Pobre Fernando Henrique Cardoso

Dois sentimentos são fatais a Fernando Henrique Cardoso: vaidade e inveja. Ocorre que os dois costumam caminhar juntos.

Com a eterna blindagem da mídia brasileira, ele sempre tem espaço, muito espaço, para desfilar esses dois sentimentos. Os seus textos, na maioria das vezes inconsistentes, expressam isso com muita clareza; vê quem quer.

Hoje, um nome relegado a um plano inferior pela história, apesar de ser bem recente a sua passagem pela presidência da república, vive de espaços doados pela imprensa, no seu incansável projeto de tentar mante-lo vivo, o que não é fácil.

Quando a Presidente Dilma Roussef o escolheu como interlocutor para um diálogo respeitoso com a oposição, a imprensa ficou excitadíssima, até falando bem de Dilma (claro que tentando apagar Lula). Todos lembram que até para o jantar com Barack Obama, presidente dos EEUU, ela o convidou. Não adiantou. Sem querer Dilma Roussef mostrou ao país que ele não tinha condições de exercer esse papel e expôs mais ainda a vaidade e inveja dele. Sempre que teve chances destilou o seu fel pela imprensa. Dilma Roussef não suportou as sucessivas asneiras ditas por ele até quando ele foi grosseiro, muito grosseiro. Aí, ela desistiu.

Na véspera do aniversário do PT, pra variar ele solta um vídeo no YouTube falando das picuinhas do PT. Tudo bem que para um sociólogo que já pediu que esquecessem o que ele escreveu (que coisa!!!), nada surpreende, mas é declarar-se, mais uma vez, completamente desorientado.

“Fui eu que fiz, começou no meu governo, eu criei os programas sociais…”, aquela conversa boba alimentada pela imprensa (olha ela aí outra vez). Vou assumir um compromisso com você de postar em breve um texto mostrando a comparação dos dois períodos, FHC versus Lula/Dilma. Vou mostrar, por exemplo, que quando ele deixou o governo, a inflação já tinha voltado. Chamo a atenção para uma coisa: serão dados oficiais, que vocês poderão confirmar em fontes oficiais, e não informações da Globo e da Veja.

Por enquanto, acho melhor não falar mais nada. Leia o mais recente comentário de Bill Clinton, amigo de FHC, sobre o Brasil de hoje logo abaixo, mas antes de ler veja os vídeos e observe os absurdos que Clinton tinha dito sobre o governo do seu amigo FHC e sobre o Brasil. E FHC ficou calado.

SÃO PAULO, 28.08.2012 (Reuters) – O Brasil parece ter as melhores perspectivas no longo prazo entre as potências econômicas emergentes, graças a sua estrutura política estável, aos amplos recursos naturais e ao bom relacionamento com os vizinhos, disse nesta terça-feira o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, em um apoio evidente a uma economia que ultimamente tem enfrentado dificuldades.
"Se eu estivesse sentado em uma sala apostando sobre o futuro dos países em ascensão, eu apostaria primeiro no Brasil", afirmou Clinton…
…O ex-presidente norte-americano afirmou que o Brasil está comparativamente melhor do que a Índia, que enfrenta dificuldades com uma agenda de reforma econômica estagnada, e a China, que apresenta tensões com alguns de seus vizinhos e corre o risco de sofrer com escassez de água e outros recursos naturais…
…Clinton falou ao lado de outros dois líderes proeminentes que também defenderam o livre mercado e a globalização durante os anos 1990 –o ex-premiê britânico Tony Blair e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso…
…O Brasil levou mais de 30 milhões de pessoas –cerca de 15 por cento de sua população– para a classe média durante a última década.

Deve ter sido muito difícil Fernando Henrique Cardoso ter que ouvir isso.

[[youtube?id=GZf5JmRIvyA]]

[[youtube?id=MeAOen8vyiQ]]

Uma conversa com Angioni

Não o conhecia. Até aí nada de mais porque, por ter ficado afastado das coisas do futebol durante muito tempo, não conheço muita gente que faz parte desse mundo.

Atualmente, os gestores de futebol parecem representar o que há de mais moderno no futebol brasileiro. Acredito que todos os principais times do Brasil possuem um, não sei. Ao longo dos seus três anos, caminhando para quatro, à frente do time, o gestor de futebol do Bahia tem sido reverenciado como um dos melhores e mais competentes do país.

Enchi-me de entusiasmo desde o início e a subida para a série A em 2010, já sob a sua gestão, após sete anos de desastres seguidos, confirmou as minhas esperanças; o Bahia está no caminho certo. Foi (é?) tamanha a sua força que não foram poucas as vezes em que se teve dúvida de quem de fato comandava o barco, ele ou o presidente.

Em 2011 já não eram esperanças. Era certeza. Certeza de que o Bahia começaria a recuperar em tempo bem mais curto do que eu imaginara a sua força e credibilidade, perdidas durante aqueles longos e inesquecíveis sete anos. As contratações, as apostas, as promessas, o planejamento cantado em prosa e verso, chegavam a mim como um anúncio: o campeão voltou.

As contratações, as apostas, as promessas, o planejamento cantado em prosa e verso… As nossas primeiras frustrações. O título baiano não veio. A Copa do Brasil não poderia vir, entende-se. No campeonato Brasileiro, a luta para não cair. Não, o campeão ainda não voltou.

