Globo cai no Panama Papers. UOL e Estadão escondem.

Globo no Panamá

Miguel do Rosário, no O Cafezinho

Quem descobriu primeiro foi o blog Amigos do Presidente Lula, cujo post transcrevo abaixo.

Um jornal holandês publicou matéria sobre o Panamá Papers, com várias referências à Globo.

Um amigo holandês que eu consultei, leu a reportagem, e me disse que ela fala em muitos anos de operações financeiras irregulares, através de paraísos fiscais, para pagar os direitos da Taça Libertadores da América. Parece que eram mais de 16 milhões de euros por ano, transferidos para uma offshore no Panamá, para que transferisse à empresa que intermediava os direitos do campeonato.

Um modus operandi muito similar ao que denunciamos sobre a sonegação da Globo em relação aos direitos da Copa de 2002.

Parece que a Globo vem a mesma coisa há muitos anos.

Agora que temos um ministro da Justiça, seria o caso de abrir uma nova investigação na Polícia Federal, mas tocado pela parte não golpista da PF, claro.

O link original da reportagem está aqui.

A Brigada Herzog irá traduzir a reportagem. Se você conhecer alguém que sabe holandês e quiser colaborar, envie um email para brigadaherzog@protonmail.com.

Os jornalistas brasileiros com acesso aos Panamá Papers são da turma do golpe, só querem usá-los para blindar a Lava Jato, num momento em que a operação sofre denúncias sérias de cometer todo o tipo de crime e ilegalidades.

***

No blog Amigos do Presidente Lula.

Panamá papers: Banco Holandês investiga lavagem de dinheiro em contratos com a TV Globo.

Os jornalistas investigativos holandeses que se debruçam sobre os arquivos do Panamá vazados da Mossack e Fonseca descobriram o que o jornalista Fernando Rodrigues “ainda não enxergou” no Brasil:

A TV Globo está citada na investigação de lavagem de dinheiro do De Nederlandsche Bank.

O texto está em holandês e a tradução automática não fica bem compreensível. Mas vamos começar a divulgar dentro do espírito do jornalismo colaborativo dos blogs que levaram à descoberta da mansão em Paraty – que a TV Globo não noticia – comprada também no esquema da Mossack Fonseca.

Pelo que deu para entender, trata-se de empresas offshores de fachada que intermediaram propinas para cartolas de futebol pelos direitos de transmissão da Copa Libertadores da América negociados com a TV Globo.

Segundo a notícia, os investigadores não veem lógica na intermediação dos direitos de transmissão feitos com a Globo, através de uma empresa que parece ser de fachada.

Esse assunto já está em investigação pelo FBI nos Estados Unidos mas o Panamá Papers parece confirmar alguns fatos e trazer novos elementos à investigação.

Algumas empresas citadas:

Torneos & Traffic Sports Marketing BV (T&TSM, empresa que assinou contrato com a TV Globo)

Valente Corp. (empresa offshore panamenha).

Arcos Bussiness (Empresa nas Ilhas Virgens Britânicas).

Spoart Promoções e Empreend. Artíticos e Esportivos Ltda. (Empresa brasileira de familiares de José Margulies, investigado no caso Fifa).

Em tempo: O Fernando Rodrigues também “não viu” os donos da mansão em Paraty até agora.

Brasil, o que nos espera? Com essa mídia e oposição, só o caos!

Janaina Paschoal em transe 8

Discurso histórico de Janaina Paschoal, musa do impeachment

Por Luis Nassif, Jornal GGN

Há alguns momentos únicos, na vida de um país, no qual um discurso, um evento, conseguem sintetizar de forma definitiva o momento.

A advogada Janaina Pascoal – uma das signatárias do pedido de impeachment de Dilma – conseguiu esse feito, no evento a favor do impeachment no Largo São Francisco.

O tom religioso, quase místico, a menção à cobra que voa e quer “dominar as nossas mentes”, que precisam ser libertadas pelas legiões enviadas do céu, sintetizam com notável precisão o lado mais obscuro das multidões que saíram às ruas babando ódio.

Há malucos em toda parte, radicais e histéricos em todos os lados, em momentos de polarização como o atual. Mas quando esse fervor místico bate nas lideranças, há algo de muito doente no ar. É quando o espírito das massas, aquela coisa horrorosa e disforme que exara violência, preconceito, fascismo, sobe e toma coração e mente das lideranças.

O impeachment agora, tem duas caras. No topo, a cara matreira de Paulo Skaf, Michel Temer e Eduardo Cunha. Na base, a sintese maior no exorcismo de Janaina Pascoal.

Será difícil encontrar uma mente sadia que se sinta à vontade em tal companhia.

Nos vídeos, algumas outras formas similares de conquistar corações e fígados.

Obs. do Falando da Vida – outros vídeos estão na matéria original. Você pode ver clicando nos links acima. O vídeo postado aqui foi editado de outra forma. É novo.

