Como destruir um alienado em 1000 pedaços

Por Ronaldo Souza

Há um filme de Woody Allen (não lembro o nome) em que em uma das cenas há uma fila na porta do cinema e um homem, querendo impressionar a sua companhia, “interpreta” a intenção do autor do filme.

Woody Allen, ouvindo tudo, já irritado, sai da fila, vai atrás de um biombo na mesma calçada em que estavam (quem conhece o cineasta Woody Allen sabe como os seus filmes são inteligentes, instigantes e provocativos), traz pelo braço o diretor do filme e pede para ELE dizer do que se tratava o filme. Tudo que o conquistador dissera era uma asneira só.

A cena termina com Woody Allen dizendo algo tipo: “que pena que a vida não é assim”, ou seja, que pena que bobagens e dissimulações, podem passar por verdades e até por coisas sábias sem que possamos fazer nada.

Narrei essa cena em um texto que escrevi e postei em fevereiro de 2012.

Realmente, a vida não é como gostaríamos que fosse. Já lamentei muitas vezes por isso. Acho que hoje estou mais inclinado a dizer que ainda bem que não é assim.

Deixe como está. A vida é a imperfeição do perfeito.

Quantas vezes fiquei chateado, até furioso, por não poder mostrar o óbvio e isso já seria suficiente para mostrar como a vida é imperfeita; o óbvio é óbvio, não deveríamos precisar mostra-lo. Mas não é assim. Muitas vezes mesmo o óbvio ululante de Nelson Rodrigues precisa ser mostrado.

O grande problema é que não querem ver. Sim, acredite; não querem ver.

Até bem pouco tempo atrás a minha inocência me fazia acreditar que as pessoas não sabiam. E a ignorância será quase sempre perdoada.

Eça de Queiroz diria que “ou é má fé cínica ou obtusidade córnea”. Já me convenci de que em muitos casos não é obtusidade córnea.

Eu, que hoje me inclino mais a pensar que ainda bem que a vida não é como eu gostaria que fosse, permito-me uma recaída. Gostaria que fosse sim, pelo menos em alguns momentos, para que o óbvio pudesse ser mostrado. Mas aí eu teria que ter o talento e o conhecimento de um Woody Allen. Ou de George Gallaway.

Veja a oportunidade que a vida deu a Gallaway e o que ele fez com o aluno de Oxford. Esse aluno é de Oxford, mas eles estão espalhados por aí.

[[youtube?id=–QjwodEcOk]]

 

PS. Esse texto que escrevi também foi publicado no Blog do Nassif, no Jornal GGN e Rubem, um dos comentaristas do blog, postou a cena do filme de Woody Allen, à qual me referi. Aqui vai o comentário dele:

O filme é Annie Hall (Noivo Neurótico, Noiva Nervosa). E a cena antológica mostra um jovem professor universitário "especialista" na teoria de Marshall McLuhan deitando falação para tentar impressionar uma, provavelmente, aluna.

Incomodado com o papo (sem pé nem) cabeça do "intelectual", o personagem de Allen vai logo ali e traz o próprio McLuhan para confirmar que o especialista não entendia nada daquilo que ensinava…

E aí está a cena. Veja que maravilha. Woody Allen na veia.

[[youtube?id=yZdpVAY8CgA]]

Pesquisa CNT/MDA; Dilma amplia vantagem

Presidente lidera com 43,5% dos votos contra o senador Aécio Neves (PSDB), que registra 19,3%, e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com 9,5%; numa disputa contra Aécio e a ex-senadora Marina Silva, do PSB, vitória seria de 40,6% para Dilma Rousseff, contra 22,6% de Marina e 16,5% de Aécio; segundo a mostra, a petista venceria em todos os cenários também num eventual segundo turno, com margem mais apertada contra Marina; avaliação do governo teve ligeira alta, de 38,1% para 39,0%

Pesquisa CNT/MDA: Dilma vence no primeiro turno

Brasil 247

A presidente Dilma Rousseff lidera a corrida eleitoral de 2014 com 43,5% dos votos, de acordo com pesquisa CNT/MDA divulgada na manhã desta quinta-feira 6. A petista venceria em todos os cenários.

O senador Aécio Neves (PSDB) aparece em segundo lugar na mostra, com 19,3% dos votos, enquanto o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), registra 9,5%. 

Na hipótese de disputar a Presidência da República contra a ex-senadora Marina Silva e Aécio Neves, Dilma aparece com 40,6% das intenções de voto. Marina registra 22,6%, e Aécio, 16,5%.

Em um eventual segundo turno, a petista também bateria os três adversários, com margem mais apertada numa disputa contra Marina Silva, atual aliada de Eduardo Campos no PSB.

