Os inocentes do Leblon

Já foi melhor a qualidade da informação no Brasil? Acho que sim. Já vivemos tempos em que as informações, ainda que sempre tenham sofrido a influência da interpretação de quem dava, mais do que natural, já foram mais confiáveis.

Já houve o tempo dos grandes jornalistas, aqueles que não só escreviam bem como também emprestavam o peso do seu nome à informação prestada. Deu na coluna de…

Não é difícil perceber o empobrecimento atual na formação dos profissionais das diversas áreas. Além do aspecto técnico inerente a cada profissão, a formação sócio/política é um desastre. Os recentes episódios têm mostrado isso com uma clareza assustadora. Há classes que se expuseram tanto que sequer perceberam o desgaste que sofreram diante da sociedade brasileira.

O juramento proferido na ex-solene solenidade de formatura hoje não passa de um protocolo a ser cumprido. Recorro a uma frase de (Oscar) Niemeyer em uma de suas entrevistas: “o sujeito às vezes cresce na profissão, mas não toma conhecimento da vida”.

No jornalismo isso vem se manifestando com muita força.

A guerra da política nunca foi das coisas mais puras do mundo, mas, mesmo quando atingia níveis de maior agressividade, geralmente havia uma inegável qualidade no contexto geral.

Já houve maior consciência política? Talvez não seja tão simples responder a essa pergunta. Ao mesmo tempo, entretanto, não parece ser difícil perceber que o nível de discernimento não é entusiasmante no atual momento.

Se o eleitor é reflexo da classe política (ou é o contrário?), talvez o leitor seja reflexo da classe jornalística (ou também é o contrário?).

É difícil entender e aceitar a passividade (alienação?) de boa parte da sociedade brasileira. Será que esses leitores/telespectadores não percebem o quanto são manipulados pela imprensa, ainda que parte dela apresente cada vez menos recursos intelectuais para isso?

Maior humorista do Brasil, o cearense Chico Anísio sempre fez a apologia do carioca.

Para ele carioca não era só o cara que nascia no Rio de Janeiro, mas sim o que tinha o espírito do carioca; despojado, curtidor, gozador. E aí, com todo o seu talento, seguia arrebentando nos shows. Imperdíveis.

Acho que Carlos Drummond de Andrade também pensava assim. Veja o que ele diz.

Inocentes do Leblon

Os inocentes do Leblon

não viram o navio entrar.

Trouxe bailarinas?

Trouxe imigrantes?

Trouxe um grama de rádio?

Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,

mas a areia é quente, e há um óleo suave

que eles passam nas costas, e esquecem.

Os inocentes do Leblon não são só os que vivem naquele bairro do Rio. Os inocentes do Leblon vivem em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Natal, Florianópolis, Salvador…

A sutileza do poeta muitas vezes é uma arma letal. Quando se trata de Drummond, então. O que será que ele quis dizer com inocentes?

Veja Drummond por Chico.

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O pragmático marido da programática Marina

Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

Uma das frases mais divertidas da semana vem do marido de Marina, Fábio. Foi o triunfo do pragmatismo contra o programatismo, para usar uma empressão que a mulher de Fábio tem repetido à exaustão.

“Vou pedir demissão não”, escreveu Fábio  no Facebook. Aos 51 anos, Fábio tem um bom cargo no governo do petista de Tião Viana, no Acre. Poucos dias antes, também no Facebook, um líder petista no Acre perguntara a Fábio se ele não ia largar o “empregão” num partido que, segundo sua mulher, é “chavista” e foi vital no processo de negação de registro para a Rede de Sustentabilidade.

Pragmaticamente, Fábio disse que fica. E programaticamente alegou que o PT no Acre é ainda “sonhador”, ao contrário do PT nacional.

É um episódio quase anedótico, mas que cresce em importância nas revelações que traz com ele. Primeiro, mostra como é difícil separar o programatismo do pragmatismo, por mais que no plano da retórica Marina venha fazendo portentosos esforços nisso.

