O luto cansado das atrizes da Globo

Por Lino Bocchini, na Carta Capital

Barbara Paz postou duas imagens no Instagram na tarde desta quinta-feira. Estão na foto Carol Castro, Rosamaria Murtinho, Nathalia Timberg, Susana Vieira e Bárbara

A atriz Bárbara Paz postou duas fotos em sua conta de Instagram nesta quinta-feira com a legenda: "Atrizes em luto pelo Brasil". Na primeira imagem estão Carol Castro, Rosamaria Murtinho, Nathalia Timberg, Susana Vieira e a própria Bárbara, todas de preto e com expressão triste.  Na segunda imagem aparecem apenas Rosamaria, Nathalia e Susana Vieira. A iniciativa é uma espécie de protesto artístico das atrizes por conta do voto de Celso de Mello ontem no julgamento do "mensalão", que reabriu o julgamento para 12 réus do processo. (colaborou José Antonio Lima).

Os intelectuais do meio artístico aderem ao protesto

Por Ronaldo Souza

Outros artistas de grande importância para o cenário cultural do país, como o cantor Xandy e a dançarina Carla Perez, começam a aderir ao luto como forma de protesto ao voto do Ministro Celso de Mello. Certamente outros o farão.

   

Veja o comentário de Claudio Freire feito no Blog do Nassif 

Não vestiram luto quando o governo federal sob FHC comprou a reeleição no Congresso Nacional…

Não vestiram luto quando o governo federal sob FHC realizou as privatizações que ficaram conhecidas como Privataria Tucana, e deram poder a um câncer chamado Daniel Dantas…

Não vestiram luto com as roubalheiras de José Arruda em Brasília, parceiro de José Serra…

Não vestiram luto quando o STF livrou Daniel Dantas e vários tucanos da Operação Satiagraha…

Não vestiram luto quando livraram Marconi Perillo do envolvimento com a máfia de Carlos Cachoeira/Veja…

Não vestiram luto quando o governo do PSDB paulista sob Mario Covas, Serra e Alckmin desviaram durante 20 anos dinheiro nas licitações do Metrô e da CPTM…

Agora vestem luto quando o STF simplesmente confirma o uso de um dispositivo confirmado pelo Congresso há poucos anos atrás.

Patéticas. Poderiam aproveitar o luto e cobrar que a empresa onde trabalham não sonegue impostos.

E tudo isso me fez lembrar do movimento CANSEI, uma forma de protesto ao governo Lula à época. 

Também com grande apoio da mídia, partidos da oposição, elite brasileira, intelectuais (onde se incluem publicitários como Nizan Guanaes, dando uma ajuda importante na elaboração do protesto, na confecção de peças publicitárias), o CANSEI teve como musas inspiradoras artistas renomadas como Hebe Camargo, Ivete Sangalo, Regina Duarte e Ana Maria Braga, a apresentadora que usa modelitos inspirados em tomates.

À época não se conseguiu explicar o completo fracasso do movimento, mesmo com a participação de tantos importantes artistas também com grande contribuição cultural para o país. 

Outra sonegação da Globo: 713 milhões

 
Globo perde recurso no caso de sonegação
 
Por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada
 
Veja também matéria no Brasil 247
 
As organizações Globo perderam recurso administrativo contra uma cobrança de R$ 713 milhões do Fisco federal. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, que julga contestações a punições fiscais, rejeitou argumentos contra autuação da Receita Federal sobre aproveitamento de ágio formado em mudanças societárias entre as empresas do grupo.
 
Em uma delas, a Globo Comunicação e Participações S.A. (Globopar) foi condenada por amortização indevida no cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). A amortização dos tributos usou o chamado ágio, valor embutido no preço de uma companhia vendida equivalente à estimativa de sua rentabilidade futura. De acordo com a lei, a empresa que compra outra tem direito de abater da base de cálculo de seus tributos o valor que desembolsou a título de ágio. Mas a Receita Federal alega que o valor da Globopar é artificial. A empresa espera análise de Embargos interpostos e ainda pode recorrer à última instância do Carf.
 
O desfecho do julgamento é esperado pela advocacia tributária por ser uma das primeiras vezes que o Carf se debruça sobre a existência de efeito fiscal do conceito contábil de patrimônio líquido negativo — origem da maior parte do ágio em discussão no processo da Globo. A autuação se refere aos anos de 2005 a 2008, nos quais a empresa usou o ágio para pagar menos tributos. A Receita Federal lavrou o auto de infração em dezembro de 2009, no valor de R$ 713.164.070,48.

Celso de Mello é a última tentativa de legitimar o enforcamento

Por Luis Nassif

Não se iludam com Celso de Mello.

Suas atitudes mais prováveis serão:

1. Votar pela aceitação dos embargos de infringência.

2. No segundo julgamento, ser o mais severo dos julgadores, fortalecido pelo voto anterior.

A aceitação dos embargos será uma vitória de Pirro.

