A nossa digna oposição; a nossa digna imprensa

Apareceu a verdade: a Dra. Ramona montou uma farsa para encontrar namorado em Miami

Por Fernando Brito, no Tijolaço

A Dra. Ramona Matos Rodrigues tem o direito de querer viver com o namorado em Miami.

Isso é um problema dela com as autoridades de seu país e não nos cabe, a brasileiros, darmos palpite sobre as regras cubanas de emigração, que, atualmente, só restringem a saída de médicos, cientistas e militares. Os Estados Unidos restringem a entrada em seu país e que, volta e meia, vemos cenas dantescas de  dezenas de “chicanos” mortos ocultos em vagões de trem para tentar entrar no “eldorado” americano e ninguém diz que, com isso, ferem a liberdade de ir e vir.

Mas a Dra. Ramona não tem o direito de ilaquear a boa-fé do povo brasileiro montando uma história farsesca sobre as razões de sua tentativa de fuga para Miami.

A Folha, hoje, revela o suficiente da história para que compreendamos que, como disse Janio de Freitas, esta história “vá dar rumba”.

A Dra. Ramona se aproveitou da simpatia que lhe teve uma senhora, prestadora de serviços ao “Mais Médicos” para encontrar acolhida em Brasília. Dizia sentir-se só e foi recebida por ela em sua casa, num rasgo de solidariedade.

Depois de um final de semana, como planejado, foi à embaixada americana pedir para ser “abduzida” àquele país, para surpresa da amiga que, então, disse que para isso sua casa não era abrigo.

Então a Dra. Ramona montou sua pequena farsa, com a ajuda providencial do deputado Caiado, que critica a “escravidão médica” de Cuba, mas é contra a abolição da escravatura “de peão” proposta na PEC do trabalho escravo.

Aí veio a cantilena sobre o “fui enganada”, etc, etc, etc…

A Dra. Ramona usou o congresso e a imprensa brasileira como palco e platéia de seu “teatro”, sem nenhum pudor.

E os usou porque sabe que, neste país, existe um sistema de comunicação que a transformaria em “heroína” quando é apenas uma pessoa que mente por seus interesses, em lugar de proclamar e lutar por seus direitos abertamente.

O que, no Brasil, ninguém duvida, poderia ter feito.

Mas a Dra. Ramona foi contratada por nosso país para atender doentes, não para se portar como uma transtornada – que seja, concedamos a generosa possibilidade – por um amor na Flórida que a leve a mentir na sede do parlamento, diante de toda a imprensa.

Porque, para esta fila de “vistos” americanos, tem muito brasileiro na frente dela, que sequer vai receber os gordos subsídios que o Governo americano dá aos médicos cubanos dispostos a expatriar-se.

Ao contrário, se pagassem metade do que paga o Mais Médicos, muitos médicos brasileiros estariam nessa fila, porque Miami. para eles, é lugar de gente.

Pacajás, no Pará, não.

Aliás, nada impediria o namorado da Dra. Ramona, se é tão grande este amor, vir para cá. Talvez o que o impeça seja, apenas, Miami. Mas isso é um problema privado do casal.

E esse é o pecado imperdoável da Dra. Ramona: transformar os seus quereres pessoais em um caso político em país alheio.

PS. Desde ontem, no início da tarde, havia essa informação. Como não havia confirmação, não publicamos. Correr o risco da mentira era agir sem dignidade. Coisa que a Dra. Ramona não fez com a opinião pública brasileira.

Alstom reconhece propina em usina do governo Fernando Henrique Cardoso

 

Hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina, foi um dos projetos do programa de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB); documento de auditoria interna da multinacional francesa diz que cerca de R$ 6 milhões em valores atuais foram pagos como suborno em 1999; alvos seriam a Eletrobras e a Eletrosul; em SP, companhia pagou propina por contrato com a EPTE, que também beneficiou pasta na época comandada por Andrea Matarazzo; hoje vereador, ele arrecadou milhões para a própria reeleição de FHC

Brasil 247

Um dos pivôs dos escândalos de suborno de governos tucanos em São Paulo, a Alstom reconheceu também ter pago uma comissão, em janeiro de 1999, para vender equipamentos para a hidrelétrica de Itá, em Santa Catarina. O valor correspondia a R$ 1,6 milhão (em valores de hoje, R$ 6 milhões). A revelação consta em documentos de uma auditoria interna, publicados pela Folha de S. Paulo.

A hidrelétrica de Itá foi um dos projetos do programa de privatização no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Em 1995, a Eletrobras assinou a concessão para o consórcio AAI (Associação de Autoprodutores Independente), formado pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), OPP Petroquímica e OPP Polietilenos (empresas do grupo Odebrechet) e a Companhia de Cimento Itambé.

Segundo fontes ouvidas pela Folha, a Eletrobras e a Eletrosul eram as empresas que tinham relações com a Alstom porque a multinacional é uma tradicional fornecedora do setor elétrico.