Acesse a pesquisa aqui.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a avaliação do governo federal, que teve ligeira alta:

Aprovação do governo Dilma chega a 39%, mostra CNT

Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo da presidenta Dilma Rousseff tem a aprovação de 39% da população, segundo pesquisa divulgada hoje (7) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). O índice é maior que o registrado na pesquisa anterior, de setembro, quando o governo teve avaliação positiva de 38,1%. A avaliação negativa do governo chega a 22,7% dos entrevistados.

O desempenho pessoal da presidenta foi avaliado como positivo por 58,8% dos entrevistados. O dado mostra estabilidade em comparação à última pesquisa quando o percentual foi 58%. O índice de desaprovação do desempenho pessoal de Dilma é 38,9%.

A pesquisa, encomendada pela CNT ao instituto MDA, mostra que, no caso de candidatura, a presidenta Dilma Rousseff tem 18,9% da intenção espontânea de voto. Em seguida, aparecem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (7,5%), Aécio Neves (6,7%) e Marina Silva (5,6%). Na pesquisa espontânea, não são apresentadas opções de possíveis candidatos.

Na intenção de voto estimulada, quando são apresentadas opções de candidatos, em cenário sugerido pela pesquisa para o primeiro turno das eleições, Dilma Rousseff tem 43,5% da intenção de voto, Aécio Neves tem 19,3% e Eduardo Campos, 9,5%. Em um segundo cenário apresentado aos entrevistados, Dilma Rousseff tem 40,6% das intenções de voto, Marina Silva, 22,6% e Aécio Neves, 16,5%.

Nesta edição, foram entrevistadas 2.005 pessoas, em 135 municípios de 21 unidades da federação, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro. A margem de erro é 2,2 pontos percentuais.

Obs. Nessa mesma pesquisa avaliou-se também a receptividade da população brasileira sobre o programa Mais Médicos do governo federal. Em julho, a mesma pesquisa tinha apontado aprovação de 49,7% da população. Em setembro, esse percentual subiu para 73,9%, alcançando 84,3% agora em novembro. O levantamento mostra também que o programa tem a desaprovação de apenas 12,8% da população.

De fato, uma grande aceitação, como tinha sido previsto pelo governo. Comenta-se que, como ainda haverá
um crescimento no atual volume de atendimento, esse percentual deverá aumentar mais ainda.

Obs. 2. Veja detalhes da pesquisa no blog O Cafezinho

ACM Neto e os governos paulistas; tirem suas conclusões

Por Assis Ribeiro, no  Blog de Luis Nassif no Jornal GGN

Estranhas ligações

Nas eleições para a prefeitura de Salvador o candidato ACM Neto rodou o pires para arrecadar o valor R$ 21.948.636,11 milhões gastos na campanha segundo dados do TSE.

Neto foi quem mais investiu financeiramente no pleito e sua comitiva “passou o chapéu” por São Paulo na tentativa de conseguir ajuda, sobretudo do PSDB do postulante local, José Serra, segundo o colunista Lauro Jardim, de Veja:

“Agripino Maia está em São Paulo. Apesar da reunião com Geraldo Alckmin, a disputa entre Fernando Haddad e José Serra está longe de ser a prioridade de Maia. Ele desembarcou em São Paulo para passar o chapéu e voltar com recursos suficientes para garantir a vitória de ACM Neto em Salvador”.

Até a ida de Agripino Maia a São Paulo os parceiros só tinham conseguido arrecadar 4,3 milhões de reais de acordo com o próprio Lauro Jardim informando dados do TSE:

“Até agora, segundo o TSE, a campanha arrecadou 4,3 milhões de reais e já desembolsou a bagatela de 3,7 milhões de reais.”

Como em um jogo de cartas marcadas ACM Neto escolhe Mauro Ricardo Machado Costa que atuou como Secretário da Fazenda de Gilberto Kassab (PSD) em São Paulo e ex-secretário da Fazenda de José Serra tanto na capital paulista quanto no governo do Estado para ocupar a mesma secretaria, agora na administração da cidade de Salvador.

Os escândalos envolvendo o nome de Mauro Ricardo Machado Costa não se restringem a ter mandado arquivar denúncias dos fiscais, seus subordinados, que podem ter causado prejuízo de até R$ 500 milhões à Prefeitura de São Paulo.

As estranhas ligações são antigas.

Em 1995, a convite do então Ministro José Serra, assumiu a Subsecretaria de Planejamento e Orçamento, no Ministério de Planejamento e Orçamento.

Em 1999, na gestão de José Serra como ministro da saúde é convidado para Presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Por irregularidades apuradas o Ministério Público ofereceu denúncia contra Mauro Ricardo por crime de Improbidade Administrativa em um "esquema" que teria desviado R$ R$ 56.630.323,39 da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da contratação de mão de obra terceirizada, inclusive para atendimento a "finalidades políticas".

