O ridículo “filma eu, Galvão” dos tucanos

Por Fernando Brito, no Tijolaço

O Brasil é o país do inacreditável.

Leio que os tucanos entraram no STF – e justo nas mãos de Gilmar Mendes –  para garantir “protestos ideológicos” nos jogos da Copa.

Tradução: para que tucaninhos, devidamente preparados, exibam cartazes contra o Governo Dilma para que sejam generosamente focalizados pelas câmaras da Rede Globo.

Não é contra uma gaiatice da torcida que ironize alguém por alguma coisa, como fez o Mineirão em 2008, proclamando a superioridade de Aécio Neves  sobre Diego Maradona em algumas práticas.

É o ”filma eu, Galvão” de Aécio Neves.

Coisa de canalhas oportunistas.

É a coroação de lata de um processo monstruoso feito contra o direito do Brasil e de seu povo terem uma Copa do que ela é de fato: de futebol.

De tão ridícula, nem mesmo caindo nas mãos de Gilmar Mendes a ação tucana deve prosperar.

Afinal, se prevalecer o argumento de que a liberdade de manifestação independe da forma, do lugar ou do momento, poderíamos imaginar o Supremo Tribunal Federal decidindo em meio a faixas e cartazes das partes, não é?

Imagine o Dr. Gilmar Mendes julgando o banqueiro Daniel Dantas em meio a placas exibindo um “Prende ele, Gilmar”.

Ou o Dr. Barbosa prolatando suas duras decisões diante de uma faixa dizendo “Troque Miami por Copacabana, Doutor”.

Não é assim que as coisas devem ser, depois dessa babaquice tucana? 

É a eleição – estúpido!

Nos anos 80 a Abril queria Copa no Brasil

Por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador

A dica veio pelo facebook. O Blog do Silvinho encontrou o texto publicado nos anos 80, na revista Placar.

Na época, a Abril não se preocupava em municiar a mais virulenta campanha, jamais vista, contra uma Copa do Mundo.

O artigo – que reproduzimos em tamanho original ao fim deste texto – era assinado por Juca Kfouri. E vejam o que ele dizia:

“o velho argumento de que é melhor construir escolas e hospitais é falso”.

Ou: “não há um só argumento razoável para que não sejamos nós os promotores da maior festa do esporte mundial”.

O argumento de que não podemos sediar Copa porque Educação e Saúde não funcionam tão bem é falso. Já dizia a Abril dos anos 80. Quem raciocina por conta própria sabe que não há dinheiro do Orçamento federal no estádio do Itaquerão – por exemplo. É financiamento do BNDES. Financiamento que será pago.

Mais que isso: o dinheiro gasto com estádios e outras obras (25 bilhões de reais) não representa um mês de gastos com Educação!

No entanto, o Brasil foi envenenado – durante os últimos 2 ou 3 anos – com reportagens que davam a entender: “como fazer uma Copa, se a saúde pública não funciona bem?”

O governo Dilma (por covardia ou acomodação) não fez esse debate. E o Brasil vai pra Copa com milhares de pessoas acreditando no falso argumento.

Jamais vi alguém reclamar da “Sala São Paulo” (a luxuosa sala de concertos construída no meio da crackolândia paulista, voltada para o público da música clássica). Jamais vi reportragem contestando gastos com teatros municipais frequentados só pela elite do Rio ou São Paulo.

Daqui a 20 anos, estudiosos vão-se debruçar sobre esse período, e ficará clara a campanha violenta e descabida contra um espetáculo mundial.

Por que a Abril era capaz de trazer artigos como o de Juca nos anos 80, e às vésperas da Copa de 2014 participa da vergonhosa campanha contra o mundial? Não há dúvidas: a direita brasileira é capaz de qualquer coisa para voltar ao poder. É capaz de arrasar com a auto-estima do povo brasileiro. E quem deveria desmontar essa farsa, e comandar esse debate pelo outro lado, omitiu-se de forma também vergonhosa. O que me espanta é que ainda tenhamos mais de 50% de apoio à Copa.

O povo brasileiro, por sua conta, resiste à campanha avassaladora. Quem quer resistir pode (e deve) ler os argumentos de Juca Kfouri, nos anos 80. Argumentos de quem tinha a chancela da família Civita para escrever o que escrevia. 

