Os canalhas também envelhecem

FHC e degradacao moral

Há cerca de 22 anos ouvi de um professor a frase que dá título a esse texto e jamais a esqueci.

Não tenho nenhuma dúvida de que ele a ouvira em algum lugar e adotou.

Somente algum tempo depois percebemos, eu e mais três colegas, que ele próprio foi um dos grandes canalhas com quem tivemos oportunidade de conviver mais de perto por algum tempo.

Sem saber, ao dizer aquela frase, que até hoje nunca ouvi de outra boca, ele me ajudou a entender melhor gente como ele.

Vejo na imprensa a seguinte declaração de Fernando Henrique Cardoso:

“No passado, seriam golpes militares. Não é o caso, não é desejável nem se veem sinais. Resta, portanto, a Justiça. Que ela leve adiante a purga; que não se ponham obstáculos insuperáveis ao juiz, aos procuradores, delegados ou à mídia. Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas”.

Em uma matéria do Brasil 247, lê-se:

“Bem ao seu estilo de não comprometer-se diretamente com seus próprios atos – até hoje FHC não admite que teve qualquer responsabilidade no apagão energético ocorrido em seu governo -, Fernando Henrique não admitiu, inicialmente, que o pedido do parecer tivesse sido uma iniciativa de um funcionário do Instituto FHC. Mas foi descoberto”.

A matéria se reporta ao parecer do advogado tributarista Ives Gandra em que ele diz que “existem elementos jurídicos para o impeachment de Dilma Rousseff”.

Quem poderia esperar um parecer jurídico de tamanha leviandade de um advogado renomado aos 80 anos?

Importou-lhe saber que o seu parecer representa tão somente uma peça que se pretende incorporar ao planejamento do golpe do impeachment da presidenta que tomou posse há apenas 1 mês e sobre cuja integridade não paira nenhuma dúvida?

Ele sabe que o seu parecer tem somente esse objetivo.

Não lhe incomodou sequer a possibilidade de chamuscar a sua credibilidade pela contestação do seu parecer por outros profissionais, como já o fizeram vários advogados, entre os quais Fabio de Sá e Silva, Percival Maricato  e Tarso Violin, que definiu como ‘mais uma mácula no currículo do advogado’, não apenas por ser frágil, mas por não ter respaldo jurídico?

Justifica-o o valor pago, segundo a imprensa entre 100 e 150 mil reais, valor de cada parecer emitido por ele?

Descobriu-se, para espanto de todos, que foi o advogado de Fernando Henrique Cardoso,José Oliveira Costa, quem pediu o parecer ao advogado tributarista Ives Gandra.

O homem que, ao comprar votos de parlamentares, episódio denunciado pela imprensa à época, alterou a Constituição Brasileira para conseguir a reeleição.

O homem que promoveu a maior venda do patrimônio do povo brasileiro no episódio que ficou conhecido como “A Privataria Tucana”, sobre o qual também é farta a documentação que comprova a ilicitude das negociações.

O homem que quebrou o país 3 vezes e 3 vezes foi ao FMI de pires na mão.

O homem sob cujo governo o país sofreu o maior apagão de energia da sua história, com enormes prejuízos para a nação…

Deu para trabalhar de forma dissimulada e cínica contra a estabilidade democrática do país, a mesma pela qual imaginávamos que um dia ele lutou.

Sabe-se de há muito da corrosão de FHC pela vaidade e inveja, mas agora o ex-professor, ex-sociólogo, ex-presidente, ex-tudo, extrapolou.

Fernando Henrique Cardoso também envelheceu.

Ecos do vazio

Por Ronaldo Souza

Vocês são testemunhas de quantas vezes falei aqui sobre Rodrigo Constantino, Rachel Sheherazade (os dois estão no mesmo nível), Reinaldo Azevedo, Augusto Nunes e demais.

O “jornalismo” dos dois primeiros é de um primarismo chocante.

Por algumas razões, não vejo telejornais há alguns anos. O que vejo deles são os vídeos que postam em blogs e sites que costumo visitar.

Inclua aí o Jornal Nacional.

Confesso, porém, que nunca esperei que chegasse ao nível que chegou

Outro dia vi um desses vídeos de Sheherazade.

A linha de raciocínio era de fazer chorar qualquer garoto ou garota de 20 anos que seja um pouco ligado em questões sociais ou políticas.