O resultado mais provável da AP 470 será um segundo julgamento rápido, em torno da tipificação  do crime de formação de quadrilha. Poderá resultar em condenações um pouco menores, mas não o suficiente para livrar os condenados da prisão.

Com isso, se dará um mínimo de legitimidade às condenações.

Celso de Mello é um garantista circunstancial, apenas a última tentativa de legitimar um poder que perdeu o rumo.

A deslegitimação do STF

Para entender melhor o jogo.

No primeiro julgamento, devido à atuação do grupo dos 5 – Gilmar Mendes, Luiz Fux, Ayres Britto, Joaquim Barbosa e o próprio Celso – o STF foi alvo de críticas generalizadas – embora veladas – do meio jurídico. Não há jurista ou advogado, estudante de direito ou doutor sério deste país que não tenha entendido o julgamento como o exercício abusivo do poder discricionário.

Apenas uma coisa diferencia Celso de Mello de seus pares.

Este tentou preservar o mínimo apreço pela liturgia do cargo. Os demais perderam o pudor, exercem a politicagem mais malandra, típica das assembleias político-estudantis  – como adiar o julgamento para permitir pressão da mídia sobre o voto de desempate de Celso – sem nenhuma estratégia de imagem. Querem exercer o poder plena e abusivamente. Não pensam na história, nem sequer na legitimação das sentenças, mas no gozo imediato do poder.

Lembram – em muito – os burgueses da revolução industrial, os texanos barões de petróleo invadindo a Europa, pisando no Louvre de botas, agindo sem nenhum apreço pela liturgia do cargo.

Mal comparando, Celso é o juiz do leste que ouve todos os réus, trata civilizada, mas severamente, as partes e, cumprindo os rituais, manda todos para a forca, com carrasco oficial seguindo o cerimonial.

Os demais se assemelham ao juiz do velho oeste, de barriga de fora, em um saloon improvisado de sala de julgamento, que interrompe o julgamento no meio, para não perder tempo, e manda enforcar os acusados na árvore mesmo.

São tão truculentos e primários que seguem a truculência primária da mídia, não cedendo em nenhum ponto, pretendendo o aniquilamento total, o extermínio, a vitória em todos os quadrantes, mesmo nas questões menos decisivas.

Tivessem um mínimo de esperteza, aceitariam os embargos, atrasariam por algumas semanas o final do julgamento, e profeririam as mesmas sentenças duras mas, agora, legitimadas pela aceitação dos embargos.

Mas são muito primários e arrogantes. 

A deslegitimação do padrão Murdoch

Essa é a perna mais fraca da estratégia de Rupert Murdoch e de sua repetição pelo Truste da Mídia (e pelo cinco do STF), quando decidiu conquistar o espaço político para enfrentar os verdadeiros inimigos – redes sociais – que surgiram no mercado.

A estratégia demandava insuflar a classe média, ainda seguidora da mídia, com os mesmos recursos que marcaram grandes e tristes momentos da história, como o macarthismo, o nazi-fascismo europeu dos anos 20 e 30, a Klu Klux Klan nos anos 60.

Essa estratégia exige uma linguagem virulenta, que bata no intestino do público, e pregadores alucinados, que espalhem o ódio. Qualquer espécie de juízo – isto é, da capacidade de separar vícios e virtudes – compromete a estratégia, porque ela se funda na dramaturgia, no maniqueísmo mais primário, na personificação do mal, na luta de extermínio, no pavor de qualquer mudança no status quo.

Não há espaço para nenhuma forma de grandeza, respeito ao adversário caído, pequenas pausas de dignidade que permitissem dar um mínimo de conforto aos seguidores de melhor nível.

Por isso mesmo, nenhuma personalidade de peso ousou aderir a esse novo mercado que se abria. E ele passou a ser ocupado pelos aventureiros catárticos, despejando impropérios, arrotando poder, mostrando os músculos, ameaçando com o fogo do inferno, todos vergando o mesmo figurino de um Joseph McCarthy e outros personagens que foram jogados no lixo da história.

Guardadas as devidas proporções, foi essa divisão que se viu no Supremo.

A recuperação dos rituais

O universo jurídico ainda é o mais conservador do país, o mais refratário às mudanças políticas e sociais, aos novos atores que surgem na cena pública. Certamente apoiaria maciçamente a condenação dos réus.

Mas o que viam no julgamento?

Do lado dos acusadores, Ministros sem nenhum apreço pela Justiça e pelos rituais, exercitando a agressividade mais tosca (Gilmar), o autoritarismo e deslumbramento mais provinciano (Joaquim), a malandragem mais ostensiva (Fux), a mediocridade fulgurante (Ayres Britto) a hipocrisia sem retoques (Marco Aurélio).