Segundo, leva a uma pergunta: como a grande mídia pôde ser tão incompetente num assunto que, afinal, está ligado às eleições presidenciais de 2014?

Jornais, revistas, telejornais, rádios, tudo isso com exércitos copiosos de repórteres e editores – ninguém deu a informação de que o marido de Marina trabalha no PT. A origem da notícia está no Facebook.

A imprensa local deu primeiro, já há alguns dias. O paradoxo da família permaneceu ignorado da grande mídia, até que uma notinha apareceu. Num comportamento bovino, todo mundo correu atrás – com notável lentidão.

Enfim, esta é a nossa grande mídia, aspas.

Nos próximos dias, vai ser curioso ver a explicação que Marina dá entre programatismo e pragmatismo quando se trata de seu próprio lar.

Joaquim Barbosa apronta… outra vez

PML: Joaquim Barbosa fala uma coisa e faz outra 

Paulo Moreira Leite questiona a relação entre o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que tanto criticou o "conluio" entre juízes e advogados, com o escritório de Carlos Siqueira Castro; "Como acontece com a biografia de todo mundo, existe uma diferença notável entre aquilo que a pessoa diz e aquilo que faz", diz ele

Brasil 247

O jornalista Paulo Moreira Leite, da revista Istoé, publica, nesta semana, uma coluna em que aponta incoerências na biografia de Joaquim Barbosa. Leia abaixo:

Jantares de Joaquim Barbosa

Como acontece com a biografia de todo mundo, existe uma diferença notável entre aquilo que a pessoa diz e aquilo que faz

Não por acaso, nos dias de hoje o Brasil debate a postura de biografados de prestígio que se acham no direito de romper a garantia constitucional que protege a liberdade de expressão para garantir o privilégio de proibir a divulgação de narrativas que não consideram convenientes.

Em seu esforço para firmar autoridade como um magistrado acima de toda suspeita, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, é um crítico permanente do que chama de “conluio” entre juízes e advogados. É uma crítica que tem fundamento.

Nós sabemos que a Justiça brasileira é alvo frequente de escritórios de advogados poderosos, capazes de obter, em contatos diretos com o Judiciário, sentenças favoráveis que costumam ser negadas ao cidadão comum. Evitar esses contatos pode ser uma postura prudente e até razoável. 

O fato é que, no último fim de semana, o presidente do STF compareceu a um jantar, no Rio de Janeiro, promovido pelo advogado Carlos Siqueira Castro, um dos mais prestigiados da República, com várias causas no STF e grandes empresas em sua carteira de clientes. Não era um evento qualquer. Siqueira Castro homenageava Jean Louis Debré, presidente do Conselho Constitucional da República Francesa.

Consultada pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, a assessoria do ministro admitiu o encontro mas ressalvou que o presidente do STF não julga casos de interesse de Siqueira Castro. Era informação de biografia autorizada, na verdade.

Como demonstrou o site Brasil247, há dezenas de casos do escritório de Siqueira Castro que foram examinados pelo presidente do STF. Há outra novidade — e essa informação está sendo divulgada por aqui pela primeira vez. 

Pelo menos num desses casos, o recurso extraordinário de número 703.889 Rio de Janeiro, Siqueira Castro recebeu uma sentença favorável de Joaquim. Não é um caso antigo. Joaquim Barbosa assinou a sentença em 16 de novembro de 2012. 

Naquela época, o julgamento da ação penal 470 já era história. Os réus estavam condenados e os ministros debatiam se o STF teria o direito de determinar a cassação imediata dos parlamentares condenados – ou se era preciso respeitar o artigo 55 da Constituição, que define que a última palavra cabe ao Congresso.

Não tenho a menor condição de avaliar se a sentença de Joaquim para o recurso 703.889 Rio de Janeiro foi correta ou não. Nem é o caso. Tampouco me cabe especular sobre a influência que sua relação próxima com Siqueira Castro, que vem dos tempos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, teria algo a ver com isso. Seria absurdo. 