Mas, apesar de já estar mais acostumado, não adianta, a vida sempre apronta e confirma que é uma caixinha de surpresas, como diriam os humoristas do grupo os Melhores do Mundo.

E eis que me deparo com um dos mais surpreendentes momentos de demonstração do nada que preenche um ser.

Não é a conhecida questão do copo meio cheio ou meio vazio.

Não há copo.

Simplesmente isso. Sequer existe um copo.

É o vazio que preenche o vazio.

“Deveríamos construir mais prisões, mesmo que isso significasse menos escolas”.

Esta é a mais nova declaração do amigo do Pateta.

Ele mesmo: Rodrigo Constantino.

Eles, sim, eles, porque representam um universo crescente, não têm a menor ideia das correlações que existem na vida.

São cuspidos no mundo em estado bruto.

Em estado estúpido

Nada sabem sobre causa e efeito.

Pior.

Invertem essa relação.

Quando todo o mundo cobra das suas autoridades maiores investimentos na educação porque é a forma mais consistente de enfrentar a violência, diminuindo-a, Rodrigo Constantino encoraja a construção de presídios, não de escolas.

Nada mais é do que a ignorância absoluta que reina no mundo povoado pelos Constantino, Sheherazade e seus seguidores nessa vida inculta, incauta e inglória.

Talvez não inglória porque no fundo há uma gloria.

Disseminar a estupidez.

Dói saber que professores Brasil afora são seus seguidores. 

O poder inocente

Por Ronaldo Souza

Essa pergunta deveria ser totalmente desnecessária, mas como muita gente perdeu a noção da realidade e do que verdadeiramente acontece no país, vou faze-la.

Será que alguém acredita que a Globo não está completamente envolvida nesse escândalo que está estourando na FIFA?

Quem manda no futebol brasileiro há mais de 30 anos?

Quem sempre teve a exclusividade das Copas do Mundo, campeonatos brasileiros, Copa do Brasil, campeonatos estaduais, Libertadores da América…?

Como isso foi conseguido?

Em sorteios de quermesse?

Ninguém lembra mais o que a Globo fez para ganhar a exclusividade na transmissão dos campeonatos brasileiros de 2014, 2015 e 2016?

Ninguém lembra mais que a proposta financeira da Record à CBF era muito maior, a Globo reconheceu e se declarou fora da licitação?

Ninguém lembra mais o que a Globo fez para conseguir, como conseguiu, os referidos campeonatos?

Aqui na Bahia, alguém lembra quem ficou ao lado da Globo?

Bahia, Vitória e a Federação Baiana de Futebol.

Quem eram os presidentes de Bahia e Vitória?

O do Bahia, o Sr. Marcelo Guimarães Filho e o do Vitória, o Sr. Alex Portela, hoje representante da CBF para o futebol do Nordeste. O nome do eterno presidente da FBF, apesar de eterno, eu não sei.

Uma curiosidade.

Alguém lembra quem era o presidente do Cruzeiro, um dos mais ferrenhos defensores da Globo e que esteve à frente desse processo?

Zezé Perrela!!!

É, aquele mesmo, o do helicóptero, o grande amigo de Aécio.

Por falar nisso, você conhece a relação do PSDB com a CBF e a Globo? Pergunte a Juca Kfouri que ele lhe diz.

Todos os presidentes dos clubes brasileiros foram abandonando o barco da maior proposta e foram passando para a outra margem do rio.

O único presidente que ficou até o final tentando segurar o barco foi o do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil.

Mas, o que se pode fazer sozinho?

Lá, na outra margem do rio, quem já estava à espera com a festa pronta?

A Globo.

Em algum momento a mídia brasileira fez qualquer tentativa de informar aos seus leitores-ouvintes-telespectadores sobre o que estava se passando?

Por exemplo.

Se os clubes passam por enormes dificuldades financeiras, por que a nossa querida imprensa não orientou os amantes do futebol (estou falando dos amantes do futebol e não dos “retirantes” do futebol, aqueles que só retiram dele) a fazer uma simples reflexão:

– Por que o presidente do meu time recusou uma proposta que dava mais dinheiro e aceitou a outra, bem menor?

Mas desde quando boa parte da imprensa se preocupa, de fato, com o torcedor?