Mais contratações, porém, com mais cautela. O ano de 2012 parecia ter aprendido com o anterior. Parecia. As conversas e ações se repetiam; o mercado está aquecido, faremos contratações pontuais…

Mais jogadores. Agora, com mais experiência (seria essa a expressão mais adequada?) e salários a altura da experiência. Infelizmente, porém, não compatíveis com o futebol apresentado. Mantiveram quem tratava como sardinha quem queria voltar a ser tubarão. Grande equívoco. Mas o destino entrou em campo. Ali estava a prova de que melhores dias viriam. A estrela do time que nasceu para vencer voltava a brilhar. Somente isso poderia explicar tanta sorte. Levaram o pescador.

Novo técnico, novo time com o mesmo time, futebol e vitórias inquestionáveis, campeão baiano. O campeão voltou. Tá certo, concordo com você. No final do campeonato o time já não era o mesmo. Se tivéssemos mais dois jogos não teríamos sido campeões. Mas fomos. Não seja tão exigente, foram 10 anos.

Time sem talento, foi-se o técnico campeão. Foi-se também a Sul Americana, passou por aqui, mas não quis ficar. Novo técnico. Nada. Foi-se também.

Chegou o outro novo técnico e aí sim, agora vamos. Inicialmente, campanha irretocável. Como, se o time era o mesmo? Méritos, claro, também do próprio time, mas sentia-se nitidamente a presença decisiva do novo treinador. Jorginho deu outra cara ao time. O time caiu um pouco, reequilibrou-se, oscilações naturais para um time em formação. Uma torcida cansada, mas compreensiva (passiva?), aceitou. Manteve-se na série A.

Três, a essa altura, longos anos; 2010, 2011 e 2012. Foram mantidos a base do time e o treinador, bela notícia. Nada como a experiência. Tínhamos aprendido. O ano de 2013 começava com boas notícias. De fato, um ano novo.

Antes de comemorarmos, os anos velhos voltaram.

Angioni, quando em uma de suas entrevistas você disse que a sua filha chamara a sua atenção para a beleza da torcida do Bahia, o que fizera você gostar mais ainda do clube (filhos conseguem coisas inimagináveis, não é mesmo?), confesso que achei muito legal. Sabe Angioni, não é que nós imaginamos que vocês se tornam torcedores do time. Não, não é isso. Mas, não há como negar, chegamos a imaginar sim que surge algo tipo uma identidade. Nós torcedores, Angioni, somos bobos. Essas manifestações fazem bem aos nossos ouvidos e corações. Somos ou não somos bobos?

Mas, há um detalhe. Os nossos corações se tornam duros e às vezes cruéis, quando sentem o cheiro do embuste, da enganação, da traição. Típico das paixões. E futebol é o que, se não paixão, na sua forma mais pura e violenta?

É interessante. Parte da torcida, na qual me incluo, ainda via em você, Angioni, uma possibilidade. Entretanto, os primeiros movimentos da diretoria, da qual você é peça fundamental, em 2013 fizeram a torcida abandonar de vez a já moribunda lua de mel.

Angioni, sei que você é um homem muito ocupado, não tem muito tempo. Então vamos encurtar a conversa. A torcida não lhe quer mais. Desculpe-me pela franqueza. Após três anos, caminhando para o quarto, ela entende que não deu certo. O pior, de tanto se falar na sua competência, ela já acha que não pode ser só incompetência e começa a imaginar coisas ruins para explicar tantos, vamos dizer, desacertos.

É possível que, como acontece com alguns jogadores que não rendem o esperado, tenhamos dado azar com você. Uma transferência para outro time vai lhe fazer bem e quem sabe em breve você estará aqui em Salvador, ganhando do Bahia e mostrando a nós a sua competência.

A essa altura, parte da imprensa, aquela que é séria, não a outra, deve estar meio perdida e questionando a sua competência. Ou, quem sabe, também com pensamentos ruins.

Certo, eu lhe entendo. Você está dizendo que é a opinião de um ou alguns torcedores. Não é não, Angioni. Pode ter certeza. Em todos os jogos eu estou lá, na arquibancada, sentado ao lado deles. Veja o que diz um amigo, Marcelo Castellucci, em resposta a um e-mail que enviei a um grupo de torcedores:

É muita incompetência! Pegando o gancho do título do seu e-mail, gestores de futebol honestos, principalmente no nosso país, é uma utopia. Mas no momento, o que mais está faltando é competência e comprometimento. É possível roubar, ficar mais rico ainda, e mesmo assim fazer uma gestão competente, aproveitando a marca Bahia, a sua torcida (uma massa de consumidores inexplorada, apesar do grande potencial)! Principalmente, no momento que vive o país. Ano de copa das confederações, estádio novo e moderno, véspera de copa do mundo, estabilidade econômica ao lado de países em crise financeira… ou seja, o contexto é o melhor possí
vel. Mesmo assim, os caras conseguem afundar o time. Revoltante!

Quer depoimento melhor?

PS. Por favor, Angioni, não imagine que tenho a pretensão de que você, caso venha a ler esse texto, pare para refletir. Não, não tenho essa pretensão. Depois de tudo que eu disse, pode parecer uma grande contradição, mas conheço um pouco da alma dos homens. Justamente por isso, sei do que alguns são capazes. Esse texto é só um desabafo. Recomendações médicas.

O Bahia de alguns

O Bahia perdeu muito da sua credibilidade nacional ao longo dos últimos anos, graças a gestões, todas elas, desastrosas. Apesar de tudo isso, porém, não há como negar que ainda é o time de maior tradição do Nordeste, particularmente da Bahia. Entendo que os torcedores de outros times não concordarão, mas é fato.

