Apartamento liga Fernando Henrique Cardoso a banqueiro do propinoduto

O escândalo do propinoduto tucano, alimentado pelas empresas Siemens e Alstom, se aproxima perigosamente do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso; já se sabia que parte dos recursos foi arrecadada por Andrea Matarazzo para o caixa dois da campanha presidencial de 1998; agora, com a revelação pela revista Istoé da conta "Marília", mais um detalhe: ela foi aberta no banco de Edmundo Safdié, que vendeu um apartamento de 450 metros quadrados no bairro de Higienópolis por apenas R$ 1,1 milhão ao ex-presidente 

Brasil 247

O escândalo do chamado propinoduto tucano está cada vez mais próximo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Já se sabia que parte da propina paga pela empresa francesa Alstom, arrecadada por Andrea Matarazzo, ajudou a alimentar o caixa dois da campanha da reeleição em 1998 (leia mais aqui). Depois disso, a própria Polícia Federal passou a investigar a conexão entre o escândalo do metrô e a reeleição de FHC (leia aqui). Agora, com a revelação da conta "Marília", que movimentou R$ 64 milhões entre 1998 e 2002, e foi operada por importantes figuras do PSDB, surge mais um detalhe constrangedor. Ela foi aberta no banco que pertenceu a Edmundo Safdié, banqueiro que vendeu um apartamento de 450 metros quadrados a FHC por R$ 1,1 milhão – abaixo do seu valor de mercado.

Banqueiro do propinoduto paulista vendeu apartamento a FHC 

Por Luis Nassif, no Jornal GGN.

Jornal GGN – O dono do banco onde estava a conta “Marilia” – que abastecia o propinoduto da Siemens, no cartel dos trens de São Paulo – é a mesma pessoa que vendeu o apartamento adquirido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, logo que deixou a presidência. E é um veterano conselheiro de políticos. Trata-se do banqueiro Edmundo Safdié. Em 2006, tornou-se réu, acusado de lavagem de dinheito do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, incurso na Ação Pena Pública no. 2004.61.81.004588-1, que tramita em segredo de Justiça. http://www.jfsp.jus.br/20061031celsopitta/

A rigor, a compra do apartamento pode ser apenas coincidência. O apartamento adquirido – 450 m2 do Edifício Chopin, rua Rio de Janeiro, Higienópolis – fica a poucos metros do antigo apartamento de FHC, na rua Maranhão. Na época, FHC anunciou que pagara R$ 1,1 milhão pelo apartamento – valor considerado muito baixo por moradores do edifício. Mas também podia ser um agrado de Safdié, para se vangloriar de vender um imóvel para um ex-presidente.

Em outras operações, Safdié foi mais controvertido. E a reincidência na lavagem de dinheiro – após o caso Pitta – pode explicar as últimas movimentações de Edmundo Safdié, vendendo seus ativos para outro banco.

A conta “Marília” estava no Leumi Private Bank da Suiça, antigo Multi Commercial Bank. Entre 1998 e 2002 – segundo documentos em poder da Polícia Federal – a conta movimentou 20 milhões de euros. Aslton e Siemens – as principais financiadores do esquema – compartilhavam a conta. Segundo revelou ao Estadão o ex-presidente da Siemens Adilson Primo, a movimentação era feita pela própria matriz da empresa. Fontes do Ministério Público Estadual informa
ram a IstoÉ que dessa conta saiu o dinheiro para o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) Robson Marinho e para os lobistas Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas (leia aqui).

Nesse período, a instituição era controlada por Safdié, da tradição dos banqueiros libaneses-judeus que aportaram no Brasil no pós-Guerra e especializaram-se em administrar fortunas nos grandes mercados internacionais.

A saga dos Safdié

Edmond Safdié foi um brilhante banqueiro que fundou o Banco Cidade em 1965 e, nos tempos do regime militar, mantinha estreitas relações com o general Golbery do Couto e Silva.

Em 1966 entrou no ramo de gestão de fortunas e administração de recursos no mercado internacional. Adquiriu em Genebra, Suiça o Multi Commercial Bank, mais tarde convertido em Banco Safdié. Em 1988 criou o Commercial Bank of New York.

http://www.safdie.com.br/institucional/index.html

No final dos anos 90, a família decidiu concentrar-se em gestão de patrimônio, reorganizou as empresas e concentrou a gestão de patrimônio no banco suíço.

No final de 2012, Banco Safdié foi adquirido pelo Leumi, maior banco de Israel pelo critério de ativos. No Brasil, a família concentrou-se apenas na gestão de ativos depois que a crise de 2008 lançou desconfiança geral sobre gestores de ativos. Também podem ter contribuído para a reestruturação do grupo as ações internacionais contra lavagens de dinheiro, que expuseram Edmundo no caso Celso Pitta. http://www.leumiprivatebank.com/

O apartamento de FHC

Logo que saiu da presidência, Fernando Henrique Cardoso adquiriu de Edmundo Safdié o apartamento no 8o andar do edifícil Chopin, a poucos metros de seu apartamento anterior.