A Globo agora não pensa em outra coisa que não seja demitir o “rei do futebol na Globo”, como é conhecido o seu diretor Marcelo Campos Pinto, numa tentativa de mostrar que ela, Globo, não sabia de nada.

Que é tudo culpa dele.

Será que ainda consigo encontrar alguém capaz de fazer conexões para perceber que a Globo dizer que não sabia de nada remete a um episódio recente, bem recente?

Será que alguém consegue perceber o que isso de fato significa?

Lembra que Joaquim Barbosa usou um termo jurídico para condenar José Dirceu e Genoíno no mensalão?

Você é capaz de lembrar qual foi?

Já ouviu falar da Teoria do Domínio do Fato?

Joaquim Barbosa usou o Domínio do Fato, criado pelo jurista alemão Claus Roxin, para dizer que não tinha como Dirceu e Genoíno não saberem do que se passava nas transações do PT.

Um dos ministros, salvo engano, Marco Aurélio de Mello, tentou contestar o uso da teoria, quando Barbosa, no seu estilo democrático, interrompeu, negou e disse que estava correto. E fim de papo.

Claus Roxin esteve no Brasil, fez palestra e deu entrevista à Folha duas semanas antes das eleições para prefeito de 2012, exatamente no período do julgamento.

Negou tudo que Joaquim Barbosa tinha dito, ou seja, desmascarou-o aqui “dentro” do país dele (será que os inocentes do Leblon sabem disso?). Era mais um momento em que as limitações do conhecimento jurídico de Joaquim Barbosa vinham à tona.

Mas, porém, todavia, entretanto, a Folha só publicou a entrevista duas semanas depois das eleições (sou fã da nossa imprensa).

Não adiantou; Fernando Haddad foi eleito assim mesmo.

Quem mais blindou Joaquim Barbosa?

A Globo.

Foi dela que veio toda a proteção a ele nos descaminhos dos absurdos jurídicos que ele cometeu (claro que não sou eu quem diz isso; são juristas).

Você é capaz de reconhecer alguma ligação com o prêmio de homem do ano 2013 da…Globo?

Alguma com o juiz Sérgio Moro pelo mesmo prêmio em 2014?

Quem mais adubou o terreno do Domínio do Fato, artifício utilizado por Joaquim Barbosa?

A Globo.

O que faz ela agora?

Quer atribuir toda a culpa da corrupção a Marcelo Campos Pinto, o seu a-essa-altura-ex-todo-poderoso-diretor.

Segundo a Globo, quem fez todas as maracutaias com a CBF foi Marcelo Campos Pinto.

Mas, gente, a Globo não sabia de nada???

Já viram os valores? Milhões e milhões de reais.

De forma bem simples, bem elementar, bem primária:

Quem dava o dinheiro a Marcelo Campos Pinto para fazer os “contratos”?

Como em tudo que se envolve, nas mãos da Vênus Platinada a Teoria do Domínio do Fato se transforma na Teoria do Domínio da Canalhice.

Só que Marcelo Campos Pinto já disse que se o demitirem ele vai entregar tudo.

Demitido ou não, já entregou.

E você!

O que acha?

McDonald’s e Subway também sabem fazer pizza. Quando querem

  

Por Ronaldo Souza

Há muito o que investigar e mostrar.

Porém, será que ainda pode existir algum tipo de dúvida quanto ao envolvimento da Globo?

Por si só, o seu desespero não a denuncia? 

Só tem uma coisa.

Se depender da Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário brasileiros, a Globo continuará dormindo em berço esplêndido e tendo sonhos maravilhosos com as próximas Copas do Mundo, campeonatos brasileiros…

Já se pode ver e ouvir muita bobagem.

Desde quando Romário é sinônimo de credibilidade?

Para ficar só em uma possibilidade.

Romário e Eurico Miranda.

Digamos que o notório presidente do Vasco estivesse de alguma forma envolvido nesse caso da Globo.

O que faria Romário?

Nada.

Justiça se faça, porém.

Eurico Miranda é um horror, uma tristeza para o futebol brasileiro, mas já denunciou esse esquema da Traffic há quase 17 anos atrás, aliás uma das razões do ódio da Globo por ele.

Aqui pra nós, você acredita realmente que Romário vai entrar na pequena área da Globo???

