Por Mauro Donato
Corre já há alguns dias entre jornalistas que trabalham nas emissoras de TV às quais o presidente esteve concedendo entrevistas recentemente a
Nos bastidores de programas como o de Luciana Gimenez o presidente se mostra muito mais claudicante que sua imagem de pistoleiro vendida para fora.
Sua nota enigmática de hoje, distribuída via whatsapp, parece confirmar que a rádio peão continua eficientíssima como termômetro.
Ao ser questionado sobre o texto – anônimo – cheio de termos como “forças ocultas”, que menciona as “pressões de corporações” e que tem a desfaçatez de afirmar que “o Brasil está disfuncional” (jura?) o porta-voz leu a seguinte resposta:
“Venho colocando todo meu esforço para governar o Brasil. Infelizmente os desafios são inúmeros e a mudança na forma de governar não agrada àqueles grupos que no passado se beneficiavam das relações pouco republicanas. Quero contar com a sociedade para juntos revertermos essa situação e colocarmos o País de volta ao trilho do futuro promissor. Que Deus nos ajude!”
Emenda pior que o soneto.
Há os que apostam que Bolsonaro não renunciará jamais. A verdade é que ele mesmo já vem dando declarações do gênero “não nasci para ser presidente” faz tempo. E olha que sua gestão está no quinto mês apenas.
Um presidente que emenda no mesmo parágrafo “infelizmente” com “desafios inúmeros” e conclui recorrendo a Deus está jogando a toalha. Ou não?
Ele previu um tsunami uma semana antes de serem quebrados o sigilo do filho zero-um e de mais de 80 assessores ligados aos Bolsonaro. Tsunamis são fenômenos arrasadores. Não costumam deixar goiabeiras em pé e varrem laranjais inteiros.
Até o antigo arauto da direita, Reinaldo Azevedo, escreveu em sua coluna desta sexta-feira que o impeachment de Bolsonaro entrou no radar de vez.
Bolsonaro não tem uma equipe melhor que ele que seja capaz de assessorá-lo. Pelo contrário. Tem ministros que jogam gasolina em fogueira e filhos que tumultuam sua cabeça com teorias de conspiração.
O triângulo que forma seu governo tem militares, olavetes e neo-
Os ventos estão estranhos. Bolsonaro é paraquedista e está na porta do avião decidindo o que fazer. O foda é que estamos a bordo né?