Informação do site Bahia notícias:

Apesar de o prefeito ACM Neto (DEM) assegurar que o secretário municipal da Fazenda goza de sua "inteira confiança" e justificar que a ação movida pelo Ministério Público do Distrito Federal não atinge o seu auxiliar, o órgão, contatado pelo Bahia Notícias, garante o contrário. Segundo a assessoria da Procuradoria em Brasília, "não resta dúvida alguma sobre a inclusão de Mauro Ricardo Costa Machado na atuação judicial do MPF-DF" que denunciou, em 2008, um "esquema" que teria desviado R$ R$ 56.630.323,39 da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da contratação de mão de obra terceirizada, inclusive para atendimento a "finalidades políticas". De acordo com o MPF-DF, o processo já está na segunda instância no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. (….)

No que tange especificamente ao auxiliar do prefeito ACM Neto, o MPF-DF afirma categoricamente no processo, ao qual o Bahia Notícias obteve acesso à íntegra, que "o objeto da presente ação de improbidade administrativa, foi firmado no dia 18/12/2002, na gestão do então presidente Mauro, […] responsável pela contratação original da empresa Brasfort e pela celebração do Contrato 074/2002, eivado de todas as ilegalidades". Descreve ainda que "o ex-presidente da Funasa, Mauro Ricardo, viabilizou uma contratação nula, fundamentada em um plano de cargos e salários ‘paralelo’". O convênio foi celebrado no período com a empresa Brasfort, acusada pela procuradora de integrar uma suposta "Máfia das Terceirizadas". "A origem de todas as ilegalidades narradas é a assinatura [por Mauro Ricardo] do próprio Contrato com desvio de finalidade , para execução de atividade-fim do órgão mediante terceirização dos serviços que, posteriormente, permitiu a contratação de parentes e ‘apadrinhados’, sem que houvesse controle da frequência dos terceirizados", acusa Raquel Branquinho. "Ao permitir a contratação da Brasfort na forma acima narrada, o ex-presidente da Funasa Mauro Ricardo violou princípios basilares da Administração Pública", sustenta o texto.

A procuradora afirma que todos os acusados agiram "de forma deliberada e, com plena consciência dos seus atos, praticaram os atos de improbidade administrativa". Raquel Branquinho lista também a responsabilidade do secretário do Município soteropolitano ao promover na Funasa "a criação de um ilícito sistema de banco de horas semanal" e reitera o que chama de "plano de cargos e salários ‘paralelo’, com critérios de ascensão funcional e remunerações bem maiores do que o legalmente vigente no órgão".

Conforme o MPF-DF, o período de comando do atual titular da Sefaz de Salvador na Funasa integra o quadro de "administrações totalmente descompromissadas com o interesse público, que utilizam os recursos orçamentários e extraorçamentários para fins políticos eleitoreiros e também para o desvio de dinheiro, o que tem causado um incalculável prejuízo à própria entidade". Mauro Ricardo Machado Costa presidiu a Funasa de 26 de março de 1999 a 14 de janeiro de 2003. Clique aqui e leia a ação na íntegra.

De acordo com o jornalista Leandro Fortes Mauro Ricardo já foi condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em 2001, e pela Justiça Federal, em 2005. Clique aqui para ler Grampinho em apuros

As estranhas ligações continuam com o convite do então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para que Mauro Ricardo ocupasse a presidência  da Companhia de Saneamento de Minas Gerais(Copasa) de 2003 a 2004.

Um poeta de alma encarcerada

Busco razões, devem existir, que expliquem o ódio e consequente sentimento de vingança que alguns homens nutrem por Lula.

Ferreira Gullar é um desses homens. Vi, com muita tristeza, uma matéria no Brasil 247, intitulada Lula é a obsessão de Ferreira Gullar, em que mais uma vez Gullar põe sobre os ombros de Lula toda a culpa das mazelas do mundo.

A razão desse ódio seria a corrupção que se atribui ao PT? Não, não pode ser. Um homem com a inteligência de Ferreira Gullar e com o acesso privilegiado às informações que ele tem sabe que isso é uma farsa e não poderia usar argumento tão pobre.

Se não podia usar esse argumento, porque sabe que desde sempre a corrupção é prática muito mais intensa e frequente no PSDB, partido em torno do qual agora gravita, agora é que não pode mais.

Pelo menos alguns dos tantos episódios de corrupção dos seus outrora inimigos, sempre escondidos e blindados por uma mídia que ele agora parece precisar agradar, estão vindo à tona. Se, por razões que desconhecemos, ele não quis ver isso antes, agora não há mais como não ver.

Tenho certeza de que um intelectual como Ferreira Gullar já leu Eça de Queiroz e conhece a sua famosa frase; “ou é má fé cínica ou obtusidade córnea”. Essa mesma certeza tenho da sua inteligência e é ela que me diz que, tratando-se de Ferreira Gullar, não é obtusidade córnea.