Em São Paulo, segundo depoimento à Justiça do ex-diretor comercial da multinacional, o engenheiro francês André Botto, a direção da Alstom na França autorizou o pagamento de propina de 15% sobre um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões à época) para fechar um negócio com uma estatal paulista em 1998.

O esquema resultou no contrato com a EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) e a Eletropaulo para a venda de equipamentos para três subestações de energia.

O documento também menciona propina à Secretaria de Energia e às diretorias administrativa, financeira e técnica da EPTE. Na época, a pasta era comandada por Andrea Matarazzo – hoje vereador em São Paulo pelo PSDB, que arrecadou US$ 3 milhões para a própria r
eeleição de FHC (relembre
 
aqui).

Propina para o presidente e todos os diretores

Reportagem desta segunda-feira do jornal Estado de S. Paulo também informa que, em depoimento à Polícia Federal, o ex-diretor administrativo da EPTE Gerson Kozma afirmou que ouviu nos corredores da extinta estatal que a multinacional francesa Alstom pagava propina para o presidente da EPTE, o diretor técnico, o diretor financeiro, bem como para funcionários da área técnica.

Segundo a Procuradoria, a Alstom ofereceu propina de R$ 23,3 milhões a funcionários públicos do Estado entre 1998 e 2003, nas gestões Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB (leia mais aqui).

E os nossos filhos?

Por Ronaldo Souza

Como foi bonito.

Talvez tenha sido o momento mais rico do país.

Ainda muito jovem, acompanhei. Entusiasmava-me e admirava aqueles homens e mulheres que saiam às ruas para dizer alguma coisa. Aquilo sim era dizer alguma coisa, ainda que fossem poucas as palavras e em muitos momentos até inexistissem. Mas de quantas palavras preciso para dizer alguma coisa se a minha atitude tem a força do fazer?

E o Brasil rompeu com os grilhões que o amordaçavam.

Teria sido mais fácil e menos cruel se tivesse usado a palavra em vários momentos. A palavra de um país é a sua imprensa e esta não estava a serviço daqueles homens e mulheres. Servia não ao seu povo, mas a outro senhor. Um senhor com o qual estivera desde a primeira noite de trevas.

Ainda que mais recentemente o órgão mais forte da imprensa tenha feito cinicamente e às pressas um mea culpa, o pecado que ele cometeu ficará marcado para sempre na História e na memória do povo brasileiro.

Não fui às ruas. 

Hoje, anos depois, entendo que foi a viagem que não fiz.

Talvez o ainda não despertar pleno para a vida do país e para a importância da política me tenha feito um participante indireto, sem estar na linha de frente.

Talvez me confortem a idade e o fato de que a minha presença, ou ausência, não fizesse nenhuma diferença, dada a quantidade de pessoas que, espontaneamente, iam às ruas se manifestar contra a opressão e os prejuízos que aquele regime instalado à força trazia ao país.

Daquelas pessoas que lutaram contra aquele regime, muitas foram presas, torturadas, exiladas, mortas e outras tiveram que se esconder. Como era possível que pais, irmãos, filhos, famílias que se separavam para não morrer, que lutavam por mim, por você, fossem condenados pela própria sociedade pela qual lutavam? Elas nos eram apresentadas como o mal a ser combatido, o câncer a ser extirpado.

Outros tempos, democracia instaurada (pela qual alguns deram a vida), o país buscando o seu rumo, e eis que em São Paulo surge uma manifestação contra o aumento de vinte centavos no preço da passagem dos ônibus.

O movimento cresceu. Nada diante daqueles tempos, mas parecia surgir um momento importante para o país.

Pensei em ir às ruas naquele momento. Pelo menos para ver, observar, sentir quem sabe o coração bater mais forte. Seria algo como “deixe eu viver essa sensação”. Num outro momento, tentaria levar as minhas filhas, as mesmas que quando crianças sempre entraram comigo na cabine de votação para digitar os números dos “nossos” candidatos.

Mesmo sabendo que nessa última década o povo desse país teve conquistas como jamais tinha tido, algo mais precisava ser feito para mostrar aos políticos que mais avanços podiam ser alcançados de maneira mais rápida e consistente. E eu me via querendo também me incorporar às manifestações que pareciam ter inicialmente esse objetivo.

Adiei a minha viagem.

No primeiro momento, aquela palavra que nunca fora a nosso favor, que sempre esteve com os mais fortes, fez o que está no seu DNA; determinar a contenção à força de mais uma manifestação popular. E mais uma vez a violência oficial entrou em campo.

O movimento cresceu de forma assustadora. “O gigante acordou”, dizia-se. Porém, de repente, aqueles jovens que tinham ido protestar contra o aumento de 20 centavos no preço do transporte já não importavam mais. Aquela manifestação justa e desejável já tinha ficado para trás. A violência era a tônica do processo. Não, o gigante não tinha acordado, mas um velho e conhecido monstro. Forte, poderoso, mas jamais um gigante.