Mas pode-se discutir algumas questões. Primeiro, é curioso saber por que a assessoria de Joaquim disse a Folha que o presidente do STF não tinha casos de Siqueira Castro em seu gabinete. É um pouco mais grave quando se descobre que há menos de ano dali saiu uma sentença favorável ao advogado.

Não custa lembrar outro aspecto. Casos da história STF ensinam que, em qualquer época, sob qualquer gestão, as relações entre advogados e um presidente do STF também tem uma relevância particular. Além de dar ou não uma sentença favorável, o presidente da corte tem o poder de pautar um caso, definir a agenda e definir quando será levado a voto. 

Se o advogado tem interesse em manter tudo como está, o assunto não entra em debate e a sentença pode levar anos. Se há interesse em abrir uma discussão que pode ter desfecho favorável, cabe ao presidente colocar o tema no plenário. Neste caso, a interferência do presidente é muito eficaz mas nem um pouco visível. 

É possível também cabe discutir o papel dos jantares na ação penal 470, que transformou Joaquim Barbosa na personalidade pública que é hoje. 

Quem se recorda do julgamento da ação penal 470 sabe da importância adquirida por um jantar num hotel de Belo Horizonte, que reuniu o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e Kátia Rabello, presidente do Banco Rural.

No esforço para sustentar que Dirceu estava envolvido diretamente em tratativas de interesse de Marcos Valério e do Banco Rural, dado importante para sustentar a tese de que era o “chefe de quadrilha”, este jantar serviu como um momento-chave da denuncia do ministério público.

Jamais surgiram testemunhas de primeira mão do encontro. Nunca se esclareceu o que foi dito ou discutido naquela noite. Ficaram suspeitas, insinuações, diálogos imaginados mas jamais explicados nem confirmados. Ainda assim, o jantar foi um elemento importante para acusar e condenar Dirceu.

No julgamento, Joaquim Barbosa declarou: "Embora Kátia Rabello e José Dirceu admitiram não ter tratado do esquema, é imprescindível atentar para que não se trata de fato isolado, de meras reuniões entre dirigentes do banco e ministro da Casa Civil, mas de encontros ocorridos no mesmo contexto a que se dedicava a lavagem de dinheiro o grupo criminoso apontado na denúncia, com utilização de mecanismos fraudulentos para encobrir o caráter desses mútuos [empréstimos] fictícios", disse o relator.

Resumindo: não havia provas contra Dirceu nem contra Katia Rabello. Mas Joaquim Barbosa disse que era preciso colocar o jantar no “contexto.”

Curioso, não?

Olhe que maravilha

– Ei, você aí. Sim, você mesmo. Vou ser sincero, gosto de jogo aberto. Você tem um defeito insuportável.
 
– Meu amigo, nem lhe conheço direito.
 
– Mas eu lhe conheço muito bem. Você é petista, não é?
 
– Sou sim, mas…
 
– Você faz parte de uma raça insuportável. Sub-raça.
 
Cada dia me convenço mais de que é assim. Não tem outra explicação. 
 
Estou quase chegando ao ponto de elogiar Jorge Bornhausen. Calma, não me xingue. Vou tentar explicar. 
 
Foi ele quem disse há poucos anos; “Vamos acabar com essa raça.” Claro, referia-se ao PT.
 
Por que, num gesto inexplicável, indefensável, incompreensível, injustificável, vejo-me quase chegando ao ponto de elogiar Jorge Bornhausen?
 
Porque, foi o único que assumiu e disse o que alguns milhões de pessoas pensam e querem fazer com o PT; acabar com ele.
 
O mensalão do PT foi julgado da forma que foi. Alguns ministros fizeram de tudo. Um deles, a ministra Carmen Lúcia, disse que não havia provas para condenar, mas a literatura permitia que condenasse (será que alguém entendeu?). 
 