Do lado contrário, a dignidade de Ricardo Lewandowski, um seguidor das tradições das Arcadas, percorrendo o roteiro que todo juiz admira, mas poucos se arriscam a trilhar: o julgador solitário, enfrentando o mundo, se for o caso, em defesa de suas convicções.

Aí se deu o nó.

Por mais que desejassem a condenação dos “mensaleiros”, para a maior parte dos operadores de direito houve enorme desconforto de se ver na companhia de um Joaquim, um Gilmar, um Ayres Brito e do lado oposto de Lewandowski.

Pelo menos no meio jurídico paulista, ocorreu o que não se imaginava: assim como os petistas são “outsiders” do universo político, os quatro do Supremo tornaram-se “outsiders” do universo jurídico. E Lewandowski, achincalhado nas ruas, virou – com justiça – alvo da admiração jurídica. Além de ser um autêntico filho das Arcadas.

É aí que surge Celso de Mello para devolver a solenidade, remontar os cacos da dignidade perdida da corte, promover a degola dos condenados mas sem atropelar os rituais,

Ele não é melhor que seus companheiros. Apenas sabe usar adequadamente os talheres, no grande festim que levará os condenados à forca.

 

O que falta Joaquim Barbosa fazer?

Condenou pelo menos um dos réus do mensalão com o argumento de que usou uma empresa de fachada para se locupletar.

Ele próprio, Joaquim Barbosa, tinha criado poucos meses antes uma empresa de fachada nos Estados Unidos para supostamente não pagar impostos na compra de um apartamento lá, nos Estados Unidos. Endereço da empresa? O apartamento em que ele mora e que pertence ao Supremo Tribunal Federal.

Manteve desde sempre sob segredo de justiça o inquérito 2474 (veja matéria aqui Joaquim Barbosa e Antônio Fernando de Souza faltaram com a verdade). Entre outras coisas, constam neste inquérito documentos que comprovam que o dinheiro da Visanet é privado e não publico e que o empréstimo feito pelo PT foi pago e aprovado pelo Superior Tribunal de Justiça como legal. Comprova-se pelos documentos contidos nesse inquérito a inocência de alguns réus, como Henrique Pizolato, que também exercem influência direta na pena de outros réus. Os advogados pediram acesso a esse inquérito e Joaquim Barbosa negou.

Em Joaquim Barbosa vira unanimidade negativa na midia falei sobre o episódio em que Joaquim Barbosa acusa o Ministro Ricardo Lewandowski de fazer chicana. Motivo. Segundo ele, Joaquim Barbosa, o Ministro Ricardo Lewandowski estava querendo atrasar a conclusão do julgamento.

Quarta-feira, 11 de setembro, pressentindo que os embargos infringentes iam ser aprovados, Joaquim Barbosa, inexplicavelmente, suspende a sessão. Razão: teria um dia, a quinta-feira, 12 de setembro, para que a pressão da imprensa fosse feita sobre Carman Lúcia, a próxima ministra a votar. Ao atrasar o julgamento, Joaquim Barbosa fez chicana, aquilo que ele tinha usado para desqualificar o Ministro Ricardo Lewandowski.

A Globo, Veja, Folha e Estadão… fizeram enorme pressão.

Funcionou. Quinta-feira, 12 de setembro. A ministra Carmen Lúcia, que em outros momentos já se posicionara a favor dos embargos infringentes, votou contra.

Enquanto a votação ocorria, o Globo.com já dava a notícia de que o voto do Ministro Celso de Mello não ia ser proferido naquela sessão. Qual era a estratégia? Os ministros Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello dariam votos muito extensos de modo a não permitir que houvesse tempo para Celso de Mello proferir o voto dele. Gilmar Mendes entra em campo, chama os réus de delinquentes, ataca o PT da maneira mais baixa e violenta possível, um verdadeiro discurso político e estende o tempo de voto.

Em que Corte Superior do mundo um Ministro desqualifica todos os réus, desqualifica um partido político da forma como fez e já tinha feito Gilmar mendes? Foi então feito um longo intervalo, incomum no STF.

Na sequencia de votação, entra em jogo Marco Aurélio de Mello. Marquei o tempo do voto. Na sua eloquência medieval Marco Aurélio de Mello levou 1 hora e meia para dar o voto. Até contar o placar, lenta e calmamente, ele contou.

Os ministros, sem saber, estavam confirmando a notícia dada horas antes pelo Globo.com de que a jogada era não deixar o Ministro Celso de Mello anunciar o voto dele. Motivo. Sabiam que mesmo acusando agressivamente e condenando José Dirceu de maneira contundente durante o julgamento, ele já tinha reconhecido que, juridicamente os réus tinham direito a recorrer aos embargos infringentes e que ia dar voto favorável.

