Escândalo: Globo pressiona Ministros do Supremo Tribunal Federal

Está bem, concordo. Nenhuma novidade.

Desde o início do julgamento a imprensa brasileira, Globo à frente, não fez outra coisa além de pressionar os ministros do STF. Satanizou uns, como o Ministro Ricardo Lewandowski, e fez Deus Joaquim Barbosa.

Quem não lembra da frase de um dos ministros? “Estamos julgando com a faca no pescoço”.

Portanto, nenhuma surpresa na postura da Globo. Mesmo com as mentiras contidas no seu ridículo e vergonhoso editorial, a Globo só consegue enganar aos de sempre: aos homer simpsons (William Bonner comparou os telespectadores do Jornal Nacional a Homer Simpson, chamando-os de burros e preguiçosos) e ao 1% (como são chamadas as pessoas que, chova ou faça sol, acham os governos Lula/Dilma os piores do mundo).

O que foi um pouco surpreendente, só um pouco, foi a postura dos ministros.

Por que só um pouco? Porque, na verdade, confirma o que já se fez demonstrar há algum tempo; a pequena estatura dos homens e mulheres que vestem aquelas imponentes togas.

Não se trata de votar contra ou a favor de quem quer que seja. Trata-se de votar de acordo com o que dizem as leis brasileiras, cada vez mais “interpretadas” de acordo com os ventos que sopram.

O decano (ministro mais antigo da corte) do STF, Celso de Mello, fez um forte depoimento a favor dos embargos infringentes na fase inicial do julgamento. Estava nada mais nada menos do que defendendo o que dizem as normas do STF (veja o vídeo abaixo). Talvez não esperasse que as coisas tomassem o rumo que tomaram.

Ocorre que, diante dos vários equívocos cometidos pelos ministros durante o julgamento, tornou-se inevitável recorrer-se aos tais embargos, recursos amparados pela normas jurídicas, com amplas possibilidades de alterações das penas já noticiadas.

A Rede Globo e periféricos (Veja, Folha, Estadão…) perceberam a possibilidade e aumentaram de forma escancarada a pressão sobre os ministros. Para ficar em dois exemplos, um deles, Ayres Britto, escreveu o prefácio do livro de Merval Pereira. Título do livro: Mensalão. Como pode um ministro do Supremo Tribunal Federal prefaciar um livro sobre o julgamento do qual ele era o presidente? Ele agora está pressionando o Tribunal Superior Eleitoral para aprovar o partido de Marina, um partido político, composto por políticos e que ela insiste em chamar de Rede. Detalhe: Ayres Britto quer ser candidato.

O outro, Joaquim Barbosa, recebeu vários prêmios, homenagens e medalhas do PSDB e da imprensa e seu filho ganhou um emprego na Globo. Inacreditável.

Esse mesmo Merval Pereira, jornalista da Globo, recebeu uma ligação do ministro Celso de Mello justificando-se dizendo que, apesar de ser a favor dos embargos infringentes, iria mudar e votar contra.

Faço uma simples pergunta; existe alguma toga no mundo que torne homens desse tipo respeitáveis?

Merval Pereira, com as suas notórias inteligência e sensibilidade, vem apostando garrafas de vinho no ar, em seus programas, garantindo que os réus serão presos e estimulando os seus telespectadores a fazerem o mesmo.

Há muito tempo a Globo e periféricos não estão preocupados com a notícia, estão mandando os ministros decretarem a prisão. Veja a mais recente “sugestão” que foi feita: Merval avisa: Barbosa quer prender até 7/9.

Por conta dessas pressões, ministros já deixam escapar que vão votar contra os embargos. Entre eles, o decano, ministro Celso de Mello. Parece que pouco vai importar que agora ele também estará em julgamento. Ele não deve satisfação à sua honra e dignidade, mas à Globo.

Veja a matéria do Brasil 247

Em vídeo, decano defende com ênfase os embargos

Faltam 48 horas para a decisão mais importante do STF, na Ação Penal 470; na quinta-feira, os ministros decidirão se Faltam 48 horas para a decisão mais importante do STF, na Ação Penal 470; na quinta-feira, os ministros decidirão se réus com pelo menos quatro votos terão direito a um novo recurso, o chamado embargo infringente; no ano passado, no próprio jul
gamento, o decano Celso de Mello defendeu enfaticamente a necessidade desse tipo de embargo, em respeito ao duplo grau de jurisdição; no entanto, pressionado pela Globo, seus colunistas e alguns ministros, ele estuda mudar de posição, esquecendo o que disse há um ano; o dia D da Ação Penal 470 será também o dia do julgamento de Celso de Mello; assista

Nesta terça-feira, quando for retomada a sessão de julgamento da Ação Penal 470, o ministro Joaquim Barbosa deve colocar em votação os embargos de declaração ainda pendentes, propondo sua rejeição pelo plenário da corte. Na contagem regressiva para o fim do processo, na quinta-feira, ele levantará a questão mais importante de todo o espetáculo: afinal, os embargos infringentes, que permitem nova chance de julgamento a réus com pelo menos quatro votos favoráveis, devem ou não ser aceitos?

Nessa discussão, que atinge réus como o ex-ministro José Dirceu e os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e José Genoino (PT-SP), a palavra do decano Celso de Mello terá peso especial. Como ministro mais antigo da corte, ele é ouvido e respeitado pelos colegas. No dia 2 de agosto do ano passado, Mello já se manifestou de forma cristalina sobre a admissibilidade desses embargos, que, para ele, são um "recurso ordinário" (normal, corriqueiro) do STF. 

No entanto, o ministro vem sendo pressionado por alguns colegas, como Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, que gostariam de dar o caso por encerrado, e também por veículos de comunicação, especialmente a Globo e seus colunistas, a mudar de posição. À Globo, interessa apresentar o último capítulo na novela na quinta ou sexta-feira, antes do Sete de Setembro, portanto, com a prisão dos réus em cadeia nacional de televisão. Assim, a teledramaturgia teria, sob seus critérios, um final feliz – ainda que, para isso, fosse necessário passar por cima do direito de defesa – permitindo que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, se fortaleça como presidenciável ou dispute o governo de Minas Gerais. 

No entanto, o vídeo de Celso de Mello não deixa margem a dúvidas. Sua posição é clara, cristalina, e aponta o embargo infringente como a possibilidade de um duplo grau de jurisdição – o que, até agora, foi negado aos réus da Ação Penal 470, embora seja um direito assegurado por convenções internacionais, das quais o Brasil é signatário. 