Se acredita, não vá para a arquibancada. Vá para o lounge. Como é bem mais confortável, você se cansará menos por ficar esperando um lance que não acontecerá.

Hoje, a desenvoltura do Baixinho na área em determinados jogos só se dá se não houver risco de contusões. Não esqueça que Romário quer ser prefeito do Rio. Pelo menos até lá ele não pode se machucar.

Como sempre, os Estados Unidos, o xerife do mundo, está movido única e exclusivamente por uma coisa; seus interesses.

Quando satisfeitos, tudo continua exatamente como está. É um país que tem enorme interesse pelos seus interesses. Nada mais.

Quando contrariados acionam o seu poder e capacidade de invadir o país, qualquer que seja ele.

Mesmo não sendo da sua competência, até porque como xerife do mundo nada está fora do seu alcance, se entenderem que o consórcio Globo-CBF fere os interesses americanos, entram aqui sem a menor dificuldade.

E, como sempre, terá ajuda interna.

Dessa vez, porém, por razões óbvias, a ajuda interna não virá da Globo, eterna entreguista e cuidadora dos interesses americanos.

O que, você não acredita, isso é uma elucubração?

Os fatos estão disponíveis, inclusive documentados.

Vê quem quer.

É histórico o entreguismo da nossa elite.

Resumindo.

Se os Estados Unidos quiserem, entram aqui e estouram Globo e CBF.

Meu palpite!!!

Lamentavelmente, não vai dar em nada.

Os EUA não tem nenhum interesse em detonar a Globo.

É isso que se conhece como sistema.

Quem o controla não tem nenhum interesse em destruí-lo.

Só mais uma coisinha.

Pode ser que fique difícil pegar a CBF sem pegar a Globo.

Aí a Globo dança.

Morrerá nos braços do seu criador.

Bandeira de Mello: ‘O maior inimigo do Brasil é a mídia brasileira’

Só para esclarecer, Bandeira de Mello é um dos maiores e mais respeitados juristas brasileiros.

 

Você nunca vai vê-lo como um daqueles “especialistas” que estão sempre de plantão para dar entrevista na Globo para dizer que a inflação está descontrolada, que a Petrobras já quebrou, que 2014 foi o ano mais quente do Planeta porque aparelho de ar condicionado está muito caro no Brasil, que Everton (jogador do Cruzeiro) foi jogar na China por culpa de Dilma, coisas assim.

 

Há alguns anos digo que a Globo representa o grande mal para o Brasil. Os outros (Veja, Folha, Estadão…) não se sustentam sozinhos; alguns já estão quebrados.

 

O Sistema Globo de Comunicação se sustenta graças à televisão, mas esta também vai mal, tem futuro sombrio. A notícia mais recente é de que perdeu 40% da audiência nos últimos 10 anos. Nenhuma empresa se segura por muito tempo nessas condições. E concorrentes como Google, Netflix, Amazon… estão chegando.

 

O vídeo original dessa matéria tem 51:37 minutos. Como muitos não iam querer ver por achar longo, fiz uma edição com 5:37 minutos para vermos a parte em que ele fala da imprensa. (O vídeo completo está aqui https://www.youtube.com/watch?v=eHa6Bpt-7XQ).

 

Bandeira de Mello: ‘O maior inimigo do Brasil é a mídia brasileira’

 

Por Lilian Milena, no Jornal GGN http://jornalggn.com.br/noticia/bandeira-de-mello-o-maior-inimigo-do-brasil-e-a-midia-brasileira  

 

Ele é considerado um dos expoentes do Direito Administrativo no Brasil, é a quinta geração envolvida com o mundo jurídico na sua família, começou como professor da Faculdade de Direito da PUC, onde mais tarde se tornou vice-reitor acadêmico. Aos 78 anos acumula os títulos de professor honorário da Faculdade de Direito da Universidade de Mendoza, na Argentina; da Faculdade de Direito do Colégio Mayor de Rosário, em Bogotá (Colômbia), membro correspondente da Associação Argentina de Direito Administrativo, membro honorário do Instituto de Derecho Administrativo da Faculdade de Direito da Universidade do Uruguai, professor extraordinário da Universidade Notarial Argentina e membro titular de seu Instituto de Derecho Administrativo e professor titular visitante da Universidade de Belgrano – Faculdade de Direito e Ciências Sociais, também da Argentina.