Mesmo diante da jogada para impedir o seu voto naquele dia, Celso de Mello se dirigiu a Joaquim Barbosa e disse que o voto dele estava pronto e que o daria em CINCO minutos. Joaquim Barbosa disse que não e suspendeu a sessão.

Ao atrasar o julgamento mais uma vez, agora por uma semana, Joaquim Barbosa quis ganhar tempo para que as pressões sobre Celso de Mello se tornassem insuportáveis.

Mal terminou a sessão, começaram as pressões da nossa isenta impr
ensa e dos políticos da oposição que, absolutamente incapazes de ganhar as eleições, usam o judiciário brasileiro para tentar desqualificar o governo e o partido que do qual faz parte.

Ao atrasar o julgamento mais uma vez, Joaquim Barbosa novamente fez chicana, aquilo que ele tinha usado para desqualificar o Ministro Ricardo Lewandowski.

Qualquer pessoa de origem humilde e negra sabe o quanto é difícil chegar à posição que Joaquim Barbosa chegou, o que torna a sua trajetória pessoal altamente louvável, um exemplo. Ao mesmo tempo, porém, é incrível como um homem com essa história de vida se deixa seduzir de forma lamentável pelo canto da sereia da imprensa e sua elite e se comporte da maneira desprezível como tem feito.

Recentemente, mais uma vez sob as luzes da ribalta, que exercem sobre ele um encantamento juvenil, disse na Europa que os órgãos de imprensa no Brasil pertencem a poucas famílias e são de direita e racistas. Se essa afirmativa pode parecer interessante à primeira vista, é, na verdade, de grande inconsistência e absoluta desconexão com a realidade. Como pode ele dizer tal coisa se já se rendeu a ela há muito tempo. Uma frase de efeito sem efeito.

Já disse anteriormente que nos arquivos da História, Joaquim Barbosa será registrado como um homem de origem humilde que se tornou poderoso. Jamais como um grande homem.

Aprovação de Dilma sobe para 58%

Pesquisa CNT/MDA traz pacote de boas notícias para presidente Dilma Rousseff; com melhora na aprovação do desempenho no cargo, ela também cresce na intenção de voto, de 33% no levantamento anterior para 36,4% agora; Marina Silva, com 22,4% (tinha 20,7%), Aécio Neves, que manteve índice de 15,2%, e Eduardo Campos, com 5,2%, vêm a seguir; contratação de médicos estrangeiros é aprovada por grande maioria: aceitação em junho que era de 49,7% subiu agora para 73%; taxa de "ótimo e bom" da administração Dilma salta de 31,3% no levantamento anterior para 38,1%; para 42,6% dos entrevistados, País melhorou depois das manifestações de junho; 54% acham que não

Brasil 247

O governo da presidente Dilma Rousseff está mesmo consolidando sua recuperação nas pesquisas de opinião. Levantamento feito pelo Instituto MDA por encomenda da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que acaba de ser divulgado, mostra que o índice dos que aprovam o desempenho pessoal da presidente no cargo subiu de 49,3% para 58%.

Caiu a taxa dos que consideram a administração ruim, de 29,5% para 21,9% agora. O parâmetro de "ótimo/bom" para julgar o governo subiu de 31,3% para 38,1%.

Para 42,6% do universo da pesquisa, que é de âmbito nacional, o pais melhorou depois das manifestações populares de junho. Para 54%, porém, não houve mudanças significativas.16%

Feito por meio de duas mil entrevistas, o levantamento também pesquisou as intenções de voto. O quadro apurado de respostas espontâneas é o seguinte:

Dilma – 16%

Lula – 9,7%

Marina – 5,8%

Aécio – 4,7%

Eduardo Campos – 1,65%

José Serra – 1%

Na estimulada ficou assim:

Dilma – de 33% na pesquisa anterior para 36,4% agora

Marina – de 20,7% para 22,4%

Aécio – 15,2% antes e agora

Eduardo Campos – de 7,4% para 5,2%

Pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira (10) mostra que 73,9% dos entrevistados apoiam a vinda de médicos estrangeiros para atuar no país. A medida faz parte do programa Mais Médicos  lançado pelo governo federal em julho e que pretende atrair médicos para atuar nas periferias e no interior do Brasil.

A pesquisa, divulgada nesta terça, ouviu 2.002 pessoas entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro. As entrevistas foram realizadas em 135 municípios de 21 unidades da federação nas cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Abaixo, reportagem da Agência Brasil sobre a pesquisa:

Aprovação do governo aumenta 6,8 pontos percentuais, mostra CNT

Carolina Sarres

Repórter da Agência Brasil

Brasília – O governo da presidenta Dilma Rousseff tem a aprovação de 38,1% da população, segundo pesquisa divulgada hoje (10) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Na última pesquisa da CNT, em julho, o governo teve avaliação positiva de 31,3% da população, o que mostra um aumento de 6,8 pontos percentuais – ainda que inferior aos 54,2% de aprovação divulgados em junho. A avaliação negativa do governo chega a 21,9% dos entrevistados.