Sergio Moro incendiou o país ao divulgar grampos de Lula e Dilma, diz Marco Aurélio de Mello

Marco Aurélio de Mello

‘Me preocupa muito o dia seguinte’, diz Marco Aurélio Mello sobre eventual impeachment

por Patricia Comunello, no Jornal do Commercio

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que está em seu gabinete na sede da corte em Brasília, atende o telefone celular e responde sobre seu ânimo: “Eu vou muito bem, mas o Brasil, nem tanto”. Nesta entrevista exclusiva ao Jornal do Comércio, Mello mostra séria preocupação com os rumos do país, principalmente se vingar o afastamento da presidente Dilma Rousseff. E adverte para que não se venda à sociedade a imagem de que teremos “o conserto do Brasil no dia seguinte ao afastamento da presidente.”

Aos 69 anos, o ministro, que afirma que nem pensa em se aposentar, define que o STF vive seu momento mais agudo desde 1988. O magistrado reforça que a corte precisa focar o mundo técnico e jurídico (ao apreciar as razões do impeachment), mas reage ao desembarque do PMDB. “Não entra na minha cabeça que o partido que formou a chapa e tenha o vice-presidente simplesmente rompa com o governo. Não segue a ordem natural das coisas.” E vislumbra: “O movimento que está no contexto é o de substituição, sem dúvida nenhuma, da presidente da República”.

Jornal do Comércio – A presidente diz que impeachment sem fato ou crime de responsabilidade é golpe. O que o senhor acha disso?

Marco Aurélio Mello – Não analisamos no Judiciário o fato ou conotação política do processo, mas o aspecto jurídico, constitucional e legal, que envolve a existência de um fato jurídico que consubstancie crime de responsabilidade. Isso evidentemente pode chegar ao Judiciário, que é a última trincheira da cidadania. Temos de aguardar os desdobramentos e que todos tenham juízo e que haja um apego maior à ética.

JC – É o momento mais difícil do STF?

Mello – Desde a Constituição de 1988, sem dúvida nenhuma.

JC – Como o senhor qualifica estes tempos em que vivemos?

Mello – O Brasil está numa encruzilhada. Precisaríamos definir o rumo a tomar, a partir de fatos que precisam ser apurados, e sabendo de início que não estaremos com dias melhores após o afastamento da presidente da República. O que cumpre à Câmara dos Deputados é verificar se as causas de impedir representam crimes de responsabilidade e se estão provados os fatos. Agora precisamos aguardar, esperar. Me preocupa muito o dia seguinte, ou seja, o fato de a situação atual ser adversa daquela de 1992.

JC – No que é adversa?

Mello – No impedimento do presidente Fernando Collor de Mello não tínhamos os segmentos como hoje. A presidente, considerando o PT, tem. Lá havia um consenso, que se formou e escaneou o impeachment. Hoje em dia, não. O panorama que está no horizonte sinaliza conflitos futuros, e evidentemente o PT estará na oposição.

JC – O que pode acontecer?

Mello – Os segmentos antagônicos se defrontarem na rua, e aí teremos de ver se as nossas forças repressivas, representadas pelas polícias militares, são suficientes para controlar a situação. Se não forem, o último recurso estará na intervenção das forças armadas. Isso nós não queremos, não pretendemos…

JC – O senhor vê esse risco?

Mello – Não tenho a menor dúvida de que não temos ou que falta a compreensão dos interesses nacionais. Não há governança por falta de diálogo. Ou seja, a voz da presidente da República não ressoa no Congresso de forma positiva. Isso é muito ruim, porque os poderes são harmônicos e independentes, mas devem atuar em conjunto.

JC – Isso revela as fraquezas da democracia brasileira?

Mello – O modelo republicano, vencedor no plebiscito de 1993, funciona em outros países, mas precisa haver uma compenetração para se ter presente o coletivo de quem ocupa cargos públicos. Não dá para simplesmente potencializar o interesse individual ou o interesse simplesmente partidário e romper com o Poder Executivo, como o Legislativo acabou rompendo.

JC – O senhor se refere ao PMDB?

Mello – Falo dos partidos em geral, mas não entra na minha cabeça que o partido que formou a chapa e tenha o vice-presidente simplesmente rompa com o governo. Isso é para mim é impensável. Não segue a ordem natural das coisas.

JC – O que o partido pretende com isso?

Mello – O movimento que está no contexto é o de substituição, sem dúvida nenhuma, da presidente da República. Agora que não se venda à sociedade que há uma esperança possível de frutificar, ou seja, que teremos aí o conserto do Brasil no dia seguinte ao afastamento da presidente. O que nós precisamos é de negociação, que as forças que estão se digladiando sentem à mesa e vejam o que é melhor para a nacionalidade e combatam a crise que maltrata o cidadão comum, que é a crise econômica e financeira.