Dentro de 48 horas, portanto, não apenas os réus terão seu destino selado. Quem também estará sendo julgado, pela História, é o próprio Celso de Mello. Será um juiz, respeitando as próprias palavras ainda tão recentes, ou se deixará levar pela agenda política dos que hoje lhe pressionam? 

[[youtube?id=gX_5Lmi4thI]] 

Globo cospe no golpe em que comeu e engordou

A Globo, afinal, cospe no golpe em que comeu e engordou

Por Fernando Brito, no Tijolaço

O Globo divulgou neste sábado à tarde um comunicado, em que reconhece que seu apoio ao Golpe de 64 foi um erro.

“Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.

Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.”

Não foi um erro, não.

Foi um crime, e deste crime as Organizações Globo beneficiaram-se lautamente, ao ponto de fazer com que a fortuna dos três herdeiros do capo Roberto Marinho constitua-se na maior do Brasil e uma das maiores do mundo.

Nenhum militar dos que tenham feito e servido à ditadura tem sequer um milésimo do que o regime deu aos Marinho.

Portanto, começemos assim, chamando as coisas pelo que elas são. Não erro, não “equívoco”.

Crime. Contra a democracia, contra o voto popular, contra a vida de milhares de cidadãos mortos pela ditadura que a Globo ajudou a fazer e a sustentar, e ganhando muito, muito, muitíssimo dinheiro com isso.

Esse dinheiro, certamente, a Globo não considera um “erro”, pois não?

Pois seu império nasceu ali, junto com a ditadura, com um negócio ilegal que o regime ditatorial tolerou e acobertou: a associação com o grupo Time e as fartas verbas que os EUA destinavam a evitar o “perigo comunista”, colocando a nascente e poderosa mídia, a televisão, nas mãos amigas de “gente confiável”.

A Globo usou esse poder. Em condições ilegais perante o Código Brasileiro de Telecomunicações que proibia a concentração de emissoras em todo o país nas mãos de um só grupo empresarial, comprou televisões em todo o Brasil, dissimulando-as na condição de “afiliadas”, quando são verdadeiras sucursais do grupo, presas inteiramente a seu comando e estratégia de negócios.

Para isso, lambeu as botas da ditadura e serviu-lhe de instrumento despudorado de propaganda.

O que seu editorial de hoje diz, ao procurar desvincular-se do horror da tortura e da morte, ao falar de como Roberto Marinho protegia “seus comunistas” é de uma indignidade sem par. Ou vamos entender que aquele que não era seu empregado poderia bem morrer sob seu silêncio, ou vamos entender que aqueles profissionais, que trabalhavam e contribuíam para o sucesso da empresa, merecem ser exibidos como “gatinhos de estimação”, gordos e protegidos, e “livres da carrocinha” que laçava outros pelas ruas deste país.

A Globo nunca teve vergonha de, nas palavras de seu Füher, “usar o poder” de que dispunha em benefìcio dos políticos e governantes de sua predileção, durante e depois do período militar.

Patrocinou a Proconsult contra Brizola. Manipulou o debate de 89 em favor de Collor e contra Lula. Apoiou desavergonhadamente a eleição de Fernando Henrique Cardoso, encobrindo-lhe a escapada conjugal desastrada, somando-se à manipulação eleitoral da nova moeda, promovendo a dilapidação das empresas pertencentes ao povo brasileiro,  apoiando e dando legitimidade à vergonhosa corrupção que envolveu a aprovação da proposta de reeleição em causa própria.

Quem quiser provas disso, leia O Príncipe da Privataria, que chegou este final de semana às livrarias.

A autocrítica, que nos homens de bem é uma virtude e um momento a ser louvado, na Globo é apenas o que ela é: interesse em dinheiro transformado em sabujice.

Percebeu que o projeto Lula-Dilma não pode ser derrotado, malgrado todas as suas tentativas, e lança estes “mea culpa” fajutos para se habilitar – ainda mais, ainda mais! – aos dinheiros públicos do Governo, vício incorrigível de seu ventre dilatado e enxundioso.

Tudo na Globo é falso, como tive a honra de escrever há quase 20 anos para Leonel Brizola em seu famoso “direito de resposta” à Globo.

Nem o coro que diz que “voltou às ruas” – ele
nunca saiu! – não é esse: é “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.

Porque o povo, que não é bobo, pode perdoar aqueles que erraram e mudaram sinceramente de atitude ao perceber seu erro.

A Globo, não.

Comeu cada côdea do rico pão que o regime lhe deu e só mudou de lado quando as ruas, inundadas pelas “Diretas-Já” tornaram o regime uma sombra em ruínas.

Seus jovens executivos, que planejaram este ato de contrição fajuto, com todos as suas melosidades e senões, são apenas pequenos maquiadores deste monstro que acanalhou a vida brasileira e que vai ter um fim mais rápido e ruidoso do que muitos imaginam.

Porque o povo não é bobo, sabe que a Globo é um cancro que precisa ser extirpado da vida brasileira.

E é por isso que grita o que a Globo não pode confessar:

Abaixo a Rede Globo! 

Inacreditável: Como o PSDB controla a corrupção

Por que será que tucanos não são investigados?

Governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) nomeou Carla Elias Rosa, mulher do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, para trabalhar no Palácio dos Bandeirantes. Procurador está no comando do Ministério Público, que tem entre suas prerrogativas investigar denúncias que envolvam o governo. Primeiras denúncias do propinoduto remetem à gestão de Mario Covas, em 1998, mas cartel que superfaturava em até 20% contratos metroferroviários com o governo do Estado só começou a ser investigado após delação ao Cade da multinacional alemã Siemens. Governador diz não ver "qualquer conflito ético" 

Brasil 247

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nomeou Carla Elias Rosa, mulher do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, para trabalhar no Palácio dos Bandeirantes. Elias Rosa está à frente do Ministério Público de São Paulo, que tem como função investigar denúncias que envolvam o governo. Alckmin diz não ver nenhum conflito ético, mas desde que o caso do propinoduto foi revelado, fica cada vez mais evidente a blindagem tucana no Estado.

Recentemente, as três gestões do PSDB no governo de São Paulo – Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, se tornaram alvo de suspeitas de envolvimento em esquema de cartel montado para superfaturar em até 20% contratos de trem e metrô no Estado. As primeiras denúncias sobre o propinoduto tucano remetem a 1998. No entanto, a blindagem só foi vencida por uma multinacional alemã, a Siemens, que tomou a decisão de pedir um acordo de leniência junto ao Cade, confessando duas décadas de práticas condenáveis.

Leia a nota de Mônica Bergamo, da Folha:

DIÁRIO OFICIAL

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) nomeou Carla Elias Rosa, mulher do procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa, para trabalhar no Palácio dos Bandeirantes. Ela integrará a assessoria jurídica do governo, na Casa Civil.

