STF gasta R$ 90 mil nos banheiros de Joaquim barbosa

STF gasta R$ 90 mil em reforma para Joaquim Barbosa

Rubens Valente
Andreza Matais
De Brasília Folha de São Paulo

O STF (Supremo Tribunal Federal) gastará R$ 90 mil para reformar, com material de "primeira qualidade", os quatro banheiros do apartamento funcional que o presidente da corte, Joaquim Barbosa, ocupará a partir de julho.

O presidente do STF decidiu mudar do apartamento funcional que já ocupa na Asa Sul, em Brasília, para um mais amplo, de 523 metros quadrados, na mesma região.

A futura residência do ministro, com cinco quartos, quatro salas, biblioteca e adega, era ocupada até o final do ano passado pelo ministro Ayres Britto, que se aposentou do STF em novembro.

Do total da obra, R$ 78 mil serão pagos à empresa que venceu um pregão eletrônico na semana passada e outros R$ 12 mil sairão de contratos com outras empresas já em andamento, na instalação de vidros, espelhos e uma banheira, que será adquirida, segundo o STF, com recursos próprios de Barbosa.

O primeiro valor equivale ao custo total da construção de uma residência de 32 metros quadrados do programa Minha Casa Minha Vida.

O edital do pregão prevê a aquisição de 23 peças em mármore e granito por R$ 15,5 mil. Um terço desse valor irá para uma prateleira e uma bancada. Assento e tampo dos quatro vasos sanitários custarão R$ 396 cada.

Na presidência do STF e do CNJ, Barbosa adota um rigoroso discurso de contenção de despesas do Judiciário.

Na semana passada, envolveu-se em polêmica com entidades de juízes, ao criticar gastos desnecessários com a criação de Tribunais Regionais Federais.

Segundo o STF, a reforma será feita por conta do "desgaste pelo tempo de uso". A corte nega que tenha partido de Barbosa a ordem para a reforma, mas não apontou o responsável pelo lançamento do edital, ocorrido durante a atual gestão.
 

De acordo com a assessoria, a exigência de materiais de "primeira qualidade, sem manchas, defeitos ou imperfeições" foi feita "para evitar o fornecimento de materiais inadequados ou de qualidade duvidosa". 

Escritor diz que crise do Bahia é fenômeno social

Olá pessoal,
Essa entrevista foi feita em 2009 e 4 anos depois nada mudou, está atualizadíssima. Observem as considerações sobre Paulo Maracajá (o grande responsável por tudo que está acontecendo), as mesmas que já fiz quanto ao golpe que ele pretendia dar com a sua volta.
Talvez alguns achem um pouquinho longa, mas não deixem de ler e, melhor ainda, divulguem. Tenho certeza de que vocês vão gostar.
Abraços,
Ronaldo Souza

Escritor diz que crise do Bahia é fenômeno social

Confira abaixo íntegra de entrevista de Cláudio Leal com João Carlos Teireira Gomes, o Joca, à revista Terra Magazine. A reportagem foi reproduzida também no blog do Juca Kfouri. (aqui o original Teixeira Gomes Crise do Bahia é fenomeno social

Alcançava todas as bolas. No jargão futebolístico dos anos 30, o primeiro goleiro do Esporte Clube Bahia, Teixeira Gomes, era "uma antena". Pegava tudo. Naquela tarde do Campo da Graça, mítico e extinto gramado de Salvador, a antena tricolor contrariou o epíteto e sofreu um frango. Ora vá, torcida. O corpulento goleiro passou a reagir às vaias com bananas e ofensas. No campo em que, anos mais tarde, o cronista Antonio Maria irradiaria outras pelotas, ele seria capaz de irromper uma batalha para honrar sua fama de arqueiro. Revoltados, os torcedores avançaram contra Teixeira Gomes e suas bananas. 

Hora do folhetim: à beira do gramado, num carro, o dono do cinema Jandaia, João Oliveira, acompanhava o jogo com suas filhas, como num corso carnavalesco. Em solidariedade, ofereceu abrigo ao fugitivo no automóvel, ao lado de suas pequenas. Desse frango nasceria um casamento: entre respirações sobressaltadas, Teixeira Gomes se enamorou por Célia, uma das filhas de Oliveira. 

O escritor e jornalista João Carlos Teixeira Gomes nasceu dessa fuga e desse encontro improvisado. Nascido em 1936, filho de um dos primeiros ídolos do Bahia, Joca, como é conhecido desde os tempos da Geração Mapa – protagonizada pelo cineasta Glauber Rocha -, deve ao tricolor baiano o primeiro respiro de vida. Agora que o clube esboça um retorno à Série C, depois de perder em casa para o Duque de Caxias (2×1), e vive uma decadência sem precedentes, Joca se integra atemporalmente ao Batalhão dos Periquitos, grupo de baianos que atuou no expurgo das tropas portuguesas em 1823, para conclamar: 

– Que a torcida do Bahia incorpore o espírito revolucionário dos baianos do 2 de Julho e se una nas ruas, nas praças, pressionando nas rádios, na internet e nos jornais, os incompetentes que afundam um clube glorioso, para estabelecer a grande e definitiva reação, pois o Bahia hoje depende, exclusivamente, do amor e do poder da sua torcida. 

Autor da melhor biografia de Glauber e de competente ensaio sobre a obra de João Ubaldo Ribeiro, Teixeira Gomes promove disparos telefônicos aos amigos a cada derrota humilhante. Fundado em 1931, o Esporte Clube Bahia caiu para a Terceira Divisão em 2005 e neste outubro beira outra vez o rebaixamento para o quinto círculo do inferno. O escritor ressalta: a crise do tricolor é um "fenômeno social".
 
