar nossa população, não podem ser relativizadas em função de interesses da economia.

Além disso, o belicoso presidente confronta e desrespeita o trabalho relevante da imprensa e de outros meios de comunicação, importantes aliados na difusão de informação e esclarecimento da população sobre a COVID-19.

Seu pronunciamento pode resultar em uma sobrecarga do sistema de saúde brasileiro de trágicas consequências, particularmente entre os grupos mais vulneráveis da sociedade.

É necessário que os líderes republicanos se juntem em torno da defesa da vida. Primeiro, para salvar as pessoas, e depois para salvar a economia.

Da nossa parte, na condição de ex-Ministros da Saúde, vamos recorrer à Organização Mundial de Saúde e à Comissão de Direitos Humanos da ONU para que acompanhem o enfrentamento da pandemia de Covid- 19 no Brasil.

Temos compromisso de nos engajarmos no esforço da sociedade brasileira na proteção de nossa população, independentemente de sua condição econômica e social e de sua faixa etária. Nosso dever é preservar a vida de nossos cidadãos.

EX-MINISTROS DA SAÚDE DO BRASIL

Humberto Costa
José Saraiva Felipe
Jose Agenor Alvarez da Silva
José Gomes Temporão
Alexandre Padilha
Arthur Chioro
Marcelo Castro

Desobedeçam Bolsonaro e defendam a vida!

Por Fernando Brito

As autoridades públicas entraram em modo de desobediência, esta a esperança que nos resta.

As medidas do Governo Federal caem como moscas na Justiça e no Congresso, por ilegais, inúteis ou estúpidas.

Os comandantes das tropas de enfrentamento da guerra viral em que estamos metidos gaguejam diante das monstruosidades que diz o presidente, demonstrando que são fracas e tíbias para enfrentar algo muito mais perigoso que o Covid-19: Jair Bolsonaro.

As Forças Armadas, que precisariam ser a coluna dorsal do país, cuidando da logística, organizando o abastecimento das cidades, chamando os cidadãos à disciplina pelo exemplo de sua coragem de proteger, amparar e servir ao país, estão omissas, em lugar de estarem, agora, apelando pelas resistência na trincheira doméstica e antecipando os inevitáveis hospitais de campanha que serão necessários.

Dão a triste impressão que, como na Itália, servirão apenas para recolher corpos.

Restaram os governos estaduais e municipais, na sua maioria, exceto por alguns ratos que, de olho no apoio bolsonarista, entregam seu próprio povo em benefício e sua ambições.

Não podem ter pruridos na hora em que as forças da insanidade ameaçam soltar seus bandos pelas ruas.

E inaceitável que tomem as ruas da cidade as carreatas da morte, as colunas da insânia, os legionários da epidemia por lucro, os pregadores da morte dos velhos, dos doentes, dos que são chamados a se expor, nos trens e nos ônibus, quanto eles, claro, protegem-se nos vidros escuros e no ar condicionado de seus carros e da segurança do home office que só a poucos é possível.

Não há tergiversação possível à beira de uma guerra que será cruenta tanto quanto outra, com a diferença que nelas, mandam-se os filhos a morrer e, agora, mandam-se à morte os pais, as mães, os tios e os avós.

Se os estudos dos cientistas estiverem certos, será uma montanha de corpos. Se for a metade do que preveem, uma montanha de corpos; se um quarto ou dez por cento, uma montanha de corpos.

Vimos e estamos vendo erguerem-se estas macabras montanhas, na China, na Itália, agora na Espanha e já nos EUA, que perderam 400, ontem só.

De cada um de nós depende a chance de diminuir esta montanha.

Há, é verdade, uma linha de frente e gente corajosa nos hospitais, que põe em risco suas vidas para cuidar das baixas inevitáveis e que sofre com as evitáveis por saberem que vão lhes faltar as armas dos leitos, dos respiradores, do oxigênio e que a insânia levará gente à qual não poderão dar esperança.

Mas a batalha decisiva, esta cabe à você, dizer o contrário seria mentir.

Siga na sua trincheira, barrique-se no seu isolamento, proteja-se na sua solidão forçada.

E, sobretudo, como um Gravoche digital, ponha-se a gritar pelas redes as palavras de apoio e incentivo de que precisamos pela falta de líderes, por termos homens tão miúdos que não conseguem ver o que virá à frente e, por isso, zombam dizendo que é gripezinha o que já é peste.