 

Estamos falando de Celso Antônio Bandeira de Mello, que em entrevista concedida ao jornalista Luis Nassif, no programa Brasilianas.org (TV Brasil) reconheceu a necessidade de uma reforma no poder judiciário. Para ele, os ministros do Supremo Tribunal Federal deveriam ocupar o cargo por no máximo oito anos. Hoje, o cargo é vitalício.

 

“Uma ministra do Supremo [Tribunal Federal] me disse, não faz muito tempo: ‘tanto nos chamam de excelência que a gente acaba pensando que é mesmo’”. Segundo o professor, a ministra em questão se referia à necessidade de se estabelecer um limite para os mandatos no STF.

 

Ele ponderou que o conservadorismo ainda é um dos elementos que atrapalham o aprimoramento das relações entre o poder judiciário e o cidadão comum.  E criticou severamente a imprensa brasileira. “Eu considero que o maior inimigo do Brasil, o mais perigoso inimigo do Brasil, é a mídia brasileira e do jeito que ela é”.

 

E explica: “Fala-se muito em liberdade de imprensa como sendo uma coisa importante por uma razão óbvia: onde é que nós recebemos informações sobre o Brasil e sobre o mundo? É pela mídia. Logo, se ela nos der uma informação truncada, orientada, encaminhada para valorar certas coisas e desvalorizar outras, o que nós brasileiros vamos ter dentro da cabeça?”. Bandeira de Mello defende o aumento do nível cultural da população para se contrapor aos efeitos deletérios da imprensa.

 

Durante o debate, o professor abordou a histórica polarização entre a Faculdade de Direito da USP “Largo de São Francisco” e a Faculdade de Direito da PUC; falou das suas principais influências e críticas em relação ao julgamento da Ação Penal 470.

 

“Estava tão indignado com a decisão do Supremo. Isso me fez pensar que, se eu vivesse de renda, fecharia meu escritório no dia seguinte, não admitiria reedição mais de livro nenhum meu, porque o direito acabou”, declarou.

 

Bandeira de Mello pontuou, ainda, que o direito administrativo brasileiro é, historicamente, autoritário quando deveria ser literalmente o oposto. “O direito administrativo nasceu exatamente [durante a constituição] do estado de direito, com o esforço para a contenção dos poderes do estado e valorização do cidadão”. E foi esse princípio que procurou, junto com Geraldo Ataliba, inspirar no curso de especialização de direito administrativo da PUC, realizado durante a ditadura militar. Ele conta que objetivo das aulas era o de questionar “todas as manobras que levavam o poder a querer se prevalecer sobre o cidadão”. O curso chamou a atenção dos órgãos de repressão, mas não chegou a ser fechado.

 

“Nesse período éramos alertados para ter cuidado, porque falávamos muita coisa. Mas eu tinha um realismo sutil de saber que eu não tinha importância suficiente para ser preso”, ironizou. Com o final da ditadura militar, se alastrou no Brasil um movimento para a construção de uma nova Constituição Federal. Como advogado, Bandeira de Mello colaborou com o PMDB. “Mas foi uma assessoria inútel. Os deputados não queriam ser assessorados, foi uma coisa figurativa”.

 

Ainda assim conseguiu emplacar o Artigo 37, que legisla sobre a administração pública no país. “Não está exatamente nos termos que eu encaminhei para ele”, se referindo ao então líder do PMDB no Senado Federal, Fernando Henrique Cardoso. Bandeira de Mello ressalta que, décadas mais tarde, já como presidente, FHC “fez o possível e o impossível para tentar mutilar a constituição”, dizendo-se ingênuo por um dia ter admirado o ex-presidente.

 

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UNAERP

Por Ronaldo Souza

A vida não é linear.

Dizendo isso, não poderia ser mais óbvio.

Mas o óbvio nem sempre é tão óbvio, muito menos ululante, como diria Nelson Rodrigues.

Talvez uma coisa que explique, quem sabe justifique, a não obviedade óbvia, permitam-me a redundância, e a não linearidade das coisas seja a forma de ser, de pensar, de agir de cada um.

Projetem isso para um universo maior.

Uma cidade, um estado, um país.

Quantas coisas podem ser completamente diferentes a depender de quem somos e de onde estamos.

Mas isso não importa.

O pragmatismo, palavra tão na moda, dá as cartas.