Na época, anunciou-se o preço de R$ 1,1 milhão. Embora anterior ao boom de imóveis em São Paulo, considerou-se que o preço estava subavaliado, para um imóvel de 450 metros quadrados.

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR48918-6009,00.html

Aécio perde força até em Minas

Por Miguel do Rosário no Tijolaço

A grande imprensa não vem repercutindo uma informação essencial para se entender o que pode estar por trás da súbita altivez de José Serra. Além de estar perdendo pontos nas pesquisas nacionais de intenção de voto, Aécio Neves não está conseguindo sequer emplacar um candidato minimamente competitivo em seu próprio estado.

Os dois candidatos de oposição ao governo Anastasia, Pimentel (PT) e Clésio (PMDB), lideram isoladamente as pesquisas de intenção de voto: segundo pesquisa divulgada ontem pelo jornal Hoje em DIA, os dois tem quase 50% da preferência do eleitor mineiro. Os tucanos não alcançam 4%.

Aécio Neves conseguiu construir uma imagem sólida de si mesmo em Minas Gerais. Dizem as más línguas que a imprensa mineira foi amordaçada e manipulada com esse objetivo, coordenado por sua irmã todo-poderosa, Andrea Neves.

Mas Aécio cometeu um erro típico de políticos provincianos, que pensam mais em si mesmos do que nas ideias que supostamente representam: não construiu lideranças para substituí-lo. Investiu tudo em seu nome.

Este erro custará caro ao PSDB, por razões simples:

– O maior problema de Aécio Neves é ser bem conhecido e ter votos apenas em Minas Gerais.
– Mas se não tem um candidato sólido ao governo de Minas, Aécio pode comprometer seu desempenho no segundo maior colégio eleitoral do país.

– Com desempenho fraco em Minas, Aécio terá que gastar recurso, tempo e energia no estado, em detrimento de outras regiões, como São Paulo, Rio e Nordeste, onde precisa investir para ganhar terreno.

Estou começando a achar que Serra está certo em sua pretensão de ser novamente o candidato do PSDB à presidência da república…

Leia a matéria publicada sábado no jornal Hoje em Dia:

 

 

Fernando Pimentel e Clésio Andrade ampliam a vantagem

Jornal Hoje em Dia

Os candidatos de oposição ao governo de Minas Fernando Pimentel (PT) e Clésio Andrade (PMDB) ampliaram a vantagem na corrida das eleições de 2014. Enquanto isso, sem uma definição sobre quem será o candidato governista ao Palácio Tiradentes, Alberto Pinto Coelho (PP) e os tucanos Marcus Pestana, Dinis Pinheiro e Pimenta da Veiga não chegam a alcançar 4% da preferência.

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Nova pesquisa feita pelo instituto MDA, à qual o Hoje em Dia teve acesso, mostra que eles lideram todos os quatro cenários pesquisados, e alcançam, juntos, entre 48,5% e 49,6% da preferência do eleitorado, dependendo do cenário apresentado. Em maio, quando outra pesquisa do instituto foi realizada, somados, os índices do petista e do peemedebista alcançavam entre 40,4% e 41%.

Na nova pesquisa, realizada entre os dias 16 e 20 de agosto, o ministro Fernando Pimentel chega a atingir 39,1% das intenções de voto quando o candidato governista é o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Dinis Pinheiro (PSDB). No cenário, o senador Clésio Andrade tem 10,5% da preferência. Dinis alcança 2,9%.

Quando o candidato do governo é o atual vice-governador Alberto Pinto Coelho, seu índice é idêntico ao do tucano. Neste caso, Pimentel soma 38,4% e Clésio Andrade registra 10,3%. Enquanto 15,2% votariam em branco ou nulo, outros 33,2% não sabem ou não responderam. Na pesquisa de maio, Pinto Coelho somava 5%, enquanto Pimentel tinha 32,3% e Clésio Andrade tinha 8,1%.

Se a escolha governista for pelo presidente do PSDB, Marcus Pestana, o tucano tem 3,4% da preferência. Nesse cenário, Pimentel soma 38,6% (em maio tinha 32,8%) e Clésio registra 10,4% (tinha 8,2%). Um grupo de 15,5% dos eleitores votaria branco ou nulo e outros 32% não sabem ou não responderam.

Novo cenário

O melhor desempenho do governo se dá com o ex-prefeito de Belo Horizonte Pimenta da Veiga (PSDB). Ainda assim, seus índices são praticamente idênticos aos dos outros pré-candidatos governistas. O tucano alcança 3,6% dos votos, enquanto Pimentel marca 38,1%, Clésio tem 10,4%, brancos e nulos somam 15,1% e os que não sabem ou não responderam chegam a 32,8%.

É a primeira vez que tal cenário é apresentado nos relatórios de pesquisa do instituto MDA. No estudo de maio, Pimenta da Veiga não foi incluído. Outros dois candidatos governistas foram testados naquela ocasião: Renata Vilhena e Danilo de Castro. No novo relatório eles não foram incluídos, assim como o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que tem dito não ter interesse na candidatura, apesar das pressões do partido.