Em troca do dinheiro, seu Deus acima de tudo, desdenham da morte de seres humanos.

Estamos na era dos computadores, mas ainda somos homens e mulheres, mortais, os que os fazemos e os que devem se servir deles para olhar o mundo e ver a realidade dissolver a estupidez dos fanáticos.

Lucidez é luz, luz é ver! A cegueira só é prêmio aos condenados à execução e nós não merecemos, não queremos e não aceitamos a execução sem luta.

A morte vai chegar à sua esquina e você não pode deixar que ela avance ainda mais.

Bolsonaro mente sobre laudo porque sabe que cometeu crime contra a saúde pública

Por Jefferson Miola

O jornal Estadão noticiou que “ao deixar o Palácio da Alvorada, o chefe do Planalto questionou a jornalistas se achavam que ele estaria escondendo algo. ‘Você acha que eu estou escondendo alguma coisa? Está na lei que esses laudos são segredo. Quer que eu te mande a lei? Respeita a lei. Se um tiver aqui, não é obrigado a revelar se está ou não com o vírus’”, teria respondido Bolsonaro.

Bolsonaro mente ao dizer que a lei protege o sigilo, porque o Regramento Sanitário Internacional e os protocolos do Ministério da Saúde determinam a notificação obrigatória dos casos de infecção humana por COVID-19.

A notificação é obrigatória no caso da pandemia exatamente para permitir a adoção das medidas sanitárias preconizadas para conter a disseminação exponencial do vírus e, desse modo, evitar uma calamidade sanitária.

A notificação compulsória não é sinônimo de exposição pública ou de estigmatização da pessoa contaminada, mas procedimento técnico definido mundialmente para assegurar que a identificação e isolamento de casos impeça a ameaça de propagação em toda comunidade.

Bolsonaro reluta em apresentar o laudo dos testes a que foi submetido, e isso aumenta a suspeita de que tenha sido contaminado. Talvez por experiência própria, com efeitos leves da contaminação, ele inclusive minimiza o risco do coronavírus a uma mera “gripezinha”.

Bolsonaro caiu na própria armadilha. Agora ele não pode admitir a soropositividade para o COVID-19 porque sabe que cometeu crime contra a saúde pública ao se comportar como vetor de transmissão do coronavírus nos atos inconstitucionais e ilegais que participou em 15 de março, quando fez selfies, abraçou e se roçou na matilha fascista.

Bolsonaro poderá ser alvo de uma queixa-crime no STF [artigo 86 da CF] e ser cassado por cometimento de crime contra a saúde pública, como estipulam os artigos 267 e 268 do Código Penal [ler aqui].

Luz

Por Ronaldo Souza

Dias difíceis, jamais imaginados.

Hora de arregaçar as mangas e enfrentar.

Todos, cada um à sua maneira, “juntos”, da melhor forma possível.

Para os religiosos, hora de muitas preces.

Para os espiritualistas, hora de espiritualidade.

Não estou falando de espiritismo.

Espiritualidade transcende as religiões.

Falo dela como algo que pode nos levar ao equilíbrio.

Hora de muita reflexão.

Há muita coisa para ver.

Se você me perguntar se quando passar a tormenta virá o tempo da bonança e o mundo será um mar de rosas, direi que não.

Mas, mudanças virão.

Não é possível que depois de tudo isso, continuemos os mesmos.

Mas já faço a ressalva.

Muitos não mudarão.

Eles já circulam e continuarão circulando entre nós, mas, sem que tenham noção, já estão marcados pela forma como se desnudaram nas redes sociais nesses últimos tempos.

Não vou longe.

Depois de um bom tempo sem “entrar” no FaceBook (faço a postagem da parte inicial dos meus textos e saio), ontem (24/03) resolvi fazer isso.

Vi um “diálogo” entre colegas em que o adjetivo utilizado por um deles para definir os outros e assim afastar a possibilidade de um futuro encontro (cogitado para uma conversa sobre o momento político atual) foi uma clara demonstração de que já estão identificados e tornaram o estigma inevitável.

Na verdade, uma autoestigmatização.

Não percebida, claro.

O bom senso recomenda evitar determinados encontros, mesmo que tenham sido comuns em tempos anteriores.