O que é um comunista?

Se não levarmos em consideração que é alguém tão mal e pervertido que come criancinhas, grosso modo poderíamos dizer que é alguém que luta pela igualdade dos direitos das pessoas. O comunista acha que todas as pessoas são iguais e têm os mesmos direitos.

Há uma frase muito interessante atribuída a Winston Churchill: “O vício inerente ao capitalismo é a distribuição desigual de benesse; o do socialismo é a distribuição por igual das misérias”.

Com todos os erros, pecados e a utopia do comunista e ainda o sarcasmo da segunda parte da frase, é nela que o comunista está inserido. Um ex-comunista está na primeira parte. É onde está o ex-comunista Ferreira Gullar.

Uma mudança tão forte de visão do mundo envolve a alma, tira dela o que lhe é mais sagrado; a liberdade.

Uma das coisas que fazem o poeta livre é a liberdade da alma. Mesmo privado da liberdade física, a alma livre do poeta o mantém vivo.

Há algum tempo Ferreira Gullar é um homem comum, o poeta já morreu. A alma do poeta não se deixa encarcerar pelo rancor.

O que anda tirando o sono de ACM Neto?

Impressionante. Já não chegam os outros netos, Aécio Neves e Eduardo Campos, completamente perdidos, o neto do DEM baiano, que encolheu como administrador, também está perdido.

Salvador deve ser a cidade mais privilegiada do mundo por ter o mais competente dos homens para ser seu secretário da fazenda. Só isso justifica trazer alguém de São Paulo para tal função. Ao mesmo tempo, Salvador é a mais pobre das cidades, por não ter entre os seus homens alguém capaz de administrar as suas finanças.

Por outro lado, para atropelar os princípios mais elementares do bom senso e fazer o acima descrito, ACM Neto deve ser um político muito inocente para não conhecer o histórico do homem que ele trouxe, Mauro Ricardo. Agora, preocupado, liga para Fernando Haddad (prefeito de São Paulo) para saber se respinga nele a mais recente descoberta de corrupção do clã de Serra, do qual fazem parte Kassab e… Mauro Ricardo que, segundo as informações é um dos mentores do processo. ACM Neto é um homem puro, muito puro.

A não ser que estivesse contando com as mágicas que Mauro Ricardo poderia fazer na Secretaria da Fazenda, uma secretaria muito delicada.

Os possíveis desdobramentos desse caso poderão trazer grandes dificuldades para o neto baiano se justificar depois.

Como é forte o sentimento de impunidade de alguns políticos. 

O PSDB, quem diria, quer aderir ao Bolsa Família

Há poucos dias escrevi que o Bolsa Família venceu o prêmio ISSA, o Nobel Social.

Trata-se do Award for Outstanding Achievement in Social Security, concedido pela Associação Internacional de Seguridade Social, com sede na Suíça. Disse também que está sendo adotado em diferentes partes do mundo, inclusive Nova York e na própria Suíça.

Surpresa? Sim. Não o reconhecimento, mas a sua adoção em locais inimagináveis, longe daqui, com chances reais de que venha a se espalhar mundo afora.

Incrível como a vida nos reserva surpresas.

Lembro quando, por exemplo, na campanha de 2010 para presidente da república, Serra tentou chamar para si a maior capacidade de continuar o que Lula tinha feito, mais do que Dilma poderia fazer.

Absolutamente, completamente, totalmente surpreendente. Quem, juntamente com o consórcio Mídia/PSDB/DEM e periféricos, passou a vida batendo no PT e em Lula, de repente, não mais que de repente, tentava colar na imagem de Lula para ganhar as eleições.

Não colou. Voltou ao antigo hábito; bater em Lula e no PT em todas as horas, dias, semanas, meses…

Chamado de bolsa esmola, assistencialismo, eleitoreiro, bolsa vagabundo, “dá o peixe, mas não ensina a pescar”…, o Bolsa Família era uma praga, uma chaga.

O Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), por exemplo, em 2011, disse no programa Roda Viva: "o bolsa família não tira ninguém da miséria, mantém na miséria porque estimula a preguiça, inclusive, há gente que não quer trabalhar porque não quer ter carteira de trabalho, para não perder o bolsa família, essa é uma verdade!"

Roubo do Tijolaço e da  CartaCapital esses trechos com links do site do próprio PSDB:

 “esmola governamental”, “esmola eleitoreira”, feito para “atingir as metas eleitorais do PT”, “assistencialismo simplista que não apresenta benefícios concretos”.

Em editorial intitulado “Bolsa Esmola” e publicado em 13 de setembro de 2004, o PSDB afirmava que o programa “reduziu-se a um projeto assistencialista” e “resignou-se a um populismo rasteiro”

Já disse a você que é incrível como a vida nos reserva surpresas? Já? Então, perdão, estou repetitivo. Mas é que realmente é incrível como a vida nos reserva surpresas.