O Bahia não é apenas um clube esportivo, mas uma força social no Estado da Bahia

Presidido pelo deputado federal Marcelo Guimarães Filho (PMDB) – primogênito do empresário e ex-deputado preso pela Polícia Federal em 2007, Marcelo "pai" -, o clube é dominado há décadas pelo mesmo grupo, que não esboça afastamento e até absorve os opositores. Patrimônio alienado, trocas frenéticas de técnicos, atrasos no pagamento dos jogadores, humilhações sucessivas, constelação medíocre e continuísmo de cartolas (mudou alguma coisa???). Teixeira Gomes diagnostica: 

– São notoriamente pessoas absolutamente incompetentes para soerguer um clube que vem sofrendo uma desmoralização continuada e intolerável para sua imensa torcida. Basta vermos que as sucessivas diretorias incompetentes, dentro dessa linha de continuísmo, não foram sequer capazes de fazer do Bahia uma equipe de competência média para disputar os torneios locais e
nacionais. 

Leia a íntegra da entrevista com o tricolor João Carlos Teixeira Gomes, ex-editor-chefe do Jornal da Bahia e autor, entre outros livros, de "Tempestade Engarrafada", de "Glauber Rocha, esse vulcão", do best-seller "Memórias das Trevas" e do romance recém-lançado "Assassinos da Liberdade". 

Terra Magazine – Em colapso administrativo, o Esporte Clube Bahia perdeu em casa para o Duque de Caxias e agora corre o risco de voltar para a Terceira Divisão. Filho do primeiro goleiro do clube e torcedor extremado do tricolor baiano, como o senhor analisa a derrocada do Bahia? 

João Carlos Teixeira Gomes – É preciso notar, em primeiro lugar, que o Bahia não é apenas um clube esportivo, mas uma força social no Estado da Bahia. Basta que se dimensione a grandeza da torcida de um clube que, por si só, é capaz de encher um estádio das dimensões da Fonte Nova, como ficou patente para todo o Brasil, mais uma vez, no episódio da queda da arquibancada da Fonte Nova em 2007 (no jogo contra o Vila Nova). Ora, diante de um fenômeno dessa envergadura, é inconcebível que sucessivas diretorias incompetentes, notoriamente vinculadas aos interesses e às ambições do senhor Paulo Maracajá (ex-presidente do clube e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios), venham levando em progressão ininterrupta um clube dessa força popular à completa desmoralização e à decepção profunda da sua torcida. O sofrimento hoje da grande massa que se identifica com o Bahia, pelas cores do clube e pelas suas tradições de vitórias, inclusive com dois campeonatos brasileiros, no rol de suas conquistas, é um fato que transcende a esfera puramente esportiva para se transformar num verdadeiro trauma da sociedade baiana. 

TM: O senhor fala em "trauma da sociedade baiana" e isso me leva a perguntar se a decadência do tricolor não está vinculada à própria mediocridade cultural e econômica da Bahia, que vive uma estagnação cultural profunda? 

JC: Não vejo não. Vejo no plano esportivo. Como jornalista, mais do que como torcedor, vejo a decadência do Bahia como consequência de uma espantosa incapacidade administrativa, que foi acentuada a partir dos 7 x 0 que o clube tomou na Fonte Nova em jogo contra o Cruzeiro, na gestão de Marcelo Guimarães, o pai (em 2003). Dali começou o Bahia a despencar para as divisões inferiores, sem capacidade de organizar sequer um time de futebol que mantivesse ao menos as tradições locais, de conquistas de campeonatos na Bahia. 

TM: O atual presidente do clube, que contou com muitas simpatias políticas, é filho do ex-presidente Marcelo Guimarães, que foi preso numa operação da Polícia Federal, a Jaleco Branco. A crise se origina também dessa incapacidade de se renovar? 

JC: Exatamente. Não tem havido renovação. A incapacidade de renovação administrativa se deve à permanência do grupo que, sob a chefia hoje dissimulada de Paulo Maracajá, incluiu depois uma figura sem a menor tradição no clube que foi o senhor Petrônio Barradas, sequenciando a desastrosa gestão do ex-deputado estadual Marcelo Guimarães e hoje continuada por seu filho. São notoriamente pessoas absolutamente incompetentes para soerguer um clube que vem sofrendo uma desmoralização continuada e intolerável para sua imensa torcida. Basta vermos que as sucessivas diretorias incompetentes, dentro dessa linha de continuísmo, não foram sequer capazes de fazer do Bahia uma equipe de competência média para disputar os torneios locais e nacionais. Há um dispêndio enorme de contratações de jogadores sem condições de vestir a camisa do Bahia, distanciados das tradições do clube, técnicos improvisados e, sobretudo, dispersando os recursos imensos que o clube angaria pela fidelidade da sua torcida. Medianamente administrado, com políticas realísticas em relação ao novo estágio do futebol brasileiro, o Bahia seria um clube auto-suficiente e com um substancial patrimônio físico. 