Juristas de direita, como é o caso de Ives Gandra, dizem abertamente que não há provas contra José Dirceu. As provas que inocentam alguns réus estão sob segredo de justiça (algumas estão no Inquérito 2474, sob a toga de Joaquim Barbosa). Gilmar Mendes sai dos autos, faz discurso politizado, aberto, escancarado, contra o PT.
 
Não se sabe se o mensalão do PSDB, anterior ao do PT, vai ser julgado e parte dele está para ser prescrita.
 
Vamos esquecer esse? 
 
Certo, combinado. Mas você está lembrado que existe outro mensalão do PSDB, que está sendo mostrado (ainda que a mídia faça de tudo para esconder), está aí, acontecendo agora, hoje, nesta hora, neste minuto, com as provas cedidas pelas próprias empresas que corromperam?
 
O PSDB diz que não tem nada a ver com ele. Novas provas; vamos investigar, doa a quem doer. Novas provas, vamos investigar; CPI barrada por Geraldo Alckmin. Novas provas; agora é tolerância zero (dito pelo PSDB). E por aí vai… 
 
Agora surge essa. Olhe que maravilha e veja se estou errado.
 
Procurador falha e Suíça arquiva caso Alstom
 
 
Procuradores suíços arquivaram o caso de três acusados de pagar propina a funcionários públicos e políticos do PSDB em negócios que envolvem a multinacional francesa no Brasil; motivo: falta de colaboração do Ministério Público, que não atendeu a pedidos da Suíça para investigar quatro suspeitos, entre eles o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, acusado de receber R$ 1,84 milhão da Alstom; a justificativa do procurador da República Rodrigo de Grandis (foto), responsável pela ação: pedido arquivado na pasta errada; que vexame 
 
 
Por falta de colaboração do Ministério Público brasileiro, procuradores da Suíça responsáveis por investigar os negócios da empresa Alstom arquivaram o caso de três suspeitos de ter feito pagamento de propina a funcionários de órgãos públicos no País e a políticos do PSDB.
 
As autoridades suíças pediram para que os colegas brasileiros interrogassem e investigassem a vida financeira de quatro pessoas, entre eles o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, acusado de ter recebido US$ 836 mil, cerca de R$ 1,84 milhão, informa reportagem da Folha de S.Paulo.
 
Os procuradores suíços pediram que outros três suspeitos de trabalhar como intermediários no pagamento de propina, inclusive a Zaniboni, fossem interrogados: Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos. Mas nenhum pedido foi atendido pelos procuradores brasileiros.
 
Justificativa
 
A resposta do procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso da multinacional francesa no Brasil, foi a de que houve uma "falha administrativa" no gabinete da Procuradoria da República em São Paulo. Simples: arquivaram o pedido da procuradoria suíça numa pasta errada.
 
De acordo com informações do gabinete de Grandis, o pedido dos procuradores suíços só foi encontrado na última quinta-feira. Sendo guardado numa pasta de arquivo, o pedido ficou esquecido por dois anos e oito meses. As autoridades brasileiras souberam das solicitações esquecidas apenas nesta semana. 

Eduardo Campos; o esperto bobo?

 
Mídia rifa Campos; quem manda é Marina

Por Miguel do Rosário, no Tijolaço

A elite paulista e sua mídia já rifou Eduardo Campos. A candidata do PSB é Marina Silva. Se ainda havia alguma esperança para Campos, ela morreu na última pesquisa do Ibope.

 

Com 21% das intenções de voto, contra apenas 10% de Campos, a nova companheira de Heráclito Fortes engoliu o ex-amigo de Ronaldo Caiado. É possível que ele já soubesse disso, e que tudo já tenha sido armado lá em cima, numa cobertura da avenida paulista.

Mas como o poder é um vício que só se larga com tratamento de choque, a mídia decidiu dar umas pancadas eventuais em Campos apenas para deixar bem claro, para ele e seu partido, que a queridinha da Casa Grande, a intocável, é Marina Silva.

Nada muito forte para não respingar nela, mas o suficiente para mostrar ao distinto público que a “vanguarda” é ela. Campos é mais um desses políticos da velha guarda que andam de “jatinho” com dinheiro do povo.
 