Não imagine na Copa, porque ela é uma realidade

Por Fernando Brito, no Tijolaço 

Tomei um avião, hoje de manhã, do Rio para Brasilia.

Duas cidades-sede da Copa.

Tranquilidade completa.

O avião era da Azul, destes que tem TV a bordo.

Assisti, portanto, o esforço da Globo em tentar mostrar algum problema na estrutura de recepção aos estrangeiros.

Nada, a não ser a greve do metrô de São Paulo, que espantou uma turista canadense.

Mas que rapidamente ficou satisfeitíssima com uma senhora, brasileira, que lhe ofereceu carona.

Durante anos você ouviu o “imagina na Copa” para figurar o desastre que seria o desempenho do Brasil como anfitrião.

Conversa fiada.

Claro que pode ocorrer um problema aqui, outro ali, um assalto, coisas que se passam em qualquer parte do mundo.

Nosso país sofreu, por parte de uma mídia e uma elitezinha subdesenvolvida mentalmente, uma campanha indescritível de desmoralização.

A história dos gastos públicos é igual.

Recomendo a leitura do post de Rodrigo Vianna, onde um colunista esportivo dizia que não se justificava combater a ideia de uma Copa no Brasil com “o velho argumento de que é melhor construir escolas e hospitais é falso”.

Dizia isso, claro, nos anos 80.

A melhor história do dia, para mim, é a da “desorganização padrão Fifa” da Seleção Inglesa, que esqueceu um jogador no hotel.

E a melhor imagem é a da torcedora holandesa, feliz da vida diante de sua barraca do “acampotel” montado para torcedores de seu país num clube de funcionários da Eletropaulo, perto da Represa de Guarapiranga, uma tradição da torcida laranja.

Barracas de plástico e camas de pinho!

Imagina na Copa!

Depois reclamam do Lula ter falado em babaquice…

“Só no Brasil”. A apatia mental e a lógica reducionista que deseduca

Por Priscila Silva, no Pragmatismo Político

Toda vez que um assunto polêmico surge na mídia, viraliza nas redes sociais e chega às rodas de amigos, reuniões de família e mesas de bar, começam a pipocar, por toda parte, juízos de valor genéricos a respeito “do Brasil” e “do povo brasileiro”.

Essas “análises”, que estão em alta no atual momento pré-Copa, costumam ser, mais especificamente, materializadas na forma de chavões babacas mais antigos que a minha avó: são os famosos “só no Brasil”, “isso é Brasil!”, e, ainda, o clássico e meu preferido “o problema é a cabeça do brasileiro” (que também pode aparecer na carinhosa versão “o povo brasileiro é burro”).

Que a internet e os círculos sociais estão recheados de ideias idiotas, preconceituosas e desprovidas de qualquer senso lógico ou nexo com a realidade não é novidade. O problema aqui é que as pérolas pertencentes à categoria “Brasil é uma merda porque é uma merda, e eu não tenho nada a ver com isso” não vêm sendo enquadradas como apatia mental, como deveriam, mas como demonstração de revolta consciente e politizada “contra tudo que está aí”. Um quarto dos brasileiros acha que uma mulher de shortinho merece ser estuprada? “Isso é Brasil!”. A Petrobrás fez um mau negócio em Pasadena? “Brasil, né?”. Algumas obras da Copa do Mundo atrasaram? “Só no Brasil mesmo!”.

Não. Não. E não. Na verdade, esse tipo de pensamento vazio, reducionista e arrogante empobrece o debate dos problemas que estão por detrás dos acontecimentos (que acabam sendo levianamente rotulados como “coisa do Brasil”), além de estimular e legitimar uma atitude resignada e egoísta ao melhor (ou pior) estilo Pôncio Pilatos (“lavo minhas mãos, porque a merda já estava feita quando eu cheguei aqui”).

“Só no Brasil”? Não.

Em primeiro lugar, vale uma pesquisa prévia a respeito do assunto sobre o qual se está emitindo opinião: será mesmo que o Brasil é o único país a enfrentar esse problema específico que você conheceu superficialmente através do link que seu amigo compartilhou no Facebook? Pode ter certeza que, em 99% dos casos, a gente carrega o fardo junto com mais algumas dezenas de países (se não com todas as nações do planeta), ainda que ele pese mais ou menos conforme o caso.