O Bahia resistiu até hoje a essa sequência de incompetência e interesses escusos, mas até quando resistirá? A sua própria força atrapalha. Já observaram que há sempre interesses políticos pautando as decisões que envolvem o Bahia? Vou abrir um parêntese para relembrar uma história.

Lembra quando o Bahia caiu para a série B com o Fluminense do Rio há alguns anos (acho que foi em 1999)? O Presidente da CBF, Ricardo Teixeira, grande torcedor do Fluminense, não podia deixar o seu time na série B. Para resumir, houve uma virada de mesa e o Fluminense não caiu. Como seria vergonhosa a permanência somente do Fluminense, o Bahia também ficou. Todo o Brasil conhece essa história, mas a Bahia conhece outra versão.

O Presidente do Bahia era o Sr. Paulo Maracajá. Sabe o que foi que ele disse? Que o Bahia não caiu graças aos esforços do então senador Antônio Carlos Magalhães. Se conheço bem a Bahia, muita gente acreditou nisso, até porque era necessário acreditar (e bater palmas). Entretanto, como em outros momentos e por coisas semelhantes, era só mais uma oportunidade de empurrar um embuste goela abaixo. O Bahia que se dane. Bons empregos, inclusive os vitalícios, são conseguidos assim.

O exemplo mais recente foi a construção do entorno de Pituaçu. O torcedor pode não saber, mas tudo envolveu política, inclusive a demora (3 anos) na construção das passarelas da Av. Paralela, que ficaram prontas em dezembro de 2012 (os times entrando em férias), pouco tempo antes do Bahia “deixar” Pituaçu rumo à Fonte Nova, agora chamada de Arena Fonte Nova.

O último texto que escrevi sobre o Bahia foi publicado no Blog de Luis Nassif (veja aqui http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-bahia-de-ontem-com-roupa-de-hoje). Uma comentarista do blog, a baiana Márcia, fez um comentário interessante; “Não é fácil lidar com gangsters. É preciso que toda a sociedade ‘sadia’ se comprometa, mas aí tem dep federal, estadual, senador, etc, etc. As ‘elites’ não permitem”.

Vejo com frequência pessoas dizerem que não suportam e não querem saber de política. Apesar de parecer um comentário simples e despretensioso, muitas vezes não é e tem consequências sérias. Uma delas é que não percebem que é justamente pela desinformação política que se permitiram que ela, a política, toma rumos não desejados. Uma das consequências se manifesta justamente no futebol.

Logo após a vergonhosa desclassificação do Bahia na Copa do Nordeste, vi no site ecbahia.com comentários de pessoas ligadas à esfera política. Não vou emitir opiniões políticas, porém lamento muito a participação dessas pessoas na vida do Bahia. Claro que não é a única razão, mas aí reside um dos males do clube.

Quantos times de futebol têm um longa metragem contando sua história, ganhador de prêmios do Cinema Nacional e o segundo mais visto até hoje depois do filme sobre a vida de Pelé? Com a força que a torcida já demonstrou ter, pela qual foi reconhecida e homenageada pela CBF como a Torcida de Ouro, como explicar algumas coisas?

Bicampeão brasileiro em 1988, como explicar que com essas características o time seja hoje o que é? Por que o Bahia está tão distante de times como Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, para citar só esses?

O Bahia é o mais puro reflexo do provincianismo que reinou no estado por longos anos e ainda ocupa lugar de destaque. Onde está fincada a origem desse provincianismo? Na política. Aquela de alguns.

Ainda que às vezes inoportuna e injusta, além de direito do torcedor a vaia é aceitável e até recomendável em alguns momentos. Porém, o torcedor do Bahia precisa entender que quando vaia os jogadores está vaiando alguns profissionais sérios. Existem jogadores que não deviam estar vestindo a camisa do Bahia (não é preciso aponta-los, todos sabemos quem são), mas o time não é ridículo por culpa de Hélder e alguns dos seus colegas. A culpa é dos homens que estão à frente do clube.

O Bahia de ontem com roupa de hoje

Existem frases que se tornaram verdadeiros mantras. Uma delas, “o homem é fruto do meio”, vai ao encontro do pensamento psicanalítico, pelo menos de parte dele, que não aceita a caracterização do homem pela hereditariedade. Por outro lado, uma das definições da Psicologia sobre hereditariedade diz que ela “abrange todas as influências transmitidas dos pais às células do sexo, que se fundem para formar o rebento”.

Para citar um gênio da raça humana, Einstein era determinista. Segundo ele, as coisas estariam traçadas, o meu destino, o seu e tudo mais. Seria assim? Estaria o meu destino traçado pela hereditariedade ou pelo ambiente em que vivo? Aí surge uma questão muito importante: o homem pode alterar o que estaria determinado, conseguiria ele alterar o roteiro da sua vida, influenciar na sua maneira de ser?

Não me atraem os pensamentos ou ideias excludentes, em qualquer segmento da sociedade ou momento da vida. A sabedoria popular ensina o meio termo e por aí eu vou. Uma e outra concepção, as duas possivelmente melhor ainda, talvez ajudem a entender muita coisa.

As que já pairavam no ar e as recentes denúncias sobre como seriam feitas as transações comerciais no Bahia, particularmente aquelas que envolvem contratações e vendas dos jogadores do clube, nos trazem de imediato dois sentimentos; perplexidade e indignação. E talvez estejamos perplexos e indignados não pela surpresa (novidade) que poderia representar, mas pela repetição dos fatos.

Pouquíssimas vezes me deixei levar pela pouca idade como sinônimo de jovem. Vejo todos os dias políticos jovens com a cabeça no passado e a cidade de Salvador não me deixa mentir. Com o jovem presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, entretanto, foi diferente.