“Não entra na minha cabeça que o partido que formou a chapa e tenha o vice-presidente simplesmente rompa com o governo”

JC – Esse cidadão pode reagir?

Mello – Não, ele está muito apaixonado, passa a querer vísceras, sangue. Como o que foi divulgado em gravações e intercepções telefônicas antes da hora, infringindo a lei também, e o vazamento da delação do senador Delcídio Amaral. É hora de termos os pés no chão e atuarmos com racionalidade.

JC – Qual é a responsabilidade do juiz Sérgio Moro nessas divulgações?

Mello – Sou um entusiasta da atuação da PF, MPF, da magistratura, mas desde que façam de acordo com o figurino legal. Vou repetir a célebre frase de Rui Barbosa: ‘Fora da Constituição, fora da lei, não há salvação’.

JC – O juiz desrespeitou a Constituição?

Mello – Toda evidência da lei é muito clara. A lei determina o sigilo do que foi alvo da intercepção telefônica, principalmente se os fatos passaram a estar sob a jurisdição do STF. Mas aí ele potencializa, numa visão subjetiva e capacidade intuitiva, o interesse nacional e fecha a lei. Se o cidadão comum vazasse o alvo da intercepção, cometeria crime, segundo a lei de regência, mas o legislador não previu a possibilidade de um erro de quem julga.

JC – O juiz não pode ser punido como o cidadão comum?

Mello – Ele personifica o estado, teremos de aguardar o posicionamento das instituições. Fica muito difícil, pois a interpretação é um ato de vontade vinculado ao interpretar o ordenamento jurídico. Precisaremos aguardar os desdobramentos. Não estou julgando o colega, estou apenas dizendo o que proclamo no meu dia a dia no Supremo.

JC – As ‘escusas’ pedidas pelo juiz ao STF serão aceitas?

Mello – Não conheço as informações que ele enviou. Em tese, ele teria revelado um arrependimento. Não sei (se o ato) é perdoável. Os órgãos atuam mediante provocação, não sei se há um pedido em curso visando alguma glosa, tanto no campo administrativo como penal. Não sou o julgador do juiz Moro, não posso me pronunciar.

JC – Qual foi o momento mais agudo dessa crise recente?

Mello – A fogueira já estava com a chama muito alta e aí jogaram mais lenha com o vazamento da delação do senador Delcídio e depois a divulgação da nefasta conversa (Lula e Dilma). Aí se incendiou o País.

JC – Quem poderia fazer o papel de negociador?

Mello – Todos os deputados federais, senadores e a chefia do Executivo, mas é preciso ter vontade política para isso, o que parece que não há. A função do STF não é de conciliador ou mediador, (a corte) age por provocação, a partir da Constituição Federal. Além disso, já temos muito o que fazer.

JC – Parece que as pessoas não estão ligando muito para a Constituição.

Mello – Isso é histórico, desde Roma. O leigo quer vísceras e sangue e, neste contexto em que se sente ludibriado, a paixão prevalece. E isso não é bom na busca de um Brasil melhor. Esse momento revela que o senso democrático, às vezes, não prevalece. A nossa democracia ainda está em consolidação. A partir do momento em que a coisa degringole, que haja a babel, com depredações e vítimas no confronto entre segmentos antagônicos, e as forças repressivas sejam insuficientes, teremos que ter uma medida extrema, mas só neste caso.

JC – Os juízes têm de ser mais reservados em seu ofício?

Mello – Os juízes também são cidadãos, e a crítica técnica e científica tem de haver. A apatia não pode ser o mal da nossa quadra.

JC – Por que o juiz Sérgio Moro foi alçado a ídolo nas ruas?

Mello – Tenho para mim que ele é uma pessoa reservada. Somos carentes de valores e aí, quando surge alguém que, cumprindo o dever, se realça, é tido como herói, como foi também com o ministro Joaquim Barbosa.

Jornais se preocupam com articulações de Lula. Mas ele não estava “morto”?

Golpe e Demoiselles

Por Fernando Brito, no Tijolaço

Estadão, ontem, e Folha, hoje, mostram a preocupação do golpismo com as articulações políticas de Lula.

No Estadão, Lula faz de hotel em Brasília ‘QG da crise’; na Folha, Contra impeachment, Lula avança sobre ‘baixo clero’.

Quem é que iria conversar com um debilitado Lula, tratado como “piada” pelo sabido diretor de Redação da Folha?

A não ser os nossos transtornados jornalistas de matilha e a turma da “direita do Facebook” acha que é a oferta de cargos que Lula usa nesta rearticulação de duas fases: evitar o golpe do impeachment e, a seguir, recompor maioria parlamentar e normalizar o governo.

Conversa política, desde que o mundo é mundo, termina frequentemente assim. Mas jamais, salvo com Severinos Cavalcântis, começa assim.