E não estamos falando apenas de países considerados “mais atrasados” e “menos civilizados” que o Brasil. Tem corrupção na Europa, os Estados Unidos mal possuem um sistema público de saúde, o racismo segue forte em diversos países “desenvolvidos”, e a Inglaterra é descaradamente sexista. Por isso, antes de iniciar um festival de ignorância, babar ovo de gringo gratuitamente e resumir seu discurso a uma frase despolitizada como essa, lembre-se que o Google está a apenas um clique. Caso contrário, você corre o risco de continuar contribuindo para que 40% dos nascidos no Brasil prefiram ter outra nacionalidade (apesar de o Brasil ser sonho de consumo internacionalmente).

Se “isso é Brasil”, então “isso” é você também.

Dou a qualquer um o direito de achar o Brasil uma merda monumental e sem precedentes, desde que admita ser uma merda de pessoa também. Assim, quando alguém disser “o Brasil é um lixo” ou “o povo brasileiro é burro”, na verdade estará dizendo “eu sou um lixo” e “eu sou burro”. Combinado? Porque, caros amigos niilistas radicais, é estranhamente conveniente excluir-se, deliberadamente, do conjunto de brasileiros, negando a própria cultura e origem, bem na hora em que “a coisa aperta”, não é?

As expressões “isso é Brasil” ou “esse é o povo brasileiro” não são, portanto, apenas generalizantes e reducionistas, mas também um tanto arrogantes. Quem as profere se julga acima dos defeitos da sociedade brasileira, e é incapaz de perceber que suas próprias convicções, ideias e preconceitos são na verdade um reflexo das características e problemas da sociedade brasileira como um todo.

Nem é preciso nem dizer que esse tipo de perspectiva segregatória, em que o locutor se coloca em posição imparcial e de superioridade em relação ao restante da população, gera verdadeiros fenômenos de cegueira coletiva. Um exemplo clássico é a inabilidade de algumas pessoas em enxergar o próprio racismo, o que popularizou expressões como “não sou racista, mas…”, culminando com a negação da existência de racismo no Brasil por determinadas “correntes ideológicas”.

Então, antes que comecemos a negar outros “ismos” por aí (o que, a bem da verdade, já acontece), vamos parar de subir em pedestais imaginários e nos colocar em nossos devidos lugares: na arquibancada junto com o resto do povão e toda a torcida do Flamengo.

Se “isso é Brasil”, repetir esse chavão não vai mudar nada (talvez
só pra pior).

Imagine a seguinte situação hipotética: um sujeito dito “politizado” está surfando na rede, checando o feed de notícias do Facebook, dando um rolê pelo Twitter e teclando no WhatsApp, quando, casualmente, se depara com uma notícia revoltante (sabemos que a internet está cheia delas). Indignado com a situação ultrajante da qual acaba de tomar conhecimento, nosso amigo resolve mostrar toda a sua revolta por meio de um comentário impactante no perfil de quem, muito sagazmente, compartilhou aquela notícia chocante com ele. “Fazer o que, né, colega? Isso é o país em que vivemos. Viva o Bra-ziu!”.

Satisfeito com sua contribuição, o internauta bem informado segue para os próximos “hits do dia” nas redes sociais, afinal, “isso é Brasil” — não tem jeito. E ele, pessoa politizada e, portanto, ciente do “beco sem saída” que é o nosso país, nem vai se dar ao trabalho de pensar sobre o assunto (e muito menos fazer algo a respeito), uma vez que essa nação é feita de pessoas naturalmente incompetentes e políticos naturalmente corruptos. Confere? Não confere. Na verdade, cidadão politizado, o problema, neste cenário, não é o Brasil. É você.

Quando um indivíduo, ao deparar-se com determinado problema que considera sério, resume seu pensamento e manifestação à depreciação verbal genérica e gratuita de seu país, só podemos concluir que ele atingiu um nível sobre-humano de apatia mental e social. Além de não agir para mudar a situação que o indignou, contribui para difundir um clima negativo, conformista e preguiçoso por onde passa, contagiando outras pessoas com a ideia deturpada de que é impossível mudar as coisas para melhor (ou que simplesmente não vale a pena), porque “o povo brasileiro é assim mesmo”.