TM: E, no entanto… 

JC: Não tem nem mais acomodações dignas para seus jogadores, vai perdendo progressivamente o pequeno patrimônio que construiu ao longo dos anos, sem direito a nunca ter tido um grandioso estádio que suas tradições impunham. O conjunto desses fatos aponta para o absoluto despreparo da camarilha que ao longo de todos esses anos vem desgovernando o Esporte Clube Bahia, tendo chegado ao c&uacu
te;mulo de contratar um ex-dirigente do Esporte Clube Vitória (Paulo Carneiro), já expulso das fileiras do clube rival para comandar o setor de futebol do Bahia. Esqueceram-se de que esse mesmo dirigente, quando presidente do Vitória, humilhava a diretoria do Bahia nos jogos do estádio Barradão, não mencionando no letreiro sequer o nome do Bahia, que era simplesmente "o visitante". 

TM: Paulo Carneiro, que agora foi defenestrado também do Bahia, afirmou que o tricolor tinha uma torcida de "suburbanos". 

JC: (risos) Essa eu não sabia! Ele punha "visitante" no letreiro… 

TM: Apesar da crise evidente, há uma movimentação de velhos opositores para aderir ao grupo de Marcelo Guimarães Filho. Alguns eram até raivosos. Como definir esse ensaio de adesão? 

JC: Uma coisa espantosa! Essa aproximação é uma coisa espantosa e infunde a desesperança entre a sofrida torcida do Bahia. Creio mesmo que, ao lado dos interesses permanentes de retorno do senhor Paulo Maracajá, apostando no caos para aparecer como salvador da pátria, está a ausência de uma oposição unida e capaz de trabalhar contra a atual diretoria para o soerguimento do clube. É um dos fatores que respondem pela permanência de longo tempo dos coveiros, porque não há uma proposta concreta de reação capaz de empolgar a torcida e levá-la outra vez para as ruas como em 2006. O torcedor do Bahia é hoje um desesperançado. 

TM: Você aceitaria ver um jogo do Bahia? 

JC: Para mim, ver o Bahia jogar sempre foi uma alegria imensa, pois me acostumei desde criança a ver o uniforme glorioso que meu pai vestiu como goleiro e fundador. Mas eu sou, sobretudo, amante do bom futebol, do futebol bem jogado, e os times que essas sucessivas diretorias incompetentes têm organizado nos últimos anos é de uma mediocridade de campos de interior atrasado. 

TM: Como se diz na Bahia, times pra "um baba"? 

JC: De babas, ou para o público do Sul do País, de peladeiros desastrosos. 

TM: Houve passeata de torcedores, protestos, mas há apenas, neste momento, uma apatia, um desalento. Qual o último recurso dos torcedores? 
 

JC: Uma boa pergunta. Em 1823, os baianos se uniram para expulsar os portugueses recalcitrantes, que permaneciam em Salvador e tentavam desunir o País. Que a torcida do Bahia incorpore o espírito revolucionário dos baianos do 2 de Julho e se una nas ruas, nas praças, pressionando nas rádios, na internet e nos jornais, os incompetentes que afundam um clube glorioso, para estabelecer a grande e definitiva reação, pois o Bahia hoje depende, exclusivamente, do amor e do poder da sua torcida, porque da sua diretoria há longo tempo só tem encontrado traição. Pois é isso exatamente o que são os diretores, a partir de Marcelo Guimarães pai e filho, Petrônio Barradas e todos os demais maracajistas (seguidores de Paulo Maracajá): traidores das glórias e de toda a rica trajetória do Esporte Clube Bahia

Quando a inteligência nos compromete

No encerramento de uma conversa/entrevista com estudantes e recém formados em jornalismo, perguntaram a Nelson Rodrigues; que conselho você daria a esses jovens? A resposta foi imediata: envelheçam.
 
As minhas opções políticas não divergem simplesmente, colidem com as de Nelson Rodrigues, mas, independente de terem ideias contrárias às minhas, sempre parei para ler e ouvir os homens inteligentes, os que acrescentam. O sentido que Nelson Rodrigues deu ao envelhecer é bem claro.
 
O presidente do Bahia não é um homem estúpido, pelo contrário, podemos dizer que é inteligente. Faltam-lhe, entretanto, muitas coisas, entre elas, sensibilidade e sabedoria. Por isso, arrisco-me a dizer que, presente naquela conversa, talvez ele não conseguisse alcançar o significado que Nelson Rodrigues emprestou à palavra envelhecer e muito menos inclui-lo no seu repertório.
 
Ao trazer Joel Santana de volta para o Bahia, é possível que a inteligência de Marcelo Guimarães Filho tenha se manifestado.
 
Não, não, por favor, não me bata, pare, tenha calma, respire fundo, vamos conversar, deixe eu explicar.
 
Esqueça que é um técnico fora de sintonia com o futebol atual e que cada um de nós vai ter três enfartes por jogo, esqueça tudo. Estou falando de outra coisa. 
 
Em primeiro lugar, talvez nenhum outro técnico conheça o atual plantel do Bahia melhor do que ele. Não há como negar-lhe experiência no futebol. Não há como negar que o seu “envelhecimento” acentuou uma característica importante que ele possui; conversar e saber envolver os jogadores. Acho que das muitas coisas que o time precisa, neste momento essa é uma das mais importantes.
 
O time está dividido. Há um grupo comandado por Souza, que está arrebentando o time, e outro (será que existe mais?), do qual fazem parte Fahel, Helder e outros, que não participaram desse vexame. Observe que com esse mesmo plantel o Bahia venceu jogos importantes no ano passado. Por que? Porque teve vontade, determinação. A falta de qualidade era compensada pela “família” (não é assim que eles gostam de dizer quando o time está unido, forte). Não sendo uma família, um time sem talento, como é o caso do Bahia, não consegue jogar.
 