Marina é mais chique, voa com dinheiro do Itaú. 

IBOPE: Dilma ganha no 1º turno em qualquer cenário

 

Ibope desengana Aécio e Campos
 
Por Fernando Brito, no Tijolaço

 
Acabou a lenda.
 
A pesquisa Ibope, divulgada agora há pouco é o início do fim da candidatura Aécio Neves. E a morte neo-natal da candidatura Eduardo Campos.
 
A movimentação de Serra, registrada hoje até mesmo pela Folha  (confira aqui), não é gratuita.
 
Aécio desmilinguiu-se. Retornou, e olhe lá, à sua condição de líder regional.
 
É a crua marcha da realidade se impondo sobre o marketing.
 
Não importa quantas versões ou fantasias costure: Serra é a candidatura mais densa e musculosa do capital financeiro.
 
Marina vai retornando à sua condição de faits-divers, destinada a, além do que puder arrebanhar com o eleitorado evangélico, alimentar o “purismo” descomprometido de uma classe média que pensa a política como um jogo de etiqueta, e não como a luta cruenta de vida ou morte dos povos pela sua libertação.
 
A eleição de 2014 vai ser parecida com a de 2010, provavelmente até mesmo nos candidatos que a ela se apresentarão. E, reparem, também será idêntica nas explorações, baixarias, uso da fé religiosa, golpes e armações.
 
E assim será porque o que está em jogo é o mesmo que estava sobre o tabuleiro há quase quatro anos atrás: a manutenção do nosso país num caminho de afirmação de sua natureza, de sua soberania, de sua identidade e de um futuro à altura daquele de uma nação de dimensões continentais como esta pode aspirar.

Aguardemos que se divulguem os números da prometida pesquisa sobre a relação entre os votos dos candidatos e seus “padrinhos” políticos: Dilma com Lula, FHC com Serra e Marina com Campos, embora neste caso como já disse a relação não seja madrinha, mas de madrasta. 

Marina e Itaú, juntos, sem pudor

 
Itaú lança a Rede para embalar a candidatura Marina
 
Por Fernando Brito, no Tijolaço
 
Quando você pensa que já viu de tudo, a política brasileira mostra que vai além da mais criativa imaginação.
 
E da mais absurda cara-de-pau.
 
A Redecard, de operadora de cartões de crédito de  propriedade do Itaú – cuja herdeira, Maria Alice Setúbal, é braço direito de Marina Silva, mudou seu nome para…Rede!
 
Vejam que maravilha: a Rede de Marina Silva não tem direito aos míseros segundos de propaganda eleitoral, mas passou a ter a possibilidade de ter seu nome veiculado, farta e remuneradamente, pelo Itaú.
 
O espectador verá a Rede, com ou sem decisão do TSE.
 
É obvio que os altos dirigentes do Itaú participaram desta decisão e não são idiotas que não percebessem a implicação da identidade do nome com a Rede Sustentabilidade e com a “patroa” amiga de Marina.
 
Se isso saiu, saiu com sinal verde – sem trocadilhos – da outra Rede.
 
O diretor da empresa que “criou” a marca Rede, Milton Maluhy Filho, explica, candidamente, a razão:
 
“Rede remete à tecnologia, agilidade e modernidade ao mesmo tempo em que cria para a marca uma personalidade jovem e conectada. Uma Rede que conecta pessoas e empresas, mudando a experiência de consumo”, afirmou o executivo, em comunicado oficial.
 
Qualquer semelhança com o discurso marinista será mera coincidência?
 
Marina, graças a isso, será não apenas a candidata do banco, mas o próprio banco em campanha.
 
Nem com Fernando Henrique a caradura era tanta.
 
Em lugar de Banco do Brasil, temos o “Brasil do Banco”.
 
Com o Itaú garantindo a Sustentabilidade da Rede.
 
E os brasileiros pagando a fatura. 