E a nossa interpretação dos “fatos” tende a ser simplista.

Tomemos como exemplo todos os que fizeram, fazem ou farão uma pós-graduação “fora de casa”.

Será que sofrem?

Se isso ocorre, quanto sofrem por, “sozinhos”, enfrentarem um dia-a-dia que não é o seu?

A vida muda.

Quem são essas pessoas?

Onde estão meus pais?

Meus irmãos?

Minha família?

Meus amigos?

Meu chão?

Meu Deus, o que estou fazendo aqui?

Todos têm que enfrentar.

Só os fortes vencem.

Mas quem criou essa frase?

Terá sido de fato um forte?

Terá vivido essa ou qualquer outra realidade mais dura?

Terá percebido que muitas vezes a objetividade e o pragmatismo, ao atropelarem a subjetividade das coisas, podem matar o ser que reside em cada um de nós?

Para onde irá o mundo sem o homem, o ser pensante?

Não somos absolutos.

Somos relativos.

Há sim choques consideráveis nessa realidade.

Aos 55 anos me vi em Ribeirão Preto para fazer doutorado.

Outro mundo.

Meu Deus, onde estão…?

Que sorte.

Fui bem acolhido, muito bem acolhido.

Tenho uma dívida de gratidão com a UNAERP.

Mas, sobretudo, com as pessoas que estão à frente dela.

No início, sob a coordenação do Prof. Manoel Damião de Sousa Neto e na sequência de sua esposa, Profa. Yara T. Corrêa Silva Sousa.

Aprendi muito.

Agradeço a todos os professores, mas, pela maior convivência, permitam-me os demais citar particularmente esses: Antonio Miranda da Cruz Filho, Edson Alfredo, Luiz Pascoal Vansan, Ricardo Gariba Silva, Silvio Rocha Correa da Silva e a funcionária Dona Cecília Maria Zanferdine.

Falhei em alguns momentos?

Sem dúvida.

Aos 55 anos não se brinca com a vida, muito menos com as chances que ela lhe dá.

Mas, como sabemos, a vida não é linear.

Ela muda sem lhe avisar ou pedir permissão.

Mudanças muitas vezes incompatíveis com “aquele” momento.

Mas desde quando a vida é sempre regida pela razão?

Acontecimentos dos mais simples aos mais complexos, que mudam o que foi planejado.

Mas tive compreensão e apoio.

Profa. Yara, permita-me fazer um agradecimento especial pela sua gentileza e educação que, aliadas à seriedade e competência, fazem da senhora uma pessoa especial.

Não há como esquecer.

Fica aqui a minha gratidão.

Plano de voo

 
Por Ronaldo Souza
 
Quando vi a postura do PSDB, particularmente quando li os depoimentos de Aécio e Marcus Pestana sobre a citação do ex-governador de Minas e agora senador pelo PSDB mineiro, Antonio Anastasia, na Lava Jato, de imediato comecei a escrever um texto e o postei aqui com esse título:
 
"Palavra de bandido virou critério de verdade?"
 
Veja alguns trechos. 
 

“Os principais delatores são Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.

Estão fazendo as delações como bandidos confessos que querem atenuar as penas.

Com “munição” deles, a revista Veja, também conhecida como detrito sólido de maré baixa, fez aquela manchete de capa no segundo turno para derrubar Dilma; “Eles sabiam de tudo”, lembra?

Até agora eram tratados pelo PSDB e pela imprensa como fontes fidedignas, as mais confiáveis que podem existir. Tudo que disseram do PT é verdade, não é assim?

Só para reforçar; são bandidos que estão presos e estão tentando aliviar a barra deles.

Diante do depoimento do policial, o que faz o PSDB?

"Palavra de bandido virou critério de verdade?"

Dois bandidos confessos, presos há meses, que já se prontificaram inclusive a devolver os milhões que roubaram, são homens íntegros, de cuja palavra ninguém duvida.

Um membro da Polícia Federal, comandada por um ‘herói’ brasileiro, que os prendeu, agora é um bandido e não se pode confiar na sua palavra, afinal ninguém confia em palavra de bandido.

… Anastasia é inocente.

Tenho absoluta certeza de que a sua inocência será comprovada e o PT não conseguira ‘nivelar por baixo’.

Ele é do PSDB.