À parte a reconhecida irresponsabilidade de Souza, imperdoável, e a atitude imatura, estúpida e inconsequente de Titi, Marcelo Lomba e Neto (e de quem mais tenha participado), é possível que Joel saiba lidar com esse problema. É claro, entretanto, que isso não significa que o time vai nos encantar. Quanto a isso, sem chance. Longe de ser o ideal, quem sabe não seja má ideia a sua vinda. Que os deuses do futebol nos protejam mais uma vez.
 
Que fique bem claro, no entanto, que o presidente do clube está visando única e exclusivamente o campeonato baiano, que, por incrível que possa parecer, o Bahia ainda tem chance de ganhar. Se acontecer, teremos que engolir Joel dizer que “deu” mais um título ao Bahia. E, pior, atura-lo no Campeonato Brasileiro. Nossa Senhora!
 
O presidente do Bahia já deu provas de que não é de todo um bobo e é por essa razão que evito chama-lo de incompetente. Preferia que fosse. Trazer Joel e ganhar o campeonato poderá ser interpretado como demonstração de ousadia e até de inteligência. É justamente aí que ele se complica mais ainda. Alguém não saber o que faz é e será sempre aceitável e por vezes perdoável. Porém, quando você sabe o que fazer, mas interesses menores, pequenos, sobrepujam o fazer certo, aí não é aceitável, e muito menos perdoável.
 
Não sei porque, mas sempre tenho a impressão de que o mal do Bahia não é incompetência. Aí a minha imaginação vai longe e tudo é possível pensar.
 
PS. Presidente, assisti hoje ao novo programa do ESPN, o Bola da Vez (muito bom por sinal), e o entrevistado, sabe quem foi? O Presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil. Isso presidente, ele mesmo, um dos poucos que tiveram coragem de tentar evitar a lambança da Globo naquele triste episódio em 2012 em que os presidentes dos clubes brasileiros abandonaram a licitação ganha pela Record e correram para a Globo, garantindo a ela a continuidade do monopólio do futebol brasileiro até 2018. Presidente, chegue aqui, mais pertinho cara. Aqui pra nós, bem baixinho; passei mal de tanta inveja que tive do Atlético Mineiro.

Ministro Joaquim Barbosa é acusado de ofender a moralidade pelos juizes brasileiros

Nomeação de assessor de Barbosa para fundo ofende a moralidade, dizem juízes

Associação ataca a escolha de Wellington Geraldo Silva para presidir o Funpresp-Jud

Bruno Lupion – Do Estadão

SÃO PAULO – O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Renato Santana, disse nesta quarta-fera, 17, ter ficado "estarrecido" com a nomeação de Wellington Geraldo Silva, assessor de imprensa e biógrafo do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, para presidir o conselho deliberativo do milionário fundo de previdência dos servidores do Judiciário – o Funpresp-Jud.

Santana avalia que Silva, "a princípio", não tem preparação técnica para o cargo ao qual foi indicado e é próximo demais de Barbosa para exercer a função. "Esses cargos não são feitos para serem preenchidos por amigos, admiradores ou pessoas do círculo próximo. O fundo vai gerir recursos vultosos", afirmou.

Para o presidente da Anamatra, Silva e Barbosa têm uma relação privada – "ele é biógrafo do ministro, seja lá o que isso significa" – e sua nomeação para o Funpresp-Jud "resvala numa ofensa aos princípios da impessoalidade e da moralidade que devem nortear a administração pública".

Silva não é servidor do Judiciário, mas funcionário do Banco do Brasil (BB). Antes de assessorar Barbosa, foi gerente de Comunicação e Marketing da Previ, fundo de previdência do BB, por 9 anos.

A Anamatra foi contrária à criação do Funpresp-Jud e contesta, no STF, a aprovação da reforma da Previdência, que abriu caminho para a criação de fundos de previdência complementar dos servidores públicos. No entanto, Santana disse que é dever da categoria fiscalizar a administração dos recursos. "Nós questionamos no STF a própria existência do fundo, mas nem por isso vamos ficar vendo ele ser administrado por pessoas que não têm experiência na área", criticou.

Em defesa da sua nomeação, Silva disse na terça-feira, 16, que já participou de "diversos congressos de Fundos de Pensão, além de seminários sobre o setor” e foi conselheiro de empresas como Bunge Alimentos, Randon, Sadia e Inepar.

E Souza voltou… a se machucar

Estou ficando sem fôlego. Comecei um texto dizendo “Nem bem respirei após escrever um time refém…” e agora foi pior, não deu nem para respirar.

Mal tinha dito que, pelas suas precárias condições físicas, Souza não suporta 10 minutos de jogo, ele sai machucado no segundo jogo que faz na temporada 2013.

O departamento médico do clube já informou que “o centroavante Souza tem um problema no adutor da coxa e fará uma ressonância magnética nesta segunda-feira para avaliar a lesão. De acordo com o médico, o atacante já está vetado para a partida do próximo domingo, contra o Juazeirense, em Juazeiro. A expectativa é que Souza se recupere até o BA-Vi, dia 28 deste mês”.

Naquele texto falei que “sem perceber, mais uma vez Souza deu margem a especulações sobre as suas reais condições físicas e o que estaria contribuindo para rendimento tão baixo. As razões já foram divulgadas por parte da imprensa e não combinam com um profissional que se faz respeitar”. Agora ele não dá margem a especulações, deixa bem claro; neste momento ele não está em condições de jogar futebol profissional.