“Nós perdemos e devemos recuperar nosso caso de amor com a palavra. Eu sou tão culpado quanto outros por ter exaltado a imagem às expensas da palavra”. Steven Spielberg, o mago das imagens, sabe da força da palavra. É, sobretudo, uma arma poderosíssima. Talvez mais do que ninguém Spielberg sabe que a palavra tem o poder de reverter até a expressão da imagem.

Percebeu-se a força do movimento e aquela palavra que sempre esteve com os poderosos relembrou os seus velhos tempos. Tentou criar um clima semelhante a aquele que trouxe a noite para a vida dos brasileiros contra a qual lutaram grandes homens e mulheres durante 21 anos.

Era a força da palavra, porém mais uma vez submetida a outros interesses que não os do povo.
Era a palavra que mudava vergonhosa e repentinamente e se adaptava à conveniência da situação.

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Não, a minha viagem já não tinha mais sentido.

Como fizeram aqueles homens e mulheres, eu queria “brigar” pelo meu país, não contra ele.

Um país que, apesar das dificuldades e erros cometidos, conseguiu aliviar a condição miserável de milhões dos seus filhos que viviam bem abaixo da linha de pobreza e da condição de seres humanos.

Um país que sabe que ainda existem outros milhões de filhos que precisam ser removidos dessa condição, mas que por eles continua lutando e por isso hoje desfruta de grande respeito e credibilidade internacionais, como jamais tinha conseguido antes.

Como podem agora os políticos, entre os quais candidatos à presidência da república, e a imprensa chamar as pessoas para irem às ruas “protestar”, sabendo que não existe mais um movimento popular espontâneo?

Como pode uma candidata dizer abertamente que ainda conta com as novas manifestações? Para que?

Por que e que tipo de interesse eu, brasileiro, conhecedor dos descaminhos de séculos desse país e do quanto tem sido feito para mudar essa vergonhosa realidade, teria para ir para as ruas gerar o caos? O que ganhamos ao tentar desfazer a imagem do país conhecido pela alegria e bondade do seu povo e agora também pela sua pujança?

A viagem que nunca fiz e que poderia ser feita, mesmo que jamais com a plenitude daquela que me fugiu das mãos, pode esperar. Se não acontecer, vai me restar o consolo de tê-la feito através da minha imaginação.

E as minhas filhas?

Recorro ao texto de Fernando Brito:

“Qual o sentido de, em plena vigência democrática, empurrar jovens brasileiros contra policiais fortemente armados, despreparados, e que veem os “mascarados” como interessados apenas em “violência” e “vandalismo gratuito”?”

Quem sabe elas nunca precisem. Mas já são gratas a aqueles homens e mulheres que brigaram lá atrás para que elas tivessem direito à vida com liberdade que têm.

 

O Supremo na berlinda

Por Diogo Costa, no Jornal GGN

Há uma velha máxima que reza "A Natureza não se defende, mas se vinga". A par do espantoso (pelo volume arrecadado e a tempestividade) movimento que captou recursos para pagar as multas de José Genoíno e Delúbio Soares,  poderíamos afirmar que de certa forma a militância e os simpatizantes do PT, obrigados a engolirem condenações que dão como injustas, se vingam do STF assumindo os encargos que deveriam ser dos réus, Encargos esses impossíveis de serem resgatados pelos condenados dados os valores devidos em contraste com suas incapacidades de pagamento.

Isso é inédito na história do país. Se não mesmo no mundo. Trata-se da expressão máxima da consciência política, do envolvimento cívico de cidadãos e cidadãs comuns, anônimos e anônimas, cujo ânimo deriva do somatório da inconformação, mais espírito de solidariedade, e da fidelidade a uma agremiação política.

Como seria de se esperar, as reações tem sido as mais furibundas. O segmento anti-petista sentiu o golpe, e como é do seu feitio já procura desqualificar de todas as formas o fenômeno. Por seu lado, segundo matéria do Estadão de hoje, dois ministros se encontram revoltados (sic) com essa operação pensada, montada e levada a cabo de forma espontânea e contando com a estrutura das redes socias para a sua disseminação.

O argumento desses ministros é que a multa é uma pena, ou seja, tem que ser cumprida pelo réu, ou seja, assim como ninguém pode "tirar cadeia" pelo mesmo, também só a ele cabe pagar a multa. Mas que raciocínio mais tôsco, esse! E se os réus, como é o caso, não tem condições de arcar com o encargo, como os obrigar? Ademais, onde está escrito com que tipo de recurso(se próprio ou de terceiros  réu vai quitar seu débito pecuniário com o Estado? Desde quando são proibidas doações, ajudas, sob qualquer pretexto, se respeitadas as normas básicas como transparência, identificação do doador e a prestação de contas do arrecado?