OFICIAL 2

Elias Rosa lidera o Ministério Público de SP, que tem entre suas prerrogativas investigar denúncias que envolvam o governo.

OFICIAL 3

"É uma assessoria jurídica técnica, e não política. Do Estado, e não do governador. Ela não teve aumento de salário. É procuradora desde 1987", diz Márcio Elias Rosa. Carla é funcionária de carreira da PGE (Procuradoria-Geral do Estado), que defende o Estado em ações judiciais.

CONHECIMENTO

Questionado se haveria problema ético na nomeação, em função da relação conjugal de Carla, o governo Alckmin afirmou que a indagação revela "profundo desconhecimento sobre o funcionamento" da PGE. Não há "qualquer conflito ético". A assessoria é órgão complementar da PGE, onde ela já trabalhava. "Eventual ação do procurador-geral de Justiça [o marido de Carla] contra o governador não tramita na assessoria jurídica do governo", diz a nota.

De joelhos, Globo pede desculpas

Em editorial histórico, jornal O Globo reconhece que errou ao apoiar o golpe militar de 1964, mas diz que outros veículos de comunicação, como Folha e Estado, fizeram o mesmo; mea culpa acontece um dia depois de a emissora ser alvo de um protesto violento de Black Blocs, que atiraram esterco na emissora; ao longo de sua história, Roberto Marinho andou de mãos dadas com os generais, como na foto com João Batista Figueiredo; será mesmo que a Globo se arrependeu ou são lobos que se vestem de cordeiros para aplacar a fúria das ruas?

 

Brasil 247

Quase meio século depois do golpe militar de 1964, a poderosa Globo fez um mea culpa histórico. Reconheceu que errou ao apoiar a ditadura, mas disse que seu erro foi compartilhado por outros meios de comunicação, como Folha e Estado de S. Paulo.

O reconhecimento ocorre um dia depois de a Globo ser alvo de um protesto violento, em São Paulo, quando um grupo de Black Blocs atirou esterco na sede da emissora. "À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original", diz o texto, divulgado hoje pelo grupo editorial da família Marinho.

No mesmo texto, a Globo afirma que a democracia "é um valor absoluto". Mas será que a Globo de hoje, de fato, respeita a soberania popular ou continua combatendo, com a mesma ênfase de sempre, governos trabalhistas, como fez com João Goulart, antes de 1964, Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, e, agora, com o projeto Lula-Dilma?

Terá mesmo a Globo se arrependido ou são lobos que se vestem de cordeiros para aplacar a fúria das ruas?

Abaixo, o editorial do Globo:

Apoio editorial ao golpe de 64 foi um erro

RIO – Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.

Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.

Há alguns meses, quando o Memória estava sendo estruturado, decidiu-se que ele seria uma excelente oportunidade para tornar pública essa avaliação interna. E um texto com o reconhecimento desse erro foi escrito para ser publicado quando o site ficasse pronto.

Não lamentamos que essa publicação não tenha vindo antes da onda de manifestações, como teria sido possível. Porque as ruas nos deram ainda mais certeza de que a avaliação que se fazia internamente era correta e que o reconhecimento do erro, necessário.

Governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas.

De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos, ao reproduzir nesta página a íntegra do texto sobre o tema que está no Memória, a partir de hoje no ar:

1964

“Diante de qualquer reportagem ou editorial que lhes desagrade, é frequente q
ue aqueles que se sintam contrariados lembrem que O GLOBO apoiou editorialmente o golpe militar de 1964.

A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais.

Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos — Jango era criticado por tentar instalar uma “república sindical” — e de alguns segmentos das Forças Armadas.

Na noite de 31 de março de 1964, por sinal, O GLOBO foi invadido por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de Jango, como se dizia na época. O jornal não pôde circular em 1º de abril. Sairia no dia seguinte, 2, quinta-feira, com o editorial impedido de ser impresso pelo almirante, “A decisão da Pátria”. Na primeira página, um novo editorial: “Ressurge a Democracia”.

A divisão ideológica do mundo na Guerra Fria, entre Leste e Oeste, comunistas e capitalistas, se reproduzia, em maior ou menor medida, em cada país. No Brasil, ela era aguçada e aprofundada pela radicalização de João Goulart, iniciada tão logo conseguiu, em janeiro de 1963, por meio de plebiscito, revogar o parlamentarismo, a saída negociada para que ele, vice, pudesse assumir na renúncia do presidente Jânio Quadros. Obteve, então, os poderes plenos do presidencialismo. Transferir parcela substancial do poder do Executivo ao Congresso havia sido condição exigida pelos militares para a posse de Jango, um dos herdeiros do trabalhismo varguista. Naquele tempo, votava-se no vice-presidente separadamente. Daí o resultado de uma combinação ideológica contraditória e fonte permanente de tensões: o presidente da UDN e o vice do PTB. A renúncia de Jânio acendeu o rastilho da crise institucional.

A situação política da época se radicalizou, principalmente quando Jango e os militares mais próximos a ele ameaçavam atropelar Congresso e Justiça para fazer reformas de “base” “na lei ou na marra”. Os quartéis ficaram intoxicados com a luta política, à esquerda e à direita. Veio, então, o movimento dos sargentos, liderado por marinheiros — Cabo Ancelmo à frente —, a hierarquia militar começou a ser quebrada e o oficialato reagiu.

Naquele contexto, o golpe, chamado de “Revolução”, termo adotado pelo GLOBO durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966.

O desenrolar da “revolução” é conhecido. Não houve as eleições. Os militares ficaram no poder 21 anos, até saírem em 1985, com a posse de José Sarney, vice do presidente Tancredo Neves, eleito ainda pelo voto indireto, falecido antes de receber a faixa.

No ano em que o movimento dos militares completou duas décadas, em 1984, Roberto Marinho publicou editorial assinado na primeira página. Trata-se de um documento revelador. Nele, ressaltava a atitude de Geisel, em 13 de outubro de 1978, que extinguiu todos os atos institucionais, o principal deles o AI5, restabeleceu o habeas corpus e a independência da magistratura e revogou o Decreto-Lei 477, base das intervenções do regime no meio universitário.

Destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara a sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia e, depois, para conter a irrupção da guerrilha urbana. E, ainda, revelava que a relação de apoio editorial ao regime, embora duradoura, não fora todo o tempo tranquila. Nas palavras dele: “Temos permanecido fiéis aos seus objetivos [da revolução], embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir a autoria do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.”