De acordo com a mesma pesquisa, Dilma venceria tanto o primeiro turno quanto um possível segundo turno [linkar com a outra matéria] – com 36,4% e 40,7% das intenções de voto, respectivamente.

O desempenho pessoal da presidenta foi avaliado como positivo por 58% dos entrevistados. O dado mostra aumento da aprovação de Dilma, que tinha avaliação pessoal em 49,3% na última pesquisa.

No total, 40,5% das pessoas desaprovam a gestão de Dilma. Em julho, o percentual era 47,3%; em junho, 20,4%.

Nesta edição, foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 135 municípios de 21 estados, entre os dias 31 de agosto e 4 de setembro.

O Brasil tem Presidente

A dependência e alinhamento direto do Brasil aos Estados Unidos é fato antigo e vergonhoso.

Quando escrevi Fernando Henrique Cardoso e o PSDB, completamente perdidos (que loucura) falei sobre isso e me reportei à célebre frase de Juraci Magalhães (cearense que fez carreira política na Bahia, tendo sido inclusive governador do estado) – “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”.

Em vários momentos, a subserviência chegou ao ridículo. Poucos conhecem histórias como a de ministros que eram obrigados a tirar o sapato para inspeção ao passarem pela segurança de aeroportos durante visitas oficiais aos EUA, como fez Celso Lafer, ministro do governo de Fernando Henrique Cardoso.

As fotos aí em cima mostram mais desses momentos, a mais recente delas tendo ocorrido com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, num comportamento típico de adolescente, por estar “diante” de Bill Clinton, o Presidente dos Estados Unidos.

Momentos como esses, sem dúvida, sempre entristeceram os brasileiros; ver os seus governantes assumirem postura de subserviência diante dos governos dos Estados Unidos e de outros países, principalmente quando se tratava do Presidente do Brasil.

Quem não lembra da vergonha que foi ver Fernando Henrique Cardoso tomar um pito de Bill Clinton em um evento internacional? Nenhuma reação. O Brasil humilhado e FHC calado. Veja o vídeo.

[[youtube?id=MeAOen8vyiQ]]

São momentos que fazem parte do passado

Outra história que poucos conhecem.

Os presidentes dos outros países já estavam reunidos em uma sala de audiência em Evian, na França, quando George Bush, Presidente dos Estados Unidos, chegou. Todo mundo levantou. Lula falou para Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores; não levanta. Por que ninguém levantou quando eu cheguei e vou levantar para ele?

Estupidez, dirão alguns, soberba, dirão outros. Não. O Brasil começava a mostrar que perdera o complexo de vira lata, como ficou conhecido o complexo de inferioridade que costumamos assumir diante dos outros países. Quantas vezes você já viu o Brasil ter postura altiva diante dos Estados Unidos?

A Presidenta Dilma Rousseff ratifica a nova postura do Brasil. Diante da espionagem promovida pelos Estados Unidos, o que fez a presidenta? 

“Dilma Rousseff cancelou o envio de uma equipe que iria para os Estados Unidos a fim de preparar seu encontro com Barack Obama, marcado para outubro. A atitude é um sinal de que a própria viagem pode ser cancelada, apesar de, formalmente, o Itamaraty afirmar que nada foi alterado na agenda. A presidente se diz extremamente "irritada" com as investigações e exige um pedido de desculpas do governo norte-americano”.

Veja a matéria completa da Tribuna Hoje, Obama vai a Dilma para explicar espionagem.

Por razões diferentes, a mídia esconde os episódios que envolveram Fernando Henrique Cardoso e os que envolvem Lula/Dilma. No primeiro caso para esconder a vergonha que FHC fez o Brasil passar, no segundo para esconder que há 10 anos o Brasil tem Presidente. 

Bahia, honra e glória do futebol brasileiro

Sete de setembro de 1822 é a data oficial da Independência do Brasil. A História, porém, registra que ela só ocorreu de fato em 02 de Julho de 1823, quando os portugueses foram finalmente expulsos do Brasil na Bahia.

Desde junho deste ano, essa data, 02 de julho de 1823, foi reconhecida como data histórica nacional e não mais só como da Independência da Bahia.

O Brasil nasceu na Bahia.

A Independência do Brasil foi na Bahia.

Bahia, honra e glória do futebol brasileiro

Primeiro Campeão Brasileiro

Primeiro time do Brasil a disputar a Taça Libertadores da América

Único Bicampeão Brasileiro do Norte/Nordeste

E agora, primeiro time do Brasil em que os torcedores elegem o presidente do clube

07 de Setembro de 2013

Torcedor tricolor, guarde essa data. É o Dia da Independência do Bahia. É o dia em que, pela primeira vez no Brasil, o presidente de um clube de futebol é eleito pela sua torcida. Absolutamente inédito.