Um ditado antigo, que se aplica bem agora, diz que não adianta tapar o Sol com uma peneira. Assim, não há porque tentar dissimular o que já é de domínio público.

A torcida já sabe quais são os jogadores que fazem parte do grupo que vem dando as cartas e desestruturando o time. Souza, Titi, Marcelo Lomba e Neto ficaram marcados. Engana-se quem pensa que as vaias a Neto decorrem dos quinze pênaltis que ele cometeu no Ba-Vi e da Avenida Neto que inaugurou. Isso está contribuindo, porém as impiedosas vaias a ele são o mais puro reflexo da sua atitude de flagrante desrespeito à torcida ao fazer parte da “panelinha” que vem tirando o sono do torcedor tricolor.

As eventuais falhas de Titi e Marcelo Lomba eram “esquecidas” pela condição de ídolo de ambos. Vão continuar falhando? Claro que sim, não há como não cometer falhas e talvez ainda mais no futebol. Titi vem falhando e Lomba também falhou no Ba-Vi, e não foi uma vez só. Bem baixo, para que ninguém nos ouça; acho que de agora em diante essas falhas serão cobradas. Neto não tinha respaldo e acho que vai pagar um preço alto.

Esses jogadores fizeram uma opção: entre Souza e a torcida, escolheram Souza. Foi a maior prova de estupidez que eles podiam dar. Ilustres desconhecidos, aqui ganharam a condição de ídolos, prestígio e dinheiro. Não se tratava de defender um colega em situação difícil, qualquer que fosse ela, o que seria elogiável. Saíram em defesa de um jogador que, além de frustrar os anseios da torcida, recentemente só envolveu o nome do clube em episódios nada recomendáveis. O movimento que levou o clube a uma situação vergonhosa e de prejuízo financeiro tinha uma grande causa; devolver a Souza a condição de titular do time. Há um preço a pagar.

Fica agora um grande impasse. Como controlar a situação e eventualmente punir os jogadores por determinadas atitudes, se algumas delas tiveram o aval do presidente? Não precisou a imprensa investigar e mostrar (será que ela faria isso?) as farras feitas por alguns jogadores nesses últimos tempos. O presidente do clube se encarregou disso.

O que pretendeu o presidente quando fez uso das redes sociais para mostrar garrafa de whisky nas suas farras com os jogadores? O que se poderá fazer agora em termos de disciplina quando o nível de comportamento nunca foi tão baixo e a compostura é algo que se perdeu há muito tempo? O que tornou possível uma reportagem no Placar, a revista de esporte de maior circulação do país, com o título de “O rei da baixaria”, tendo como protagonista o Presidente do Esporte Clube Bahia?

Um clube sem comando, refém de tudo e de todos.

Alguém já disse que o Sol é o melhor desinfetante que existe. O grande problema é que o Sol não consegue entrar no Bahia. 

Um tiro no pé?

E o velho e malandro (ponha malandro nisso) Souza deu uma mancada. Quem sabe por temer que a torcida não suportasse vê-lo sair outra vez imaginando que fosse por mais uma contusão, ainda mais no começo de um jogo, optou por dizer a verdade. Era melhor ter ficado calado.

Substituído aos 30 minutos do primeiro tempo, teria resistido bastante. Na verdade, não resistiu. Somente a imagem gerada pela câmera do ESPN, emissora pela qual assisti ao jogo, flagrou a cena. Já no gol de Magal, aos 9 minutos, depois do pique que deu Souza se agachou “buscando ar”. Veja o gol e observe o jogador que se agacha perto do goleiro Maranhao 0x2 Bahia.

Não dá para engolir. Respire fundo e venha comigo. 

Um jogador que, contratado no começo de 2011 só no final daquele ano começou a jogar alguma coisa, ficou mais da metade da temporada de 2012 entregue ao departamento médico do clube, cria um clima que desestrutura todo o time, culminando com os resultados que conhecemos, força a sua escalação e “ressurge” dessa forma; não suporta 10 minutos de jogo. Sem perceber, mais uma vez Souza deu margem a especulações sobre as suas reais condições físicas e o que estaria contribuindo para rendimento tão baixo. As razões já foram divulgadas por parte da imprensa e não combinam com um profissional que se faz respeitar.

Por algumas razões, talvez eu não deva criar muitas expectativas, mas já se percebe na torcida uma certa “tomada de consciência”. Tomada de consciência sempre gera mudanças, cuja intensidade depende da sua profundidade e consistência. Não é de agora, manifesta-se cada vez mais uma insatisfação com esse jogador que, apesar de eu não encontrar nenhuma razão para isso, pode-se dizer que chegou à condição de quase ídolo da torcida (veja aqui). Em que times Souza fez temporadas? Em que times ele se firmou? Em que times foi consagrado? Em que times foi ídolo?

Acho, por exemplo, que Tite e Marcelo Lomba se tornaram ídolos da torcida do Bahia. Da mesma forma, porém, acho que perderam essa condição. Vamos falar numa linguagem mais clara: ao participar de forma decisiva do movimento que manchou de forma inesquecível um determinado momento da história do clube, Tite e Marcelo Lomba deram uma tremenda mancada e, se já não perceberam, vão perceber. 

Não é incomum um jogador de futebol segurar a condição de titular por aquilo que parece ser a sua identificação com o clube, pelo seu histórico. Não é exatamente o caso de Titi, porque os zagueiros do time não se mostraram, pelo menos ainda, melhores do que ele. Mesmo assim, numa eventual perda da condição de titular e consequente ida para o banco de reservas, o ressentimento pela sua recente postura já não faria a torcida “chorar”.