A questão posta a eles é: estes senhores, acostumados a dois, três, quatro, eternos mandatos, o que ganham entrando num torvelinho de caos e instabilidade?

Porque, salvo os parceiros dos apetites aflitos de Cunha, quem é que acredita que Temer vai assumir o Governo e as coisas serenarão?

Derrubar Dilma pode reunir a maioria do Congresso, embora não provavelmente os 342 votos necessários a isso.

E depois?

Os miúdos terão vez, ante a disputa dos graúdos que vão se digladiar pelos nacos do poder?

O centro das decisões nacionais voltará a Brasília ou continuará em Curitiba e em alguns escritórios de luxo?

A “supremacia Cunha” terá forças para obter a anistia  e sobreviver?

Político algum e mais ainda os da pequena política gostam de ameaçar com o abismo mas não de se atirar nele. Não são jogadores de uma cartada só, de bola ou búlica.

Este é o argumento que lhes cala.

Depois de interlocutores pífios, como durante anos Dilma teve no parlamento, e de Jaques Wagner, que entrou para ser “um pouco de Lula”, agora é a incontestável autoridade pessoal do ex-presidente que entra como fiador.

O que ele lhes diz é: “Olha, estão jogando o navio nos rochedos e quando ele afunda, todos acabam morrendo”.

Pede ajuda para atravessar a arrebentação e, depois, para reparar a embarcação.

Do outro lado, as manifestações mostraram que não é um fenômeno Collor o que ocorre, que há rua com o Governo, como há contra.

Acordo contra o golpe, Lula garante.

Acordo pró-golpe, quem garante?

Temer, o traidor? Cunha, o réu? Do lado tucano, quem? Aécio, Serra, Alckmin?

Com o frenesi alimentar dos tubarões, os peixes pequenos pensam em si e sabem que as mandíbulas não os pouparão, se necessário.

Foi tarde, indesculpavelmente tardia a entrada em campo de Lula, já atingido pelos pontapés judiciais antes de começar a jogar.

Mas o que temem é que não tenha sido tarde demais.

“Não vai ter golpe!” – o grito de Salvador no show de Caetano e Gil

Caetano e Gil Salvador

Por Nathali Macedo, no Diário do Centro do Mundo

Uma boa tradução de baianidade – dentre as muitas possíveis e existentes – é cantar Luz de Tieta com Gil e Caetano no farol da Barra.

Pratiquei ontem esse celebrar baiano, quando me juntei a 150 mil pessoas – soteropolitanos, baianos do interior, sulistas, gringos, gente de todos os cantos, como é comum por aqui – que comemoravam o aniversário 467 anos de Salvador com o dueto majestoso de Caetano Veloso e Gilberto Gil (Chico, nós sentimos a sua falta).

Apesar da sonorização mal planejada que impedia que aqueles clássicos nos parecessem audíveis – o prefeito ACM Neto estava mais preocupado com fogos de artifício do que com uma sonorização decente – a energia da dupla amada foi suficiente para manter nossas mãos em riste e nosso coração suspenso.

Todas as gerações estavam ali, adorando Caetano e Gil, venerando não apenas a música, mas tudo mais o que ambos representam, e pondo em prática da maneira mais espontânea possível todo o respeito que a Bahia deve à dupla desde os Doces Bárbaros, desde o Tropicalismo, desde quando Caetano ainda era cabeludo e Gil fazia o inesquecível tributo a Bob Marley.

Salvador reverenciou os seus padrinhos, mas este não foi só um show de comemoração. Gritos de “Não vai ter golpe!” e “Odeio você, Cunha” nos lembraram, mais uma vez, que o Povo não dorme.

Quando um povo se manifesta – por livre e espontânea vontade – numa festa de largo, significa, no mínimo, que o sentimento que nos une em torno de um ideal democrático já nos é intrínseco, natural, visceral. Significa que nós somos o Brasil e finalmente nos conscientizamos disto – e ter essa certeza repentina num calor humano de 150 mil pessoas beira o inexprimível.

As figuras de Caetano e Gil não são só musicais, isso é óbvio. São, antes de tudo, a esperança de que a arte ainda está ao lado do povo.

Não são pastores de ovelhas perdidas – porque nós sabemos bem onde estamos pisando – mas são a nossa voz amplificada, são a resistência poética e não menos corajosa, eles são a Bahia e são os baianos.

Foi lindo comemorar o aniversário dessa cidade amada lembrando que um Brasil melhor se faz com resistência, com democracia e com arte – melhor ainda é lembrar disso com Three little birds (nada poderia ser mais simbólico para este momento).

A Globo não noticiará, mas não teve golpe na Bahia. Teve energia, baianidade, Luz de Tieta em um coro de 150 mil pessoas e uma voz que não se cala.

P.S Parabéns, Salvador. Seus filhos são lindos.