Na realidade, esses ministros do STF deram de cara com um evento que talvez nunca imaginassem que fosse ocorrer. Sabem que nada podem fazer para tolhê-lo. Como também apreendem que é a mais crassa expressão de inconformidade, se não mesmo revolta, pelo resultado de um julgamento que foi considerado "um ponto fora da curva" por um próprio membro da Suprema Corte. Um eufemismo para não declará-lo de exceção. Adredemente animado para condenar e enquadrar os membros de um partido político. 

As consequências adversas vieram bem mais cedo que se imaginava. O Supremo está na berlinda. 

Marina mentiu deliberadamente ou está completamente desinformada

Por Ronaldo Souza

Já disse várias vezes que a mídia brasileira perdeu de vez todo e qualquer compromisso com aquilo que se costumava chamar de jornalismo. Globo, Abril, Folha e Estadão (GAFE) de fato representam o que há de mais baixo nível. Chama a atenção o fato de a Globo, com um pouco mais de recato, ter descido ao nível da Veja.

O triste é ver a que ponto estão chegando algumas figuras públicas. Não representa uma surpresa absoluta, mas não deixa de surpreender, por exemplo, o nível a que chegou a ex-ministra do Governo Lula, Marina Silva.

No seu ódio mortal ao PT, onde foi criada, e a Lula, quem a criou, a evangélica e pura Marina Silva está chegando ao fundo do poço da indignidade, destruindo por completo a imagem da doce, pura e idealista Marina que começava a ser criada e na qual alguns milhões de brasileiros acreditaram.

Marina se tornou uma farsa grotesca.

O seu vice mora em Londres há mais de dez anos (ou seja, não tem mais nada a ver com o Brasil). É o milionário Guilherme Leal, dono da Natura, que foi autuada pela Receita Federal em 2013 pela sonegação de R$ 628 milhões. Maria Alice Setúbal, conhecida como Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, é quem, desde 2010, está à frente da arrecadação de fundos para a campanha de Marina. O Banco Itaú, que foi autuado pela Receita Federal por sonegação de R$ 18,7 bilhões, hoje é o grande patrocinador de Marina.

Mas, por incrível que possa parecer, isso é o mínimo. Já há algum tempo ela escancarou e se perdeu completamente no desejo de destruir Dilma. Na sua coluna na Folha (já repararam como todos eles agora têm colunas nos jornais?) ela desanca a falar de Dilma dizendo que o que ela disse em Davos nada tem a ver com a realidade.

Tem sim Marina.

Vejam o que diz Eduardo Fagnani, Professor do Instituto de Economia da UNICAMP, pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e do Trabalho (CESIT/IE-UNICAMP) e coordenador da rede Plataforma Política Social – Agenda para o Desenvolvimento.

Transcrevo aqui somente algumas partes do texto, mas quem quiser ler na íntegra, pode clicar aqui.

Nauru tem menor número de analfabetos do mundo: notas
sobre a mídia, davos e Marina Silva

Por Eduardo Fagnani, no Jornal GGN

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) acabou de lançar o Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos. O documento tem por objetivo avaliar os progressos mundiais no cumprimento dos seis objetivos estabelecidos por 164 países reunidos no Foro Mundial sobre Educação realizado em Dakar em 2000…

… Na parte final são feitas recomendações específicas sobre diversos aspectos. O ponto crítico do relatório é que nenhum dos seis objetivos estabelecidos será cumprido globalmente até 2015.

Apontado diversas vezes como exemplo positivo, o Brasil conseguiu atingir as metas de "educação primária universal" e "habilidade de jovens e adultos", mas ainda precisa avançar para melhorar a qualidade do ensino e diminuir os índices de analfabetismo. Ao apresentar o relatório a coordenadora da UNESCO no Brasil assinalou alguns dos problemas crônicos da educação nacional. Todavia, ressaltou que “não podemos negar os grandes avanços que o Brasil apresentou" (UNESCO aponta má qualidade como principal problema da educação no Brasil. 29/01/2014; www.terra.com.br).

Ignorando a riqueza do relatório, os “pessimistas crônicos” voltaram ao ataque. Resumiram as 500 páginas do documento na seguinte manchete, reproduzida em uníssono pelos meios de desinformação: “Brasil é o 8° país com maior número de analfabetos adultos, diz UNESCO”.

Se não estiverem mirando nas eleições de 2014, essa “síntese analítica” revela dois traços dos controladores da informação. Primeiro, o analfabetismo funcional corre solto. Leem textos, mas não os compreendem perfeitamente.

Segundo, a incompetência para analisar dados. O Brasil é o quinto país mais populoso do mundo. É óbvio que em termos absolutos tem mais analfabetos que Nauru, o segundo país menos populoso do mundo. A lógica elementar sugere que o fenômeno seja analisado em relação à população total do país em questão (taxa de analfabetismo).