Mas é o caso de Lomba. Sempre teve nos seus calcanhares um goleiro sobre o qual, por vezes, já ouvi: é melhor do que Lomba, ou, pelo menos, igual; Omar. O histórico de Lomba o ajudava; “uh, uh paredão”. Nas suas ausências, Omar nunca jogou mal e muito menos fez a torcida lamentar a ausência do titular. No jogo seguinte lá estava Lomba de volta à posição que era sua. Ninguém questionava. “Se são iguais, deixa ele voltar porque encarnou bem o espírito do time” (coisa que também se dizia de Titi). Quantos pensarão assim daqui em diante? A partir de agora acho que ele perde esse trunfo. Participações de Omar como a do jogo no Maranhão pela Copa do Brasil, comuns nas vezes em que foi chamado a substituir Lomba, poderão ter outro significado. Acredito que já não existem mais as condições que sempre fizeram de Lomba titular “absolutíssimo”. Talvez ele já não encarne o espírito do Bahia. Ele precisa recuperar esse conceito que se fez dele. Como? Ele terá que saber.

É possível que para Souza seja mais difícil ainda. De agora em diante, se ele não fizer trinta e cinco gols por partida, a coisa pode ficar mais complicada na sua relação com a torcida.

Ídolos de barro

Nem bem respirei após escrever um time refém, eis que as minhas coronárias suplicaram para que eu escrevesse outro texto. Apesar de normalmente negligente com a minha saúde, não posso ignorar esse pedido. Afinal, como diriam os mais antigos, não estou em idade de contraria-las.

Na verdade, brinco, pois, ao escrever o texto referido, estava tranquilo.

As pessoas com as quais convivo não deixavam de mostrar a sua perplexidade quando lhes dizia que não iria ao Ba-Vi de inauguração da Arena Fonte Nova. A arena terminou servindo para mostrar um touro em estado de deterioração física e técnica (e moral) ser dominado por um toureiro que nunca foi reconhecido como competente e muito menos valente. Fez-se vencedor pela absoluta incapacidade do touro.

Não fui ao espetáculo. Assisti-o pela televisão. Não por temer o toureiro, velho conhecido, mas por duvidar da capacidade do touro.  

Já no intervalo, sentei e comecei a digitar as primeiras palavras, as mesmas que já estavam “digitadas” na minha mente quando respondia que não iria à Arena Fonte Nova. Percebi claramente quando as minhas coronárias, exultantes pela pressão controlável, bateram palmas.

Voltei para assistir à segunda parte. A minha tentativa de fazer uma corrente positiva por vias telepáticas mostrou-se inútil logo no reinício do jogo. Configurava-se, para logo em seguida confirmar-se, que nem mesmo um estimulante químico em doses cavalares (ou seria em doses “touríficas”?) seria capaz de dar dignidade ao touro. A perspectiva da sua queda, a mesma que me fizera não ir, estava confirmada.

Mais tarde, já tomando um vinho (olha eu puxando o saco das coronárias), escrevi o restante do texto. Estava vivo.

Não, não estava. Como pode um torcedor do Bahia estar vivo depois de tomar de cinco do seu maior rival? Já na segunda-feira, ouvi a melhor definição para a situação de uma garota (cerca de 17 anos) ao dizer à sua amiga; “o Bahia é tão ruim que não consegue ganhar nem do vitória; sou mais meu Corinthians”.

Um time com essa “qualidade”, tão bem captada pela garota, fez lembrar de jogadores como Elizeu, Sapatão, Roberto Rebouças, Beijoca… gritando, brigando pelo resultado. Ele agora é refém de jogadores limitados, sem talento, sem compromisso.

Por favor, não pense que ainda creio que algum deles beijará o escudo do Bahia de verdade. Não pense que ainda creio que algum deles honrará a camisa pela qual choramos. Não, não pense isso. Gostaria tão somente que ao chegar em casa eles pudessem sentir a glória máxima de poder olhar nos olhos dos seus filhos e com brilho intenso transmitir a fibra de um homem. Gostaria tão somente que honrassem a eles próprios como profissionais, mas, sobretudo, como homens.

Será que Souza esqueceu que somente no final do campeonato brasileiro de 2011 começou a jogar um futebol razoável, ainda que incompatível com o seu salário? O que Souza fez para passar mais da metade da temporada de 2012 entregue ao departamento médico do clube. A sua vida pessoal em nada nos interessa. Passa a interessar quando ele entra em campo. Mas ele precisa entrar em campo. Se não entra por consequência da sua vida pessoal, certamente as coisas se complicam. E aí será bem mais difícil dizer que ninguém tem nada a ver com a sua vida pessoal.

Ele está corretíssimo ao reclamar dos salários atrasados. E o que deve fazer a torcida quando recebe do jogador, como “salário”, a desclassificação absurda da Copa do Nordeste e como “bicho” o resultado do domingo?

Como pode Souza, após ter ficado de fora em vários jogos “com lesão” na panturrilha e ter dito no sábado que não ia viajar porque ainda não se sentia curado, apresentar-se na segunda-feira inteiramente recuperado como um cavalo que mal consegue se conter para sair em disparada para ganhar uma corrida?