Quiseram os Deuses que mais uma vez a Bahia, berço do Brasil, fosse o berço de um novo momento, desta vez, o novo momento do futebol brasileiro, algo que certamente irá se espalhar pelo Brasil.

Identificação perfeita, única; a Bahia e o Bahia. Misturam-se, completam-se. Ambos abençoados pelos Deuses.

Foi uma luta dura, difícil, travada ao longo de cerca de 20 anos. Uma torcida fiel, apaixonada por um clube que tem como lema “nasceu para vencer”.

Só para citar alguns dos títulos mais importantes:

02 títulos de Campeão Brasileiro

44 títulos de Campeão Baiano

04 títulos de Campeão da Copa Norte-Nordeste

02 títulos da Copa do Nordeste

E mais cerca de 30 outros títulos

Apesar disso, graças aos desmandos dos últimos 20 anos, o time que nasceu para vencer estava desaprendendo a vencer. Mas, até isso vencemos.

Chegamos ao momento máximo, à reta final. Sob todas as ameaças, inclusive de liminares, como já acontecera outras vezes, elegemos o nosso presidente, vice-presidente e Conselho Deliberativo

Um breve resumo da noite anterior ao dia da eleição:

Cientes de que qualquer coisa poderia acontecer nas últimas horas que antecedem as eleições tricolores, cerca de 25 torcedores fizeram uma vigília no fórum Ruy Barbosa, em Nazaré. Com intenção de agir imediatamente caso alguma ação anti-eleições fosse impetrada, o grupo varou a madrugada na frente do portão que dá acesso ao plantão judiciário.

Com smartphones e seus respectivos carregadores prontos para qualquer necessidade, os tricolores permaneceram firmes e atentos a qualquer movimento que mirasse o pleito que ocorrerá logo mais, às 9 horas, na Fonte Nova. Grande parte da torcida acompanhou pelo Twitter e chegou a enviar alimentos como sanduíches e pizzas para os que estavam trabalhando pela democracia.  

4.932 torcedores tiveram os seus votos validados 

 Presidente eleito: Fernando Schmidt

Vice-presidente: Valton Pessoa

Parabéns Bahia. Mais uma vez, você faz história.

Obs. A imagem acima é do cartão de identificação do torcedor associado para votar. 

Pesquisa Vox Populi: Dilma ganha no 1º turno

Vox Populi: com 38%, Dilma venceria em 1º turno

Revista Carta Capital divulga pesquisa do Instituto Vox Populi que mostra a presidente Dilma Rousseff com 38% de intenções de voto, contra 36% para a soma de seus principais adversários: Marina Silva (19%), Aécio Neves (13%) e Eduardo Campos (4%); Dilma ganhou três pontos percentuais sobre o último levantamento, enquanto os três concorrentes perderam, juntos, nove pontos; maior perda ocorreu no campo de Marina; Aécio é o que mais sobe; Dilma ganha fôlego e terreno

Brasil 247

A presidente Dilma Rousseff está ganhando terreno sobre os adversários e já volta à situação de quem venceria a eleição de 2014 em primeiro turno – posição que ostentava antes dos protestos populares de junho.

Pesquisa Vox Populi divulgada nesta sexta-feira 6 pela revista Carta Capital aponta a presidente com 38% de intenções de voto para o primeiro turno das eleições, dois pontos percentuais a mais que a soma de seus adversários mais conhecidos.

Marina Silva marcou 19%, Aécio Neves obteve 13% e Eduardo Campos, 4%. Eles chegaram a 36%. A principal novidade da mostra, porém, é a distância registrada entre Dilma Rousseff e Marina Silva, que vinha se aproximando da presidente. Agora, essa vantagem quase dobrou – passou de 9 para 19 pontos.

"O mesmo ocorre quando se substitui Aécio por José Serra na cabeça de chapa do PSDB ou quando o paulista é incluído como opção do PPS. Serra levaria os tucanos a 18% das intenções de voto, porcentual idêntico ao de Marina, e Dilma permaneceria com 37%. Ou seja, não haveria mudança expressiva", avalia Marcos Coimbra, presidente do Vox Populi.

Reportagem recente publicada pelo 247 mostra que a estratégia política da presidente tem motivado a sua recuperação nas pesquisas depois das manifestações. Além disso, ela viu a oposição errar em alguns fatos recentes, como com as críticas ao programa Mais Médicos, que não ganharam o aval da população. Leia mais em Melhor nas pesquisas, Dilma vê oposição errar. 