A pesquisa ouviu 2.001 pessoas em 63 municípios. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais para mais ou para menos.

Silêncio sobre corrupção do PSDB desmascara cartel da mídia

Silêncio sobre bomba da Istoé desmascara cartel da mídia

Por Miguel do Rosário no blog Tijolaço

A eclosão do escândalo de corrupção em metrô e trens urbanos em gestões tucanas e democratas de São Paulo e Distrito Federal serviu, entre outras coisas, para desmascarar o falso moralismo da nossa grande imprensa. Não vimos até agora nenhum editorial furibundo cobrando ética e apuração rigorosa.

Mas a pior lição que tiramos de tudo isso acabamos de ver neste final de semana. Não são apenas empresas de transporte urbano que fazem cartel para fraudar a população, cumpliciadas ao governo. As empresas de mídia formam um cartel ainda mais nocivo ao bem público, porque mais dissimulado, além de afetar virtualmente todas as esferas da nossa vida social.

O poder da mídia deriva justamente dessa formação de cartel, cuja cabeça é a Rede Globo. Se a Veja publica uma denúncia qualquer sem fundamento, a notícia é repercutida em todos os jornalões e chega ao Jornal Nacional. Mas se outra revista, de fora do cartel, publica uma denúncia fundamentada em documentos oficiais, o cartel se sente no direito de silenciá-la, abafá-la, simplesmente não tocando no assunto. Claro, isso acontece sobretudo se a denúncia fere os interesses do cartel.

É o que acaba de acontecer. A Istoé publicou neste final de semana uma reportagem amplamente fundamentada em documentos, mostrando que o esquema de corrupção do governo tucano possuía uma conta no exterior. Deu o número da conta, o nome da conta, informou as pessoas que a operavam, asseverou que os documentos foram fornecidos por autoridades suíças e estão já em poder do Ministério da Justiça.

Silêncio sepulcral.

Ninguém fala nada.

Os colunistas ainda estão preocupados com os “médicos cubanos”.

A mesma coisa acontece com o escândalo fiscal da Globo. Sshhhhhh! Silêncio! Toda a conversa sobre imprensa “independente” foi pro ralo. Os jornalistas tem “independência” para falar mal de Lula, que tem um apartamento em São Bernardo do Campo. Não para falar de FHC, que tem apartamento em Paris. Nem da família Marinho, que tem milhares de imóveis e 52 bilhões de reais no bolso.

Este silêncio é outro escândalo de corrupção. O cartel da corrupção também está na mídia.

O governo do PSDB paga por este silêncio. Ontem informarmos aqui que o governo Alckmin acaba de liberar R$ 4 milhões em assinaturas da Veja, Folha e Estadão para os jovens paulistanos da escola pública. Com este mesmo dinheiro, poderia distribuir milhares de tablets para os jovens acessarem livremente a internet. Mas o governo prefere mantê-los no cabresto da informação direcionada. Ele não tem controle sobre a internet, mas tem sobre a Veja, que só publica matérias favoráveis a seu governo.

Mas tem um problema. O silêncio da mídia se torna cada vez mais ensurdecedor. Com a internet, a farsa está ruindo. Essa é a razão do ódio cada vez maior que a direita tem dos blogs. Estamos acabando com a festinha deles.

Corrupção documentada do PSDB e a mídia se cala

 

A conta tem número (18.626), foi movimentada no banco Safdié (atual Leumi) e por ela circularam o equivalente a R$ 64 milhões entre 1998 e 2002; por ela, transitaram recursos ligados ao escândalo das propinas pagas pela Siemens e pela Alstom a governos tucanos; parte do dinheiro, que estava depositada numa conta de Jorge Fagali Neto, ex-secretário do governo FHC, já foi até bloqueada; no entanto, nada do que foi revelado por Istoé ecoou no Jornal Nacional ou nas edições dominicais da Folha e do Estado; blindagem ou cumplicidade?

Brasil 247

Diante da conta tucana, mídia se cala. Por quê?

Neste fim de semana, a revista Istoé publicou uma reportagem bombástica. Assinada por Claudio Dantas Sequeira e Pedro Marcondes de Moura, ela trouxe a conta secreta usada por operadores do PSDB na Suíça (leia mais aqui). Ela tem número (18.626), foi aberta no banco Safdié, que hoje se chama Leumi, e por ela transitaram R$ 64 milhões apenas entre os anos de 1998 e 2002.

Todas as informações da reportagem estão amparadas em documentos oficiais, que fazem parte da investigação do chamado propinoduto tucano, vinculado às empresas Alstom e Siemens, que forneceram equipamentos para o metrô de São Paulo e para as empresas de energia paulistas. Entre as revelações, há até a informação de que parte dos recursos já foi bloqueada por autoridades suíças, a pedido do governo brasileiro. Estavam depositados numa conta de Jorge Fagali Neto, que foi secretário do governo FHC. Seu irmão, José Jorge Fagali, presidiu o metrô no governo de José Serra.