Como podem jogadores como Titi, Marcelo Lomba, Neto…, ilustres desconhecidos, agora galgados à condição de ídolos (os dois primeiros), imaginem, de ídolos da torcida de ouro (veja abaixo), na primeira oportunidade se deixarem levar por esse “líder” na sua insatisfação por não ser mais o titular da posição, num processo que culminou com a vergonhosa desclassificação da Copa do Nordeste e a humilhação nacional do domingo? Vão continuar dizendo “para essa torcida que tanto merece”? Merece o que? Isso que eles fizeram?

Foram vergonhosos e assustadores o descompromisso, a apatia, a falta de garra de alguns jogadores, durante esse tempo em que um jogador, um único jogador, foi capaz de desestruturar todo o grupo. Um grupo de jogadores agora diz como serão as coisas. Se não estiverem satisfeitos, farão outra vez o que fizeram?

Alguém tinha dúvida de que o resultado seria a derrubada de Jorginho, um técnico que ousou enfrenta-los e tinha muito a dar ao Bahia? Quem o derrubou? Os nossos ídolos.

O time não perdeu. O time se perdeu. Os jogadores mostraram que não merecem a torcida que tanto merece. Com a palavra ela própria, a torcida.

Um time sem comando, refém de tudo e de todos.

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Mídia esconde processo contra Aécio Neves

 
 
Por Altamiro Borges
 
Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) decidiu, na semana passada, que o tucano Aécio Neves continua como réu na ação civil por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Estadual. O ex-governador é investigado pelo desvio de R$ 4,3 bilhões da área da saúde e pelo não cumprimento do piso constitucional de financiamento do sistema público de saúde entre 2003 e 2008. A mídia comercial, que adora um escândalo político, é tão seletiva que não deu qualquer destaque à decisão do TJMG.
 
Segundo o sítio do deputado Rogério Correia, “desde 2003, a bancada estadual do PT denuncia essa fraude e a falta de compromisso do governo de Minas com a saúde. Consequência disso é o caos instaurado no sistema público de saúde, situação que tem se agravado com a atual e grave epidemia de dengue no estado”. O ex-governador mineiro, que vive se jactando do tal “gestão de gestão”, poderá sofrer uma baita indigestão. O julgamento da ação está previsto para ocorrer ainda neste ano.
 

Se for considerado culpado pelo desvio dos recursos públicos, o senador ficará inelegível. Sua cambaleante candidatura presidencial entraria em coma – que não é alcoólica. É lógico que o grão-tucano tem muitos defensores. A mídia não deu manchete para a decisão da justiça e evitará tratar do tema. Ela só gosta de levantar suspeitas de corrupção contra os tais “lulopetistas”. Já a Justiça é cega! Até hoje não julgou o chamado mensalão tucano – que a mídia trata como mensalão mineiro. A conferir! 

Um time refém

Foi comum durante todo o período que antecedeu a inauguração da Arena Fonte Nova ouvir-se que o Bahia voltaria à sua casa, palco das suas grandes conquistas. Na afirmativa, que expressava toda a expectativa e até ansiedade do torcedor, havia um desejo implícito; o de que também voltaria o Bahia, o verdadeiro. Mas na afirmativa também havia um equívoco.
 
Observe que não falei em reinauguração da Fonte Nova. Se isso fosse possível, a reinauguração da Fonte Nova, talvez todos os santos e orixás, que sempre estiveram com o Bahia, voltassem e pudessem nos ajudar a reviver aqueles momentos de glória. 
 
A Fonte Nova sempre foi o grande palco do Bahia, o palco de conquistas inesquecíveis, algumas inexplicáveis, momentos em que provavelmente os santos e orixás entraram em campo.
 
Não será assim.
 
A Arena Fonte Nova não é a Fonte Nova. A Arena Fonte Nova nada tem a ver com a Fonte Nova. Há certas coisas que não se explicam, como há certas coisas que jamais entenderemos. Da mesma forma, o Bahia não é mais o Bahia. Tornou-se um time refém.
 
Refém de um passado recente, quando, após ganhar pela segunda vez um campeonato brasileiro, honra e glória dadas a poucos, mostrou ser o mesmo de quando o fez pela primeira vez, há 54 anos.
 
Foi compreensível que àquela época o Bahia ganhasse um título nacional e continuasse provinciano. Eram tempos de um futebol que ainda conservava muito do seu amadorismo. Ainda mais se tratando de um time do nordeste, onde vicejam dirigentes pobres, muito pobres de espírito.
 
Foi, porém, inaceitável e imperdoável que o dirigente que estava à frente do clube na conquista do seu segundo título nacional, momento em que o futebol já estava totalmente profissionalizado, continuasse com a mentalidade tacanha e provinciana que o caracterizou.
 
Times como Atlético Mineiro, Cruzeiro, Coritiba, para citar somente esses, souberam tirar proveito dos momentos em que também conquistaram os seus títulos nacionais e se tornaram o que são hoje. 
 
Quando o Bahia dava sinais de decadência, aquele dirigente recorria ao velho chavão; “ah, mas o nosso rival…” E dizia as bobagens que a sua pobre mente lhe oferecia como argumento. Era um fiel discípulo, na verdade o melhor, daquele dirigente do título de 1959. Um novo título nacional, mas o Bahia não tinha evoluído.
 
Apesar de tudo, ainda que continuasse pobre na sua estrutura, que na verdade nunca existiu, alguns dos times que entraram em campo nesse período eram bons. Alguns até se tornaram inesquecíveis e estão ainda na memória dos torcedores.
 
