Por Ronaldo Souza
“Mais um
Mais um Bahia…
Assim canta um dos trechos do Hino do Bahia.
Cantamos mais um no sábado (11/01) da inauguração do novo Centro de Treinamento do Bahia.
Centro de Treinamento, CT, Cidade Tricolor, Centro de Treinamento Evaristo de Macedo… como quer que venha a se tornar mais conhecido, é … mais um, mais um Bahia, mais um, mais um título de glória, mais um, mais um Bahia, é assim que se resume a sua história.
Sim, é assim que se resume a sua história, uma história repleta de glórias.
Desse passado de glórias, dá-se agora mais um grande passo para um futuro que honra e dignifica a existência de um clube de futebol.
E muitas coisas ocorreram até a chegada desse momento.
Coisas que também aconteceram na vida de outros clubes, mas que não tiveram a mesma resposta, algo aliás muito natural, afinal os clubes não são iguais.
Não é pelo desejo de alguém, seja do presidente ou mesmo da torcida, que um time é ou se torna grande.
Como disse Guilherme Bellintani, atual presidente do clube, no seu discurso, entre os requisitos necessários para que um time seja de fato grande, ele precisa de ousadia.
Não a ousadia dos simplesmente ousados, dos atrevidos, fruto da ignorância ativa.
A ousadia construída e alicerçada na consciência da visão capaz de transformar o imaginado no por realizar.
A inauguração da Cidade Tricolor – Centro de Treinamento Evaristo de Macedo, sem dúvida, pelas suas características, eleva o Bahia a um patamar jamais alcançado pelo clube e representa o grande salto de qualidade que está sendo dado.
Mas não é essa a maior ousadia.
O Bahia foi o primeiro campeão nacional do Brasil.
O Bahia foi o primeiro time do Brasil a disputar a Copa Libertadores das Américas.
O Bahia é o único time do Nordeste a se sagrar bicampeão brasileiro.
O Bahia foi o primeiro…
Não, não vou dizer que o Bahia foi o primeiro time do Brasil a ser manchete no The Guardian.
Não vou dizer que o Bahia foi o primeiro time do Brasil a merecer uma matéria especial no The Guardian.
Talvez até seja, não sei.
Afinal, o Bahia é o primeiro em um bocado de coisa.
E hoje é o time mais progressista do Brasil.
Não pense que é porque o The Guardian disse.
O The Guardian só fez reconhecer, como outros já o fazem e mais outros ainda o farão.
O Bahia é!
Ponto.
E também não é porque inaugurou o Centro de Treinamento (ainda inconcluído) mais moderno do Norte e Nordeste e um dos mais modernos e melhores do Brasil.
O Bahia é o time mais progressista do Brasil porque ousou ir muito além do jardim.
Nunca, jamais, em tempo nenhum, qualquer outro time de futebol do país se voltou para o seu povo, para a sua torcida, a Torcida de Ouro do Brasil como há poucos anos reconheceu a CBF, como fez e faz o Bahia.
Num esporte cuja origem das pessoas que na sua imensa maioria o praticam tem as suas raízes nas camadas mais simples da população, nunca um clube de futebol fez e está fazendo tanto para trazer essas pessoas de volta para o centro das discussões.
Nunca, jamais, em tempo nenhum, um clube de futebol ousou tanto assim.
Nunca, um clube de futebol estimulou e promoveu tantas ações de inclusão social como fez e está fazendo o Bahia.
Nunca, um clube fez tanto para trazer de volta esse segmento da sociedade cujo mérito, o fato de ter sido a grande razão de existir do futebol brasileiro, de te-lo feito forte e motivo de orgulho nacional, como já foi, pasmem, foi esquecido.
Aos poucos afastado, o povo brasileiro, berço de grandes craques e do gênio do futebol nacional e internacional, vê agora o acenar de uma bandeira.
Uma bandeira branca, chamando para a Paz no futebol.
Uma bandeira branca que traz todas as cores, raças, credos, religiões, gêneros…, hoje tremula no coração de um clube de futebol.
Sim, um clube que tem coração e alma.
Que deu ao seu povo o direito de escolher o presidente do seu time, algo tão parte da sua vida, como nenhum outro fez.
Até pelo preço da cerveja para o seu torcedor dentro da Fonte Nova o Bahia brigou.
E ganhou.
Fez reduzir o seu preço.
“O Bahia reduziu preços, deu voz aos torcedores, abordou questões políticas e se dedicou ao ‘carinho, integração e amor”, diz a matéria do The Guardian.
Sem dúvida, ousadias jamais tentadas.
Ousadias ousadas demais.
Ousadias do Bahia.
Bahia
Bahia minha vida
Bahia meu orgulho
Bahia meu amor…
Bahia, orgulho de um povo, orgulho de uma nação.