Diante da gravidade dos fatos, seria natural que a reportagem ecoasse hoje ainda no Jornal Nacional e, um dia depois, nas edições dominicais de grandes jornais como a Folha e o Estado de S. Paulo.

No entanto, quando se trata do PSDB, há uma espécie de pacto de silêncio na mídia. Como as macaquinhos da imagem acima, ninguém viu nada, ninguém ouviu nada e, portanto, ninguém falará nada sobre o caso. É como se o escândalo, simplesmente, não existisse.

No JN, da Globo, nada sobre o caso. Nas edições dominicais dos jornais, que já circulam neste sábado, também não.

Por que será? Blindagem? Cumplicidade?

E já que perguntar não ofende, qual seria o tratamento se a conta batizada como "Marília" estivesse vinculada a outro partido político?

Quando os corvos vestem branco

 
Por Fernando Brito no Tijolaço 
 
Paulo Moreira Leite publica hoje, na  IstoÉ, um artigo que só merece uma qualificação: magistral.
 
A argumentação é cerebral, mas a indignação é figadal. 
 
Porque quem escreve e fala não pode, sob pena de emburrecer ou desumanizar-se – o que não é o mesmo, mas é parecido – deixar de pensar, como não pode deixar de sentir, com funda humanidade. 
Temos, neste caso dos médicos cubanos, duas faces.
 
Uma, velha, velhíssima: um anticomunismo arcaico, que já era doentio há 50 anos, na Guerra Fria e hoje é, simplesmente, lunático. 
 
Parece que, como há 59 anos, naquele 24 de agosto fatídico, a razão está sob ataque dos corvos, agora em penas brancas. 
 
Outra, mais e mais e mais velha ainda: o desprezo pelos seres humanos pobres, cujos direitos – inclusive os mais básicos, como a saúde e a vida – devem esperar que o “mercado” os resolva. 
 
O tema voltará e voltará por muitos dias, até que a realidade desmanche os preconceitos, os benefícios anulem o ódio e faça a brutalidade recuar das bocas para os coraçÑoes miúdos desta gente. 
 
Reproduzo o artigo magistral, repito, de Moreira Leite: 
 
Em vez Havana?
O debate sobre a chegada de médicos cubanos é vergonhoso. 

Por Paulo Moreira Leite  

Do ponto de vista da saúde pública, temos um quadro conhecido. Faltam médicos em milhares de cidades brasileiras, nenhum doutor formado no país tem interesse em trabalhar nesses lugares pobres, distantes, sem charme algum – nem aqueles que se formam em universidades públicas sentem algum impulso ético de retribuir alguma coisa ao país que lhes deu ensino, formação e futuro de graça. 

Respeitando o direito individual de cada pessoa resolver seu destino, o governo Dilma decidiu procurar médicos estrangeiros. Não poderia haver atitude mais democrática, com respeito às decisões de cada cidadão. 

O Ministério da Saúde conseguiu atrair médicos de Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai. Mas continua pouco. Então, o governo resolveu fazer o que já havia anunciado: trazer médicos de Cuba. 

Como era de prever, a reação já começou. 

E como eu sempre disse neste espaço, o conservadorismo brasileiro não consegue esconder sua submissão aos compromissos nostálgicos da Guerra Fria, base de um anticomunismo primitivo no plano ideológico e selvagem no plano dos métodos. É uma turma que se formou nesta escola, transmitiu a herança de pai para filho e para netos. Formou jovens despreparados para a realidade do país, embora tenham grande intimidade com Londres e Nova York.  

Hoje, eles repetem o passado como se estivessem falando de algo que tem futuro. 

Foi em nome desse anticomunismo que o país enfrentou 21 anos de treva da ditadura. E é em nome dele, mais uma vez, que se procura boicotar a chegada dos médicos cubanos com o argumento de que o Brasil estar&
aacute; ajudando a sobrevivência do regime de Fidel Castro. Os jornais, no pré-64, eram boicotados pelas grandes agencias de publicidade norte-americanas caso recusassem a pressão americana favorável à expulsão de Cuba da OEA. Juarez Bahia, que dirigiu o Correio da Manhã, já contou isso. 
 

Vamos combinar uma coisa. Se for para reduzir economia à política, cabe perguntar a quem adora mercadorias baratas da China Comunista: qual o efeito de ampliar o comércio entre os dois países? Por algum critério – político, geopolítico, estético, patético – qual país e qual regime podem criar problemas para o Brasil, no médio, curto ou longo prazo? 

Sejamos sérios. Não sou nem nunca fui um fã incondicional do regime de Fidel. Já escrevi sobre suas falhas e imperfeições. Mas sei reconhecer que sua vitória marcou uma derrota do império norte-americano e compreendo sua importância como afirmação da soberania na América Latina. 

Creio que os problemas dos cidadãos cubanos, que são reais, devem ser resolvidos por eles mesmos.  

Como alguém já lembrou: se for para falar em causas humanitárias para proibir a entrada de médicos cubanos, por que aceitar milhares de bolivianos que hoje tocam pedaços inteiros da mais chique indústria de confecção do país? 