Conduzido a um cargo vitalício, proporcionado pelo seu senhor, que não lhe permitia ficar à frente do clube, o “eterno presidente” recorreu a uma estratégia cruel e perversa; pôs no comando do clube homens absolutamente incompetentes, mas que podia controlar. Um plano maquiavélico que mantinha o clube sob seu domínio, mesmo não sendo mais oficialmente o seu presidente, até que ele pudesse voltar.
 
O Bahia entrou numa longa noite de horror, um período de trevas. Penou entre a segunda e terceira divisões do futebol brasileiro durante anos.
 
A volta à primeira divisão animou a todos. Um presidente jovem estava à frente do clube naquele momento. Um presidente jovem que logo mostrou que não era um jovem presidente. Um discípulo do discípulo estava na presidência. Estávamos de volta ao passado, sem jamais termos saído dele. Uma análise fria nos chama à realidade: como esperar algo de uma diretoria que tem a sua origem naquelas que trouxeram a longa noite que se abateu sobre o clube e se lá ainda estão remanescentes delas?
 
O Bahia é um time refém d
o passado. Refém da pobreza de espírito e da pequenez dos homens. Um clube refém do mesmo pensar pequeno de 54 anos atrás. O seu presidente, tal qual os que lhe antecederam, já mostrou inúmeras vezes o seu completo despreparo para dirigir um clube de futebol da grandeza e tradição do Esporte Clube Bahia. Grandeza pela força da sua torcida e tradição pelos títulos outrora conquistados.
 
Não se trata de coincidência, é pura incompetência. Ou seria algo mais? Viver da tradição dos títulos conquistados é um castigo que a torcida não merece.
 
A Arena Fonte Nova não é a Fonte Nova. A Arena Fonte Nova nada tem a ver com a Fonte Nova. Mas isso seria facilmente contornável. O grande e único problema é que o Bahia não é mais o Bahia. O Bahia nada mais tem a ver com o Bahia.
 
Os santos e orixás da Bahia não mais estarão sentados ao nosso lado nas cadeiras da Arena Fonte Nova. Sentem saudades do Bahia e da Fonte Nova. 

A Semana Santa com Aécio Neves

População de São João Del-Rei repudia comportamento de Aécio


Revoltada com a cobertura da imprensa, população questiona omissão na divulgação de olhar, expressão esgazeada e o pó branco abaixo da lapela esquerda

O projeto de marketing montado na tentativa de melhorar a imagem de Aécio Neves não deixou escapar nem mesmo a Semana Santa.  Foi grande a cobertura da mídia nacional sobre a participação do senador na celebração religiosa em São João Del-Rei. Porém, causou revolta à população da cidade a omissão pela imprensa na divulgação dos fatos que realmente ocorreram.

Mesmo diante da insatisfação popular, Aécio percorreu um trecho das ruas da cidade durante a Procissão do Enterro, que aconteceu após o Descendimento da Cruz, na escadaria da igreja de Nossa Senhora das Mercês.  O cortejo passou pelo Centro histórico em silêncio, só quebrado pelo Canto da Verônica.

A estratégia visava aproximar o senador tucano de uma tradição da família, iniciada com seu avô, o falecido presidente Tancredo Neves. Revoltada, a população da cidade denunciou o oportunismo na utilização do evento religioso.
 
Ele carregou a lanterna de prata, como fazia Tancredo, durante a Procissão do Enterro, ao lado do esquife da imagem de Cristo morto. Dando ênfase apenas á sua participação, nenhum veiculo da imprensa noticiou a insatisfação popular, tão pouco como estava o senador. O olhar (olhos vidrados), a expressão esgazeada… Mas, principalmente, o pó branco abaixo da lapela esquerda.

O tucano, que governou Minas Gerais por duas vezes e elegeu o sucessor Antonio Anastasia (PSDB), perdeu a eleição em São João Del-Rei para o petista Professor Helvécio, como ocorrido na maioria dos grandes municípios do Estado.

Embora praticamente proibida de ser divulgada, a derrota política no município não é fato novo, inclusive o candidato a prefeito que Aécio apoiou em 2012 era um opositor ferrenho a família Neves, o que pode ter sido um dos fatores que o levaram à derrota.

“Foi uma construção que ficou complicada. Acho que houve um erro de avaliação porque o PSDB e o PMDB racharam na cidade por causa dessa coalizão”. “Eram duas forças antagônicas, como óleo e água. Há muito tempo eles se digladiavam”, disse o petista. Para ele, o eleitorado não assimilou bem a construção feita entre os tucanos e peemedebistas no município.

“Eu acho que o eleitorado não aceitou isso. Tanto o eleitorado do senador como o eleitorado do ex-prefeito não aceitaram essa aproximação”, explicou.

O candidato derrotado Nivaldo Andrade foi prefeito de São João Del-Rei por três vezes –entre 1993 e 1996, 2001 e 2004, e de 2009 á 2012, o peemedebista governou também a cidade vizinha de Tiradentes.

As diversas editorias dos diversos veículos da imprensa consultados por Novojornal informaram que as matérias divulgadas em relação ao evento religioso tiveram como origem a assessoria de imprensa do PSDB de Minas Gerais.

Documentos que fundamentam esta matéria
Link do Facebock da Prefeitura Municipal de São João Del-Rei  com comentários da população sobre o ocorrido 

Caso o link seja retirado, cópia com comentários até as 21:00 de 31 de março de 2013

Origem das fotos do evento religioso divulgadas no Facebock pela Prefeitura Municipal de São João Del-Rei