O mais impressionante é que essa manchete não está escrita no documento da UNESCO. O relatório apenas ressalta que “em 10 países vivem 557 milhões de adultos analfabetos, o que representa 72% da população de adultos analfabetos do mundo” (página 82). No gráfico que ilustra o texto (“72% da população mundial de adultos analfabetos se concentra em 19 países”) o Brasil aparece acompanhado de alguns dos países mais populosos do mundo (China, Índia, Indonésia, Paquistão e Nigéria, entre outros).

Esse duplo equívoco também foi cometido pela ex-senadora Marina Silva (FSP, 31/01/2014): “A UNESCO divulgou relatório que coloca o Brasil – entre 150 países pesquisados – em 8º lugar no número de analfabetos adultos”. Esse dado contestaria as afirmações de Dilma Rousseff em favor da educação nacional feitas no Fórum Econômico Mundial. “O Brasil fica longe de Davos”, sentencia. A ex-senadora aponta ainda que “os investimentos do Ministério da Educação caíram 13% de janeiro a novembro de 2013 em relação ao mesmo período do ano anterior”.

Sabemos todos que a educação no Brasil tem raízes históricas profundas (CARVALHO, 2001) que não foram enfrentados pelos curtos períodos de democracia do século passado. A partir da Constituição de 1988 o Brasil tem feito um enorme esforço para enfrentar o inaceitável quadro da Educação Nacional. Entre 1992 e 2011 a taxa de analfabetismo (15 anos e mais) caiu de 17,2 para 8,4% (IBGE/PNAD). É provável que a meta estabelecida em Dakar (6,3%) para 2015 não será atingida
. Mas fizemos avanços e estamos próximos dela.

É importante observar que a taxa de analfabetismo é crescente a partir dos grupos etários com mais de 30 anos, atingindo 11,1% para as pessoas entre 50 a 59 anos e 24,5% para quem tem 60 anos e mais. O fato positivo é que o analfabetismo das pessoas mais jovens é relativamente menor. Entre 12 e 14 anos, por exemplo, a taxa caiu de 12,1 para 1,2 % entre 1992 e 2011.

Em relação aos gastos com educação, a ex-senadora deveria saber que entre 2003 e 2010 os gastos federais mais que dobraram (valores constantes), passando de R$ 18,8 para 45,5 bilhões (IPEA, 2012). Dentre as ações empreendidas, destacam-se, especialmente, os esforços para a universalização do ensino infantil: entre 2003 e 2011 o percentual de crianças de 5 a 6 anos que não estava na escola caiu de 21,3 para 8,4%. Aprofundar esse esforço é um importante antidoto contra o analfabetismo ao mesmo tempo em que favorece a educação de qualidade.

Apesar dos avanços nas últimas décadas, a educação nacional ainda acumula desigualdades e ausências. A escolaridade media da população é baixa em relação aos parâmetros internacionais. O analfabetismo de jovens e adultos permanece elevado. A universalização da oferta ainda apresenta lacunas no ensino infantil, médio e superior. Estar na escola não garante o aprendizado e a questão da qualidade permanece viva.

Para enfrentar esses desafios temos que nos distanciar de Davos, ao contrário do que prega a ex-senadora. 

Petição coleta assinaturas pelo impeachment de Joaquim Barbosa

 

"Já foi lançado um manifesto de repúdio ao que chamam de prisões ilegais de parte dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, assinado por juristas, intelectuais da sociedade civil’, diz o texto da petição colocada no site Avaaz; "Joaquim Barbosa mentiu ao defender o sigilo do Inquérito 2474 pois está atuando claramente a favor dos interesses dos magnatas da mídia brasileira, onde inclusive seu filho trabalha"

Brasil 247

Uma petição online, que defende o impeachment de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, foi publicada no site Avaaz. Leia abaixo sua justificativa e acesse aqui a petição:

Por que isto é importante

A OAB aprovou documento assinado por todos os seus conselheiros federais cobrando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) uma investigação sobre a conduta do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Trata-se de uma medida inédita da entidade.

Algo que demonstra o quanto o atual presidente do Supremo extrapolou todos os limites do jogo democrático. Um dos maiores e mais renomados juristas do Brasil, Celso Bandeira de Mello, professor de direito da PUC-SP, criticou as decisões tomadas por Joaquim Barbosa sobre a prisão dos condenados do chamado “mensalão”. “Cabem providências jurídicas contra ele, entre elas o impeachment".

Enquanto isso cresce o movimento pelo impeachment do presidente do STF. O ex-governador de São Paulo, e um dos juristas mais respeitados do país, o conservador Claudio Lembo, concedeu uma entrevista ao programa “É Notícia”, da RedeTV!, que promete incendiar o debate sobre os abusos cometidos por Barbosa.

“Nunca houve impeachment de um presidente do STF. Mas pode haver, está na Constituição. Bases legais, há. Foi constrangedor, um linchamento. O poder judiciário não pode ser instrumento de vendetta”, diz o ex-governador paulista.