Vi nele, pela juventude, a possibilidade de mudança, de renovação e confesso que num primeiro momento me entusiasmei. Fiquei ao “seu lado” quando, em momento que julguei inoportuno pelo que o Bahia parecia querer mostrar, a oposição promoveu uma intervenção por meio de liminar. Escrevi sobre isso. Porém, as minhas previsões não se confirmaram.

Apesar de refletirem total despreparo, deixarei de lado as suas desastrosas participações em vários momentos da vida do clube, como nas redes sociais, com xingamentos, fotos de farras, inclusive com jogadores do clube, etc. Foram de uma insensatez à toda prova, de ausência de um mínimo de compostura que o seu cargo exige. É possível que a hereditariedade tenha falado alto nesses momentos. Ainda assim, estupidamente continuei com uma ponta de esperança.

O ano de 2013, entretanto, foi fatal para a minha compreensão de Marcelo Guimarães Filho, o presidente do Bahia.

Não quero fazer comentários sobre a venda de Gabriel, até porque eu não sei como ela se deu (alguém sabe?). Posso dizer, porém, que, além do fato de os olhos terem crescido diante da proposta, nem Gabriel saiu ganhando. Um jogador ainda por se formar ir para o Flamengo nesse momento não é o que se pode imaginar, pelo contrário. Temo pelo futuro dele.

O presidente do Bahia se gaba com frequência injustificável daquilo que seria a sua capacidade de planejamento. No entanto, a venda de Gabriel nesse momento expôs com clareza assustadora justamente a falta de planejamento. Gabriel era a única coisa que aproximava o time de algo parecido com um futebol mais moderno. Com quem o Bahia poderia contar para substituí-lo no plantel? Zé Roberto? Kleberson?

Apesar dos equívocos de alguns comentaristas (!!!), a base que o Bahia manteve é boa, mas considerando-a até os volantes. Daí em diante ela é o mais absoluto fracasso de contratação de jogadores, incluindo aí Souza, por quem a torcida (já era hora), já está perdendo a paciência.

Sobre o plantel, presidente, falarei em outro momento, mas é, no mínimo, altamente incompreensível e injustificável que um time que tem como gestor de futebol Paulo Angioni, entre no terceiro ano consecutivo cometendo os mesmos erros de planejamento (na verdade, a ausência dele). Mercado aquecido, não vamos correr para o mercado, contratações pontuais, são expressões que se repetem há três anos e no final terminamos correndo para um mercado mais aquecido ainda, porque são contratações feitas às pressas pelas necessidades que terminam se impondo, e contratações que nada têm de pontuais. O resultado é o que temos visto e antecipo que iremos ver se repetir esse ano; plantel inchado, mais zé robertos, souzas, klebersons… com altos salários.

Presidente, tenho enorme dificuldade de acreditar que isso seja incompetência de Paulo Angioni. O senhor não é capaz de imaginar a dificuldade que tenho para acreditar nisso. Ao mesmo tempo, assusta-me imaginar porque ele insiste em permanecer no Bahia (e o senhor em mante-lo), tendo em vista o desgaste que a sua imagem de gestor de futebol vem sofrendo.

Tenho procurado uma explicação na polêmica que existe quanto à explicação das coisas. Acontecem por hereditariedade ou seriam produto do meio? Continuo acreditando na sabedoria popular. Ela diz que ambas caminham juntas.

Só a Globo não gostou da redução da tarifa de luz

Por Ronaldo Souza

Enquanto todos os demais estados brasileiros aprovaram a medida do Governo Dilma Roussef de baixar as tarifas de energia, São Paulo, Minas Gerais e Paraná, todos governados pelo PSDB, discordaram, foram contra. Mesmo assim, a população, a indústria e o comércio desses estados vão ter uma redução nas suas tarifas, ainda que menor do que a dos outros. Ocorre que a redução no estado de Minas Gerais será neutralizada porque a Cemig vai promover um aumento nas suas tarifas.


 

Imagine, enquanto em todos os estados brasileiros a tarifa da energia é reduzida, em Minas Gerais, comandada por Aécio Neves, aumenta o valor.

Especula-se que, entre outras coisas, agindo assim Aécio Neves, provável candidato do PSDB, estaria garantindo o financiamento da sua campanha para presidente da república em 2014 pelas grandes companhias de energia elétrica.

Na blogosfera a questão mais recente é a perplexidade pelo posicionamento da Rede Globo por também atacar essa redução. Veja o que diz um dos blogs:

O mistério da TV Globo ser contra sua própria conta de luz mais barata

Quanto é a conta de luz do PROJAC e dos demais estúdios da TV Globo espalhados pelo Brasil? Com certeza é uma das maiores despesas administrativas de uma emissora movida à luzes, câmeras, ação, secadores de cabelo, ar condicionado, etc. Por isso deveria estar exultante com a redução na conta de luz, como qualquer empresário do setor produtivo. Qualquer dono de bar que terá um alívio nas despesas com o freezer sente isso. Qualquer salão de beleza que gastará menos com secadores e chapinhas também.

No entanto, a TV Globo, inexplicavelmente não gostou e até criticou o governo Dilma, chegando a apoiar a oposição capitaneada pelo senador Aécio Neves (PMDB-MG), que desejava "melar" a conta de luz mais barata para privilegiar os lucros dos banqueiros investidores nas empresas geradoras de eletricidade, como a CEMIG.