Dizem que prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Rédeas soltas, expuseram-se demais e exibiram suas entranhas e vísceras e nelas vimos o que há de pior na raça humana.

Depois de repetidas vezes se manifestarem desejando a morte por câncer de figuras do ambiente político brasileiro, já não surpreende que falem da morte de idosos e enfermos contaminados pelo coronavírus com assustadora naturalidade.

Seguem seus gurus na necessidade de proteção da economia.

O odor é fétido.

Eu olho-os com olhos lassos,
Há nos meus olhos ironias e cansaços
(José Régio)

De forma irreversível em alguns casos, os relacionamentos já não são e não serão mais os mesmos de antes.

Mas não falo para eles.

Falo para você que, mesmo pensando diferente de mim no campo sócio/político, vê que o mau nos ronda.

O mau nos administra, nos diz coisas feias todos os dias, nos conduz por caminhos desconhecidos, que nunca foram os nossos.

Entrou em nossas vidas, em nossas casas e ameaça o futuro de nossos filhos e netos.

Mas observe o seu povo.

Mesmo assustado e contido no que tem de mais forte, a afetividade, “resigna-se”, mas reage.

Abraços, beijos, simples apertos de mãos, tudo está proibido e, afastados todos de todos, as pessoas estão reagindo e se encontrando na solidariedade, no gesto, na atenção.

Mesmo povos que não conhecem de verdade o que é um abraço, agora parecem reconhecer o quanto são valiosos.

Mesmo diante de tanta dor e sofrimento, que dias lindos estamos vivendo.

Transformação será a palavra.

Momento único em que estamos nos sentindo humanos outra vez.

Que bem nos faz nos sentirmos como já fomos.

Estamos começando a ver com mais clareza a angústia do verdadeiro isolamento que já estávamos vivendo sem perceber.

Que tenhamos poucas baixas nessa luta para que possamos ver lá adiante que enfrentamos o terrível isolamento físico dos nossos entes queridos e o vencemos.

Como um presente, recuperaremos o afeto, a delicadeza, o amor.

Recuperaremos o ser humano que ainda existe em cada um de nós.

“Espera que o sol já vem”.

O Sol que por entre as nuvens das trevas ameaça sair

Por Ronaldo Souza

Recebi o texto abaixo de um grande e querido amigo, o Prof. Figueiredo (UFRGS).

Como foi escrito no FaceBook do Dr. Nelson Ferrão (o autor), não tem título.

Por essa razão me permiti colocar um.

Resolvi colocar também uma imagem, que não era esta que está postada. No entanto, a que me veio à mente de imediato trouxe com ela o desejo de escrever um texto, que já se desenhou. Por isso guardei-a para esse momento que virá.

Duas coisas mais a dizer.

Primeiro, o comentário feito pelo próprio Figueiredo; quem me enviou é um anti-PT, mas indignado com a postura do presidente e seus desserviços”.

Esse depoimento reflete com clareza o atual momento.

Em outras palavras, o país está acordando e começa a mostrar que sairá das trevas.

Segundo, veja o comentário de quem compartilhou (desconhecemos quem foi) o texto de Dr. Nelson Ferrão, médico do Rio de Janeiro, ex-Diretor Geral do Hospital Central do IASERJ.

Ontem o Dr. Nelson Ferrão, um dos médicos dos SUS que está virando dia e noite para tentar salvar vidas, postou um desabafo num dos poucos momentos que dispõe para se alimentar e repor as energias física e emocional (no meu entender, pelo tamanho do texto, não deve ter dado muito tempo para ele se alimentar e repor minimamente suas energias). Mas trata-se de um desabafo muito lúcido, consistente e coerente”.

Concordo com ele.

O texto representa sim um desabafo “muito lúcido, consistente e coerente” de quem está cansado, de saco cheio, das bobagens que vêm sendo ditas há anos por idiotas consagrados, sob os aplausos dos seus pequenos e tolos seguidores.

Mas vai muito mais além.

Por Nelson Ferrão,

Uma coisa é certa, o Coronavírus é muito didático. Ele joga duro, mas é papo reto, na lata. E dá lições sem falar, só causa e consequência. Eis algumas delas?