Lá vou eu ser repetitivo outra vez.

Já disse que a inconsistência e fragilidade de Aécio Neves são de dar pena. Mas é incrível como ele sempre se supera e… nos surpreende; é impressionante.

Retorno à CartaCapital:Na quarta-feira 30, dia em que o Bolsa Família completou dez anos, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, divulgou um projeto de lei inusitado. O tucano deseja tornar permanente o programa que, por anos, atacaram”.

O PSDB, claro, completamente perdido e envolvido em sucessivos episódios de corrupção que, mesmo abafados, insistem em aparecer (essa semana descobriram mais um; não, não é o propinoduto tucano da Siemens e Alston, já é outro), está se agarrando em qualquer coisa. Perdeu inteiramente a noção de bom senso e não consegue perceber o grau de insensatez contido na proposta. Incrível.

Será que Aécio está querendo fazer o que Serra tentou em 2010, colar em “semelhanças” com Lula?

Diante da nova postura, resta uma pergunta; será que irão chamar o Bolsa Família de Bolsa FHC?

Obs. do Falando da Vida – segundo o Tijolaço, numa imitação infantil da muito bem sucedida paródia Dilma bolada, Aécio lançou agora o facebook Aécio boladasso. Eles não tem limites para a… Veja breve matéria sobre Aécio boladasso em O Cafezinho.

Marina perdeu a memória

 

Lula e a “disruptura” de memória de Marina Silva 

Por Fernando Brito, no Tijolaço

Agora há pouco a Folha publicou algumas declarações de Lula que baixam a bola da fase “Marina Leitão” que a candidata do partido… – ah, sim, do PSB – vem assumindo em suas entrevistas, nas quais diz que ela vai defender “as conquistas de FHC e de Lula”.
 
Lula disse que Marina precisa parar de “aceitar com facilidade” lições que estaria tomando na área de economia – uma referência aos velhos tucanos André Lara Rezende e Eduardo Gianetti, o homem da rolha vacum – e parar de dizer que o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) deu ao país a estabilidade econômica.”
 
“A Marina precisa só compreender o seguinte: ela entrou no governo junto comigo em 2003 e ela sabe que o Brasil tem hoje mais estabilidade em todos os níveis que a gente tinha quando entramos. Herdamos do FHC um país muito inseguro, não tinha nenhuma estabilidade, não tínhamos dinheiro sequer para pagar suas importações”, afirmou Lula.
 
“Tínhamos [US$] 37 bilhões de reservas, dos quais 20 bilhões eram do FMI [Fundo Monetário Internacional], e hoje a gente tem [US$] 376 bilhões de reservas, mais [US$] 14 bilhões emprestados ao FMI. Tínhamos uma inflação de 12% quando cheguei e tem uma inflação hoje de 5,8%. Então, eu penso que Marina precisa não aceitar com facilidade algumas lições que estão lhe dando. Ela precisa acompanhar com mais gente o que era o Brasil antes de a gente chegar”, .
Para Lula, Marina “deve ter se esquecido” que “em 1998 a política cambial fez esse Brasil quebrar três vezes.
 
Não esqueceu, não, Lula. Nem ela, nem Eduardo Campos.
 
É apenas a perda seletiva de memória que acompanha a mudança de lado.
 
Fernando Henrique já nos ensinou do que se trata este tipo de amnésia.
 
É provocado por traumatismo de caráter. 

 

Pesquisa do PSDB: Dilma ganha no 1º turno

Por Fernando Brito, no Tijolaço
 
Da coluna de Ilimar Franco, agora há pouco em O Globo:
 
O candidato do PSDB à presidência da República, senador Aécio Neves (MG) recebeu ontem pesquisa do Instituto SENSUS que diz que a presidente Dilma venceria hoje as eleições no primeiro turno. O resultado da pesquisa encomendada pelo PSDB confirma pesquisas semelhantes realizadas por outros Institutos. A presidente Dilma venceria com 40,2% das intenções de voto, enquanto Aécio Neves teria 18% e o candidato do PSB, governador Eduardo Campos, obteria 10,6%.
 
A pesquisa tucana tem uma diferença relevante em relação a outras, a distância mais ampla que separa Aécio Neves de Eduardo Campos. Neste mesmo cenário, 31,3% dos ouvidos “Não Sabem”, “Não Responderam” ou disseram que votariam “Branco” ou “Nulo”. O Instituto SENSUS fez duas mil entrevistas entre os dias 17 e 21 de outubro, em 24 estados. A margem de erro é de 2,2%. E em todos os cenários, a presidente Dilma venceria no primeiro turno.
 