Denunciar o governo cubano de terceirizar seus médicos é apenas ridículo, num momento em que uma parcela do empresariado brasileiro quer uma carona na CLT e liberar a terceirização em todos os ramos da economia. Neste aspecto, temos a farsa dentro da farsa. Quem é radicalmente a favor da terceirização dos assalariados brasileiros quer impedir a chegada, em massa, de terceirizados cubanos. Dizem que são escravos e, é claro, vamos ver como são os trabalhadores nas fazendas de seus amigos.

Falar em democracia é um truque velho demais. Não custa lembrar que se fez isso em 64, com apoio dos mesmos jornais que 49 anos depois condenam a chegada dos cubanos, erguendo o argumento absurdo de que eles virão fazer doutrinação revolucionária por aqui. Será que esse povo não lê jornais? 

Fidel Castro ainda tinha barbas escuras quando parou de falar em revolução. E seu irmão está fazendo reformas que seriam pura heresia há cinco anos. 

O problema, nós sabemos, não é este. É material e mental.  

Nossos conservadores não acharam um novo marqueteiro para arrumar seu discurso para os dias de hoje. São contra os médicos cubanos, mas oferecem o que? Médicos do Sírio Libanês, do Einstein, do Santa Catarina? 

Não. Oferecem a morte sem necessidade, as pragas bíblicas. Por isso não têm propostas alternativas nem sugestões que possam ser discutidas. Nem se preocupam. Ficam irresponsavelmente mudos. É criminoso. Querem deixar tudo como está. Seus médicos seguem ganhando o que podem e cada vez mais. Está bem. Mas por que impedir quem não querem receber nem atender? 

Sem alternativa, os pobres e muito pobres serão empurrados para grandes arapucas de saúde. Jamais serão atendidos, nem examinados. Mas deixarão seu pouco e suado dinheiro nos cofres de tratantes sem escrúpulos. 

Em seu mundo ideal, tudo permanece igual ao que era antes. Mas não. Vivemos tempos em que os mais pobres e menos protegidos não aceitam sua condição como uma condenação eterna, com a qual devem se conformar em silêncio. Lutam, brigam, participam. E conseguem vitórias, como todas as estatísticas de todos os pesquisadores reconhecem. Os médicos, apenas, não são a maravilha curativa. Mas representam um passo, uma chance para quem não tem nenhuma. Por isso são tão importantes para quem não tem o número daquele doutor com formação internacional no celular. 

O problema real é que a turma de cima não suporta qualquer melhoria que os debaixo possam conquistar. Receberam o Bolsa Família como se fosse um programa de corrupção dos mais humildes. Anunciaram que as leis trabalhistas eram um entrave ao crescimento econômico e tiveram de engolir a maior recuperação da carteira de trabalho de nossa história. Não precisamos de outros exemplos.  

Em 2013, estão recebendo um primeiro projeto de melhoria na saúde pública em anos com a mesma raiva, o mesmo egoísmo. 

Temem que o Brasil esteja mudando, para se tornar um país capaz de deixar o atraso maior, insuportável, para trás. O risco é mesmo este: a poeira da história, aquele avanço que, lento, incompleto, com progressos e recuos, deixa o pior cada vez mais distante. 

É por essa razão, só por essa, que se tenta impedir a chegada dos médicos cubanos e se tentará impedir qualquer melhoria numa área em que a vida e a morte se encontram o tempo inteiro. 

Essa presença será boa para o povo. Como já foi útil em outros momentos do Brasil, quando médicos cubanos foram trazidos com autorização de José Serra, ministro da Saúde do governo de FHC, e ninguém falou que eles iriam preparar uma guerrilha comunista. Graças aos médicos cubanos, a saúde pública da Venezuela tornou-se uma das melhores do continente, informa a Organização Mundial de Saúde. Também foram úteis em Cuba. 

Os inimigos dessas iniciativas temem qualquer progresso. Sabem que os médicos cubanos irão para o lugar onde a morte não encontra obstáculo, onde a doença leva quem poderia ser salvo com uma aspirina, um cobertor, um copo de água com açúcar. Por isso incomodam tanto. Só oferecem ameaça a quem nada tem a oferecer aos brasileiros além de seu egoísmo. 

ISTOÉ: PSDB e a conta secreta do propinoduto tucano

IstoÉ

Documentos vindos da Suíça revelam que conta conhecida como “Marília”, aberta no Multi Commercial Bank, em Genebra, movimentou somas milionárias para subornar homens públicos e conseguir vantagens para as empresas Siemens e Alstom nos governos do PSDB

Por Claudio Dantas Sequeira e Pedro Marcondes de Moura

Na edição da semana passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações com os políticos do PSDB paulista.

 

Agora, com base numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida “conta Marília”, aberta no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626, movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.

Uma análise preliminar da movimentação da “conta Marília” indica que Alstom e Siemens partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da “Marília” também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José Geraldo Villas Boas, lobistas que serviam de intermediários para a propina paga aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã.