Lição 1) Para o mercado, as crises só servem mesmo pra ganhar mais dinheiro, especulando. É só olhar o preço do álcool gel. Quando a coisa aperta, até os planos de saúde e os hospitais privados mandam os pacientes pro SUS. Ou seja, na hora do pega-pra-capar, só se pode esperar alguma coisa mesmo é do Estado; logo, se você é um desses que quer acabar com o Estado, prepare-se para ser presa fácil das aves de rapina de sempre.

Lição 2) Numa sociedade integrada, nenhuma bolha é segura. Você pode morar em condomínio fechado, ter vigilância monitorada, álcool gel em todas as peças da casa e o escambau, mas se os pobres, que talvez você ache que mereçam ser pobres, não tiverem uma vida digna — com acesso à saúde, educação, cultura, direitos trabalhistas e tudo mais, eles levarão o vírus até você. Pode ficar certo, a empregada que te serve e viaja diariamente naquele ônibus superlotado, o motoboy do i-Food sem direito à licença saúde que te faz entregas, ou aquele operário que vai trabalhar mesmo doente porque não pode ter o salário descontado, pois têm um destes modernos contratos flexíveis de trabalho sem direitos: eles vão furar a sua bolha e expor a sua miséria também. E se prestar atenção, talvez você entenda também que a violência urbana que mata o playboy do asfalto tem origem na mesma desigualdade social de sempre, que você talvez ache natural. Ou seja, estamos todos no mesmo barco, e mesmo que você esteja no andar de cima, se o barco afundar você vai junto. Só a solidariedade salva: ou todos estão seguros, ou ninguém está.

Lição 3) Pense melhor em quem você elege para cargos executivos. Não adianta eleger Presidente, Governador, Prefeito fazendo arminha ou combatendo mamadeira de piroca e kit gay. Se os caras eleitos não souberem o que fazer lá onde você os colocou, periga até eles saírem às ruas em plena quarentena pra se aglomerar, cumprimentar fãs, tirar selfies e ajudar a espalhar o vírus, ou então pra dizer para a população que não vai dar nada, que se dermos uma banana pro vírus ele vai embora. Ou até as duas coisas juntas. Se eles não tiverem competência nem para identificar uma ameaça real, que dirá para montar uma operação de guerra, amarrando todas as pontas necessárias para não deixar isto virar uma tragédia maior, de políticas sanitárias preventivas, passando por um sistema universal integrado e seguro de saúde para acolher os doentes, até medidas de proteção às empresas e trabalhadores que serão afetados pela paralisação de muitas atividades.

Lição 4) Quer goste ou não deles, você novamente será salvo por algum cientista. Você pode até achar bonito combater a ciência, ser negacionista, terraplanista, antivacinista, militarista, dizer que as instituições públicas de ensino e pesquisa são aparelhos comunistas, mas na hora da verdade, se tem alguém que pode salvar a sua vida são os pesquisadores e pesquisadoras de universidades públicas, da Fiocruz, do Instituto Butantã, de todas aquelas instituições que têm sido achincalhadas e precarizadas nos últimos anos. São eles e elas que estão trabalhando hoje, silenciosamente, ao lado dos principais centros de pesquisa do mundo, para desenvolver medicamentos e vacinas contra este e outros vírus que ainda nos ameaçam. Sem eles, talvez nossa civilização até já tivesse sido dizimada. Então, pense melhor em para quem você rende homenagens. Quando uma ameaça de grandes proporções como essa nos acossar novamente, lembre-se, não são os milicos com fuzis AR-15 nem os pastores que vendem curas fáceis em troca da senha do seu cartão de débito que irão nos tirar desta enrascada, mais uma vez. São os cientistas, e em geral de instituições públicas”.

Então, vê se acorda! Mais do que reconhecimento público e aplausos de apoio aos profissionais de saúde, ele e todos nós precisamos de atitudes corretas.

Bestas humanas

Por Ronaldo Souza

“Do me a favor, speed it up, speed it up.” This is what U.S. President Donald Trump told the National Association of Counties Legislative Conference, recounting what he said to pharmaceutical executives about the progress toward a vaccine for severe acute respiratory syndrome–coronavirus 2 (SARS-CoV-2), the virus that causes coronavirus disease 2019 (COVID-19).

“Façam-me um favor, acelerem, acelerem”. Foi isso que o Presidente dos EUA, Donald Trump, disse ao National Association of Counties Legislative Conference, reportando-se ao que falou aos executivos farmacêuticos sobre o progresso de uma vacina para síndrome respiratória aguda-coronavírus 2 (SARS-CoV-2), o vírus que causa a doença do coronavírus (COVID-19).”