Não eram palavras vazias. Em todas as encruzilhadas institucionais por que passou o país no período em que esteve à frente do jornal, Roberto Marinho sempre esteve ao lado da legalidade. Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscel
ino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares.

Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do GLOBO. São muitos e conhecidos os depoimentos que dão conta de que ele fazia questão de acompanhar funcionários de O GLOBO chamados a depor: acompanhava-os pessoalmente para evitar que desaparecessem. Instado algumas vezes a dar a lista dos “comunistas” que trabalhavam no jornal, sempre se negou, de maneira desafiadora.

Ficou famosa a sua frase ao general Juracy Magalhães, ministro da Justiça do presidente Castello Branco: “Cuide de seus comunistas, que eu cuido dos meus”. Nos vinte anos durante os quais a ditadura perdurou, O GLOBO, nos períodos agudos de crise, mesmo sem retirar o apoio aos militares, sempre cobrou deles o restabelecimento, no menor prazo possível, da normalidade democrática.

Contextos históricos são necessários na análise do posicionamento de pessoas e instituições, mais ainda em rupturas institucionais. A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los.

Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva. O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país.

À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”

Acuada, Globo pede desculpas pelo passado. E o presente?

RESSURGE A DEMOCRACIA

Título do editorial de O Globo, em 02 de abril de 1964, comemorando a chegada do regime militar

  

Tenho consciência de que quando escrevi e postei que a Globo pediu a Lula para voltar muitos não acreditaram. Natural.

Naquele texto, entre outras coisas falei que já se sabia da conversa e do pedido de João Roberto Marinho, um dos filhos de Roberto Marinho. Razão da conversa e do pedido: a coisa está feia para a Globo.

Sempre foi muito difícil “conversar” sobre alguns temas. Ditadura militar era um deles. Tornou-se aceitável para muitas pessoas condenar a ditadura. Em qualquer reunião social havia um consenso em se condenar o regime militar; todos falavam “mal”. Era fácil, porém, perceber que em muitos casos, era da boca para fora, só conveniência.

Apesar de outros também o terem feito, os três maiores órgãos de comunicação do Brasil, Globo, Folha e Estadão, todos apoiaram a ditadura militar. Nenhum, porém, assumia e a Globo não fez por menos. Mostrando o seu caráter (na verdade, a ausência dele), jogou todos na mesma fogueira. Daqui para a frente não há mais como a Folha e o Estadão negarem a participação e inteiro apoio ao regime militar. A Globo lhes fez esse favor.

A revista Veja não fez parte desse esquema macabro. Era então séria e esse pecado não lhe pode ser atribuído. Lamentavelmente, entretanto, em plena decadência, inclusive financeira, tornou-se o esgoto que hoje é, para deleite dos seus leitores.

Não foram poucas as vezes que ouvi de pessoas do convívio diário, inclusive de professores, a defesa do regime militar e até o desejo da sua volta. Confesso que nos primeiros momentos era grande a irritação ao ouvir coisas desse tipo. Já há algum tempo, no entanto, passei a sentir pena dessas pessoas. O meu calar não era de consentimento. A razão do calar estava acima da compreensão deles. O ditado popular “quem cala, consente” ganhava outra dimensão para mim.

O editorial que a Globo publicou no sábado, 31 de agosto de 2013, reconhecendo 49 anos depois que foi um erro ter apoiado a ditadura militar pode ser contestado em vários pontos, pela omissão de alguns fatos e até por algumas inverdades, mas não é o caso. Nesse momento, o importante é que se tome conhecimento e se divulgue que a Venus platinada finalmente reconheceu que fez um grande mal ao país e ao seu povo.

Surpreende-nos o editorial, mas não as razões dele. Claro, porém, que para quem só vê o mundo pela Globo deve ser um momento de grande perplexidade. Muitos devem estar perguntando o porque desse repentino mea culpa.

Ainda há muito a dizer e mostrar e não tenho nenhuma dúvida de que muito será dito e mostrado. Porém, como ficarão as pessoas que fazem parte daquele universo que permite à Globo dizer, na sua melhor vinheta, “A Globo bola o que rola”? Como teleguiadas, passarão também a condenar, de fato, a ditadura militar?

Tudo isso é reflexo do que a Globo fez com a pobre elite brasileira ao longo desses anos, explorando sabiamente o seu preconceito e a sua estupidez. Talvez agora essa elite possa entender o que William Bonner quis dizer ao compara-la com Homer Simpson, personagem estúpido e preguiçoso dos Simpsons.

Independente de tudo, ninguém deve se iludir. Não há nenhuma possibilidade de uma tomada de consciência que faça a Globo tomar novos e dignos rumos. O editorial é um mero reflexo do desespero. Ela sabe que está perdida.

A Globo tem um débito impagável com o Brasil e não é um editorial que vai compensar todo o mal que ela fez ao país e ao seu povo. É um ato de desespero que traz embutido um grande cinismo, para me conter nas palavras. A maior prova do cinismo do editorial é que ela continua promovendo grande prejuízo ao país, só que, dessa vez, não pelo apoio aos militares (que devem estar muito satisfeitos com ela nesse momento), mas pela inversão de normas jurídicas do sistema judiciário brasileiro, permitida por alguns pequenos homens que estão ministros.

O que fez na ditadura militar, a Globo faz agora. O mesmo jogo sujo, só que agora através de mecanismos diferentes.

Que ninguém se engane. A Globo se alimenta e vive de interesses. Destes não faz parte o bem estar do povo brasileiro.

Uma pergunta que está se impondo: será que a tal conversa quando a Globo pediu a Lula para voltar tem a ver com alguma coisa? Parece que sim. Notícias recentes, como a do Correio do Brasil, dizem que o filho de Roberto Marinho pediu a Lula que segure os manifestantes e ajude a Globo a combater o Google.

Veja no primeiro vídeo abaixo um dos porquês de tudo isso. Jovens de São Paulo, numa manifestação simples, inteligente, bem humorada, sem violência, fizeram um protesto específico, só para a Rede Globo. Este foi o segundo e foi realizado em várias capitais do Brasil. O segundo vídeo é mais contundente. Justificaram dizendo que estão devolvendo a merda que a Globo faz com o Brasil.

A Globo sabe que vem mais.

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A verdade sobre Fernando Henrique Cardoso

 
 
As Desventuras do Príncipe
 
Lançamento: Livro sobre a compra de votos para a emenda da reeleição e o caso extraconjugal de FHC alvoroçam os tucanos
 
Por Leandro Fortes, na Carta Capital
 
A obra chega às livrarias no sábado 31, mas antes mesmo de sua publicação tem causado desconforto no ninho tucano. Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial, responsável pela edição, tem recebido recados. O último, poucos dias atrás, foi direto: um cacique do PSDB telefonou ao editor para pedir o cancelamento do livro e avisou que a legenda havia contratado um advogado para impedir a publicação, caso o apelo não fosse atendido.
 