O SENSUS também submeteu aos eleitores um segundo cenário, no qual substitui o candidato do PSB, colocando em seu lugar a ex-ministra Marina Silva (Rede). Neste caso, também a presidente Dilma venceria no primeiro turno mas o resultado seria mais apertado. Dilma teria 38,2% das intenções de voto, Marina Silva 18,4% e Aécio Neves 17,8%, enquanto 25,8% “Não Sabem”, “Não Responderam” ou disseram que votariam “Branco” ou “Nulo”. Neste caso, os dois candidatos da oposição teriam 36,2%.
 
O terceiro cenário testado pelo comando do PSDB substitui Aécio pelo ex-governador José Serra. Dilma teria 38,8% das intenções de voto, Serra 18,6% e Eduardo13,3%. A oposição somaria 31,9% das intenções de voto, enquanto 29,4% disseram que “Não Sabem”, “Não Responderam” ou que votariam “Branco” ou “Nulo”.
 
Por fim, os tucanos testaram um quarto cenário com José Serra e Marina Silva. A presidente Dilma teria 38,2% das intenções de voto, Serra 18,3% e Marina Silva 18%. Outros 25,6% disseram que “Não Sabem”, “Não Responderam” ou que votariam “Branco” ou “Nulo”. A oposição somaria 36,3% das intenções de voto. No caso de um segundo turno, enquanto a presidente Dilma teria 45,2%, Aécio ficaria com 27%, e haveriam 27,9% de indecisos. Na condição de que ambos tenham o mesmo nível de conhecimento, o embate seria mais apertado, com a presidente tendo 41,7%, Aécio 30,2% com 28,1% de indecisos.
 
E as taxas de rejeição aos candidatos, nesta pesquisa, segundo o Correio Braziliense:47,4% dos entrevistados afirmaram que não votariam de modo algum em José Serra. Em seguida aparece Eduardo Campos, com rejeição de 39,7%, e Marina Silva, com 39,4%. Na ponta estão Dilma Rousseff, rejeitada por 36,1%, e Aécio Neves por 34,6%.
 

PS: O Instituto Sensus é aquele que o PSDB pediu e  conseguiu que o TSE autorizasse ser investigado, em 2010, por dizer que Dilma tinha empatado com Serra, faltando seis meses para a eleição. Agora, os tucanos o contratam. Quem terá mudado de opinião? 

Má fé cínica?

O mensalão é um dos maiores absurdos em termos de julgamento na história do judiciário brasileiro, quem sabe o maior.

Além dos equívocos jurídicos cometidos (claro que isso não é dito por mim, leigo no assunto, mas por juristas e profissionais da área), houve toda uma orquestração para que os réus fossem condenados pelos ministros do STF, mas muito além disso pela sociedade brasileira. Este sempre foi o grande objetivo, que tinha como objetivo final destruir o PT.

Foi tão bem feita a trama que em qualquer ambiente em que se esteja basta pronunciar duas letras para que se associe de imediato à corrupção: PT.

Dentro dessas duas letras cabem, e estão, diversos nomes, mas um nome em especial sempre foi o alvo principal: José Dirceu.

Se em qualquer conversa você desejar defender José Dirceu, sob qualquer ponto de vista, desista. Afaste-se, saia, bata em retirada, dê-se por vencido. Você não terá nenhuma chance.

Dê-se por vencido, mas não se sinta vencido. E não tenha nenhum constrangimento em agir assim.

Digamos que o mensalão fosse o que dizem dele. Se determinados segmentos da sociedade usassem esse episódio como justificativa para uma grande indignação contra o comportamento do PT estariam errados? Não. Pelo contrário, estariam absolutamente certos e a essa fileira eu me incorporaria.

Imagem retirada do blog Tijolaço

Mas não é assim. É tudo uma farsa, uma grande farsa. E dessa farsa não participam somente segmentos importantes e altamente influentes. Dela também participam os inocentes do Leblon, espalhados pelo Brasil afora. De inocentes alguns nada têm, mas de úteis têm muito. Simplesmente, não querem ver.

Se há uma coisa que ninguém pode dizer é que Elio Gaspari é petista, muito pelo contrário. Jornalista da Veja há anos, não poupa o PT de críticas pesadas. Um referencial para a elite brasileira. O que pensa ela, a elite, nesse momento? Conseguirá não ver o óbvio? Gaspari não conseguiu. Veja o que ele diz.

Para Gaspari, propinoduto tucano supera ‘mensalão’

"Pelas provas, depoimentos e cifras, esse caso ultrapassa, de longe, o mensalão. Ali não há domínio do fato, o que há são fatos dominantes", escreve o colunista

Brasil 247

Na opinião do jornalista Elio Gaspari, o caso do chamado propinoduto tucano "de longe" ultrapassa o do "mensalão", dos petistas. Isso porque, segundo o colunista, no caso da formação de cartel por multinacionais e o pagamento de propinas a políticos do PSDB em São Paulo, em licitações para obras no transporte sobre trilhos no Estado, "há fato
s dominantes", e não apenas o "domínio do fato" sugerido pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470.