O artigo “Do us a favor”, de H. Holden Thorp, na Science, uma das mais renomadas revistas do mundo científico, começa com o parágrafo acima, que fala do pedido de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aos cientistas americanos (veja aqui  www.science.sciencemag.org/content/367/6483/1169).

Com seu artigo “Do us a favor”, o pesquisador americano respondeu à altura, batendo de frente com o presidente americano.

Em trechos do artigo, Thorp chega a dizer:

“Você atacou a ciência nos últimos 4 anos, cortou verbas, chamou os cientistas de mentirosos e agora quer velocidade? Ciência não se faz da noite para o dia”.

“Você não pode atacar os cientistas quando não gosta da ciência e cobra-los quando resolve que gosta e precisa deles”.

Você pode até não estar lembrado, mas já viu esse filme aqui no Brasil.

O corpo humano não aceita espaços vazios (exceção às suas cavidades naturais) e de alguma forma tende a preenche-los.

Em mentes pequenas, porém, deve haver um enorme espaço vazio reservado ao nada.

O material que eventualmente corrija essa falha não deve ser de boa procedência e é comum que crie transtornos mentais, alguns graves.

Apesar do retardo que surge nesse processo, essas mentes não perderiam completamente a cognição.

Entretanto, parecem guardar algum tipo de ressentimento, de mágoa.

Os tempos difíceis atuais se tornaram o caldo ideal para elas.

Houve então uma explosão surda e todas essas pessoas saíram do armário.

Estimulados diariamente pela autoridade maior do país, livraram-se de todas as rédeas e passaram a trotar com desenvoltura.

Muitos não só assumiram como se orgulham de exibir a ignorância até então contida.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=8crbVK4ZNnU&feature=emb_logo

Hoje, mais do que nunca, entende-se melhor Bertrand Russel: A estupidez se coloca na primeira fila para ser vista; a inteligência se coloca na retaguarda para ver”.

Pelo menos duas dessas mentes pequenas foram guindadas ao posto de presidente de dois dos mais importantes países do mundo; Estados Unidos e Brasil.

E entre os homens que ocupam esses cargos há mais semelhanças que diferenças.

Uma diferença.

Trump, todos já perceberam, é ignorante, tosco, mas não é burro.

Característica essa, a burrice, que é uma das mais marcantes no protótipo brasileiro, aliás, diga-se de passagem, uma cópia absurdamente inferior ao original, que já é o que é.

Semelhanças.

Deve-se reconhecer que Trump, à sua maneira, briga pelo seu país.

Ele põe os Estados Unidos acima de tudo e de todos.

Bolsonaro também.

Juntos pela mesma causa.

Os países da América do Sul já tinham fechado suas fronteiras por conta do coronavírus, menos o Brasil.

Diferentemente dos outros  países, o Brasil realmente não tinha porque se preocupar com uma “fantasia”.

Mas, foi surpreendente quando ficamos sabendo que uma fronteira brasileira já estava fechada; com a Venezuela.

Há quem diga que foi “orientação” da matriz.

Agora, o Brasil resolveu entrar no clube do bom senso e fechou os aeroportos para todos os países, menos para os… Estados Unidos.

Alguém aí ouviu falar de alguma razão especial para isso?

Ou seja, o Brasil “conseguiu” recuperar a sua tradicional subserviência aos Estados Unidos, tão ao gosto de alguns segmentos colonizados da sociedade.

O “você atacou a ciência nos últimos 4 anos, cortou verbas, chamou os cientistas de mentirosos…” é bastante conhecido entre nós, porque o protótipo brasileiro faz o mesmo com a nossa ciência.

Demitido da presidência do INPE por Bolsonaro, o Professor Ricardo Galvão foi considerado um dos dez cientistas mais importantes do mundo em 2019.

Sabe por quem?

Nature.

Homens assim são proibidos de viver no universo de Bolsonaro, onde habitam os seus sábios ministros e os seus superdotados filhos.

E essa é uma semelhança muito forte entre ambos. A inteligência e o conhecimento são sempre as primeiras vítimas dos idiotas.

Assumir o comando de qualquer coisa só faz potencializar a idiotia. Aí, o idiota se transforma num grande idiota.