Tanto alvoroço deve-se ao lançamento de O Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição, do jornalista Palmério Dória. O título da obra faz alusão à alcunha de “príncipe dos sociólogos”, sugestão de amigos do ex-presidente, e ao termo privataria, menção ao processo de privatização comandado pelo PSDB nos anos 1990 e eternizado por outra obra da Geração Editorial, A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.
 
Há razão para os temores dos aliados de FHC. Na obra, Dória reconstituiu um assunto que os tucanos prefeririam ver enterrado: a compra de votos no Congresso para a emenda da reeleição que favorecia o ex-presidente. E detalha o “golpe da barriga” que o deixou refém das Organizações Globo, em especial, e do resto da mídia durante seus dois mandatos.
 
A maior novidade é a confirmação da identidade do Senhor X, a fonte anônima responsável pela denúncia do esquema de compra de votos para a emenda da reeleição. O ex-deputado federal Narciso Mendes, do PP do Acre, precisou passar por uma experiência pessoal dolorosa (esteve entre a vida e a morte depois de uma cirurgia) para aceitar expor-se e contar novos detalhes do esquema.
 
A operação, explica Mendes no livro, foi montada para garantir a permanência de FHC na Presidência e fazer valer o projeto de 20 anos de poder dos tucanos. Para tanto, segundo o ex-parlamentar, foram subornados centenas de parlamentares, e não apenas a meia dúzia de gatos-pingados identificados pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo, autor das reportagens que apresentaram em 1997 as gravações realizadas pelo Senhor X, apelido criado pelo repórter para preservar a identidade do colaborador, então deputado do antigo PPB.
 
Os mentores da operação que pagou 200 mil reais a cada deputado comprado para aprovar a reeleição, diz o Senhor X, foram os falecidos Sergio Motta, ex-ministro das Comunicações, e Luís Eduardo Magalhães, filho de Antonio Carlos Magalhães e então presidente da Câmara dos Deputados. Em maio de 1997, a Folha publicou a primeira reportagem com a transcrição da gravação de uma conversa entre os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre. No áudio, a dupla confessava ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda. Naquele momento, o projeto tinha sido aprovado na Câmara e encaminhado para votação no Senado.
 
À época, a oposição liderada pelo PT tentou instalar uma CPI para apurar as denúncias. Mendes resume os acontecimentos a Dória e ao jornalista Mylton Severiano, que participou das entrevistas com o ex-deputado em Rio Branco: “Nem o Sérgio Motta queria CPI, nem o Fernando Henrique queria CPI, nem o Luís Eduardo Magalhães queria CPI, ninguém queria. Sabiam que, estabelecida a CPI, o processo de impeachment ou no mínimo de anulação da emenda da reeleição teria vingado, pois seria comprovada a compra de votos”.
 
E assim aconteceu. A denúncia foi analisada por uma única comissão de sindicância no Congresso, que apresentou um relatório contrário à instalação de uma CPI. O assunto foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), então sob o comando de Geraldo Brindeiro. O procurador fez jus ao apelido de “engavetador-geral”, nascido da sua reconhecida leniência em investigar casos de corrupção do governo FHC. O MP nunca instalou um processo de investigação, a mídia nunca demonstrou o furor investigatório que a notabilizaria nestes anos de administração do PT e o Congresso aprovou a emenda, apesar da fraude.
 
O Príncipe da Privataria tenta reconstituir os passos da história que levou uma repórter da TV Globo em Brasília, a catarinense Miriam Dutra, a um longo exílio de oito anos na Europa. Repleta de detalhes, a obra reconstituiu o marco zero dessa trama, “nalgum dia do primeiro trimestre de 1991”, quando o jornalista Rubem Azevedo Lima, ao caminhar por um dos corredores do Senado, ouviu gritos do gabinete do então senador Fernando Henrique Cardoso. “Rameira, ponha-se daqui pra fora!”, bradava o então parlamentar, segundo relato de Lima, ex-editorialista da Folha de S.Paulo, enquanto de lá saía a colega da TV Globo, trêmula e às lágrimas. A notícia de um suposto filho bastardo não era apenas um problema familiar, embora não fosse pouco o que o tucano enfrentaria nessa seara. A mulher traída era a socióloga Ruth Cardoso, respeitada no mundo acadêmico e político. O caso extraconjugal poderia atrapalhar os planos futuros do senador. Apesar de se apresentar como um “presidente acidental”, em um tom de desapego, FHC sempre se imaginou fadado ao protagonismo na vida nacional.
 
Escreve Dória: “Entra em cena um corpo de bombeiros formado por Sérgio Motta, José Serra e Alberico de Souza Cruz – os dois primeiros, cabeças do “projeto presidencial”; o último, diretor de jornalismo da Rede Globo e futuro padrinho da criança”. Motta e Serra bolaram o plano de exílio da jornalista, mas quem tornou possível a operação foi Souza Cruz, de atuação memorável na edição fraudulenta do debate entre Collor e Lula na tevê da família Marinho às vésperas do segundo turno. A edição amiga, comandada diretamente por Roberto Marinho, dono da emissora, e exibida em todos os telejornais do canal, levaria o “caçador de marajás” ao poder. Acusado de corrupção, Collor renunciaria ao mandato para evitar o impeachment.
 
Miriam Dutra e o bebê foram viver na Europa e o caminho político de FHC foi novamente desinterditado. Poucos anos depois, ele se tornaria ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, surfaria no sucesso do Plano Real, a ponto de renegar a importância do falecido ex-presidente na implementação da estabilidade monetária no País, e venceria a eleição de 1994 no primeiro turno.
 
Por muito tempo, apesar de o assunto circular nas principais rodas políticas de Norte a Sul, Leste e Oeste, imperou nos principais meios de comunicação um bloqueio a respeito do relacionamento entre o presidente e a repórter. Há um pressuposto não totalmente verdadeiro de que a mídia brasileira evita menções à vida particular dos políticos, ao contrário das práticas jornalísticas nos EUA e Reino Unido. Não totalmente verdadeiro, pois a regra volta e meia é ignorada quando se trata dos adversários dessa mesma mídia.
 
No fim, o esforço para proteger FHC mostrou-se patético. Só depois da morte de Ruth Cardoso, em 2008, o ex-presidente decidiu assumir a paternidade do filho da jornalista. Mas um teste de DNA, feito por pressão dos herdeiros do tucano, provou que a criança não era dele.
 