Já foi lançado um manifesto de repúdio ao que chamam de prisões ilegais de parte dos condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, assinado por juristas, intelectuais da sociedade civil. Joaquim Barbosa mentiu ao defender o sigilo do Inquérito 2474 pois está atuando claramente a favor dos interesses dos magnatas da mídia brasileira, onde inclusive seu filho trabalha.

Para quem não sabe, este inquérito tem as provas de que todo o mensalão foi uma imensa farsa sustentada pela mídia e pela oposição, para derrubar o PT e criar as bases de um golpe de estado através do impeachment de Lula. Não conseguiram derrubar Lula, mas conseguiram iludir, desinformar e colocar boa parte dos brasileiros contra o PT.

A Rede Globo, a Revista Veja, e o Jornal Folha de SP ajudaram durante anos a sustentar a mentira, pois o PT planejava democratizar a mídia, que no Brasil é dominada por 7 famílias de bilionários.

Obs. do Falando da Vida – O inquérito 2474, mantido durante todo o tempo sob sigilo da Justiça por Joaquim Barbosa, finalmente apareceu (graças ao Ministro Ricardo Lewandowski) e os advogados dos réus já tiveram acesso a ele. Alí estão as provas do quanto Barbosa mentiu.

Obs. 2 do Falando da Vida – Vejam o vídeo abaixo que mostra uma votação de 12 de maio de 2011 em que Barbosa mente afirmando que o inquérito 2474 trata de outros réus e assuntos não relacionados ao mensalão petista e aqui a matéria original do jornalista Miguel do Rosário no seu blog O Cafezinho http://www.ocafezinho.com/2014/01/30/bomba-o-video-que-pode-derrubar-joaquim-barbosa/

Obs. 3 do Falando da Vida – Quando fui assinar a petição estava em pouco mais de 1.400 assinaturas. Claro que não vou ficar atualizando os números, mas já passou de 5.000. Não há nenhuma dúvida de que serão milhares de assinaturas. Tanto pode clicar no Aqui do primeiro parágrafo como no link abaixo.

http://www.avaaz.org/po/petition/Senado_Federal_Impeachment_de_Joaquim_Barbosa/?kOZhidb

[[youtube?id=B1olh0VKbSw]]   

Acabou o ciclo do PT?

Por Emir Sader, em Carta Maior

A cantilena volta a cada eleição. Em 2006, nem era preciso, porque o ciclo seria cortado logo no início, se as previsões da oposição de que, depois da campanha midiática contra o governo e o PT e o estrangulamento de recursos no Congresso, dessem certo.

Não contavam com a astúcia do governo Lula, que já podia contar com os resultados da prioridade do social, que havia acertado a mão com as políticas sociais e pôde derrotar de novo a oposição. Em 2010 então, os que teorizavam que era o lulismo o que segurava o governo, se entusiasmavam com a possibilidade de voltarem a governar, amparados na “científica” previsão do diretor do Ibope e na galhofa de que a Dilma era um poste.

A eleição da Dilma permitiu demonstrar como o esquema de governo valia mais alem do “lulismo”, mantendo e intensificando o modelo econômico-social. Agora, a falta mal disfarçada de entusiasmo da oposição apela para um suposto "fim de ciclo do PT”, o que alentaria os desalentados candidatos da oposição a buscarem alguma esperança para encarar a mais difícil campanha da oposição.

O coro neoliberal na mídia entoa: terminou o modelo de crescimento econômico induzido pelo consumo, pela distribuição de renda. Faz terrorismo para que as taxas de juros sigam subindo, apelando para um suposto descontrole inflacionário. Propõe o abandono do modelo econômico e a volta à centralidade do ajuste fiscal, que levou o Brasil à profunda e prolongada recessão que o FHC deixou de herança pro Lula.

Sabemos o que é “fim de ciclo”, com o fim do curto ciclo tucano, apesar das suas ameaças que teriam vindo para destroçar o Brasil por 20 anos. A política econômica de estabilização monetária e de ajuste fiscal se esgotou, FHC conseguiu esconder a crise de janeiro de 1999 e a nova e arrasadora negociação com o FMI – que o fez levar a taxa de juros a 49% (sic) -, para poder se reeleger. Mas em seguida a economia naufragou numa profunda e prolongada recessão, sendo resgatada só pelo governo Lula.

O apoio ao governo do FHC desceu a seu mínimo, não conseguiu eleger seu candidato e, dali pra frente, só enfrentou derrotas eleitorais. Não tem nada a propor, candidatos tucanos renegavam o governo FHC, quem o reivindica ressuscita os que levaram o pais ao pântano, corre o risco de nem sequer chegar em segundo lugar nas eleições deste ano. Isso é esgotamento, fim de ciclo.

A Dilma mantem alto apoio popular, é favorita para reeleger-se este ano, os índices sociais são melhores ainda do que quando a economia crescia mais, o Lula continua a ser o maior líder politico do Brasil, o PT tem projeções para obter o melhor resultado da sua história para governadores e para o Parlamento.