O que esperar de um que eventualmente assuma o comando de um país?

Como a proporcionalidade é quase que uma lei da Natureza, que dimensões pode assumir a estupidez desse homem nessas condições?

Estados Unidos e Brasil, como Bolsonaro gosta de se gabar (para ele é o máximo, claro), por razões óbvias, não poderiam estar mais afinados.

H. Holden Thorp termina o seu texto com essa frase.

“But do us a favor, Mr. President. If you want something, start treating science and its principles with respect”.

“Mas nos faça um favor Sr. Presidente. Se o senhor deseja alguma coisa, comece por tratar a ciência e seus princípios com respeito”.

Se eu fosse um cientista e tivesse que me dirigir a Bolsonaro, usaria essa frase.

Infelizmente, porém, presidente Bolsonaro, não o faria com qualquer dose de esperança.

O senhor insiste em agredir a todos, pesquisadores ou não, e vai continuar a faze-lo.

O senhor é simplesmente incapaz de ter respeito por qualquer coisa.

Não lhe foi dada nenhuma possibilidade de ser uma pessoa civilizada.

Sequer um ser humano digno o senhor é.

Veja o que o senhor é capaz de fazer.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=15&v=hbIlTr33WN4&feature=emb_logo

Infelizmente, o senhor fez, faz e continuará fazendo coisas desse tipo.

Como também continuará estimulando os seus infelizes e obscuros seguidores a fazer o mesmo.

Seguidores que falam de amor e trazem Deus na ponta da língua, mas só para blasfema-lo.

Como falar de Deus e apoiar e defender sob qualquer circunstância um homem cuja alma guarda tanto desprezo, violência e ódio?

Como falar de Deus e apoiar e defender sob qualquer circunstância um adorador de torturadores de seres humanos?

Como falar de Deus e apoiar e defender sob qualquer circunstância um homem que faz questão de exibir a sua repulsa ao ser humano?

Impressiona a incapacidade dessas pessoas de verem o quanto estão doentes.

Presidente, ontem foi o dia do seu aniversário.

Não lhe desejo nenhum mal, não conseguiria.

Só desejo que algo, alguém, uma luz, uma onda positiva, uma fagulha divina, o que seja, minimamente melhore esse homem ruim e mau que o senhor é.

Há um ser doente, muito doente, dentro do senhor.

Um presidente incapaz que não consegue ver, um país sem rumo

Por Ronaldo Souza

Senhor presidente, mesmo sabendo da sua infinita capacidade de nada entender e saber, o que me ensina a ter dó e um pouco de paciência com pessoas assim, confesso que tentei alcançar o que o senhor teria pretendido dizer com esta frase; “Todos saberíamos que o vírus chegaria”.

Acho, tenho quase certeza, aliás, tenho certeza de que o senhor tentou dizer que “todos sabíamos que o vírus chegaria”.

Essa língua portuguesa, apesar de bela, é muito traiçoeira, não é mesmo presidente?

Tem gente que vive eternamente brigando com ela.

Presidente, se foi isso que o senhor tentou dizer, é verdade que todos sabíamos que o vírus chegaria.

Menos o senhor.

Mesmo sabendo da irresponsabilidade que o senhor demonstra todos os dias, se o senhor sabia que o vírus chegaria como conseguiu atingir esse nível de irresponsabilidade de ter a postura que vem tendo, de negligência, deboche e consequente desprezo pela vida de brasileiros que já estão morrendo e quem sabe quantos mais irão morrer?

Não pergunto que tipo de presidente o senhor é, até porque isso todos sabemos, mas que tipo de homem?

A sua baixeza já é por demais conhecida, mas como poderíamos imaginar que a sua desumanidade, ainda que também bastante conhecida, pudesse atingir níveis absolutamente incompatíveis com qualquer humano que habite a Terra, mesmo os mais primitivos, rudes, violentos e eventualmente “desumanos” dos primórdios da vida, mas que o foram por razões de sobrevivência.

Se o senhor sabia, presidente, como pôde ser tão ignorante e inconsequente ao desprezar as informações que lhe chegavam anunciando a gravidade do problema que agora está aí invadindo e transformando de maneira brutal as nossas vidas?

E tudo isso ocorre, senhor presidente, quando o SUS, respeitado no mundo todo e copiado por alguns países, sofre ataques bárbaros do seu governo.