Dória entrevistou inúmeras personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações polêmicas sobre FHC e o quadro político brasileiro. Há outras declarações pouco abonadoras da conduta do ex-presidente. A obra trata ainda do processo de privatização, da tentativa de venda da Petrobrás e do plano de entrega da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil ao setor privado. “O livro mostra que FHC é um caso de crime continuado”, resume o autor. 

A Globo pediu a Lula para voltar

Ainda no governo Lula, Franklin Martins, Ministro das Comunicações, disse em entrevista que a Globo estava cometendo suicídio ao bater tanto no governo porque não ia suportar a pressão das telefônicas (muito mais poderosas do que ela, Globo, e em franco processo de expansão dos seus tentáculos nas comunicações) e grupos como Google e FaceBook (para ficar em dois exemplos) e que ia ter que pedir ajuda ao próprio governo no qual tanto batia.

Aí está a confirmação do que Franklin Martins disse. Em primeiro lugar, houve a conversa. Já foi confirmada há poucos dias. Fala-se inclusive que o filho de Roberto Marinho teria perguntado a Lula por que o PT tem tanta raiva da Globo e que Lula, bem humorado, disse que deve ser pelas mesmas razões que a Globo tem tanta raiva do PT.

A coisa está feia para a Globo. Envolvida em sonegação fiscal (débito atual com a Receita Federal passaria de R$ 1 bilhão) e a dívida com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) chegaria a R$ 1,5 bilhão. Além disso, a InfoGlobo acabou de ser multada em R$ 2 milhões por atos “anticompetitivos”. Nunca a Globo tinha sido multada.

E aí ficam plantando notícia. Todos sabem que o que Ancelmo Gois diz aí embaixo é uma grande bobagem; Lula não será candidato, sem chance.

Veja a matéria do Brasil 247

PHA diz que Globo pediu volta de Lula

Paulo Henrique Amorim, que soube do conteúdo da conversa por uma fonte, conta que o filho de Roberto Marinho, da Globo, estaria descontente com a queda da publicidade governamental na emissora e, depois de fazer críticas a Dilma, teria pedido ao ex-presidente para que voltasse ao poder; coincidência ou não, em sua coluna de hoje, Ancelmo Gois disse que Lula pensa em voltar 

Ninguém sabe ao certo o que realmente conversaram o ex-presidente Lula e João Roberto Marinho, das Organizações Globo, num encontro que aconteceu recentemente em São Paulo. De acordo com o jornalista Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, que soube do conteúdo da conversa por uma fonte, o filho de Roberto Marinho se queixou, durante a reunião, da diminuição da publicidade governamental na Globo. E depois de fazer críticas à presidente Dilma Rousseff, pediu para que ele, Lula, voltasse. Segundo a fonte de PHA, Lula teria respondido: "Esses caras me esculhambam o tempo todo e agora querem que eu volte".

Coincidência ou não, em sua coluna de hoje no jornal O Globo, Ancelmo Gois disse que Lula pensa em voltar. Leia a nota:

Bota o retrato do velho

Lula, 67 anos, parece, em conversas recentes, admitir a hipótese de voltar a ser candidato no ano que vem.

Abaixo, a íntegra do post de Paulo Henrique Amorim:

GLOBO FOI PEDIR A LULA PARA VOLTAR !

A Dilma é isso, a Dilma é aquilo, mas você, Lula, você é um estadista ! Esse Google …

O passarinho pousou na janela daqui de casa e contou os detalhes daquele encontro em que um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome pr&oacut
e;prio – foi ao Presidente Lula pedir ajuda contra o Google.

O passarinho contou que o filho do Roberto Marinho reclamou muito da queda da publicidade governamental.

(Na verdade, a SECOM da Helena Chagas engorda a Globo e não revela à Conceição Lemes, do Viomundo, quanto investe na Globo; além de desejar ver a caveira do Pizzolatto.)

Reclamou porque, desde a gestão de Franklin Martins, a publicidade governamental na Globo caiu de 80% no Governo (sic) Fernando Henrique para 50%, no de Lula.

O filho do Roberto Marinho disse que a publicidade está numa situação tal que pode provocar uma crise em todo o PiG (*). (O passarinho não revelou, mas, imagina-se que o Lula deva ter achado ótimo …)

É o Google, amigo navegante.

O Google vai googlar a Globo e ela não vai mais poder gastar US$ 280 mil por capítulo de novela…

Aí, o filho do Roberto Marinho – segundo esse passarinho inconfidente – passou a espinafrar a Dilma. Que a Dilma é isso, que a Dilma é aquilo, e, além do mais, a Dilma não o recebe – não recebe o filho do Roberto Marinho.

Onde já se viu, não me receber, um filho do Roberto Marinho! Isso não acontece no Brasil desde Getúlio Vargas …

E, aí, amigo navegante, a bomba!

O filho do Roberto Marinho pediu ao Lula para voltar.

Volta, Lula, volta, pelo amor de Deus!

Mas, como? indagou o Lula – segundo esse boquirroto desse passarinho.

Vocês me espinafraram todo dia e você vem aqui me pedir para voltar?

Mas, você é diferente, Lula, respondeu o filho do Roberto Marinho. Você é um estadista, disse o filho do Roberto Marinho.

Um estadista …

O filho do Roberto Marinho foi embora sem uma gota de esperança. Aí, o Lula disse ao passarinho (que além de falar ouve muito bem):

– Esses caras me esculhambam o tempo todo e agora querem que eu volte. Ora, vai …

Pano rápido.

Livro-bomba revela como Fernando Henrique Cardoso comprou sua reeleição

Lançado por Palmério Doria, "O Príncipe da Privataria" aborda as contradições do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e desnuda um capítulo ainda obscuro da política brasileira: a compra da emenda que permitiu a sua reeleição, em 1998; o livro revela ainda a identidade do "Senhor X", que gravou deputados e denunciou ao jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, o episódio; trata-se do empresário Narciso Mendes, do Acre, que resolveu contar tudo o que sabia; a obra trata ainda da tentativa de privatização da Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobras e também de como a mídia blindou a história do filho de FHC fora do casamento – que, no final da história, não era filho legítimo do ex-presidente – num dos episódios mais constrangedores da imprensa brasileira; livro traz ainda revelações de Itamar Franco, Pedro Simon e Ciro Gomes sobre FHC 


Brasil 247

Um livro bombástico chega, neste fim de semana, às livrarias de todo o País. Trata-se de "O Princípe da Privataria", lançado pelo jornalista Palmério Doria, autor do best-seller Honoráveis Bandidos, sobre o poder da família Sarney, e colunista do 247. Desta vez, o foco de Doria é lançado sobre um dos homens mais poderosos e cultuados do Brasil: o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. No livro, o autor aborda as contradições do personagem e algumas manchas de sua biografia, como a compra da emenda da reeleição e a operação pesada para blindá-lo na imprensa sobre o filho fora do casamento com uma jornalista da Globo, que, no fim da história, não era seu filho legítimo.