Moro desmorona. Documentos indicam grampo ilegal e abusos na Lava Jato

Moro e grampos ilegais

Nas últimas semanas, a operação Lava Jato levantou polêmica ao divulgar conversas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a atual presidente Dilma Rousseff (PT). Os questionamentos sobre a legalidade da investigação, entretanto, surgem desde sua origem, há quase dez anos. Documentos obtidos pelo UOL apontam indícios da existência de uma prova ilegal no embrião da operação, manobras para manter a competência na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sergio Moro, e até pressão sobre prisioneiros.

Esses fatos são alvo de uma reclamação constitucional, movida pela defesa de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, no STF (Supremo Tribunal Federal). A ação pede que as investigações da Lava Jato que ainda não resultaram em denúncias sejam retiradas de Moro e encaminhadas aos juízos competentes, em São Paulo e no próprio STF.

A reportagem ouviu nove profissionais do Direito, dentre advogados sem relação com o caso e especialistas de renome em processo penal, e a eles submeteu a reclamação constitucional e os documentos obtidos. Os juristas afirmam que a Operação Lava Jato, já há algum tempo, deveria ter sido retirada da 13ª Vara Federal de Curitiba, além de ter sido palco de abusos de legalidade.

O portal também questionou o juiz Sergio Moro sobre o assunto, mas o magistrado preferiu não se pronunciar.

(…)

A fase mais recente da Lava Jato trouxe denúncias de violações de direitos humanos — prisões temporárias prolongadas com o objetivo de obter delações premiadas. Durante este processo, presos teriam sido isolados, privados de encontros com seus advogados e até de banho de sol. Um parecer do Ministério Público Federal de junho de 2014 aponta a ilegalidade dessas práticas e pedem que sejam interrompidas.

(…)

Obs. Aqui estão somente trechos da matéria. Se quiser ler na íntegra clique aqui Noticias UOL

Pedras atiradas

Torcida de Ouro

Por Ronaldo Souza

Por razões nem sempre claras, é comum acontecer de alguém, ou um grupo, tornar-se alvo de ataques.

Por que razão não sei, mas talvez possa imaginar, Marcelo Santana, presidente do Bahia, tornou-se o alvo predileto de muitos.

De saída, o que preocupa muito, apesar de não surpreender, é que mais uma vez a imprensa é parte ativa nesse processo.

No caso, claro, a imprensa esportiva.

De modo geral, a da Bahia é fraca.

Muito fraca.

Um horror.

No recente episódio que envolve a transferência do jogador Vitor Ramos para o Vitória, acho que o presidente do Bahia cometeu um equívoco ao “se envolver”.

Não competia a ele qualquer ação mais direta. Faltou experiência outra vez.

Poderia ter sido mais discreto, digamos.

Errou e ponto final.

Pecado mortal?

Longe, muito longe disso.

Negar a ele interesse no episódio e atirar-lhe pedras, entretanto, reflete tão somente o que pode estar por trás e a hipocrisia que reina nos tempos atuais.

Não percamos de vista o fato de que ele é o presidente do Bahia.

Basta isso para gerar muitos sentimentos “anti”.

Já ouvi diversas vezes pessoas se definirem como anti-Bahia, postura bastante conhecida entre nós.

Nessas horas, a paixão sempre fala mais alto.

E não esqueçamos que paixão e ódio muitas vezes caminham lado a lado.

Consideremos alguns aspectos.

Por uma certa semelhança (dois times maiores e os demais com potencial bem menor, sem nenhum menosprezo), usemos os campeonatos do Rio Grande do Sul ou Minas Gerais como exemplos e imaginemos algumas situações.

  1. Se em qualquer um deles, Atlético ou Cruzeiro, Internacional ou Grêmio, estivesse na iminência de ser desclassificado do campeonato estadual, você acha que o outro, o rival, ficaria indiferente?
  1. Ele não estaria torcendo e com vivo interesse de que a eliminação se confirmasse?
  1. Pelo menos teoricamente, não seriam bem maiores as chances de conquista do campeonato sem o maior adversário?
  1. Um título de campeão estadual não conta pontos para o melhor posicionamento no ranking do futebol brasileiro e não significaria mais dinheiro para o clube, indiretamente ou não?
  1. Além disso, se a eliminação precoce também o afastasse mais uma vez da disputa de importante copa regional, não teria também nenhuma importância e não contaria na pontuação do ranking nacional?
  1. O afastamento dessa importante copa regional, ainda mais pela segunda vez consecutiva, não poderia enfraquecer o time ausente sob alguns aspectos, entre os quais o financeiro?
  1. Deseja-se isso por simples desejo ou porque o rival que permaneceu se fortaleceria de diversas formas, inclusive sob a ótica da questão financeira?

Deixemos de lado quaisquer outras considerações que possam existir.

Mas, como condenar o presidente de um clube por pensar nos interesses do clube?

Se o presidente do Bahia errou, e errou, não teria errado também o do Vitória?