(…) Veja a reportagem completa aqui


 

Dilma continua subindo nas pesquisas

Em Dilma sobe nas pesquisas: quem não esperava por isso? e Dilma vira o jogo já tinha falado sobre o que e como fizeram para atingir a popularidade da Presidenta Dilma Rousseff. Ali mesmo, porém também tive oportunidade de dizer que, questão de não muito tempo, ela ia recuperar a aceitação ao seu governo.

A nova pesquisa divulgada hoje pelo IBOPE aponta para subida de 31% para 38% na aprovação ao seu governo. 

Brasil 247

A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) recuperou parte da aprovação perdida após as manifestações populares de junho. Pesquisa Ibope/Estado divulgada nesta sexta-feira (23), mostra que a taxa de ótimo/bom do governo cresceu de 31% para 38% desde 12 de julho. Ao mesmo tempo, as opiniões de que o governo é ruim ou péssimo caíram de 31% para 24%. A avaliação de que o governo é "regular" permaneceu em 37%. Apenas 1% não soube ou não quis responder.

A recuperação ocorreu principalmente no Sul e no Sudeste, onde as taxas de aprovação cresceram 12 e 11 pontos porcentuais, respectivamente. Para a CEO do Ibope Inteligência, Marcia Cavallari, a recuperação de parte da popularidade de Dilma está relacionada ao refluxo das manifestações de rua, principalmente no Sudeste. "Os protestos diminuíram de tamanho e de alvo. A presidente não está mais no foco das manifestações", afirma Marcia. Ajudou também a melhoria de alguns indicadores econômicos, como a redução da inflação e do desemprego, e o aumento da confiança do consumidor.

Em comparação com os números divulgados pelo Datafolha há duas semanas, a aprovação ao governo foi de 36% para 38%. A pesquisa Ibope-Estado foi feita entre os dias 15 e 19 de agosto. Foram 2.002 entrevistas face a face, feitas na residência dos entrevistados. A pesquisa foi feita em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. Sua margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, num intervalo de confiança de 95%.

Comentário de Ronaldo: Só estão esquecendo de dizer que o que esconderam por 20 anos agora está aparecendo. Apesar de a imprensa ainda estar tentando abafar, as pessoas estão vendo que a corrupção no PSDB é maior do que em qualquer outro partido. Simples, bem simples.

E pode esperar: vem mais coisa.

 

Joaquim Barbosa, acuado, diz mais uma… inverdade

De uma certa forma, deu pena. Um homem, naquela idade (58 anos), tomar um pito de dois ministros (sem falar do próprio que ele acusou de fazer chicana), em público, diante de todos os outros ministros, vários advogados, estudantes e estagiários de direito e do que eles mais gostam; das câmeras de televisão.

Humilhado, sem argumentos, sem força, sem moral, depois dos pitos Joaquim Barbosa fez de conta que não perdeu o velho jeito arrogante e, fingindo indiferença, convidou o Ministro dias Tóffoli, o próximo a dar o voto: “Ministro Dias Tóffoli, vamos trabalhar?” 

Ao “convidar” os ministros a trabalhar pelo chamamento ao Ministro Tóffoli para dar o seu voto, tentava mais uma vez mostrar serviço, mostrar o homem acima do bem e do mal (e dos pitos). Não dava. Acostumado a mostrar o que não é, era nítido o seu abatimento.

Qual o argumento com o qual Barbosa tentou esconder as suas verdadeiras intenções? Alegou que é atribuição sua dar a devida celeridade ao processo e, mais uma vez jogando pra torcida, disse que “justiça que tarda não é justiça”.

Joaquim Barbosa mente. Em pesquisa da TRANSPARENCIA BRASIL é apontado como O MAIS LENTO juiz do STF e chegou a acumular mais de 14 mil processos em seu gabinete. Veja na matéria do Diário do Centro do Mundo o que ele tem feito com os aposentados da VARIG. Além disso, veja também como ele é “muito” preocupado com isso na matéria de Fernando Brito abaixo.

Justiça que tarda não é Justiça, diz Barbosa. Mas ele é quem mais tarda
 

Por Fernando Brito no Tijolaço

O Dr. Joaquim Barbosa justificou ontem seu autoritarismo e grosseria sobre Ricardo Lewandowski.

Disse que é em nome da celeridade – Merval, celeridade é de célere, rápido, não de celerado, viu? – que o tribunal deve à população, “que afinal é quem paga os nossos salários”.

Muito bem, Dr. Barbosa!

Mas se a eficiência de um julgador pode ser medida pela celeridade, o senhor vai mal, muito mal.

Porque nos processos que não têm a visibilidade deste, o onde o senhor colhe os frutos da exposição como “justiceiro”, no resto o senhor anda devagar, quase parando.

Os números do site Meritíssimos, do festejado Transparência Brasil, o senhor aparece como o que mais tempo demora para resolver os processos sob sua responsabilidade, como mostram os gráficos aí de cima.