Redecard (Itaú) agora é só Rede; que coincidência

Itaú cria sua própria rede. Mas ainda não é o partido 

Banco da família Setubal muda o nome da empresa de cartões Redecard, onde foram investidos R$ 11 bilhões, para Rede, revelando que a aproximação entre o grupo financeiro e a então candidata Marina Silva era mais do que política; traria também sinergias empresariais; Neca Setubal, uma das donas do banco, foi uma das principais financiadoras da Rede Sustentabilidade, que naufragou por falta de assinaturas; no entanto, mesmo fora da corrida presidencial, Marina Silva continua defendendo o "tripé macroeconômico", que traria juros maiores, e vem tentando aproximar o candidato Eduardo Campos de seus apoiadores

Com uma ampla campanha publicitária, o Itaú anuncia hoje que a empresa de cartões Redecard, na qual investiu R$ 11 bilhões para recomprar as ações e fechar o capital, passa a se chamar Rede. O mesmo nome do partido que Marina Silva tentou criar e não conseguiu por falta de assinaturas.

Ou seja: ainda que não tenha o seu partido político, o banco da família Setubal já criou sua própria rede. Coincidência? Pode ser. Mas tudo indica que a aproximação entre o maior grupo financeiro do país e a pré-candidata Marina Silva não era apenas o encontro entre duas idealistas: a ex-seringueira que se tornou política e a herdeira Neca Setúbal, que já financiou alguns projetos na área cultural de resgate da memória e das tradições paulistas. Era também um negócio, com implicações empresariais. Do contrário, por que duas marcas idênticas: uma na política, uma nos negócios?

Sem o partido, Marina se filiou ao PSB e já deixou claro que seu candidato será Eduardo Campos, como fez na entrevista ao programa Roda Viva, nesta segunda-feira. Mas ela não tem perdido oportunidades de aproximar o candidato socialista de seus principais apoiadores, como os empresários Neca Setubal, do Itaú, e Guilherme Leal, da Natura, bem como de seus gurus na área econômica: os economistas Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Resende.

Marina também tem sido a mais enfática defensora do chamado "tripé macroeconômico", marcado por fortes superávits fiscais, câmbio totalmente flutuante e a busca da inflação no centro da meta – cuja consequência seria uma taxa de juros mais alta, ao agrado de grupos financeiros como o Itaú.

Fora da corrida presidencial, Marina Silva, ao menos, se livrou de um constrangimento: o de ter uma empresa financeira rebatizada com o nome de seu partido político.

O dia em que Barbosa, do CNJ, esculhambou Barbosa, do STF

       

Por Luis Nassif, no Jornal GGN

Presidente do CNJ (Conselho Nacional da Justiça), Joaquim Barbosa acordou, abriu a Folha e leu que, no sábado, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa participou de um jantar na casa do megadvogado José Siqueira Castro.

Imediatamente o Barbosa CNJ  pegou o telefone e, com seu estilo desabrido, telefonou para o Barbosa STF, desenvolvendo-se o seguinte diálogo áspero:

Barbosa CNJ – Barbosa, você não se dá ao respeito? Como o presidente do STF comparece a um jantar  particular na casa de um advogado que tem ações no Supremo? Ficou louco?

Barbosa STF – Qual o problema, Barbosa? O Siqueira Castro é meu colega na UERJ. E é comum juízes se encontrarem com advogados.

Barbosa CNJ – Como, comum? Não leu minhas declarações sobre as relações promíscuas de magistrados e advogados? Começa assim: é um jantar aqui, um agradinho ali e na hora da sentença, a simpatia é mais amor. Você não leu a resolução que aprovei no CNJ proibindo a participação de magistrados em eventos bancados pela iniciativa privada? No caso, foi pior: um escritório de advocacia com causas no Supremo!

Barbosa STF – Deixe de preciosismo, Barbosa. O jantar foi em homenagem ao presidente do STF da França.

Barbosa CNJ – Ah, é? Se era um jantar oficial, deveria constar da agenda do presidente do STF. Você colocou?