Abaixo, nota publicada em sua coluna deste domingo:

ALSTOM

Ou o tucanato paulista tem uma estratégia capaz de causar inveja ao comissariado petista que pretende livrar seus caciques das penitenciárias pelo mensalão, ou está numa tática suicida, jogando o escândalo do propinoduto denunciado pela Siemens para dentro da campanha eleitoral do ano que vem.

Pelas provas, depoimentos e cifras, esse caso ultrapassa, de longe, o mensalão. Ali não há domínio do fato, o que há são fatos dominantes.

Obs. 1 do Falando da Vida  – esse escândalo do PSDB é apenas mais um. Veja aqui como já estão escondendo e aqui alguns dos outros que já ocorreram.

Obs. 2 do Falando da Vida  – os inocentes do Leblon vão continuar ignorando tudo.

Obs. 3 do Falando da Vida – um dia conversaremos sobre José Dirceu. 

A promiscuidade da(s) rede(s) Itaú-Marina

Por Fernando Brito, no Tijolaço

Meu camarada Antonio Mello, em seu blog, é outro que chama a atenção para essa vergonhosa promiscuidade promovida com a Rede (de cartões de crédito) e a finada rede (assim mesmo, em minúsculas) de Marina Silva.

Incrível, mesmo sendo sabido que a braço-direito de Marina é uma das donas do Itaú, nossa imprensa tenha deixado de ao menos um “ôpa!” de estranheza.

Mello traz, sobre as ideias da Maria Alice Setúbal, integrante agora do círculo íntimo de Marina, trechos de um afiadérrimo artigo do escritor Marcelo Mirisola, no Congresso em Foco, mordaz como nunca sobre as “transversalidades” de Setúbal.

Agora, em Rede com a rede da disruptura de Marina.

A Rede da Marina, a Rede do Itaú, Marina na Rede do Itaú, e Marcelo Mirisola. Ou ‘Caiu na Rede é…trouxa’

Teria sido apenas uma incrível coincidência? Teria sido feito de caso pensado? Quem nasceu primeiro, o ovo (Rede) da Marina ou a galinha (Rede) do Itaú?

Logo após a ex-senadora Marina Silva tentar e não conseguir registrar seu Rede no TSE, o banco Itaú, que tem uma das herdeiras da família Setúbal, Maria Alice Setúbal, como uma das principais apoiadoras da Rede, o banco Itaú, eu dizia, resolveu que seu Redecard passaria a se chamar apenas Rede.

Num notável sincronismo, uma Rede balança a outra, tentando pegar os peixes-otários, os trouxas que somos nós – pelo jeito é o que pensam que somos.

Não vejo chiadeira contra essa tramoia canalha do partido sem registro com o banco sem vergonha, que quanto mais fatura e lucra, mais demite. Ou alguém aí leu alguma declaração de Marina sobre este excesso de Redes?

Para comentar essa miscelânea política, ou melhor, essa promiscuidade safada que nos tenta impingir gato (Rede de Marina) por lebre (Rede do Itaú), fui buscar trechos de um artigo do escritor Marcelo Mirisola, na época comentando outra miscelânea, esta cultural, envolvendo o mesmo banco e a mesma Maria Alice Setúbal.

A nova senzala (transversalidades)

(…) Pois bem, não é de hoje que me chama a atenção a presença constante de dona Maria Alice Setúbal na seção Tendências/Debates, o filé mignon da Folha de S. Paulo. Dona Maria Alice, como indica o nome, é herdeira de Olavo Setúbal, e provavelmente deve ser acionista do banco Itaú. Nos créditos de seus artigos, consta que é doutora em Psicologia e presidente dos conselhos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária da Fundação Tide Setúbal. Seus artigos são redundantes. Ela gosta de usar a palavra “transversalidade”.

(…) sou correntista do banco Itaú, pago altos juros pra dona Maria Alice Setúbal e também sou leitor de suas intervenções na seção Tendências/ Debates da Folha de S. Paulo. Gostaria de acreditar que o jornal ainda não foi absorvido pelo acervo do Instituto Moreira Salles. 

Voltando à dona Maria Alice Setúbal.

O que madame teria de tão importante para acrescentar, tirante suas “transversalidades”, ao debate de ideias, ou, mais especificamente, por que as idéias dela são tão relevantes para desfilar na seção Tendências/ Debates da Folha?

Vou arriscar um diagnóstico.