Os problemas que o governo enfrenta só podem ser superados não pelo abandono do modelo que permitiu o país crescer e distribuir renda, simultaneamente, como nunca havia feito na sua história. Mas pelo seu aprofundamento, pela quebra do poder do capital especulativo, por um papel mais ativo ainda do Estado na economia, pela extensão e aprofundamento das políticas sociais. E não pelo seu abandono, para o retorno a pacotes de ajuste prometidos pelos candidatos da oposição, com as duras consequências que conhecemos.

Não há fim de ciclo do PT. Dilma e Lula tem a popularidade que falta a FHC. O país não entrou em recessão, como com os tucanos, com a exclusão social que caracterizou o seu governo. A maioria da população claramente prefere a continuidade do governo do PT às propostas regressivas da oposição. O Brasil se prepara para a segunda década de governos posneoliberais. 

Oposição: procura-se

Por Wanderley Guilherme dos Santos, em Carta Maior

Se depender da oposição o País não vai andar. A infantilidade de seus protestos explica o agônico socorro que está pedindo à descabelada desordem urbana. De seu próprio ventre, nada. Criticar a autoridade fiscal, por exemplo, por ter usado tributos e dotações dos leilões para fechar as contas equivale a desancar o quitandeiro porque equilibra o livro-caixa recebendo o que lhe devem. É curial que o governo troca tributação por serviços, administração e projetos. Lá uma vez ou outra parte dos impostos se transforma em subsídios diretos e indiretos ao consumo e às despesas dos grupos vulneráveis. Chama-se redistribuição de renda e vem ocorrendo há pouco mais de dez anos no Brasil. É isso que provoca espuma na garganta oposicionista e a faz perder o senso de ridículo.

Nenhuma oposição que se preze tenta condenar um governo por fazer uma parada técnica voltando de longa viagem. Aliás, nem mesmo se fosse para simples recuperação física, independente de considerações meteorológicas ou de segurança de vôo. Pois este foi um dos brados de guerra, sem eco, da semana oposicionista. 

Desdobrar desembolsos no tempo é uma espécie de versão macroeconômica da compra a crédito, o uso calculado da renda e do gasto futuros. A dívida das pessoas deve ser compatível com a proporção comprometida da renda esperada face ao dispêndio incompressível que virá a ter. Trata-se de uma questão de ser ou não leviano em relação à própria economia. E é preciso muita leviandade para que eventuais desmandos, ou desvairada presunção, conduzam à falência. Desde a redemocratização de 1945 foram necessárias décadas dos mais variados governos, inclusive ditatoriais, até que os livrescos sábios do PSDB conseguissem a proeza de quebrar a economia brasileira três vezes em não mais do que oito anos.

Quando as mesmas vozes do passado esgoelam-se em advertências sobre a dívida pública, bruta ou como proporção do produto interno, com que diabos de autoridade pensam estar falando? Não possuem nenhuma imaginação ou criatividade e o bolor das receitas sugeridas tem um só resultado, se aviadas: desemprego. Existe uma crônica morbidez no pensamento conservador que o faz recuar diante da saúde e saudar os sintomas patológicos de vida social. Talvez por isso aplauda a proliferação dos micróbios (pequenos grupos de desordeiros, em geral), sem se dar conta de que estes são a hiperbólica evidência do fracasso oposicionista, ele mesmo.

Mas a pantomima máxima revela-se na busca de recordes. Os furos pelos quais compete a grande imprensa foram transferidos das páginas de esportes e da previsão do tempo para as manchetes, mas com significados distintos.

Excepcionais desempenhos em natação, maratona e salto a distância refletem o aprimoramento físico da espécie, o apuro no treino e a perseverança nos treinos. Já os indicadores de temperatura nos explicam o bem estar ou seu contrário em condições de exacerbado calor ou frio. Por isso comparam números de hoje com os de ontem ou de há dez anos conforme o caso. Mas as manchetes das primeiras páginas são pândegas. Títulos chamativos advertem que aumentou a ameaça inflacionária enquanto o texto explica que houve uma variação para mais no quarto dígito depois da vírgula, algo que não acontecia há dezoito, vinte e três ou não sei lá quantas semanas. Ou seja, o furo jornalístico não quer dizer absolutamente nada.

Pelo andar da carruagem é de se esperar escândalos informando que o desemprego na tarde de quarta feira passada foi o maior já registrado em tardes de quartas-feiras de anos bissextos. Ao anunciá-los os apresentadores de noticiários televisivos farão cara de fralda de bebê, suja.

Enquanto o País muda a pele, subverte rotinas, enfrenta e experimenta uma realidade inédita – a liquidação da miséria extrema – e veloz reestruturação de seus contingentes sociais, o reduto oposicionista balbucia indignações esfarrapadas. E a crítica competente é fundamental para o desempenho de qualquer governo. Quanto a isso, estamos à míngua. A oposição brasileira é rústica como oposição
, não está preparada para governar.
 