O site é criterioso e faz as contas ressaltando que, para evitar os processos acumulados ou herdados com uma série de pendências, o mais representativo é o que acontece com as ações distribuídas nos últimos dois anos.

Pelo pouco tempo de STF, foram excluídos Luiz Fux, Roberto Barroso e Teori Zavascki.

O resultado não deixa dúvidas: Barbosa fecha a fila, léguas atrás do – segundo ele – “chicaneiro” Lewandowski.

Aliás, nem era preciso gráfico para mostrar isso. Bastava perguntar para os aposentados da Varig, que até greve de fome andaram fazendo para que o Dr. Joaquim tirasse
da gaveta o processo 
 de seus dinheirinhos do fundo de pensão, que ficou seis meses parado.

O que continua salvando Joaquim Barbosa é a blindagem da imprensa. Mas é só até ele cumprir o papel que lhe foi dado. Assim que o trabalho que a imprensa lhe deu estiver concluído, ele vai ver o que essa mesma imprensa vai fazer dele. É mais um episódio da Casa Grande e Senzala. 

Os 10 maiores escândalos de corrupção do Brasil

O cinismo de órgãos da imprensa como Globo, Abril, Folha e Estadão e de partidos políticos como PSDB/DEM atingiu um nível em que toda e qualquer preocupação com os níveis mais elementares de dignidade foram perdidos. Já há algum tempo deixou de ser cinismo.

Tem sido muito difícil ao longo dos últimos anos ver – ler – ouvir as coisas que hoje fazem parte do imaginário de boa parte da sociedade, muito particularmente em determinados segmentos sociais.

Não pretendo falar sobre o julgamento do “mensalão”. Prefiro dizer, por enquanto, que as notícias foram durante todo o tempo devidamente manipuladas. Há questionamentos jurídicos fortes contra a condução do julgamento feitos por órgãos como a própria OAB, juristas, desembargadores e juízes. Alguns já começaram a vir à tona nos embargos declaratórios e outros virão principalmente na fase dos embargos infringentes. É justamente esta a fonte principal, porém não a única, do desespero de Joaquim Barbosa, hoje um homem isolado no meio jurídico. É possível que num espaço de tempo menor do que se podia imaginar algumas verdades, pelo menos algumas, já disponíveis, aparecerão para o grande público.

Talvez, entretanto, possamos aborda-lo sob outra perspectiva e é possível que aí já se possa perceber o quanto as informações foram e são manipuladas. Há muito mais a ser mostrado, mas vamos focar por enquanto nesse ponto.

Estamos ouvindo há oito anos que o “mensalão” é o maior escândalo de corrupção que já houve no Brasil.

Não é verdade.

Há algum tempo estão disponíveis, o que não quer dizer divulgados, os dados que negam esse mantra que se repete há muito tempo. Vamos conhece-los. Chamo a atenção para um detalhe; uma das fontes dessas informações é a Editora Abril, a editora da revista Veja. Portanto, não pode haver fonte mais insuspeita.

Dez maiores crimes de corrupção do Brasil

TOP

Crime/Escandalos

Ano

Rombo

10°

Mensalão

2005

R$ 55 milhões

Operação sanguessuga

2006

R$ 140 milhões

Sudam

2001

R$ 214 milhões

Operação Navalha

2007

R$ 610 milhões

Anões do Orçamento

1993

R$ 800 milhões

TRT/SP

1999

R$ 923 milhões

Banco Marka

1999

R$ 1.8 bilhões

Vampiros da Saúde

2004

R$ 2.4 bilhões

Banestado

2003

R$ 42 bilhões

Privataria Tucana

1997

R$ 100 bilhões

Fonte: http://top10mais.org/top-10-maiores-crimes-de-corrupcao-no-brasil/#ixzz2b3NawduA

  

Achei interessante esse texto de Marcelo de Souza, que pode ajudar na compreensão.

O mensalão não foi o maior escândalo de corrupção da história do Brasil

Por Marcelo de Souza, no blog Outros Ventos

A mídia insiste em dizer que o mensalão foi o "maior caso de corrupção da história". Só para quem não tem memória. A revista Mundo Estranho, publicação da editora Abril (a mesma editora da VEJA), listou 10 casos de corrupção e, pasmem, o mensalão não é o maior.

De acordo com a revista o mensalão provocou um rombo de R$ 55 milhões. No entanto, o caso dos "vampiros" do Ministério da Saúde (lembra Serra?) deixou um rombo de R$ 2,4 bilhões.

Não sou expert em matemática, mas R$ 2,4 bilhões é maior do que R$ 55 milhões.

Mas houve um rombo bem maior no Paraná, entre 1996 e 2000, no Banestado. R$ 42 bilhões foram desviados e quem estava no comando do governo era Jaime Lerner, eleito pelo PDT e depois se transferiu para o PFL, atual DEM, apoiado pelo PSDB.

Não se esqueçam do escândalo do Banco Marka, que envolveu o alto escalão do Banco Central em pleno governo FHC. Nada menos que R$ 1,8 bilhão foi o rombo deixado pelo escândalo, que não é tratado pela mídia como "o maior escândalo de corrupção".