Leia, em primeira mão, o material de divulgação preparado pela Geração Editorial, a mesma casa editorial que lançou livros-reportagem de sucesso como Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr., e Segredos do Conclave, de Gerson Camaratti:

O Príncipe da Privataria revela quem é o “Senhor X”, o homem que denunciou a compra da reeleição

Uma grande reportagem, 400 páginas, 36 capítulos, 20 anos de apuração, um repórter da velha guarda, um personagem central recheado de contradições, poderoso, ex-presidente da República, um furo jornalístico, os bastidores da imprensa, eis o conteúdo principal da mais nova polêmica do mercado editorial brasileiro: O Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso ganhou sua reeleição (Geração Editorial, R$ 39,90).

Com uma tiragem inicial de 25 mil exemplares, um número altíssimo para o padrão nacional, O Príncipe da Privataria é o 9° título da coleção História Agora da Geração Editorial, do qual faz parte o bombástico A Privataria Tucana e o mais recente Segredos do Conclave.

O personagem principal da obra é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o autor é o jornalista Palmério Dória, (Honoráveis Bandidos – Um retrato do Brasil na era Sarney, entre outros títulos). A reportagem retrata os dois mandatos de FHC, que v
ão de 1995 a 2002, as polêmicas e contraditórias privatizações do governo do PSDB e revela, com profundidade de apuração, quais foram os trâmites para a compra da reeleição, quem foi o “Senhor X” – a misteriosa fonte que gravou deputados confessando venda de votos para reeleição – e quem foram os verdadeiros amigos do presidente, o papel da imprensa em relação ao governo tucano, e a ligação do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) com a CIA, além do suposto filho fora do casamento, um ”segredo de polichinelo” guardado durante anos…

Após 16 anos, Palmério Dória apresenta ao Brasil o personagem principal do maior escândalo de corrupção do governo FHC: o “Senhor X”. Ele foi o ex-deputado federal que gravou num minúsculo aparelho as “confissões” dos colegas que serviram de base para as reportagens do jornalista Fernando Rodrigues publicadas na Folha de S. Paulo em maio de 1997. A série “Mercado de Voto” mostrou da forma mais objetiva possível como foi realizada a compra de deputados para garantir a aprovação da emenda da reeleição. “Comprou o mandato: 150 deputados, uma montanha de dinheiro pra fazer a reeleição”, contou o senador gaúcho, Pedro Simon. Rodrigues, experiente repórter investigativo, ganhou os principais prêmios da categoria no ano da publicação.

Nos diálogos com o “Senhor X”, deputados federais confirmavam que haviam recebido R$ 200 mil para apoiar o governo. Um escândalo que mexeu com Brasília e que permanece muito mal explicado até hoje. Mais um desvio de conduta engavetado na Era FHC.

Porém, em 2012, o empresário e ex-deputado pelo Acre, Narciso Mendes – o “Senhor X” –, depois de passar por uma cirurgia complicada e ficar entre a vida e a morte, resolveu contar tudo o que sabia.

O autor e o coautor desta obra, o também jornalista da velha guarda Mylton Severiano, viajaram mais de 3.500 quilômetros para um encontro com o “Senhor X”. Pousaram em Rio Branco, no Acre, para conhecer, entrevistar e gravar um homem lúcido e disposto a desvelar um capítulo nebuloso da recente democracia brasileira.

O “Senhor X” aparece – inclusive com foto na capa e no decorrer do livro. Explica, conta e mostra como se fazia política no governo “mais ético” da história. Um dos grandes segredos da imprensa brasileira é desvendado.

20 anos de apuração

Em 1993, o autor começa a investigar a vida de FHC que resultaria neste polêmico livro. Nessas últimas duas décadas, Palmério Dória entrevistou inúmeras personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações polêmicas sobre o presidente Fernando Henrique e sobre o quadro político brasileiro.

EXÍLIO NA EUROPA

Ao contrário do magnata da comunicação Charles Foster Kane, personagem do filme Cidadão Kane, de Orson Welles, que, ao ser chantageado pelo seu adversário sobre o seu suposto caso extraconjugal nas vésperas de uma eleição, decide encarar a ameaça e é derrotado nas urnas devido a polêmica, FHC preferiu esconder que teria tido um filho de um relacionamento com uma jornalista.

FHC leva a sério o risco de perder a eleição. Num plano audacioso e em parceria com
a maior emissora de televisão do país, a Rede Globo, a jornalista Miriam Dutra e o suposto filho, ainda bebê, são “exilados” na Europa. Palmério Dória não faz um julgamento moralista de um caso extraconjugal e suas consequências, mas enfatiza o silêncio da imprensa brasileira para um episódio conhecido em 11 redações de 10 consultadas. Não era segredo para jornalistas e políticos, mas como uma blindagem única nunca vista antes neste país foi capaz de manter em sigilo em caso por tantos anos?

O fato só foi revelado muito mais tarde, e discretamente, quando Fernando Henrique Cardoso não era mais presidente e sua esposa, Dona Ruth Cardoso, havia morrido. Com um final inusitado: exame de DNA revelou que o filho não era do ex-presidente que, no entanto, já o havia reconhecido.

Na obra, há detalhes do projeto neoliberal de vender todo o patrimônio nacional. Seu crime mais hediondo foi destruir a Alma Nacional, o sonho coletivo”, relatou o jornalista que desvendou o processo privativista da Era FHC, Aloysio Biondi, no livro Brasil Privatizado.

O Príncipe da Privataria conta ainda os bastidores da tentativa de venda da Petrobras, em que até a produção de identidade visual para a nova companhia, a Petrobrax, foi criada a fim de facilitar o entendimento da comunidade internacional. Também a entrega do sistema de telecomunicações, as propinas nos leilões das teles e de outras estatais, os bancos estaduais, as estradas, e até o suposto projeto de vender a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. A gente nem precisa de um roubômetro: FHC com a privataria roubou 10 mil vezes mais que qualquer possibilidade de desvio do governo Lula”, denuncia o senador paranaense Roberto Requião.