Resumo da ópera: quem não quiser realmente tentar entender o problema, trocar ideias sobre como solucioná-lo, contribuir com organizações e movimentos sociais envolvidos no assunto, criar ou participar de campanhas de conscientização, e procurar votar em políticos empenhados na causa em questão, que pelo menos pare de encher o saco com reducionismos pessimistas e burros. A esfera pública agradece.

“Isso é Brasil” agora, mas pode mudar. E depende de você também.

Imaginem se, há 30, 40 anos atrás, quando ainda vivíamos uma ditadura, todos pensassem que o “Brasil é assim mesmo”, que “somos um povo submisso que só funciona na ‘base da porrada’”? Imaginem se a população tivesse desistido de exigir a redemocratização, e se resignado, limitando-se a comentar com seus conhecidos, em cafés e restaurantes, que “aquilo era o Brasil”. Foi porque as pessoas não se conformaram com o que o Brasil era ou parecia ser que hoje nós vivemos uma democracia plena, onde todos podem se manifestar da forma que julgam melhor (até de forma superficial e não construtiva, como a que estamos tratando neste texto).

O direito à liberdade de pensamento e expressão é indiscutível, e o que deixo aqui é apenas um humilde conselho: vamos usar essas prerrogativas de verdade. Para debater, e não para cair em chavões limitados e vazios de que o país é uma porcaria generalizada, pior que qualquer outro, que nosso povo é burro e corrupto, que estamos no fundo poço e nunca sairemos dele, e que é impossível mudar a realidade em que vivemos. Isso não quer dizer, de forma alguma, que devemos fugir dos problemas ou nos conformarmos com o que já foi conquistado, pois ainda existem inúmeros desafios a serem superados nesse Brasil continental. Se “isso” é mesmo o Brasil, a mudança só depende de nós. 

O Brasil e a Copa

Por Abilio Diniz.

A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo

Sempre declarei meu amor pelo Brasil. Trabalho para ajudar a melhorar este país, gerando empregos, dando aulas, apoiando iniciativas nas áreas de educação e esporte e investindo em empresas que possam contribuir para o seu crescimento.

Como milhões de brasileiros, eu tenho o futebol como paixão. E não acho que protestando contra a Copa diante dos olhos do mundo ganharemos alguma coisa, pelo contrário. Devemos aproveitar a atenção mundial para mostrar a grandiosidade e as oportunidades do Brasil, não os nossos problemas. Estes, resolvemos nós.

A quase um mês da Copa do Mundo, vejo a bola rolando quadrada no país do futebol. A festa que se previa deu lugar à tensão e ao ceticismo. Pesquisa Datafolha aponta que hoje mais brasileiros rejeitam a Copa do que a apoiam. É possível que saia mais gente às ruas do país para protestar contra o torneio do que para celebrá-lo.

A intenção deste artigo não é desestimular ninguém a protestar. São muito justas as reivindicações por investimentos em educação, saúde, moradia, segurança e transportes. Com a nossa pesada carga de tributos, o Estado brasileiro deve, urgentemente, serviços mais eficientes e mais ética na gestão pública. Ter uma população mais engajada, exigindo serviços e gestão com a qualidade da nossa seleção e dos novos estádios, é saudável e legítimo.

Mas nós não podemos esquecer que a Copa do Mundo é uma das melhores oportunidades de projeção do país. Se a usarmos de forma eficaz na promoção da marca Brasil, ganharemos muito. E quanto mais ganharmos com a promoção global do país, menos a Copa nos terá custado. Num mundo cada vez mais globalizado, a imagem ou marca de uma nação pode ser mais importante do que o que ele produz e vende.

O Brasil não é só um país em construção, mas uma marca em construção. Uma marca que reflete tudo o que somos: um gigante em paz com os vizinhos, um país com enormes recursos humanos e materiais, uma das maiores democracias do mundo, uma economia de mercado de cerca de 200 milhões de consumidores, imprensa livre, Justiça independente, instituições sólidas. Quantos países têm essas credenciais?

O interesse das grandes empresas e dos grandes empresários estrangeiros pelo Brasil é enorme, vejo quando viajo para o exterior para promover nossos produtos e o nosso mercado. E não são apenas os empresários. Existem interesse e simpatia generalizados por um país de povo tão criativo, alegre e empreendedor.