Afinal, por estar diante de questão jurídica tão importante, não recairia sobre ele o peso maior, até pelo fato de ser reconhecido advogado?

Não recairiam sobre o departamento jurídico do Vitória importantes questionamentos sobre a real situação do jogador e o porque de tudo isso estar acontecendo, com eventuais claros prejuízos ao clube?

Não tendo uma coisa nada a ver com a outra, não foi irônico demais o presidente do Vitória ao falar que “só falta dizer que o Vitória deve sair da série A”.

Não seria passível de críticas por essa tentativa de fuga do real problema, que parece que já lhe incomodava, jogando uma cortina de fumaça com o que lhe pareceu ser interessante, jogar para a torcida “tripudiando” do intrometido adversário?

A quem ele se referia e por que com a citação à Série A?

Ora, ora.

No entanto, não vejo baterem no presidente do Vitória da mesma forma que fizeram e fazem com o do Bahia.

O que fizeram e estão fazendo com o presidente do Bahia dispensa comentários.

É tão somente mais um daqueles momentos que se aproveita para apontar o dedo acusador para um alvo já pré-determinado, quem sabe por motivos inconfessos.

A verdade é que a desimportância que aparentemente foi dada ao caso não se confirmou com o passar dos dias.

O julgamento incialmente marcado para o dia 30/03 (quarta-feira) foi adiado para 01/04 (sexta-feira) e na sequência para o dia 04/04 (segunda).

Alguém ainda tem dúvida de que realmente há algo errado?

Dispenso-me de comentários sobre a Federação Baiana de Futebol e seu presidente, por razões que me parecem óbvias, apesar de entender quem não as veja assim.

O que me é possível fazer é lamentar que o atual presidente da FBF ocupe o cargo há infindos anos e que lá permanecerá por outros tantos.

Pelas mesmas razões também me dispenso de qualquer comentário sobre a CBF.

Arrepia-me só o fato de a mencionar.

Sei que reportagens recentes da imprensa nacional já acusam e estranham a mudez e inércia dessas instituições do nosso pobre futebol.

Por tudo isso, não me surpreenderia nem um pouco se amanhã o jogador Vitor Ramos aparecer todo regularizado, como se nada tivesse ocorrido.

Seja, porém, qual for o resultado, todos, sem exceção, que bateram no presidente do Bahia perderam.

Falo sim para defende-lo, afinal ele é o presidente do meu time e ainda merecedor da minha confiança.

Mas falo muito mais como advertência à torcida tricolor.

Cuidado, muito cuidado com essas pessoas.

O seu time ainda é grande e o maior do Norte/Nordeste e por isso desperta muitos sentimentos.

Infelizmente, nem sempre os mais nobres.

E não se esqueça.

O Bahia sempre correrá riscos daqui em diante.

Há sempre um preço a pagar quando se enfrenta a vida com coragem.

Ao assumir a opção por alternativas que tentam sair das garras de quem patrocina a escuridão do futebol brasileiro, o Bahia vai pagar um preço.

E isso também me faz ficar do lado do presidente.

O afago do admirador: “Chico, aqui você recebe é carinho”

Golpe e Largo da Carioca

Multidão lotou o Largo da Carioca, no Rio de Janeiro, em defesa da democracia, contra o golpe

Por Adilson Filho, especial para o Viomundo

Foi bonito demais estar ao lado de tanta gente na praça, gente dançando, gente de punhos pro alto, dizendo qual o país que desejamos viver para continuar lutando por mais inclusão social e ampliação de direitos.

Estou um pouco emocionado ainda, sei que esse processo que mergulhamos no fim de 2014 está sendo duro pra muitos de nós, mas ontem foi uma recompensa e tanto. Mais um dia inesquecível em nossas vidas de luta.

A democracia é um bem inestimável, mas nunca a percebi como um fim e sim um meio — importantíssima para possibilitar, além do seu próprio aprimoramento, a luta por aquilo que há de mais urgente nas minhas prioridades como cidadão: justiça social.

Assim, sei o quanto me expus nas ruas e nas redes, ganhei antipatia, indiferença e talvez até inimizade de gente que gosto quando, desde o fim das eleições, abandonei um pouco a posição crítica, inclusive a minha participação no movimento social, para defender esse que muitos estão chamando de “governo indefensável” e que me machuca demais quando ouço.

Eu não sou petista, mas sou mais um dos que cresceram inconformados em ver fotos de crianças morrendo em cima de um prato onde só se via resto de calango misturado a um punhado de terra.

Que consegue, de alguma forma, imaginar a alegria de um pai de família quando chega em casa com a carteira assinada, sabendo que agora poderá garantir a refeição na mesa dos filhos, ou do orgulho que deve dar no porteiro do prédio que me viu crescer quando o encontro fazendo compras no mesmo lugar que frequento e que jamais pensou em entrar (sim, falo desse consumo que parte da esquerda e da academia tanto critica).