Onde Joaquim Barbosa fracassou

Por Fernando Brito, no Tijolaço

Paulo Nogueira, em seu Diário do Centro do Mundo, traça um diagnóstico demolidor sobre o porquê de, com todo esforço da mídia a promovê-lo, o Ministro Joaquim Barbosa não se tornou um “herói do povo”. Ao que ele descreve, apenas uma coisa tenho a acrescentar: o menino pobre perdeu – se é que o teve tão forte – o amor pelas suas origens e atribuiu exclusivamente a si o sucesso que obteve.

Nenhum de nós tem esse poder. Somos todos frutos de circunstâncias, de oportunidades e, quando as minimizamos e passamos ver apenas em nossas pretensas virtudes a razão de nossa eventual ascensão, tornamo-nos mesquinhos e doentiamente vaidosos.

Joaquim Barbosa, por quem todos um dia nutrimos a simpatia natural em ver um de nossos irmãos negros ascender à mais alta Corte do país, embebeu-se do mesmo espírito excludente que impediu negros, pobres e nordestinos, tantas vezes, de terem a mesma oportunidade: o considerar-se superior aos demais, raiz e fonte do elitismo.

A generosidade é própria dos homens grandes, dos quais um dos maiores, gigante mesmo, agora está lutando contra a morte: Nelson Mandela. Um quarto de século enjaulado, uma sociedade racista pior, muito pior do que o racismo sobrevive hoje aqui, a morte brutal de amigos e companheiros, nada disso o tornou um homem transtornado pelo ódio.

Apenas humanidade, a força que o manteve vivo e ainda o mantém e, quando for a hora, ainda assim o manterá na memória histórica.

É por isso, essencialmente por isso, que Joaquim Barbosa derrotou a si mesmo.

Onde Joaquim Barbosa fracassou

Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

E eis que o caso do Mensalão chega a seu clímax. De todos os personagens da trama, o mais extraordinário é, por razões óbvias, Joaquim Barbosa. 

Com seu jeito bruto e tosco, com suas palavras duras e inclementes contra os réus, ele rapidamente se converteu num heroi do 1% — o diminuto grupo de privilegiados que tem sua voz nas grandes empresas de mídia. 

O maior esforço das empresas de mídia, em relação a JB, foi tentar convencer as pessoas de que elas genuinamente admiravam o “menino pobre que mudou o Brasil”. Ou, numa expressão, o “homem justo”. 

Não foram bem sucedidas nisso: a sensação que ficou, com o correr dos dias, é que aquela admiração é fingida. Joaquim Barbosa foi e é conveniente para o 1%, mas as informações que foram surgindo sobre ele tornam difícil qualquer tipo de admiração que não seja simulada. 

Fora da fantasia do “homem justo”, não é fácil admirá-lo na vida real. JB não tem notório saber, não se expressa com charme e clareza, não escreveu livros ou artigos dignos de nota. 

Também não é fácil admirar um alpinista profissional que é capaz de abordar – aborrecer, na verdade — alguém num aeroporto para tentar cavar uma promoção. 

E nem parece digno de aplausos quem, numa entrevista, cita um episódio ocorrido há quase quarenta anos – a reprovação no Itamaraty — com a raiva desagradável que temos de alguma coisa ocorrida há dias. 

O 1% triunfou no uso de Joaquim Barbosa para que defendesse seus interesses no julgamento do mensalão. Ele se revelou excepcio
nalmente suscetível à adulação da mídia. Ninguém parece ter acreditado tanto na admiração da mídia por JB quanto o próprio JB.
 

O fracasso do 1% foi na tentativa de fazer de JB um “heroi do povo”, alguém capaz de conquistar a presidência da república nas urnas e zelar pela manutenção de seus privilégios com o uniforme de “menino pobre”. 

Este fracasso se deu, em grande parte, por força da internet. Nos sites independentes, as informações sobre o real Joaquim Barbosa permitiram compor um perfil bem diferente daquele difundido pelas companhias jornalísticas. 

A relação promíscua com a mídia (notadamente com a Globo, que deu emprego a seu filho não por filantropia, naturalmente), o apartamento comprado em Miami com o uso de uma pequena trapaça para evitar impostos – coisas assim acabaram desconstruindo o perfil montado por jornais e revistas, ao se tornarem públicas pela internet. 

Nas pesquisas presidenciais, seu nome aparece com números acachapantemente baixos e decepcionantes para quem tem sido tão promovido. 

Se Joaquim Barbosa estivesse nos corações e nas mentes dos chamados 99%, ele estaria brilhando nas pesquisas. Seria um contendor poderoso para 2014, na pele do “homem que acabou com a corrupção”. 

Mas não.

Por mais que a mídia tenha se esforçado para fazer de JB um “heroi do povo”, ele já é amplamente reconhecido como um representante daquele grupo predador que fez do Brasil um recordista mundial em desigualdade – o 1%. 