Amigo de Aécio.

Basta isso”. 

Há muito tempo já me acostumei com a canalhice da oposição e da imprensa, o que não quer dizer que não fico indignado.

A minha perplexidade não reside aí.

Os espasmos de indignação de alguns jornalistas que compõem a imprensa, ainda que sejam como são os espasmos, esporádicos, parecem querer mostrar que ainda há alguma isenção, algum discernimento, que em alguns casos talvez não se manifestem mais frequentemente por razões profissionais, como a necessidade de preservar o emprego, por exemplo.

É, pelo menos em parte, compreensível e, quem sabe, aceitável.

Mas, fugindo um pouco da sua definição, que implicaria em episódios que se repetem com alguma frequência, não se consegue perceber um único espasmo de discernimento em alguns segmentos da sociedade.

Enquanto na imprensa percebem-se, ou quem sabe seja mais correto dizer, manifestam-se esses momentos de lucidez e discernimento, entre esses segmentos aos quais me referi, nada acontece.

Não há como fugir da expressão manada.

Forma-se uma manada em que nenhuma rês conservou o instinto e a ousadia de se desgarrar, como às vezes ainda se vê no cinema ou na televisão.

É o pensamento único.

Alguém diz.

Ninguém ousa.

Todos fazem.

Na sua revoada, os tucanos arrastam milhares de aves para voos baixos.

Muito baixos.

Por isso não conseguem mais ver o firmamento.

Onde estão as estrelas.

"Palavra de bandido virou critério de verdade?"

Por Ronaldo Souza

Você sabe quem disse isso?

Marcus Pestana, presidente do PSDB de Minas.

Sabe por que ele disse?

Vamos lá no começo da história.

O policial Jayme Alves de Oliveira Filho, da Polícia Federal, disse no seu depoimento do dia 18 de novembro na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, que, entre 2010 e 2014, entregou dinheiro a políticos e representantes de empresas a pedido do doleiro Alberto Youssef e citou entre eles Anastasia.

Ou seja, o ex-governador e agora senador mineiro pelo PSDB está na lista de citados na Operação Lava Jato.

Observe que só agora, quase dois meses depois, isso veio à tona.

O que fez o PSDB?

O de sempre.

Partiu para a desqualificação.

Segundo o PSDB, o policial não passa de um "meliante de quinta categoria" que está tentando fazer uma armação para prejudicar o PSDB.

Em nota divulgada no Facebook, o senador Aécio Neves afirmou que o autor do depoimento, um ex-operador do doleiro Alberto Youssef, faz parte de uma "farsa" para "intimidar e constranger a oposição".

De quem é a culpa?

Claro, do PT.

Eles temem os efeitos colaterais do episódio e já estão dizendo que o PT vai querer “nivelar por baixo”.

Agora me acompanhe que vou tentar construir uma linha de raciocínio.

Por uma estranha coincidência, os vazamentos dos depoimentos que, diga-se de passagem, são sigilosos, só ocorrem com nomes ligados ao PT.

O que se confirma agora. O depoimento do policial foi no dia 18 de novembro e só agora veio à tona.

Quem está fazendo as delações?

Os principais delatores são Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef.

Estão fazendo as delações como bandidos confessos que querem atenuar as penas.

Com “munição” deles, a revista Veja, também conhecida como detrito sólido de maré baixa, fez aquela manchete de capa no segundo turno para derrubar Dilma; “Eles sabiam de tudo”, lembra?

Até agora eram tratados pelo PSDB e pela imprensa como fontes fidedignas, as mais confiáveis que podem existir. Tudo que disseram do PT é verdade, não é assim?

Só para reforçar; são bandidos que estão presos e estão tentando aliviar a barra deles.

Diante do depoimento do policial, o que faz o PSDB?

"Palavra de bandido virou critério de verdade?"

Aí fiquei perdido.

Dois bandidos confessos, presos há meses, que já se prontificaram inclusive a devolver os milhões que roubaram, são
homens íntegros, de cuja palavra ninguém duvida.

Um membro da Polícia Federal, comandada por um herói brasileiro, que os prendeu, agora é um bandido e não se pode confiar na sua palavra, afinal ninguém confia em palavra de bandido.

Manchetes escandalosas com o nome de Anatasia. Você viu?

Reportagens no Jornal Nacional mostrando o quanto ele é corrupto. Você viu?