Eu não posso conceber jamais que uma pessoa que nasceu num país tão acentuadamente desigual cuja maior chaga, depois da escravidão, é a fome, alguém com todos os privilégios que lhe foram conferidos, feche os olhos para isso, ou se envergonhe de dizer, ou sequer perceba — como muitos que ouço dizer — que o combate à miséria foi “muito pouco”. Não, eu não posso. E, aí, eu agradeço aos meus pais, que não tiveram a oportunidade que me deram de estudar, mas que me educaram pra não esquecer nunca de quem tem menos do que eu, que está sendo oprimido e precisa de apoio na sua luta.

Esse golpe caminha para ser derrotado; as ruas desse país, lotadas de povo, deram mais uma vez o recado, mas quem é de esquerda já veio ao mundo sabendo que jamais terá descanso nessa vida.

A ameaça da volta da ditadura é apenas mais um episódio na guerra constante dos que querem manter privilégios à custa do suor do trabalho dos que lutam pra serem reconhecidos como cidadãos.

Todo santo dia há motivos de sobra pra nos indignarmos, darmos as mãos e lutarmos.

Voltando à normalidade democrática, é pressão no governo pelas reformas agrária, de mídia, tributária, etc e se unir, de alguma forma, à luta pela vida daqueles brasileiros que ainda vivem em permanente estado de ditadura, nas favelas e periferias do país.

PS: Sem querer tripudiar, mas alguns segundos antes de subir no palco Chico Buarque passou do ladinho deste humilde admirador, ganhou um chamego no braço, retribuiu com um sorriso e ouviu: “Chico, aqui você recebe é carinho”

O Waterloo de Sérgio Moro

Moro

Achava que podia voar e se esborrachou: Moro

Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

Está claro agora que Sérgio Moro enfrenta seu Waterloo.

Ele acreditou na Globo e achou que poderia voar. Só que se espatifou.

A contundente derrota que ele sofreu ontem no SFT na questão dos grampos foi um marco na mudança de sua imagem.

O juiz superstar de quem ninguém ousava falar por ele parecer simbolizar a luta contra a corrupção ficou para trás. Em seu lugar emergiu a figura de um juiz partidário, descontrolado e sócio da Globo na aventura macabra de destruir a democracia pelas vias jurídicas.

Moro cruzou as fronteiras do tolerável ao impor a Lula um depoimento coercitivo sem qualquer propósito que não fosse produzir um espetáculo circense na mídia.

Foi aí que vozes insuspeitas de petismo ou esquerdismo começaram a questioná-lo fortemente, o que não ocorria até então. Começava o que em inglês se chama de backlash – o refluxo dos elogios a Moro.

O juiz Marco Aurélio Mello se destacou aí. Depois de explicar didaticamente a aberração cometida por Moro ao coagir alguém sem antes convidá-lo a depor, Marco Aurélio zombou da miserável justificativa apresentada pelo ofensor.

Moro afirmou que agiu para “proteger” Lula. “Este tipo de proteção eu não quero para mim”, disse ele. Brasileiro nenhum quer.

O segundo passo em falso de Moro veio dias depois, quando grampeou e vazou para a Globo conversas telefônicas de Lula, algumas delas com Dilma.

Mais uma vez, não houve motivo nenhum que não fosse o de provocar alarido e o de levar inocentes úteis a acharem que Lula cometera mais um crime.

Pouco tempo depois, o próprio Moro confirmou isso ao dizer que Lula parecia saber que estava sendo grampeado pelo teor dos áudios gravados.

O que Moro disse é que nada do que se gravou de Lula era incriminador. Ora: por que, então, divulgar? Para posar de herói, para constranger Lula, para ajudar no golpe, ou por todas estas alternativas?

Fico com a última hipótese.

A imprensa silenciou, como era de esperar. Mas o STF, pelas mãos do ministro Teori, deu um basta a Moro.

Chega, passou do limite, acabou a farra: foi este o sentido do gesto de Teori de retirar Lula das mãos, ou garras, de Moro e reprovar categoricamente os grampos.

Moro foi intimado a explicar a invasão telefônica por Teori, e apresentou um pedido de desculpas tão patético quanto o de Lobão para Chico.

O desprezo com que as “escusas”, para usar a palavra pomposa de Moro, foram recebidas ficou patente na sessão de ontem do STF.

Teori foi seguido por todos os seus colegas, excetuado Gilmar, que estava numa viagem em Lisboa por motivos golpistas.

Fora dos círculos jurídicos, o ator Wagner Moura – sem nenhuma conexão com o petismo – disse o que muitos pensam mas poucos ousam dizer. Moro, segundo ele, se comporta como promotor, e não como juiz. E parece não ter noção da monstruosidade que é se deixar fotografar ao lado de políticos do PSDB.

Numa palavra, Moro cansou. Deu.