Durante a Copa do Mundo, um terço do planeta estará grudado nas telinhas para ver os jogos e, por tabela, o país que os sediará. Não tem cartão de crédito nem emissão de títulos da dívida pública que paguem essa massiva publicidade global. Precisamos aproveitá-la ao máximo. O Brasil ainda é pequeno em comércio internacional e atração de turistas. Atrairemos muito mais recursos realizando uma Copa ordeira, que revele um país dinâmico, alegre e capaz de se organizar. Isto trará frutos para todos os brasileiros.

Também acho que foram cometidos equ&i
acute;vocos. Não precisávamos de tantas sedes e estádios tão caros em cidades sem torneios de futebol expressivo. As obras de mobilidade urbana poderiam ter sido entregues a tempo. Precisamos tirar todas as lições desses fatos lamentáveis.

Mas a bola, afinal, vai rolar. O Brasil, maior seleção da história, sediará uma Copa já especial pela presença de todas as grandes seleções e seus craques fabulosos. Que honra receber e, torçamos, derrotar Messi, Cristiano Ronaldo, Balotelli, Özil e Iniesta.

O Brasil é muito maior que as dificuldades que atravessamos. Está na hora de mostrar o nosso amor por este país –de começar a Copa cantando "sou brasileiro, com muito orgulho" e encerrá-la com "we are the champions".

Abilio Diniz, um dos maiores empresários brasileiros, é presidente do Conselho de Administração da companhia de alimentos BRF 

Urúbologos não gostam do Dia das Mães

Por Altamiro Borges, no Blog do Miro 

O jornal O Globo desta segunda-feira (12) noticia, sem maior alarde, que as vendas do Dia das Mães tiveram alta de até 30% no comércio carioca. O tom da matéria é de surpresa, com a constatação de que “o fluxo de clientes cresceu muito na última semana” – como se isto fosse novidade. A aparente “surpresa” talvez sirva para salvar a pele dos famosos urubólogos da mídia, que novamente juraram que este seria “o pior Dia das Mães dos últimos anos”. Este foi o prognóstico dos principais jornalões e dos “analistas de mercado” – nome fantasia dos porta-vozes dos banqueiros – nas rádios e tevês. Mas a torcida pelo “quanto pior, melhor”, principalmente num ano de eleições presidenciais, novamente deu errada!


Segundo a reportagem de O Globo, “os lojistas de shoppings do Rio terminaram o período do Dias das Mães otimistas e com expectativa de aumento de 9% a 30% nas vendas, em relação ao mesmo período do ano passado. Na data, que é a segunda mais importante para o comércio, atrás apenas do Natal, roupas, calçados e perfumes foram os itens mais procurados. Os restaurantes tiveram movimento intenso e filas de espera… ‘Notamos que ainda faz parte do comportamento do consumidor deixar para fazer as compras na última hora. Por isso nos preparamos para contemplar esse pico de clientes com segurança e conforto. A expectativa é um aumento de 10% nas vendas’, explicou Odirlei Fernandes, superintendente do shopping Boulevard Rio, em Vila Isabel”.


Na sexta-feira (9), a Folha de S.Paulo deu destaque para a notícia pessimista de que “o comércio prevê Dia das Mães morno”. A expectativa, ou aposta, era de que “as vendas neste ano devem ficar estagnadas” por culpa da explosiva inflação que “pesa no bolso e tira o apetite de consumidores”. A terrorista Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), a mesma que alardeou “o pior Natal dos últimos anos” e depois desmentiu a informação na maior caradura, também garantiu que o crescimento das vendas no Dia das Mães teria “um ritmo inferior ao registrado no ano passado”. Desta vez, ela não falou em queda das vendas, mas sim em diminuição do ritmo de crescimento – mesmo assim a Folha tucana apostou no pessimismo.


Já o Estadão, no seu editorial de sábado (10), também apostou num “Dias das Mães mais fraco”. Com base numa pesquisa da oposicionista Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), o jornal noticiou que “os comerciantes da capital paulista esperam um movimento de vendas 6% menor neste Dia das Mães do que na mesma data do ano passado… Compatível com esse estado de ânimo, a pesquisa apurou que o número de empresários que contrataram trabalhadores temporários para a data caiu pela metade neste ano, de 16% para 8%… Esse cenário do Dia das Mães, mais fraco do que o do ano passado, é atribuído pela Fecomércio à queda de confiança nos rumos da economia brasileira”.