Como os irmãos Marinho, donos da Globo, não são loucos a ponto de rasgarem dinheiro (muito pelo contrário são bastante pragmáticos neste ponto), a única explicação visível no horizonte é a emissora ter algum negócio de bastidor inconfessável ao distinto público, como, por exemplo, uma suposta negociação direta com a Light (distribuidora de energia no Rio), para comprar a energia mais barata do que este desconto.

Detalhe: a Light é controlada pela CEMIG, estatal do governo de Minas, sob a esfera de influência do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Vamos desenhar: para a Light valeria a pena vender a energia para a Globo bem baratinha (até "de graça"), se a emissora conseguisse, com seu noticiário urubulógico, derrubar o desconto na minha, na sua e na conta de luz do resto dos brasileiros, garantindo maiores lucros para a CEMIG.

A TV Bandeirantes, por exemplo, chegou a fazer um editorial em seu principal telejornal no dia seguinte ao pronunciamento da presidenta Dilma, apoiando a atitude e firmeza em "ferir interesses de poucos em função do interesse de muitos".

Cadê um editorial da Globo para explicar o por que de ser contra baratear sua própria conta de luz?

Transparência. A gente não vê por aqui

Veja o Editorial da Rede Bandeirantes no vídeo.

[[youtube?id=R8O2oWSl0tQ]]

A tragédia de Santa Maria e o ódio incontrolável

Tragédia de Santa Maria vira alvo de politicagem e deboche

Por Eduardo Guimarães (http://www.blogdacidadania.com.br/)
 
 
Confesso que adiei a composição deste texto o quanto pude. Passado o choque inicial com a tragédia épica que se abateu sobre Santa Maria, ainda que pouco confiante em que não acontecesse não quis considerar a hipótese de que sobreviesse o espetáculo de selvageria que se seguiu neste país.
 
Lembro-me de que, no domingo, minutos após saber que serei avô pela segunda vez, então ainda na mesa do almoço com os pais da criança (meu filho e minha nora), ouço a emissora FM em que escutávamos música falar sobre a tragédia, interrompendo o almoço em família e nos obrigando a ir à internet em busca de maiores informações.
 
Naquele instante, senti vergonha do pensamento que me tomou. Um horror humanitário como aquele e eu fui logo pensar em que arrumariam um jeito de criticar Lula ou Dilma ou até o PT pelo que ocorrera. Senti-me fanático e insensível.
 
Não tive que esperar muito para me redimir, ainda que preferisse ter me sentido mal comigo mesmo a ter que encarar a dura realidade de que há uma infestação de desumanidade no país.
 
Jornalistas conhecidos, órgãos de imprensa e internautas anônimos das redes sociais protagonizaram um show dos horrores. Frases e até imagens repugnantes foram construídas a toque da mais absoluta insensibilidade e falta de limites éticos.
 
Tudo em que o blogueiro e colunista da revista Veja Reinaldo Azevedo conseguiu pensar, poucas horas após a tragédia vir a público, foi em criticar o ex-presidente Lula por ter sido postado em seu perfil no Facebook uma mensagem de solidariedade às famílias das vítimas de Santa Maria (?!!).
 
No jornal O Globo e no site “Blog do Noblat”, hospedado no portal da Globo na internet, uma charge de Chico Caruso espantou multidões pelo mau-gosto, pelo oportunismo, pela insensibilidade e até pela burrice.
 
O que tem Dilma Rousseff a ver com a falta de fiscalização de uma casa noturna em um dos mais de cinco mil municípios brasileiros? Nada? Pois o cartunista que serve à família Marinho achou relevante colocá-la à frente de uma jaula flamejante exclamando “Santa Maria!”.
 
Que mensagem o cartunista mandou? O que ele quis dizer? Por que Dilma tinha que ser associada à tragédia? Não seria mais inteligente uma charge crítica à falta de fiscalização das autoridades de Santa Maria ou ao descaso do empresário inescrupuloso que dirigia aquela arapuca?
 
Por que não fazer uma charge poética sobre o sofrimento de toda uma nação? Não havia idéia melhor para aquele cretino usar em uma charge, já que, por alguma razão, julgou que tinha que fazer uma?
 
O envolvimento de Dilma no episódio via essa cretinice da charge se conectava com os comentáristas dos blogs de Noblat e Azevedo, que se uniam para acusá-la pela tragédia sob razões malucas, ininteligíveis, que nem seus formuladores souberam explicar.
 
Mas, tragicamente, não foi só. O jornal O Estado de São Paulo começou a espalhar, acriticamente, matéria insultuosa ao Brasil divulgada por um dos dois jornais ingleses que abriu guerra contra o governo Dilma. O subtítulo da matéria fez troça do lema de nossa bandeira.
 
O diário Financial Times trocou o lema Ordem e Progresso por “Idiotia e Progresso”. Ou seja: 200 milhões de brasileiros se tornaram “idiotas” por um tipo de tragédia que vem ocorrendo em várias partes do mundo, até nos Estados Unidos (2003).
 
Pior que tudo isso têm sido perfis nas redes sociais Twitter e Facebook, entre outras. Internautas anônimos estão se fartando de debochar do sofrimento que se abateu sobre o país inteiro usando, sem piedade, o que há de mais estupefaciente e repugnante no “humor negro”.
 
O que está acontecendo no país? Tenho 53 anos. Já vi muita coisa, mas essas pessoas capazes de não sentir um pingo de comiseração em um momento de tanta comoção não existiam. Ou, se existissem, ao menos tinham um mínimo de pudor.
 
Explorar politicamente uma tragédia como essa, no entanto, talvez seja o pior. Porque essa conduta asquerosa não veio de algum moleque cretino e mimado ou revoltado com o mundo, mas de homens supostamente esclarecidos e maduros.