Os textos de madame costumam ter a marca indelével que conduz do óbvio ao ululante, são como folders, propagandas de condomínio que indicam, ou melhor, cobram o caminho da felicidade, apesar de a felicidade, pobre e acuada felicidade, não ter sido consultada a respeito de tão nobre encaminhamento. Mas uma coisa dona Maria Alice sabe fazer, algo que circula em seu sangue de agiota, ela sabe cobrar.

No seu último artigo, “Novas formas de aprender e ensinar”, publicado no dia 27 de março, dona Maria Alice Setúbal aposta na “inteligência coletiva” que – segundo sua bola de cristal high-tech – está na iminência de ser consumada pela força da revolução tecnológica. Madame não costuma deixar lacunas porque cumpre sua função, repito, que é levar o nada a lugar nenhum com a marca da excelência, como se o mundo fosse uma agência bancária cor-de-laranja protegido por portas giratórias e slogans de publicidade.

Não obstante, dessa vez, madame deu uma vacilada.

Dona Maria Alice Setúbal esquece que o lado de fora não tem ar condicionado. Revolucionária, decreta o fim do ensino linear. Para madame, o ensino da maioria das escolas – que ainda trabalham com aulas expositivas e livros didáticos – não faz mais sentido diante do conhecimento que é “transversal e produzido nas conexões entre várias informações”. Bem, esses conhecimentos ou essas conexões, que eu saiba, só existem e funcionam em sua plenitude nos sistemas de cobrança do banco de madame e na bolsa de valores. No mínimo, dona Maria Alice Setúbal, que se imagina mensageira do futuro, é uma debochada. Convenhamos que a “realidade transversal” que os nossos professores experimentam nas salas de aula têm outros nomes que nem o eufemismo mais engenhoso poderia disfarçar, tais como humilhação, porradaria, salário de merda. Para coroar seu pensamento revolucionário, dona Maria Alice, sentencia: “Essa transversalidade se expressa nas demandas das empresas e nas expectativas dos jovens”.

Que jovens são esses? Aqueles que madame adestra em seus canis cor-de-laranja? Qual a expectativa deles? Telefonar pras nossas casas às sete horas da manhã para nos lembrar que somos devedores do Itaú? Ou a expectativa desses jovens é subir na vida, e virar gerente de banco?

Dona Maria Alice vai além e se entrega, ela acredita que a tecnologia vai produzir “pessoas que saibam resolver problemas, comunicar-se claramente, trabalhar em equipe e de forma colaborativa. Que usem as tecnologias com desenvoltura para selecionar, sistematizar e criticar informações. E que sejam inovadoras e criativas”.

Ora, madame quer empregados que não a incomodem, e encerra seu raciocínio ou exige, de forma impositiva e castradora: “E que sejam inovadoras e criativas”. Não querendo fazer leitura subliminar, nem ser Lacaniano de buteco, mas esse “E que sejam inovadoras e criativas” é de amargar, hein, madame?

O artigo de dona Maria Alice é uma ordem de comando. A voz da dona, a mulher que visivelmente não pode ser contrariada. Difícil ler e não sentir-se um empregadinho dela. Ao mesmo tempo em que ordena “inovação e criatividade”, elimina a possibilidade de reação: “para fazer da tecnologia uma aliada da educação, é preciso vencer o medo do novo e superar a cultura da queixa”. Como se madame dissesse: “Publiquem meu artigo genial, obedeçam, e calem a boca. O futuro é meu, e se eu disser que é coletivo e cor-de-laranja, dá na mesma”.

(…) Eu falava de madame (versão 2013) que diz que samba é coisa de gente elegante. Dessa vez a visita periódica que madame faz à sua cozinha, também conhecida como “Tendências/Debates”, ultrapassou o terror costumeiro, e, no lugar de marcar presença e a
utoridade, madame só fez azedar o cuscuz. Ela devia ser mais discreta, como Olavão, o patriarca, o banqueiro. Não se deve confiar demais na vassalagem (leia-se correntistas e leitores).

No mesmo dia que madame publicou seu artigo, aconteceu uma coincidência reveladora, logo acima do texto de sinhá, no “Painel do leitor”, uma dona de casa, Mara Chagas, reclamava enfurecida da nova lei das empregadas domésticas, e fazia coro – às avessas, mas coro – à mme. Setúbal: “As empregadas domésticas não trabalham aos sábados, não cumprem as oito horas diárias, o serviço tem que ser ensinado (não são mão de obra especializada), almoçam e lancham na casa dos patrões sem cobrança alguma e faltam sem avisar. Como ficará o empregador diante disso?”

Eis a questão.

Pelo menos dona Mara Chagas, a leitora, foi honesta e direta, e não precisou de “transversalidades” para exprimir suas ideias revolucionárias. E o melhor: ela não vai concorrer ao Oscar, e jamais vai se manifestar no “Tendências/ Debates”. Nem ela, nem eu.