No Natal do ano passado, a mídia também fez o maior terrorismo sobre a queda nas vendas e, depois, não fez qualquer autocrítica diante dos números que demonstraram o contrário. Agora, a tendência é que repitam o mesmo comportamento. Vão esquecer os seus prognósticos pessimistas sobre o Dia das Mães e partirão para novos ataques. A Folha até já anunciou que “os lojistas temem encalhe após a Copa do Mundo”, no seu esforço para desgastar o governo e para criar um clima negativo para os jogos, que inclusive justifiquem os protestos nas ruas. O jornal, histórico inimigo das manifestações populares, até já criou um “protestrometro”. O fantasma da inflação, previsto por onze dos dez “urubólogos” da mídia rentista, continuará sendo alardeado.


A pesquisa Datafolha da semana passada trouxe, segundo a angustiada Folha – do mesmo grupo empresarial –, “uma boa notícia para o país e, por extensão, para a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição. Pela primeira vez, desde o início de 2012, diminuiu a expectativa de aumento da inflação para os próximos meses. No início de abril, 65% dos brasileiros achavam que os preços iriam subir. Foi o recorde da série histórica. Na pesquisa de agora, essa taxa recuou para 58%… A redução de sete pontos em um mês sugere que o governo pode ter conseguido algo mais que uma mera estagnação da sangria”.


Diante desta realidade preocupante de “estagnação da sangria”, a mídia oposicionista bombardeia todos os dias que a economia ruma para o caos. Isto explica as apostas no “pior” Natal, no “morno” Dias das Mães e no desastre da Copa. Os urubólogos não respeitam o nascimento de Jesus, detestam as mães e torcem contra a seleção, tudo com o intento “imparcial” de erguer o cambaleante Aécio Neves. E ainda tem gente que acredita na neutralidade da mídia! Como teoriza a Folha tucana, a economia terá importância decisiva na disputa eleitoral de outubro. “Quase 60% [dos entrevistados pelo Datafolha] admitem a chance de mudar o voto caso ocorra agravamento da situação econômica”. E nisto que a mídia terrorista investe com afinco e determinação.

 

O PSDB e a insustentável leveza dos seres

Por Ronaldo Souza 

O partido da massa cheirosa está muito mal acostumado com a sua blindagem. Reage sempre desqualificando, agredindo, difamando.

No triste e lamentável episódio de Aloysio Nunes, Senador da República pelo PSDB de São Paulo, ele poderia ser punido até com cassação do mandato por absoluta falta de decoro parlamentar.

[[youtube?id=yuO6wPidF7I]]

Ah se fosse um senador do PT!!!

Não bastasse isso, Aloysio Nunes junta-se a outro político famoso pela violência e arapongagem desde os tempos de Serra no Ministério da Saúde, Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), um ex-delegado federal, para desferir golpes de uma leveza tão sutil quanto assustadora.

O PT é um partido das classes inferiores, dos trabalhadores. O PSDB é um partido das elites, da massa cheirosa, como diz Eliane Tancanhede, uma de suas musas.

Mas é o partido cheiroso que vive apelando para campanhas truculentas (a maior delas, sem dúvida, a de Serra) desqualificando opositores, agredindo, difamando.

Mas, tudo é blindado pela imprensa. Só aparecem os talheres de prata, a sujeira não.

Veja o que diz Luis Nassif:

O Twitter de Marcelo Itagiba poderia ser apenas uma manifestação grotesca de um guarda-costas que se pretendia frequentador das altas rodas, não fosse o fato de simbolizar um modelo de atuação política que dominou todo o círculo próximo do ex-governador José Serra – e que se transformou na parte mais truculenta do espectro político brasileiro.

Ambos têm um longo histórico.

A partir do momento em que assumiu o Ministério da Saúde, José Serra deu início à montagem de um sistema de arapongagem que não poupou nenhum adversário externo ao PSDB e interno, que pudesse disputar espaço com ele.

O ninho de arapongas do Ministério da Sáude contava com duas figuras-chave, capturadas no próprio aparelho de segurança do Estado: o delegado Marcelo Itagiba, da Polícia Federal, e José Santoro, Procurador da República.

