De onde vem a força do fraco e desesperado juiz?

Por Ronaldo Souza

Enumerar as vezes em que o juiz Moro atropelou as leis brasileiras para condenar Lula é perda de tempo.

São muitas.

É bom que se ressalve que não sou eu quem diz.

Identificar as suas claras limitações intelectuais qualquer um pode fazer, basta ter o mínimo de inteligência, mas apontar a sua incompetência jurídica é tarefa para os homens do Direito.

E ela já foi apontada por inúmeros e reconhecidos juristas e professores de Direito.

Ao mesmo tempo, sendo ou não homem do Direito, qualquer ser minimamente inteligente já percebeu a indignidade da condenação do ex-presidente, particularmente nos badalados casos do triplex e do sítio de Atibaia.

Nesses casos, o juiz e seu grupo se fizeram ridículos.

Assim, o fraco do título deste texto se explica com assustadora facilidade.

Por outro lado, ainda que alguns possam encontrar dificuldade em entender o desespero do qual falo no mesmo título, ele está cada vez mais evidente nas suas atitudes mais recentes, desde quando percebeu que a sua unanimidade já se foi e a sua rejeição é maior a cada pesquisa.

Para a eventualidade de alguma deficiência neuronal dificultar o entendimento, é recomendável que se abra aqui um parêntese.

Observe que não falo de medo do juiz, mas de desespero.

O medo costuma ter a sua origem no desconhecido.

Temos medo do que não conhecemos, do que pode acontecer, do que está por vir.

É o não sabermos o que pode acontecer que nos mete medo.

Temos medo da nota que vamos tirar na prova, do que pode acontecer com os nossos filhos, do futuro…

Moro não tem medo.

Ele não tem medo, por exemplo, do seu futuro.

Quantos professores teriam coragem de renunciar ao cargo de professor na Universidade Federal do Paraná?

Nos tempos atuais, quantos fariam isso sem que lhes viessem à mente os temores naturais que os mortais enfrentam ao pensar na possibilidade de deixar um emprego, ainda mais sendo ele tão importante sob todos os aspectos?

Ao se cogitar deixar um emprego, vem de imediato uma enorme dúvida; o que nos reserva o futuro?

Essa dúvida faz o medo.

Como quer que seja e porque razão seja, estaria garantido o futuro do juiz Moro de tal maneira que desprezar o cargo de professor em uma das mais importantes Universidades do Brasil não lhe tira o sono?

Em que estaria confiando?

Além disso, a vaidade.

Tendo-a em níveis incontroláveis, por que renunciaria a ela com tamanha naturalidade?

Por outro lado, as atitudes do juiz revelam grande desespero, que ele não consegue disfarçar.

Lembra daqueles caras, amigos de Ronaldo (o fenômeno, jogador de futebol, que agora, como Romário, é fenômeno ao avesso em questões sócio-políticas) que pararam Chico Buarque ao sair de um jantar com alguns amigos?

Claramente, no seu reduzido universo aqueles caras não tinham a menor noção do que é ser Chico Buarque.

Para eles, Chico é um compositor de samba com algumas músicas de sucesso, como outro qualquer.

Pelas suas evidentes limitações intelectuais e uma absurda ignorância sócio-política, também é natural que Moro não perceba a dimensão das coisas.

Na sua falta de noção e obcecado por cumprir a missão que lhe foi dada, o juiz não tem a menor ideia do que é ser Lula.

Para ele, Lula é apenas o nine.

Lula velório Marisa

Moro não tem, ou não tinha, a menor noção do tamanho de nine.

Latuff, Lula e Moro 1

No seu reduzido universo, certamente o imaginava do mesmo tamanho que os ten que ele conhece e a quem trata tão bem, como Aécio, FHC, Alckmin, Serra, Doria…

O melhor sorriso

Oh, vida, como és bela, prazerosa e sedutora.

Como és amiga e nos traz de volta o melhor da nossa vida.

Como nos traz de volta aquele sorriso espontâneo e encantado da adolescência quando diante dos nossos ídolos, dos nossos heróis, das nossas referências.

Aquele sorriso adolescente e espontâneo que brota resplandecente quando estamos entre os nossos.