Reportagens no Jornal Nacional e nos demais mostrando o quanto o partido dele, PSDB, está envolvido em escândalo de corrupção. Você viu?

Anastasia é inocente.

Tenho absoluta certeza de que a sua inocência será comprovada e o PT não conseguira “nivelar por baixo”.

Ele é do PSDB.

Amigo de Aécio.

Basta isso.

Belas

Por Ronaldo Souza

Não só tiveram grande repercussão os comentários de Miriam Leitão e Cora Ronai sobre a roupa e até a forma de andar de Dilma, como também, como era de se esperar, estimularam outras opiniões inteligentes e sensatas.

Soube que nas redes sociais foi grande o alvoroço.

Nenhuma surpresa.

Afinal, fui informado de que há pouco tempo houve também muitos comentários sobre a feiura dos dentes de Dilma.

Havia aí uma diferença.

Os comentários foram feitos por… dentistas.

E me disseram, entre e confira.

Como dentista não tive coragem, fiquei envergonhado.

Analisar as razões para se chegar a esse ponto?

Para que?

Se “time is money” para muitos, o tempo de que disponho na vida me faz buscar sempre a essência das coisas e das pessoas, como se fosse a última jabuticaba, como diria Ricardo Gondim (erroneamente atribuído a Rubem Alves):

          "Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha                          alma tem pressa…

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!"

Muitos parecem não olhar sequer para o espelho do corpo.

Talvez se o fizessem com um pouco mais de atenção não se sentissem tão à vontade para fazer críticas sobre a beleza dos outros.

Talvez seja recomendável que Miriam Leitão e Cora Ronai pensem um pouco sobre isso.

Mas certamente é recomendável que olhem com muito mais atenção para outro espelho.

O da alma.

Não há outro caminho se quiserem ser belas.

É a beleza da alma que nos torna belos.

E dignos.

A insustentável torpeza do ser

Por Ronaldo Souza

A violência é um traço da raça humana.

Faz parte de nós.

Assim como nos animais. Nestes, porém, por instinto de sobrevivência.

O que nos diferencia?

A racionalidade.

Ainda que outras características façam parte do que se pode chamar de catálogo comportamental do homem e representem grande papel na sua vida, não parece haver dúvidas de que a racionalidade é o que o diferencia do animal.

Entretanto, por várias das nossas ações e reações, não é incomum ouvir dizer “um verdadeiro animal”, referindo-se a alguém que teria feito ou dito algo totalmente irracional.

A irracionalidade vive dias de glória.

O animalesco se incorporou ao inconsciente de muitas pessoas.

Os nossos instintos mais primitivos afloraram com intensidade vista somente em momentos específicos da história da humanidade.

Todos eles trágicos.

A agressividade, física ou verbal, a ofensa pessoal e o destruir de reputações que se percebem hoje alcançaram níveis inimagináveis.

Dê uma voltinha pelas redes sociais, ambiente que se tornou propício para o desfile de sentimentos inconfessos, ainda que dissimulados, que você percebe que eles estão entre nós, circulando com desenvoltura.

Os semeadores do ódio estão por toda parte.

No entanto, quando imaginávamos que tínhamos chegado ao fundo do poço, um dos mais fiéis representantes da degradação do ser humano vem e nos mostra o quão perigosamente nos aproximamos da barbárie.

Pelo seu tamanho, o perigo maior não será ele.

Para total estupefação de qualquer ser minimamente lúcido, o que preocupa é saber o quanto as suas “ideias” se disseminaram e se incorporaram a centenas de mentes por esse país, em algumas das quais se imaginava que ainda pudessem existir resíduos de lucidez.

"Não estupro você porque você não merece".

Já me questionei sobre a real distância entre o homem e o animal (leia aqui http://www.endodontiaclinica.odo.br/pages/posts/nos-homens-e-animais1103.php?searchresult=1&sstring=n%C3%B3s+homens+e+a+animais).

Jair Bolsonaro, deputado federal pelo Rio de Janeiro, representa o que há de pior entre os homens.

Na verdade, não se pode pretender classifica-lo entre homens e animais. Ele não faz parte desses mundos.

Além do perigo que representa a sua existência, é muito triste saber que já levou consigo algumas centenas de homens para a sarjeta da espécie humana.

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