É a partir dessas ligações que entram alguns dos grampos mais explosivos da República, envolvendo Carlinhos Cachoeira, Gilmar Mendes, Revista Veja.” 

Liberdade de imprensa; a farsa do PSDB e da própria imprensa

Por Ronaldo Souza

Mesmo o mais cego dos cegos, aquele que não quer ver, percebe que Lula, Dilma e o PT apanham diariamente da mídia.

Apanham calados. Demais até. Há muito tempo a militância do PT se sente incomodada por ver o governo e o PT apanharem tanto sem reagir.

Os “analistas” da mídia são de uma agressividade que impressiona e choca qualquer ser vivo que ainda possua algum grau de discernimento.

Por outro lado, entre tantas coisas que impressionam, choca ver o quanto o PSDB é o maior exemplo de ação contra a liberdade de imprensa e, juntamente com a mídia, de quem é eterno protegido, faz o que quer. Tudo é abafado, tudo é manipulado. A eles tudo é permitido.

São conhecidos demais os famosos pedidos, sempre atendidos, de Serra para demitir repórteres e jornalistas que lhe fazem perguntas “inoportunas”. Um dos mais conhecidos causou a demissão de Heródoto Barbeiro (por causa da entrevista abaixo com Serra), jornalista da TV Cultura de São Paulo. Depois de demitido, foi contratado pela Record.

[[youtube?id=lbZNan1BGgU]]

Boa parte da população já percebeu que a Globo manipula e distorce. Não é à toa que a sua queda de audiência está dando nos nervos da família Marinho (Globo perde 22 da audiência no horário nobre). Entretanto, por incrível que pareça, há uma boa parcela da sociedade que ainda acredita nas coisas que ela diz.

Existem vários momentos que comprovam esse comportamento. Veja abaixo alguns poucos vídeos (existem outros) que mostram a violência do PSDB e como a mídia tenta esconder tudo isso.

Veja como Aécio não responde à pergunta, que é absolutamente procedente, e parte logo para desqualificar o repórter.

[[youtube?id=9OFpIFqkqnk]]

Veja o que faz o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), o mais cotado para ser o vice de Aécio. Agride o blogueiro de maneira absurda, tenta agredi-lo fisicamente e depois chamou a polícia legislativa para prende-lo. Ele foi preso.

[[youtube?id=yuO6wPidF7I]]

Agressão de Aloysio Nunes a jornalista no Roda Viva.

[[youtube?id=e30tVGlOne0]] 

Em abril, Globo perde 22% da audiência no horário nobre

 

Por Keila Jimenez, da Folha

Globo perde um em cada cinco espectadores à noite

A Globo não só não consegue estancar a fuga de audiência anual, como assiste a essa queda se multiplicar no horário nobre. A emissora encerrou abril com uma perda de 22% de ibope na faixa noturna (das 18h à meia-noite) em rede nacional, com relação ao mesmo período do ano passado.

A rede costuma ter uma fuga de 10% de público ao ano. De abril de 2013 a abril de 2014, perdeu um em cada cinco espectadores no país na faixa nobre, que concentra cerca de 70% dos investimentos publicitários na TV aberta.

No mês passado, a Globo registrou à noite média de 21,9 pontos de audiência nacional, ante 28,1 pontos do mesmo período em 2013. Cada ponto equivale a 217 mil domicílios no Brasil. É a maior queda já registrada pelo canal na faixa, deflagrada por uma crise em sua dramaturgia atual. Nenhuma das três novelas no ar emplacou em audiência.

Em São Paulo, a líder perdeu no período 21% de seu público no horário, passando de 25,2 pontos, para 20 pontos. Cada ponto corresponde a 65 mil domicílios na Grande SP.

A queda mais acentuada da Globo coincide com o atual discurso da emissora, que diz se importar menos com a audiência, priorizando a qualidade de suas atrações.

Obs. do Falando da Vida – “A queda mais acentuada da Globo coincide com o atual discurso da emissora, que diz se importar menos com a audiência, priorizando a qualidade de suas atrações". Por que então ela está mudando a programação a toda hora? Como preocupada com a qualidade? Para dar só um exemplo da sua preocupação; e o Big Brother Brasil?