Quem cuidará da população mais carente?

Claro que sei que o senhor e sua reserva selvagem de adoradores não estão preocupados com essa gente!

Mas o senhor faz ideia do impacto que terá essa parcela da população, que todos sabemos não é pequena, contaminada pelo coronavírus sobre a disseminação, intensificação e prolongamento desse mal que agora nos aflige?

O senhor tem alguma dúvida de que será responsabilizado por isso?

E ao participarem de forma irresponsável das manifestações do dia 15, como fizeram, os seus seguidores também serão.

O senhor consegue imaginar o que acontecerá quando os seus eleitores perceberem o que o senhor fez?

Por falar nisso, tem visto as últimas manifestações (os panelaços, particularmente)?

Alguém poderia imaginar que essas manifestações, ocorridas naqueles mesmos bairros das pessoas de bem, promovidas pelas mesmas pessoas de bem que votaram maciçamente no senhor, ocorreriam de novo, agora contra o senhor?

O seu desespero é grande e perceptível, ao ponto de ir para a televisão pedir que a sua reserva selvagem também faça panelaços a seu favor, atitude definida pela atriz Patricia Pilar como “uma das coisas mais indignas que vi”.

De fato, indigna e ridícula, porque protagonizada por um presidente da república.

Mas que não surpreende.

Senhor presidente, olha o que o senhor conseguiu fazer.

Conclamou a população a fazer manifestações contra os outros dois poderes, Legislativo e Judiciário, negou que fez isso e depois vai e faz outra vez, acintosamente dentro de um ambiente militar, e… nega outra vez. Continua mentindo dizendo que não fez!!!

Só mesmo a sua reserva selvagem para acreditar.

Mas, voltando ao panelaço.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, que não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo e gasta o dia ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas e ignora a Ciência.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência e ofende os pesquisadores.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores e chama uma pandemia de “fantasia”.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia” e desrespeita as orientações de cientistas, médicos e autoridades sanitárias do país.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia”, desrespeita as orientações de cientistas, médicos, autoridades sanitárias do país e estimula a aglomeração de milhares de brasileiros sob enorme risco de transmissão muito maior do vírus causador da pandemia.

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia”, desrespeita as orientações de cientistas, médicos, autoridades sanitárias do país e estimula a aglomeração de milhares de brasileiros sob enorme risco de transmissão muito maior do vírus causador da pandemia, brasileiros que o elegeram e que, como o senhor, dotados de grande capacidade intelectual, são agora potenciais vetores de contaminação da população brasileira (há quem não veja nisso não uma possibilidade, mas sim um fato concreto).

O que muitos não sabiam, por pura ignorância, é que elegeram um homem desequilibrado para ser presidente do Brasil, mas como ele não tem a menor capacidade de ser qualquer coisa, muito menos presidente de um país, ele não exerce o cargo, fica ofendendo, xingando, dando bananas para as pessoas, ignora a Ciência, ofende os pesquisadores, chama uma pandemia de “fantasia”, desrespeita as orientações de cientistas, médicos, autoridades sanitárias do país, estimula a aglomeração de milhares de brasileiros sob enorme risco de transmissão muito maior do vírus causador da pandemia, brasileiros que o elegeram e que, como o senhor, dotados de grande capacidade intelectual, são agora potenciais vetores de contaminação da população brasileira (há quem veja nisso não uma possibilidade, mas sim um fato concreto) e com o senhor serão responsabilizados, ainda que não penalizados, pelo que as famílias brasileiras ainda terão que enfrentar.

Resta-nos desejar que as famílias dos seus adoradores não sejam atingidas, até porque os pastores que as protegem estão profetizando a extinção do coronavírus, como fizeram no cercadinho do palácio diante do senhor e seus adoradores.

Presidente, todos sabíamos que o vírus chegaria, mas o senhor, não.

O senhor nada sabe.

Como disse aquele taitiano, de uma nação e povo tidos como desprezíveis por gente como o senhor, aquele ser menor, mas que o conhece muito mais do que os seus ignorantes sábios seguidores, “o senhor não é presidente mais…”.

Na verdade, presidente, o senhor nunca foi.

O senhor é um ser desprezível a quem, de forma desprezível, deram uma faixa de presidente.

Que o senhor desonra todo dia.