O Moro tal como se tornou conhecido, um colosso do bem, está morto.

Começou o caminho de volta rumo ao que ele é: um juiz provinciano cuja visão de justiça é atacar um lado só.

A farsa do 8 a 2. Moro perdeu foi de 10 a 0 no STF

STF e Folha golpista

Por Ronaldo Souza

A nossa gloriosa imprensa bem que tentou minimizar o problema, dando um “placar” de 8 X 2.

Mas não foi.

A goleada foi maior ainda.

Os dois votos contabilizados para Moro, dos ministros Marco Aurélio Mello e Luiz Fux, foram quanto à manutenção da investigação sobre Lula continuar com Moro e não na outra votação.

Fácil de explicar.

Uma vez que Lula ainda não é ministro, não teria foro privilegiado. Sem foro privilegiado, não caberia ao STF julga-lo.

Sendo assim, a investigação seria mantida com o juiz da República de Curitiba.

Essa foi a interpretação dos dois ministros. Esses foram os seus votos.

Dois.

Mas, o julgamento do juiz Sérgio Moro foi quanto a ilegalidade da sua atuação.

No plenário do STF estavam presentes 10 ministros.

Todos votaram reconhecendo como atos ilegais os procedimentos do juiz Moro, o campeão do combate à corrupção.

Mesmo após o ministro Celso de Mello, do alto do seu pedantismo e arrogância, ter antecipado o seu voto a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff a uma militante pró-golpe em um shopping center no fim de semana passado, ele se viu forçado a endossar a unanimidade do plenário do STF.

Celso de Mello e militante

Veja o que ele tinha dito na “entrevista” do shopping center, uma mancha irreparável na história do STF.

Como “o juiz Moro vem agindo de acordo com o que manda a legislação brasileira” se Vossa Excelência acabou de votar reconhecendo que ele desrespeitou a Constituição Brasileira?

Não é a Constituição Brasileira a legislação brasileira??? 

Esse é um dos problemas não percebidos nos tempos atuais.

A unanimidade é uma correnteza.

Ela arrasta os fracos, sejam eles pedantes e arrogantes ou não.

Ministro Celso de Mello, não tem como não relembrar do seu famoso diálogo com o jurista Saulo Ramos, retratado no livro dele, cujo título é ‘Código da Vida’. 

Celso de Mello e Josias de Souza

Vamos à história:

“… Sorteado para relatar o processo, Marco Aurélio Mello concedeu no mesmo dia uma liminar favorável à manutenção da candidatura de Sarney pelo Amapá. O caso escalou o plenário do tribunal. Sarney prevaleceu no julgamento do mérito. Para surpresa de Saulo, Celso de Mello votou pela cassação da candidatura. A meia-volta deixou-o embatucado. A explicação viria num novo telefonema do dono do voto. O diálogo vai reproduzido abaixo tal como se encontra no livro:

— Doutor Saulo, o senhor deve ter estranhado o meu voto no caso do presidente.

— Claro! O que deu em você?

— É que a Folha de S.Paulo, na véspera da votaçãoo, noticiou a afirmação de que o presidente Sarney tinha os votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando chegou minha vez de votar, o presidente já estava vitorioso pelo número de votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria votado a favor do presidente.

— Espere um pouco. Deixe-me ver se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo noticiou que você votaria a favor?

— Sim.

— E se o Sarney já não houvesse ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor dele?

— Exatamente. O senhor entendeu?

— Entendi. Entendi que você é um juiz de merda.

Saulo conta que bateu o telefone e nunca mais dirigiu a palavra a Celso de Mello. Morreu em 28 de abril de 2013 sem que o livro escrito cinco anos antes merecesse nenhum desmentido público do neodesafeto. Por ora, os dois Celsos —o que desafia as multidões e o que treme ante uma notícia de jornal— continuam coabitando o mesmo corpo”.

Esta história pode ser lida na coluna de Josias de Souza aqui.

Portanto, se todos os 10 ministros votaram contra o Sr. Moro, o placar foi 10 X 0.

Não deixou qualquer margem de dúvida de que o juiz Sérgio Moro rasgou a Constituição Brasileira

Para desgosto e desespero da Globo.

Não que a Globo sinta qualquer arrepio pelo rasgar da Constituição.

Não.

O seu desgosto e desespero decorrem da exposição do seu herói de plantão, o “Homem que Faz Diferença”.

É uma pena que somente agora o STF tenha se dedicado a analisar a ilegalidade dos atos do capitão Moro e, no caso, numa situação bem específica; o absurdo grampo sobre as conversas telefônicas, por demais conhecidas, e o absurdo maior ainda da sua divulgação, através do coincidente vazamento para a… Globo. 

Aliás, não é vazamento.

É linha direta.

O herói nacional se desnuda mais a cada dia.

E isso é um perigo.

Uma fera ferida é capaz de tudo para se salvar.