Estadão aponta manipulação na pesquisa do Instituo Sensus

 

Você quer mais o que? Até o Estadão mostra que houve manipulação na pesquisa do Instituo Sensos que fez Aécio disparar e deixar Eduardo Campos tonto.

Com o poder da mídia, sempre ao lado do PSDB, Aécio armou um grande esquema e, com aquela conversinha mansa de “não consigo ver Eduardo como adversário” deu uma punhalada pelas costas em Eduardo Campos. Claro, numa escala infinitamente menor do que Eduardo fez com Lula e Dilma. De qualquer forma, uma punhalada.

Eles se merecem. É cobra engolindo cobra.

Eduardo Campos tomou a facada e já começou a mudar o discurso. Escreva aí; vai redirecionar a campanha para derrubar Aécio.

Agora é o único caminho dele. Na verdade, porém, já está derrotado. Como já digo há muito tempo, vai pagar um preço muito alto pela enorme bobagem que fez e vai sair muito pequeno. Perdido já está, pequeno já ficou. Resta saber o quão pequeno.

Veja o que diz o Estadão.

Metodologia de pesquisa beneficia pré-candidato tucano

Por Daniel Bramatti, no Estadão, 03 de maio de 2014

O instituto Sensus deve divulgar hoje pesquisa eleitoral feita com metodologia que distorce resultados e beneficia o pré-candidato tucano ao Palácio do Planalto, Aécio Neves. Em vez de entregar aos entrevistados um disco com os nomes dos candidatos à Presidência dispostos em forma circular, o instituto usou uma lista em ordem alfabética – com Aécio Neves na primeira posição.

O disco é usado justamente para evitar que os entrevistados sejam induzidos ao responder, já que, em uma lista, o nome com maior destaque – o primeiro – tende a ser mais citado.

O próprio Sensus sempre utilizou discos em seus levantamentos (veja quadro). O Estado entrou em contato ontem com Ricardo Guedes, diretor do instituto, e o questionou sobre detalhes da pesquisa.

Primeiro, Guedes afirmou que o levantamento decorre de uma "parceria" entre o Sensus e a revista IstoÉ, que publicará os números. No registro da pesquisa feito na Justiça Eleitoral, é o próprio Sensus que aparece como pagante. O registro foi feito no dia 28 de abril, três dias após o término das entrevistas – o que não é usual.

Quando o Estado perguntou sobre a adoção da lista em ordem alfabética em vez do disco, Guedes afirmou que estava em uma reunião e que não se manifestaria antes da publicação dos resultados.

Os diretores dos institutos Ibope e Datafolha, respectivamente Márcia Cavallari e Mauro Paulino, não quiseram comentar o caso específico do Sensus, mas explicaram por que seus institutos utilizam o formato do disco. "É para evitar o efeito de ordem, para que os entrevistados não optem sistematicamente pelo primeiro ou pelo último nome da lista", disse a diretora do Ibope.

"Usamos o cartão circular porque é a forma mais neutra de se apresentar os nomes", afirmou Paulino. "Assim, não há probabilidade maior de o entrevistado ver o nome de um candidato em primeiro lugar", acrescentou o diretor do Datafolha.

Governo. O instituto Sensus também fez perguntas sobre a avaliação do governo Dilma Rousseff. Antes, porém, interrogou os entrevistados sobre perda do poder de compra de "alimentos e outros produtos&q
uot; desde o ano passado.

"Uma pergunta sobre conjuntura política ou econômica colocada antes da avaliação de governo também pode induzir a resposta", disse Paulino. "Isso faz com que o entrevistado pense primeiro em problemas relacionados ao governo antes de se manifestar sobre a avaliação", afirmou.

Obs. do falando da Vida – Ninguém pagou pela pesquisa. O Instituto Sensus diz que ele mesmo pagou a pesquisa; R$110.000,00!!! Assim, à toa, sem mais nem menos; pessoal, vamos fazer uma pesquisinha? Ah, legal, vamos. Adoro brincar de fazer pesquisa. É meu passa tempo predileto. Conta-se que foi o PSDB que encomendou. O Sensus trabalhava para o PSDB até um dia desses. Maravilha.

Obs. 2 do Falando da Vida – Há algum tempo venho dizendo: pode esperar que até as eleições vai ser isso aí. No final dessa semana sai outra do Datafolha, mais conhecida como Datafalha. Já faz alguma ideia do resultado?