Ah, FHC também foi protagonista do caso Sudam, onde R$ 214 milhões foram desviados. Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.

Houve outros casos de corrupção durante o governo Lula, como o caso da construtora Gautama que pagava propina para servidores públicos, para ter facilidade na hora das licitações das obras. R$ 610 milhões foram para o ralo.

Ou seja, o espetáculo que a mídia proporcionou no caso do mensalão mostra claramente que foi revanchismo contra o PT. A mídia golpista não conseguiu emplacar seus candidatos José Serra (2002 e 2010) e Geraldo Alckmin (2006) e resolveu intervir, proporcionando ao Brasil o maior espetáculo midiático de um caso de corrupção.

O que Globo, Veja, Folha, Estadão e outros grandes veículos chamam de "o maior caso de corrupção", não passou nem perto. Entendam, meus seis leitores, não estou defendendo a corrupção, e sim tentando colocar uma luz sobre as sombras criadas pela imprensa.

Precisa falar da Privataria Tucana?

Como disse anteriormente, uma das fontes dessas informações é a Editora Abril, como pode ser visto no quadro acima, através de uma das suas revistas, Mundo Estranho.

Como é possível que a revista VEJA, da mesma Editora Abril, tenha feito tantas reportagens escandalosas chamando de corruptos, bandidos, quadrilheiros, do maior escândalo de corrupção da história do Brasil quando ela sabe que existem pelo menos nove escândalos muito maiores em termos de prejuízos para os cofres públicos do país? Como confiar nessa revista? Como confiar nessa imprensa?

Millôr Fernandes disse em 2006: "A imprensa brasileira sempre foi canalha. Eu acredito que se a imprensa brasileira fosse um pouco melhor poderia ter uma influência realmente maravilhosa sobre o País. Acho que uma das grandes culpadas das condições do País, mais do que as forças que o dominam politicamente, é nossa imprensa. Repito, apesar de toda a evolução, nossa imprensa é lamentavelmente ruim. E não quero falar da televisão, que já nasceu pusilânime”.

Qual é o partido mais corrupto do Brasil?

Diante da absurda partidarização de alguns ministros do STF, inadmissível em se tratando da mais alta corte da justiça brasileira, é corajosa, e por isso louvável, a afirmação do Ministro Luis Roberto Barroso: “Não existe corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção. Não há corrupção melhor ou pior. Dos ‘nossos’ ou dos ‘deles’. Não há corrupção do bem. A corrupção é um mal em si e não deve ser politizada”.

A corrupção no PSDB aparece cada vez mais

Cassação em Taubaté é nova bomba no colo de Alckmin

Depois das denúncias no metrô, envolvendo as empresas Siemens e Alstom, governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, terá que explicar a corrupção na Fundação para o Desenvolvimento da Educação, que, nos últimos anos, liberou mais de R$ 700 milhões em bolsas universitárias; até recentemente, a FDE era comandada por José Bernardo Ortiz, homem de total confiança de Alckmin; ontem, seu filho, José Bernardo Ortiz Júnior, teve seu mandato cassado na prefeitura da rica cidade de Taubaté justamente em função dos desvios na FDE, que alimentaram sua candidatura; é mais um escândalo que conecta desvios no setor público ao financiamento de campanhas políticas

Brasil 247

Uma decisão tomada ontem pela Justiça Eleitoral, que cassou o mandato do prefeito de Taubaté (SP), José Bernardo Ortiz Júnior, do PSDB, é a nova bomba que explode no colo do governador Geraldo Alckmin, que ainda não se recuperou do chamado propinoduto do metrô, alimentado pelas empresas Siemens e Alstom. Ortiz Júnior foi cassado porque sua campanha foi alimentada, segundo a Justiça, com recursos desviados da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), uma poderosa autarquia do governo estadual, que, nos últimos anos, distribuiu mais de R$ 700 milhões em bolsas universitárias (leia mais aqui sobre a cassação de Ortiz Júnior).

O problema é que, até recentemente, a FDE era comandada por um dos mais próximos auxiliares de Alckmin: José Bernardo Ortiz, que vem a ser o pai do prefeito cassado. Ortiz foi afastado do comando da FDE e teve seus bens bloqueados porque, segundo a Justiça, teria superfaturado licitações até para a compra de mochilas escolares. Mesmo com todas as suspeitas, Alckmin sempre reiterou a confiança em Ortiz (leia mais aqui). Segundo o Ministério Público, as mochilas teriam sido superfaturadas em R$ 11,5 milhões.

No entanto, café pequeno perto dos R$ 700 milhões distribuídos em bolsas universitárias nos últimos anos em São Paulo – o que fez com que instituições de ensino recém criadas se transformassem rapidamente em potências do setor (leia mais aqui).

Com a cassação de Ortiz Júnior, Alckmin se depara mais uma vez com um escândalo que conecta desvios de recursos no setor público ao financiamento de campanhas políticas. Exatamente como no caso do metrô.