SOBRE O AUTOR

Palmério Dória é repórter. Nasceu em Santarém, Pará, em 1949 e atualmente mora em São Paulo, capital. Com carreira iniciada no final da década de 1960 já passou por inúmeras redações da grande imprensa e da “imprensa nanica”. Publicou seis livros, quatro de política: A Guerrilha do AraguaiaMataram o Presidente — Memórias do pistoleiro que mudou a História do Brasil A Candidata que Virou Picolé (sobre a queda de Roseana Sarney na corrida presidencial de 2002, em ação orquestrada por José Serra); e Honoráveis Bandidos — Um retrato do Brasil na Era Sarney ; mais dois livros de memórias: Grandes Mulheres que eu Não Comi, pela Casa Amarela; e Evasão de Privacidade, pela Geração Editorial.

Dilma continua subindo nas pesquisas 2

Aprovação de Dilma sobe para 41%
 
Para surpresa de algumas pessoas do meu convívio, já tinha dito que Dilma ia recuperar a aprovação pessoal e a do seu governo e que seria reeleita. Claro, ninguém acreditou.

Pude confirmar isso nos textos que escrevi e postei (veja aqui, aqui e aqui, este último do jornalista Miguel do Rosário, no blog Tijolaço

“…uma manifestação “restrita a São Paulo… De repente, espalhou-se por todo o Brasil” e Dilma foi jogada no meio da fogueira.
“…questão de não muito tempo, ela ia recuperar a aceitação ao seu governo”.
“Interessante notar que Dilma recuperou terreno principalmente no Sudeste…”

Agora, pesquisas mais recentes mostram que a aprovação de Dilma sobe para 41% entre ótimo e bom.

Na semana passada, pesquisa Ibope/Estado mostrou que a taxa de ótimo/bom do governo cresceu de 31% para 38% desde 12 de julho. Ao mesmo tempo, as opiniões de que o governo é ruim ou péssimo caíram de 31% para 24%


Pesquisas que chegaram ao PT e ao Palácio do Planalto mostraram que a avaliação de Dilma Rousseff atingiu 41% de ótimo e bom. A informação é de Vera Magalhães, do Painel, da Folha.

Na sexta-feira passada, dia 23, pesquisa Ibope/Estado mostrava que a taxa de ótimo/bom do governo cresceu de 31% para 38% desde 12 de julho. Ao mesmo tempo, as opiniões de que o governo é ruim ou péssimo caíram de 31% para 24%. A avaliação de que o governo é "regular" permaneceu em 37%. Apenas 1% não soube ou não quis responder.
 

Em comparação com os números divulgados pelo Datafolha há duas semanas, a aprovação ao governo foi de 36% para 38%. A pesquisa Ibope-Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, feitas na residência dos entrevistados. A pesquisa foi feita em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%. 

Vergonha: vídeo do próprio STF mostra como eles escondem o mensalão do PSDB

Quem vê o Brasil pela Globo, Veja, Folha, Estadão… não sabe, mas a história é completamente diferente da que contam.

Em primeiro lugar, o mensalão do PT não é nem de longe o maior escândalo de corrupção do Brasil. Existiam nove escândalos maiores do que ele (a maioria ligada ao PSDB). Agora com a descoberta do propinoduto tucano da Siemens e Alston, são dez que estão à frente do mensalão do PT (veja aqui Os 10 maiores escândalos de corrupção do Brasil). Mas vamos a outro ponto.

A origem do mensalão

De forma bem resumida, o mensalão tem a sua origem em 1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Essa origem é atribuída a dois baianos: Antônio Carlos Magalhães, que dispensa comentários, e Daniel Dantas, entre outras coisas o dono do Banco Opportunity (e já dizem há algum tempo, o dono do Brasil).

Apresentado a Fernando Henrique Cardoso por ACM, Daniel Dantas seria a fonte do dinheiro que Marcos Valério utilizaria no mensalão do PSDB?DEM. Descoberto, o esquema ganhou um processo no Supremo Tribunal Federal (STF), portanto, bem antes da descoberta do mensalão do PT, que ocorreu sete anos depois, em 2005.

Você concorda comigo se eu disser que na pauta de julgamentos do STF o mensalão do PSDB deveria estar na frente do mensalão do PT, portanto deveria ser julgado antes? Pois é, estava na frente, mas, como você sabe, não foi julgado. Não se sabe sequer se vai ser julgado e se for não há previsão de quando. Mas, está lá, em alguma gaveta do STF.

Em outras palavras, na gaveta de processos do STF o mensalão do PT foi colocado na frente do mensalão do PSDB. Um, o do PSDB, aconteceu em 1998 e não há previsão de se será e quando será julgado. O outro, o do PT, aconteceu em 2005 e já foi julgado. O que você acha?

À frente dessa proeza estariam os ministros Cézar Peluzzo, Aires Britto (ambos aposentados em 2012), Gilmar Mendes, a Globo e os seus periféricos (todos sabem quem são), e o PSDB/DEM, esses sem nenhuma importância, só torcendo, porque nada mais do que isso sabem fazer.

A grande razão para isso é que perceberam que com Lula vivo não ganhariam mais nenhuma eleição, daí os festejos e comemorações quando souberam que ele estava com câncer.

O que fazer?

Destruir Lula e o PT. Com a incorporação de Dilma a esse elenco, ela também teria que ser destruída. Não cabia mais, como tinham feito com João Goulart (Jango), uma revolta com a participação dos militares e a instalação da ditadura. Recorreram ao quarto poder.

O quarto poder, a mídia, que manipula e controla a covardia dos outros poderes, usou o judiciário (letra minúscula mesmo). Vamos transformar o mensalão no maior escândalo de corrupção do Brasil (já leu Os 10 maiores escândalos de corrupção do Brasil?) e programar o julgamento para a época das eleições de 2012. Como tinham certeza da condenação dos réus, precisavam algema-los nas vésperas das eleições porque a imagem de políticos do PT algemados, muito particularmente José Dirceu e Genoíno, seria muito forte e destruiria o PT.

Não funcionou. O PT aumentou a sua bancada de prefeitos no Brasil e ainda por cima o PSDB/mídia perdeu a prefeitura que mais temiam perder: a de São Paulo.

Como “mostrar” isso às pessoas se estão condicionadas a ver o mundo pelas “páginas” de uma imprensa cujo grande objetivo nesses últimos dez anos foi literalmente manipular as notícias em nome de um objetivo maior, manipular a mente das pessoas?

Sem chance.

Ocorre que os acontecimentos foram fugindo do controle e foi ficando cada vez mais difícil abafar as notícias. As pessoas já estão percebendo do que é capaz o consórcio Mídia/PSDB.

Agora, mais uma prova. O vídeo de uma das reuniões do STF em que claramente escondem e adiam o julgamento do Mensalão do PSDB.

Tem um problema. Muitos, não são poucos, muitos vão continuar sem ver.

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