Moro e PSDB

Moro e Globo prêmio

Moro na Globo

Moro e o poder

Encantador.

No roteiro que foi dado a Moro, há uma patente preocupação com o tempo e este tem prazo de validade.

As eleições de 2018.

Mas, independente disso, entre tantos absurdos promovidos pelo juiz, ele cometeu um pecado grave e imperdoável.

Na sua estupidez, ele arrastou milhares de pessoas.

Senão vejamos somente alguns dos seus feitos mais recentes.

1. Um juiz de primeira instância que grampeia, grava ilegalmente e entrega à Rede Globo a conversa da presidenta da república (Dilma) do seu país com um ex-presidente (Lula).
Para facilitar a compreensão dos iletrados doutores, imaginem o que aconteceria se um juiz nos Estados Unidos grampeasse, gravasse ilegalmente a conversa entre Donald Trump e Obama (respectivamente presidente e ex-presidente do nosso país irmão) e a entregasse a um sistema de comunicação. No mesmo dia ele seria preso.

2. Com que intuito um juiz se faz tão pequeno e grava conversas telefônicas familiares de uma mulher (D. Marisa Letícia, mulher de Lula) com seus filhos e netos se não o de expor e humilhar toda a família, incluindo aí crianças em idade escolar, e entrega as gravações à mesma emissora?

3. Um juiz que desrespeita a mais alta corte do país, o Supremo Tribunal Federal (STF) e descumpre suas decisões, a mais recente a de não enviar os processos de Lula para a justiça de São Paulo, estado onde ficam o triplex e o sítio de Atibaia.

4. Um juiz que desrespeita decisões do Superior Tribunal de Justiça.

5. Um juiz que desrespeita decisão do Pleno da Corte da Espanha e fere acordo internacional em caso de extradição.

6. Um juiz que desrespeita decisão do Pleno da Corte de Portugal e fere acordo internacional em caso de extradição.

Há pelo menos duas questões a se considerar.

  1. Em que país do mundo isso seria possível e sob que interesses?
  2. De onde vem tamanha força de um simples juiz de primeira instância?

Entende agora porque eu disse que Moro arrastou milhares de pessoas para a estupidez total?

Somente a estupidez total explica não perceberem que ele, Moro, é um herói de barro que defende uma causa que não é a de seu país.

Somente a estupidez total explica não perceberem que ele é simplesmente peça de um jogo cujo controle está em outras mãos.

Somente a estupidez total explica não perceberem que o controle sequer está nas mãos da Globo, que representa outra peça desse mesmo jogo, esta sim, fundamental para o seu bom andamento.

Somente a estupidez total explica não perceberem que Moro e Globo estão sob um controle remoto que movimenta as peças à distância.

Somente a estupidez total explica não perceberem que esse processo teve início no Mensalão com Joaquim Barbosa.

Somente a estupidez total explica não perceberem que Moro e Carmen Lucia são meras peças que dão continuidade a esse processo.

Somente a estupidez total explica não perceberem a coincidência de justamente Joaquim Barbosa, Moro e Carmen Lucia ganharem o “Prêmio Faz Diferença” da Globo.

Somente a estupidez total explica não perceberem as implicações e consequências que fatos como esses trazem para o país.

De onde vem toda essa estupidez?

Como essas pessoas a suportam?

E como não se dão conta de quão tolas são?

Ou não são tolas e há outra razão para agirem assim?

Há pouco tempo a imprensa brasileira divulgou que assim que terminar a sua missão na Lava Jato, o juiz Moro vai morar nos Estados Unidos.

Assim, claro, não há porque o juiz temer alguma coisa.

Se há algo que não faz parte da vida do juiz Sérgio Moro é o medo do futuro.

Isso, porém, não costuma ser suficiente para evitar o desespero pela desmoralização pessoal.

Obs. Em ambos os casos de extradição, o juiz brasileiro foi conduzido à sua insignificância. Diferentemente do Brasil, os Superiores Tribunais de Justiça da Espanha e de Portugal não têm compromissos que não sejam com as leis dos seus países, razão pela qual ignoraram o desejo de Moro.