Clube Militar chama Globo de mentirosa e covarde

No texto Acuada, Globo pede desculpas pelo passado. E o presente? chamei a atenção para algumas coisas. Vejamos. 

“Apesar de outros também o terem feito, os três maiores órgãos de comunicação do Brasil, Globo, Folha e Estadão, todos apoiaram a ditadura militar. Nenhum, porém, assumia e a Globo não fez por menos. Mostrando o seu caráter (na verdade, a ausência dele), jogou todos na mesma fogueira. Daqui para a frente não há mais como a Folha e o Estadão negarem a participação e inteiro apoio ao regime militar”.

“A maior prova do cinismo do editorial é que ela continua promovendo grande prejuízo ao país, só que, dessa vez, não pelo apoio aos militares (que devem estar muito satisfeitos com ela nesse momento),”…

Quando será que determinados segmentos da sociedade brasileira perceberão quem é a Globo?

Quem conhece minimamente a história da Globo sabe o que ela representa. O seu editorial chocou a todos, mas por outras razões. Quem poderia imaginar que, mesmo diante do seu desespero atual, a Globo seria capaz de perder o seu profissionalismo e cometer tantas bobagens. Quem poderia imaginar que a Globo entregaria os militares?

Independente das mentiras, como bem mostra o texto abaixo do Clube Militar, o seu editorial é de um amadorismo inimaginável para uma Rede Globo. Covardemente, para não ficar sozinha, ela entrega velhos parceiros, como a Folha e o Estadão, e até mesmo jornais que já nem existem mais e que, portanto, não podem mais se defender, como são os casos do Jornal do Brasil e Correio da Manhã.

Depois de tanto bater em Lula durante 10 anos, ir pedir ajuda a ele e soltar um editorial daquele, ao ponto de entregar os militares, a Globo só fez chamar mais ainda a atenção; além do que já se sabe, há muito mais coisa por trás para ela estar tão desesperada.

Veja a matéria do Brasil 247

Clube Militar critica "covardia" do Globo 

Clube rebate editorial do "O Globo", no qual o jornal tenta justificar apoio dado ao golpe militar de 1964; "pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem. Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país”

 

O Clube Militar publicou em seu site nesta terça-feira (3) uma posição crítica ao editorial do jornal O Globo que reconheceu como “equívoco” o apoio ao golpe militar de 1964. Intitulado “Equívoco, uma ova”, o texto do clube diz que o jornal adota uma “mudança de posição drástica” e pratica uma dupla mentira ao se desculpar pelo apoio. " Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca", critica.

“Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem. Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país”, afirma.

Confira a opinião do clube na íntegra:

Equívoco, uma ova

Numa mudança de posição drástica, o jornal O Globo acaba de denunciar seu apoio histórico à Revolução de 1964. Alega, como justificativa para renegar sua posição de décadas, que se tratou de um “equívoco redacional”.

Dos grandes jornais existentes à época, o único sobrevivente carioca como mídia diária impressa é O Globo. Depositário de artigos que relatam a história da cidade, do país e do mundo por mais de oitenta anos, acaba de lançar um portal na Internet com todas as edições digitalizadas, o que facilita sobremaneira a pesquisa de sua visão da história.

Pouca gente tinha paciência e tempo para buscar nas coleções das bibliotecas, muitas vezes incompletas, os artigos do passado. Agora, porém, com a facilidade de poder pesquisar em casa ou no trabalho, por meio do portal eletrônico, muitos puderam ler o que foi publicado na década de 60 pelo jornalão, e por certo ficaram surpresos pelo apoio irrestrito e entusiasta que o mesmo prestou à derrubada do governo Goulart e aos governos dos militares. Nisso, aliás, era acompanhado pela grande maioria da população e dos órgãos de imprensa.

Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do “controle social da mídia” – no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa – o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem.

Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país.

Dupla mentira: em primeiro lugar, o apoio ao Movimento de 64 ocorreu antes, durante e por muito tempo depois da deposição de Jango; em segundo lugar, não se trata de posição equivocada “da redação”, mas de posicionamento político firmemente defendido por seu proprietário, diretor e redator chefe, Roberto Marinho, como comprovam as edições da época; em segundo lugar, não foi, também, como fica insinuado, uma posição passageira revista depois de curto período de engano, pois dez anos depois da revolução, na edição de 31 de março de 1974, em editorial de primeira página, o jornal publica derramados elogios ao Movimento; e em 7 de abril de 1984, vinte anos passados, Roberto Marinho publicou editorial assinado, na primeira página, intitulado “Julgamento da Revolução”, cuja leitura não deixa dúvida sobre a adesão e firme participação do jornal nos acontecimentos de 1964 e nas décadas seguintes.

Declarar agora que se tratou de um “equívoco da redação” é mentira deslavada.

Equívoco, uma ova! Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca.

Nossos pêsames aos leitores.