Por Ronaldo Souza
Os ministros do STF irão perder em definitivo o compromisso com o país?
Por que vão discutir a reversibilidade do que decidiram há tão pouco tempo sob o maior entusiasmo da sociedade brasileira, da qual, vê-se agora com clareza, não mais fazem parte?
Vejo quase que diariamente as pessoas dizerem coisas como “serão cobrados pela história”, “a história os condenará”, “entrarão na história pela porta dos fundos” e coisas assim.
Sempre respondo de maneira bem simples.
Só os grandes homens se preocupam com a história.
Citemos protótipos como Aécio Neves, Aloysio Nunes, Ronaldo Caiado e tantos outros.
O laboratório do mundo os deixou de lado ainda na fase de protótipos.
Abandonados na fase de testes iniciais do projeto Homem, foram rejeitados pela baixa qualidade e ficaram vagando como corpos vazios no Éter, tão polêmico ele próprio, o Éter, quanto à sua existência.
E numa nuvem carregada de dejetos foram cuspidos no Brasil e aqui vegetam.
Deixemos esses, portanto, de lado.
Se a preocupação com o que dirá a história estivesse ao alcance de todos, Fernando Henrique Cardoso teria se transformado nisso que hoje é?
Claro que não.
Ou então, uma possibilidade concreta, Fernando Henrique Cardoso sempre foi o que é.
Trazendo para a sabedoria da linguagem popular, diante da qual o ex-presidente apresenta intensas reações alérgicas, o príncipe sempre foi “lobo em pele de cordeiro”.
Fernando Henrique Cardoso é o melhor exemplo dos homens que não têm compromisso com nada mais além de viver o tempo que lhe foi concedido aqui na Terra.
Será esse descompromisso com o futuro que pertencerá ao passado o caminho daqueles homens do STF?
Mas deixo de lado também essa questão, por considerar que há outra mais importante ainda, que é o que se pode ver e mais do que isso sentir.
É o olhar nos olhos dos filhos.
Assim como os pais muitas vezes se perdem em ações pelos filhos, os filhos tendem a ver os seus pais como referências maiores e tenderão, mesmo que sob dispêndio de energia e esforço, a não ver as “fragilidades” dos pais.
Mas os pais não. Dificilmente escaparão do autojulgamento quando diante do olhar deles.
E para homens de verdade nada pode ser mais cruel que o autojulgamento.
Se é ocorrência somente para homens de verdade, claro que não muitos passarão por ele.
Mas posso quase que assegurar que este momento surgirá na vida de pelo menos alguns daqueles ministros e ministras.
São os encontros do homem com ele mesmo.
Nesse momento, não restará muita coisa.
É assustador imaginar que aquele olhar que ajudará o filho a seguir com força pela vida não existirá.
Diante de tudo isso, não vejo boas perspectivas para Lula, Dilma e PT.
Dilma cairá e Lula ou será preso ou vão “desmoraliza-lo em definitivo”. E o PT não mais será o mesmo.
O STF marcou um encontro com a desonra.
Obs. Este artigo foi postado há exatamente nove meses no Jornal GGN, de Luis Nassif, conforme mostra a data grifada em vermelho na imagem acima. Já estava determinada, até mesmo antes, a guinada da vergonha do STF.