Por Ronaldo Souza
Há uma tradição interessante nos Estados Unidos; ex-presidentes não falam de quem está na presidência.
Quando um ex-presidente começa a falar muito, pode até não perceber, mas o desgaste é quase que inevitável. São grandes também as chances de que se torne deselegante e bobo.
Pelo seu governo desastroso, a recente pesquisa do Datafolha não conseguiu esconder que Fernando Henrique Cardoso apresenta a maior rejeição entre todos os nomes apresentados. Simplesmente 57% da população disseram que jamais votariam em um candidato que seja indicado por ele.
É chocante a quantidade de bobagens que tem dito nesses últimos tempos. Ele se transformou em um grande cabo eleitoral do PT.
Em recente palestra no Rio de Janeiro (08/04), FHC se queixou ao dizer que sou de esquerda mas ninguém acredita.
Querendo ser agradável e simpático a alguns intelectuais que estavam na plateia, fez-se ridículo.
Se FHC não sabe por que ninguém acredita nele quando se diz de esquerda, é um bobo. A começar pela sua inacreditável e inesquecível frase “esqueçam o que eu escrevi”, as suas falas e textos mais recentes mostram com clareza no que ele se transformou.
Devo reconhecer, entretanto, que o ridículo de se dizer um homem de esquerda e chorar porque ninguém acredita, apesar de lamentável, é um problema dele, pessoal.
Agora, não. Agora o problema toma outras proporções.
Espera-se que aos 82 anos de idade um ex-presidente tenha um pouco mais de compromisso com o país, ainda que, pela enorme vaidade, reconheça-se a sua dificuldade para fazer qualquer coisa que não seja em nome do seu ego.
Em alguns momentos FHC tem caprichado em declarações que, no mínimo, beiram a irresponsabilidade. Os seus recentes depoimentos sobre a ditadura constituem bom exemplo.
Fernando Henrique Cardoso diz que Petrobras "virou bagunça"
Para quem tentou privatizar a Petrobrás (criou até o nome Petrobrax para torna-la mais palatável para grupos estrangeiros) FHC já disse tudo que tinha direito e que não tinha sobre a Petrobrás.
Um ex-presidente jogar contra o maior patrimônio do povo brasileiro, a Petrobrás, é a maior prova de descompromisso com esse povo e com o país.
"Houve muito descuido em coisas fundamentais como a energia. Com política para combater erradamente a inflação, tabelando preços conseguimos estragar a Petrobras e o etanol". Claro que o seu objetivo e de toda oposição (oposição que na verdade não existe, de tão fraca que é) e mídia (essa sim a verdadeira e vergonhosa oposição) é atingir Dilma.
Falou que lá só existe incompetência. "No meu governo, nós arejamos, transformamos em verdadeira empresa, não repartição pública. Agora virou bagunça".
Como FHC anda esquecido. Para quem não conheceu ou já esqueceu, bagunça e incompetência existiam na PPP (Petrobrás Prestes a Privatizar) no seu governo.
Por acaso não lembra que no seu governo a Petrobrás valia 15 bilhões de dólares e hoje, mesmo sofrendo uma campanha negativa sistemática por parte dele próprio, da oposição (do que resta dela) e da mídia, ela vale 98 bilhões de dólares (veja aqui) e está em pleno processo de recuperação do valor de suas ações na bolsa de valores?
Não vamos perder tempo. Entre tantos interesses e provas de incompetência que quase destroem a Petrobrás, veja no vídeo o que aconteceu no governo de FHC.
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