Senador Roberto Requião detona Aécio Neves e o PSDB

Veja o que coloquei em um post em 10/12/2012 (veja aqui o texto completo)

Skaf acusa Cesp, Cemig e Copel: Estão jogando contra todos os brasileiros

Nota à imprensa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), via e-mail

Essa foi a reação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP), Paulo Skaf, à notícia de que três estatais do setor elétrico – Cemig (MG), Copel (PR) e Cesp (SP) –  decidiram recusar a antecipação de contratos com desconto, proposta pelo governo federal.

“A presidente Dilma Rousseff anunciou 20% de desconto médio em rede nacional. As estatais que se recusam a aderir ao desconto vão ter que arcar com as consequências de frustrar os brasileiros e mais ainda: de não colaborar para que o Brasil se torne um país mais competitivo.”

Para a Fiesp, que há dois anos encabeça a campanha Energia a Preço Justo, o Brasil não pode perder a oportunidade de promover essa queda na conta de luz de todos os brasileiros.

 “O importante agora é não abrir mão dessa conquista, que é de todos os brasileiros, ainda que essas estatais estejam jogando contra”, termina Paulo Skaf.

Agora veja o que diz neste vídeo o Senador Roberto Requião sobre essa questão.

[[youtube?id=OspW3rJ3sWk]]

A sujeira por baixo dos talheres de prata

Nasce um partido político. Era 1980. Surgia o Partido dos Trabalhadores, o PT. Começa a chamar a atenção e a ocupar lugar de destaque no cenário político brasileiro. Chama a minha atenção. Mas eu não sou um trabalhador. Como posso eu, profissional liberal, elite social e financeira do país, identificar-me com um partido de trabalhadores?

Ocorre uma pergunta; por que será que os profissionais liberais acham que não são trabalhadores?

Nasce um partido político. Era 1988. Surgia o Partido da Social Democracia Brasileira o PSDB, fundado por importantes figuras do cenário político brasileiro, alguns tidos como intelectuais. Identifiquei-me com ele. Ainda existiam resíduos da ideia de elite. Afinal, era um profissional liberal.

Campanha presidencial. Era 1989. Candidato do PT; um homem conhecido como Luis Inácio Lula da Silva, um apelido que se misturava com o nome. Um semianalfabeto, que mal falava o português. Inglês, nem pensar. Dos candidatos, o único com essas “características”. Por que eu, um profissional liberal, insistia em querer votar naquele semianalfabeto, que não falava inglês, que nada tinha a ver comigo?

Num golpe baixo, “jogaram” uma filha de Lula na campanha, uma questão estritamente pessoal e que nitidamente trouxe um grande desconforto para ele. A indignação foi tão grande que esboçou-se uma reação com a mesma moeda. Hábitos pessoais de Collor não muito recomendáveis poderiam ser usados também. Lula não aceitou: “não vamos levar questões pessoais para a campanha”.

Também nessa campanha, ficou famoso aquele último debate entre Lula, o comunista que comia criancinhas, e Collor, o caçador de marajás, de família muito rica, dona da TV Gazeta, afiliada da Rede Globo em Alagoas. Somente anos depois veio à tona o que a Rede Globo fez naquele debate. Veja o vídeo [[youtube?id=To-FNLeoOK0]]

O PSDB/DEM e a grande imprensa (?), Rede Globo à frente, têm feito de tudo para destruir a imagem de Lula. Entre tantas, até de estuprador de um colega na época em que esteve preso pela ditadura já o acusaram. Mais recentemente, a mídia vem tentando criar e disseminar a suspeita de um romance entre Lula e Rosemary Noronha.
O PT sempre soube, por exemplo, da história do filho de Fernando Henrique Cardoso, Tomás Dutra Schmidt, com a jornalista Miriam Dutra, da Globo. A Globo abafou o caso e mandou a jornalista morar na Europa com o filho. Em 2009, FHC reconheceu o filho.

Veja o que diz a Tribuna da Imprensa:

Depois do reconhecimento, os três filhos de Ruth Cardoso – Paulo Henrique, Beatriz e Luciana – pediram ao pai que fizesse um exame que comprovasse que Tomás era mesmo filho dele. O ex-presidente concordou, imaginando com isso colocar fim a qualquer possibilidade de desentendimento entre os irmãos e Tomás.

O primeiro teste foi feito no fim do ano passado, em São Paulo. A saliva de FHC foi recolhida em São Paulo, e a de Tomás, em Washington, nos EUA, onde estuda, por meio do representante do escritório do advogado brasileiro Sergio Bermudes, que cuidou tanto do reconhecimento quanto dos testes feitos.

O primeiro exame deu negativo. FHC decidiu então se encontrar com Tomás em Nova York para um novo teste, que também deu negativo. Fernando Henrique Cardoso está disposto a manter o reconhecimento de Tomás, até porque não pode voltar atrás. Mas seus herdeiros, no futuro, poderão questionar a paternidade com base nos testes de DNA.

Fica faltando resolver agora o caso do filho que FHC teve com uma empregada doméstica. Foi em 19 de novembro que se descobriu um segundo caso de filho natural do ex-presidente FHC. A notícia foi dada pelo colunista Claudio Humberto, ao relatar que há pouco mais de 20 anos o então senador Fernando Henrique Cardoso tivera um romance com a empregada doméstica Maria Helena Pereira, que trabalhava em seu apartamento na capital.