Barbosa STF – Não achei necessário. Afinal, era um evento para poucas pessoas. E se eu não puder sequer jantar na casa de amigos, o que me resta?

Barbosa CNJ – O que lhe resta? Decoro, desconfiômetro, preocupação em não atingir a presidência do CNJ.

Barbosa STF – Não se preocupe. Já incumbi minha assessoria de telefonar para os jornais maneirarem e avisar que jamais relatei um processo patrocinado pelo Siqueira Castro.

Barbosa CNJ – E você acha que a história vai ficar nisso? Se você se considera suspeito para relatar processos do Siqueira, também é suspeito para votar nos processos. Os jornais vão cair matando, levantando todos os processos do Siqueira nos quais você votou.

Barbosa STF – Relaxe, Barbosa. Daqui a alguns dias dou uma declaração exigindo a prisão imediata dos "mensaleiros" e tudo entra nos eixos.

 

PS – A propósito, o autor do texto não considera transgressão ministros almoçarem com advogados.

PS 2 (Ronaldo) – Mas que é indecente é. Como mostra o texto, Joaquim Barbosa é dissimulado, age de acordo com as conveniências. 

Maior estado governado pelo PT cresce mais que vitrines da oposição

Grande aposta e ‘reduto eleitoral’ do senador tucano Aécio Neves, Minas Gerais, governada por Antônio Anastasia, do PSDB, estagnou e teve crescimento de apenas 0,8% no PIB; São Paulo, de Geraldo Alckmin, registou alta de 1,8%; já a Bahia do petista Jaques Wagner registrou crescimento de 3,3% até junho passado e teve a indústria que mais cresceu no Brasil, com alta de 5,9%; presidente Dilma vê no correligionário papel importante na articulação de sua campanha de reeleição em 2014

Brasil 247 

O discurso incessante dos oposicionistas, sobretudo dos tucanos, para desconstruir a gestão do PT Brasil afora continua a cair por terra. A Bahia, governada por Jaques Wagner, é um bom exemplo. O maior estado nordestino fechou o primeiro semestre de 2013 com PIB (Produto Interno Bruto) com crescimento surpreendente de 3,3%, índice maior até mesmo que o do Brasil, que alcançou marca positiva de 1,5% em comparação com 2012.

Grande aposta e ‘reduto eleitoral’ do senador tucano Aécio Neves, Minas Gerais, terceiro maior estado do país e governado por Antônio Anastasia, do PSDB, estagnou e teve crescimento de apenas 0,8% no PIB.

Outro mau exemplo para a oposição, mais uma vez sobretudo para os tucanos, é São Paulo, de Geraldo Alckmin. A maior potência econômica do Brasil teve crescimento de 1,8% nos seis primeiros meses do ano.

Em matéria da Folha, o alto escalão da gestão de Anastasia se queixa do governo federal como justificativa para o baixo crescimento econômico.

O deputado federal Marcus Pestana, presidente estadual do PSDB, afirma que o PT está "em débito" com o Estado e que a economia mineira cresceu muito até 2012: "Essas oscilações existem porque têm a ver com o nosso perfil muito primário. O raciocínio é a longo prazo", diz.

O governador Antônio Anastasia diz ter "preocupação" com a dependência de commodities e afirma que há "grande esforço" em curso para diversificar a economia.

Já a Bahia do petista Jaques Wagner só tem a comemorar no setor econômico, principalmente no segmento industrial. A indústria baiana foi a que mais cresceu no Brasil até junho deste ano, com alta de 5,9% em comparação com o mesmo período de 2012.

Enquanto a oposição briga para arranjar discurso que se sustente e definir candidatura, Wagner afasta possibilidade de deixar o governo para se candidatar a qualquer cargo em 2014. Atitude que agrada a presidente Dilma Rousseff, que vê no amigo e correligionário papel importante na articulação de sua campanha de reeleição no ano que vem. Foi na Bahia, terceiro maior colégio eleitoral do país, a votação mais expressiva da presidente em 2010.