O que a “vaquinha” por Genoíno e Delúbio ensina? O que o PT esqueceu…

Por Fernando Brito, no Tijolaço

Os jornais não disfarçam seu espanto com as doações públicas para que José Genoíno, primeiro, e agora Delúbio Soares paguem as multas que receberam do Supremo Tribunal Federal.

Claro que pode até haver alguma mutreta de algum depósito feito por gente “muy amiga” para desmoralizar a arrecadação de fundos, e é bom que se verifique isso.

Mas nenhuma eventual “armadilha” nesta “vaquinha” esconde o seu principal ensinamento.

Se o protagonismo de José Genoíno nas lutas contra a ditadura, seu drama pessoal de saúde e a comovente solidariedade de sua família – sua filha Miruna tornou-se um símbolo de integridade e amor filial – o que poderia explicar o apoio público de Delúbio Soares, um colaborador de segundo escalão do PT e o que mais foi vilanizado em toda essa história do chamado “mensalão”.

A lição preciosa deste episódio é algo que, ao longo do tempo, boa parte da direção do PT parece ter se esquecido.

A de que existe uma militância política que não precisa ser paga – e que até paga, ela própria, do jeito que pode – para apoiar um partido, porque apóia as ideias e o significado destas ideias sobre a vida dos brasileiros.

A de que existe, fora da mídia e do mercado, gente que tem opinião e valores, que entende que existe uma luta de afirmação deste país e que está aí, pronta e ansiosa por quem a mobilize por uma causa, mesmo que a espinhosa causa de apoiar quem foi condenado num processo que, embora político até a medula, foi sentenciado num tribunal.

A “vaquinha” não foi contra a justiça nem por piedade humana.

Foi um gesto político, mostrando que há milhares de pessoas prontas a deixar seu conforto, seus interesses pessoais e a se expor, corajosamente, por uma causa que não é a figura de Delúbio ou mesmo a de José Genoíno, com todo o brilho e respeito que ela merece.

A causa é o processo de transformação do Brasil.

Pela qual, meu deus, parece que muitos dirigentes políticos, acham inútil levantar orgulhosamente a bandeira.

Reduzem a política a acordos, posições, verbas, favores, influência e – sejamos sinceros – recursos para candidaturas.

É claro que na prevalência dantesca  que o dinheiro assumiu na vida política brasileira, só um tolo teria a ilusão de que uma campanha – sobretudo as majoritárias – pudesse funcionar apenas com “vaquinhas”.

Os grandes doadores, com a impureza de intenções com que doam, continuarão a ser fonte essencial de financiamento de campanhas, enquanto não se adotar o financiamento público que a direita tanto combate.

As pequenas doações desta “vaquinha”, porém, revelam algo além de seu valor monetário e que não deve ser comemorado, mas ser, sim, objeto de reflexão.

Há quanto tempo o PT e o governo que, sob sua legenda, o povo brasileiro elegeu e reelegeu, não faz uma “vaquinha cívica” pelas causas que o levaram até lá?

Há quanto tempo não se dirigem à opinião pública para dizer que precisam da pequena mobilização que cada um pode
dar para criar um caudal de vontade que sustente as mudanças?

Onde está a polêmica, a contestação ao que o coro da mídia diz – como disse dos acusados no “mensalão” – de que tudo está errado e o status quo é perverso, mau e contrário aos direitos do povo brasileiro?

Não é preciso ser radical ou furioso, mas é preciso ser firme e claro.

Os líderes políticos – e os governos que sob sua liderança se erigem – têm um papel didático e mobilizador a desempenhar para com o povo brasileiro.

Sem bandeiras, ele não se une, mas está pronto a unir-se quando estas se levantam, mesmo que absolutamente “contra a maré”, como ocorreu nestes casos.

Precisamos, urgentemente, de uma “vaquinha cívica” pelo Brasil.

Pelo projeto de afirmação que se expressa no desenvolvimento, onde o Estado – e apenas ele – é o fio condutor de políticas eficazes e justas, porque o “santo mercado” é, historicamente, incapaz e mesquinho para tudo o que não seja dinheiro rápido e cego para qualquer visão estratégica de Nação.

Assistimos o Estado brasileiro e suas ferramentas de progresso econômico – a Petrobras, o BNDES, a Caixa, a Eletrobras, o Banco Central – serem diariamente massacradas nos jornais e nas tevês e não vemos, quase nunca fora das campanhas eleitorais, buscar-se a solidariedade da população.

Uma solidariedade que existe e que vive adormecida pela incapacidade – ou opção errônea – de não ser anunciada aos quatro ventos, em lugar de serem gaguejadas explicações e “desculpas” aos senhores do poder real: o poder econômico.

Uma solidariedade que precisa ser despertada, sob pena de que também os nossos sonhos venham a ser condenados.