Desse relacionamento nasceu um filho, que se chama Leonardo dos Santos Pereira e está hoje com vinte e poucos anos. Mãe e filho trabalham no Senado Federal. Maria Helena é copeira e serve cafezinho aos gabinetes da Ala Teotônio Vilela, enquanto Leonardo trabalha como carregador (auxiliar de serviços gerais) na Gráfica do Senado.

É interessante lembrar que FHC vivia dizendo que tinha um pé na senzala. E era mais do que verdade. Além de ser mestiço, como praticamente todos os brasileiros, ele acabou tendo filho com uma afrodescendente que o impressionou pela formosura. Leonardo é considerado muito parecido com o pai. E foi por isso, aliás, que a mulher de FHC, Dona Ruth Cardoso, decidiu demitir a empregada (veja aqui http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=20228).

Em outros momentos, tentaram achincalhar Lula, chamando-o de bêbado. Atribuía-se à Dona Ruth Cardoso, esposa de Fernando Henrique Cardoso, hoje falecida, dificuldades com a bebida, mais especificamente o whisky. O PT nunca fez qualquer insinuação sobre isso. Sempre respeitou D. Ruth pelo seu valor.

O jogo sujo do PSDB/DEM/Mídia, é comum dentro do partido. Em 28 de fevereiro de 2009, o Estadão publicou um texto que atiçou a guerra de bastidores entre os dois pré-candidatos do PSDB à Presidência da República. Assinado pelo falecido colunista Mauro Chaves, ele recebeu título provocador: “Pó pará, governador”.

Você acha normal que um jornal como o Estadão (São Paulo) publique a coluna de um dos seus mais prestigiados colunistas com esse título, “Pó pará, governador”? Teria havido algum erro de digitação?

Na verdade, o objetivo do jornal, um grande defensor e protetor de Serra, era pressionar Aécio Neves a desistir da disputa interna e aceitar o papel de vice na chapa tucana (na campanha para a eleição de 2010, em que Dilma ganhou). O jornalista Altamiro Borges fez o seguinte comentário: “Sem nunca ter ocultado seu serrismo, o Estadão dispensou o protocolo e disparou um torpedo visando atingir a pré-candidatura de Aécio abaixo da linha-d’água. Contrastando com a linha conservadora do jornal, instilou uma insinuação pesada, uma suposta ligação de Aécio ao “Pó”, ou seja, cocaína”…

Observa-se o nível de uma simples disputa interna entre dois candidatos do PSDB para ver quem iria disputar com Dilma. Como sabemos, deu Serra. Recentemente flagrado por uma blitz no Rio de Janeiro, o Senador Aécio Neves se recusou a fazer o teste do bafômetro. Comenta-se que o senador não estava bem outra vez, mas que o bafômetro só registraria uma das razões para a sua condição.

Apesar de recursos baixos serem utilizados pelo PSDB/DEM/Mídia contra o PT, Lula nunca permitiu qualquer menção a essas histórias, de Fernando Henrique Cardoso ou de qualquer outro político, por achar que é uma questão estritamente pessoal. Apesar da enorme campanha sistemática contra os seus membros (petralhas, delinquentes, quadrilheiros, quadrilha de bandidos, raça i
nferior…), particularmente nos últimos 10 anos, o Partido dos Trabalhadores, o PT, uma raça a ser extinta, como disse o Senador Jorge Bornhaussen (DEM de Santa Catarina), tem evitado (até quando!!!) o jogo baixo, mesquinho, sujo.

Em artigo de hoje da Folha (26/12/2012, quarta-feira), um dos seus colunistas, que também é da Veja (sempre ela), refere-se aos membros do partido da presidente Dilma Roussef como “cleptocompanheiros”.

Dizem que a oposição e a mídia brasileira são as únicas no mundo que tentam derrubar um ex-presidente. E não conseguem.

Ao reler esse texto antes de posta-lo, preocupou-me não deixar a impressão de que teria exagerado nos comentários sobre o PSDB/DEM/Mídia. Não quero ser injusto com um segmento tão importante da elite brasileira. Tenho que reconhecer que são pessoas de fino trato. Sabem como poucos como se comportar à mesa. Possuem o domínio de fato do uso dos finos talheres de prata.

Mais um caos… pela Rede Globo

A grande mídia, Rede Globo à frente, sempre se supera e nos surpreende com a sua “boa vontade” com o PT e os governos Lula/Dilma. O exemplo mais recente tem sido o terrorismo que ela fez e está fazendo com o "apagão". As manchetes, como sempre sensacionalistas, anunciavam o apagão e a necessidade de racionamento de energia que teria que ser determinado pelo governo em breve.

Todos os especialistas da área disseram todo o tempo que não havia a menor possibilidade de apagão. Mesmo assim continuaram com o bombardeio e chegaram a dizer que, daqui de Salvador, ainda nas férias, Dilma tinha marcado uma reunião urgente para tratar do assunto. As entrevistas da Globo News forçaram a barra demais, tentando por as palavras na boca dos entrevistados. Uma das consequências, as ações de empresas de energia elétrica caíram (procure saber quem comprou ações na queda e venderam assim que voltaram a subir [portanto, com grande lucro], quando “viram” que era puro terrorismo da imprensa).

A cada dezembro, o Ministério das Energias agenda 12 reuniões para o ano seguinte, uma a cada mês, para tratar dos assuntos pertinentes ao ministério. A reunião de urgência que Dilma tinha marcado era simplesmente uma delas, portanto prevista desde o ano passado. A coisa foi tão vergonhosa que a Folha de São Paulo reconheceu o erro e pediu desculpas (claro que sem nenhum destaque, como tiveram as grandes manchetes falando do apagão).

Veja o agendamento das reuniões:

 

Agora, veja esse artigo sobre mais um terrorismo que o Jornal Nacional fez ontem, sexta-feira, 11/01/2013.

Industria foi mal em estados governados por tucanos e foi bem nos demais

Por Zé Augusto

A produção industrial cresceu em 8 dos 14 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de outubro para novembro de 2012.

Vejam bem: cresceu em 8 estados e caiu em 6. Adivinhe como o "Jornal Nacional" da quarta-feira noticiou?

 

A TV Globo, em sua cruzada para derrubar Dilma, noticiou com a enfase negativa, colocando o número menor como se fosse mais importante do que o maior.

Mas o telejornal omitiu uma informação importante: dos 6 estados em que a produção industrial caiu, 5 são governados por tucanos.

Eis os 6 estados pesquisados onde houve queda na produção industrial:

Goiás (PSDB): -14,7%
Espírito Santo (PSB): -6,3%
Pará (PSDB): -6,0%
Paraná (PSDB): -5,1%
São Paulo (PSDB): -1,9%
Minas Gerais (PSDB): -0,7%

Eis os 8 estados pesquisados onde houve crescimento:

Bahia (PT): 3,5%
Santa Catarina (PSD base aliada de Dilma): 3%
Amazonas (PSD
base aliada de Dilma): 2,9%
Ceará (PSB
base aliada de Dilma): 2,2%
Rio de Janeiro (PMDB
base aliada de Dilma): 2,1%
Pernambuco (PSB
base aliada de Dilma): 1,3%
Rio Grande do Sul (PT): 0,4%

Os governadores tucanos Geraldo Alckmin (SP), Anastasia (MG), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO) e Simão Jatene (PA) estão destruindo seus estados, e continuam contra o crescimento industrial ao tentarem sabotar a conta de luz mais barata, o que incentivará a produção industrial.

Os melhores presidentes do Brasil

(Entrevista de José Sarney ao Portal iG, ao final do governo Lula)

iG: O senhor acredita que Lula foi um líder popular maior que Getúlio Vargas?
Sarney:
Getúlio nunca foi líder popular. Ele teve uma grande popularidade. Lula é um líder popular. Getúlio era da elite do Rio Grande do Sul, do Borges de Medeiros, do Julio de Castilho. Foi ministro da Fazenda do Washington Luís. Então ele era da elite nacional. O Lula não. Lula veio das raízes. Foi torneiro mecânico, operário. De maneira que podemos dizer que todas as classes sociais ocuparam o poder.

iG: Getúlio era um líder populista?
Sarney:
A meu ver sim.

iG: O Lula não?
Sarney:
O Lula não. Ele é um líder de resultados para a classe dele. Isso foi o balanço do governo.

iG: Se o senhor tivesse que fazer um ranking dos presidentes da República como faria?
Sarney:
Colocaria Rodrigues Alves (1902-1906), porque ele ordenou as finanças públicas depois de encontrar um país extremamente endividado. Tinha uma visão de Estado profunda. Estou fazendo um exame cronológico. Eu consideraria o Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954). De qualquer maneira, ele foi um ditador durante 15 anos. Ele enfrentou problemas trabalhistas que eram só para aqueles que tinham carteira de trabalho. Para os excluídos, esses que não tinham carteira de trabalho, Getúlio nunca fez nada. O Juscelino Kubitschek (1955-1960) foi um grande presidente. Teve uma grande responsabilidade, assumiu para ser deposto porque ele tinha uma reação militar e política muito grande. E ele (JK) contornou tudo isso e transformou a luta política num debate nacional pelo desenvolvimento econômico. E eu colocaria o governo do Lula, que é uma mudança profunda. O Lula deu uma paz social ao país, fez uma distribuição de renda muito grande. Acho que a partir do Lula o Brasil também conclui um ciclo republicano, com a chegada de um homem do povo ao poder.

iG: Duas perguntas que sobram: primeiro o senhor não se incluiu…
Sarney:
Não me incluí porque caso contrário seria cabotinismo da minha parte. Eu fiz coisas certas e coisas erradas. Eu às vezes fui o melhor presidente do Brasil e fui o pior presidente do Brasil.

iG: Em quê?
Sarney:
Quando eu fiz o Plano Cruzado e tive a coragem que nunca ninguém tinha tido neste País de partir para uma fórmula heterodoxa de modificação da economia. Todos os outros (presidentes) tinham se submetido às regras internacionais. Isso foi uma coragem extraordinária. Naquele tempo eu havia ouvido do próprio Leonel Brizola (ex-presidente nacional do PDT) que eu tinha sido o presidente com maior coragem no Brasil, quando decretei o congelamento (de preços) e fiz o Plano Cruzado, quando abri a porta para que o País pudesse ter condições para modificar a economia.

iG: Isso foi o melhor e o que foi o pior?
Sarney:
O pior foi quando fiz o Plano Cruzado número 2. Fiz uma correção errada. Evidentemente que eu não sou economista, mas a responsabilidade é minha. Os que fizeram errado não têm responsabilidade nenhuma. Mas eu tenho a responsabilidade de ter aceito aquela fórmula de corrigir o aumento daqueles cinco produtos.

iG: A outra pergunta que sobra daquele ranking foi não ter incluído o presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Sarney:
Acho que Fernando Henrique Cardoso foi um presidente que prestou muitos serviços ao País. Ele realmente foi um bom presidente. Um presidente normal, comum. Não há uma marca profunda como os outros presidentes que ocuparam o comando do País.