O Brasil, o Irã e o mundo

Não há como negar a importância e influência dos Estados Unidos no resto do mundo. País rico, possui duas indústrias muito poderosas, de grande importância e retorno financeiro: a cinematográfica e a bélica. A cinematográfica vai muito bem, obrigado. A bélica, precisa continuar.

Agora é a vez do Irã. Acusado de estar enriquecendo urânio para fazer a sua bomba atômica, é um país demonizado. Há algum tempo se busca uma negociação em nome da paz (parece que é o único país do mundo que tem ou quer fazer uma bomba atômica) e até pouco tempo não se conseguia. Houve fracasso nas negociações no ano passado.

Aí vem um pobre país do terceiro mundo e acha, veja que petulância, que pode tentar negociar nessa direção. Você queria o que? É claro que o mundo todo achou um absurdo. O Presidente da Rússia disse, na frente do Presidente do Brasil e da imprensa de todo o mundo, que “pelo seu entusiasmo, daria no máximo 3% de chances para o sucesso nas negociações”.

A Secretária dos Estados Unidos, a senhora Hillary Clintom, disse que, apesar de o Brasil não ter nenhuma chance, seria a última tentativa. Vazou para imprensa internacional a carta com o pedido do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Presidente do Brasil, para tentar resolver o impasse, ao mesmo tempo em que lhe desejava sorte na missão.

O governo brasileiro, juntamente com o turco, conseguiu o acordo. Detalhe: com as exigências feitas e negadas na tentativa do acordo de 2009.

No outro dia, exatamente no outro dia, os governantes dos países mais ricos do mundo negaram toda a importância do acordo e mais do que rapidamente reverteram todo o noticiário internacional para as sanções que estavam sendo estudadas para aquele país de terroristas. Inclusive, possibilidade de invasão.

O texto acima é uma parte do artigo “O mundo em paz”. Clique aqui para vê-lo.

Quando esses fatos ocorreram, a imprensa e os partidos de oposição ao atual governo fizeram todas as críticas possíveis e imagináveis. Coisas como, o Brasil está apoiando países terroristas, é um absurdo o país se envolver com coisas desse tipo, está se associando a assassinos frios, está contra os países que buscam a paz…

Vou corrigir. Não foram críticas, este seria o papel da imprensa e dos partidos de oposição. Na verdade, as razões são outras. Até o dia 03 de outubro, histórias muito piores do que essa surgirão.

O povo brasileiro, todos sabemos, sempre se caracterizou pelo seu comportamento pacífico. Tenho certeza de que você sabe que se fosse por nós não haveria nenhuma guerra no mundo. E mais, se pudéssemos faríamos qualquer coisa para acabar com elas.

Ocorre que a nossa posição, sempre num plano inferior em relação aos países que decidem os destinos do mundo, nunca permitiu qualquer iniciativa nesse sentido; simplesmente não seríamos ouvidos.

Qualquer um de nós pode ser contra o atual governo, este é um direito que estabelece a democracia, o direito de escolha. Mas, acredito que você vai concordar se eu disser que atualmente o Brasil ocupa uma posição como jamais conseguiu no cenário internacional. Se conseguirmos fazer um esforço um pouco maior, uma análise sem paixão, veremos isso.

O que a diplomacia brasileira fez foi simplesmente aproveitar esse momento. E fez o que o brasileiro sabe fazer de melhor, agir com o coração aberto. Não se trata de apoiar países terroristas, não é nada disso, não faz parte da nossa história. Que apoio ao terrorismo é esse às claras, diante dos olhos do mundo? Será que a grande imprensa pensa que somos idiotas? Esse é um jogo pesado que envolve outros interesses.

Estou cansado. Era pouco antes de 01:00 da manhã quando me preparava para pegar o livro de cabeceira para ler um pouco e dormir, quando recebi o e-mail com esse vídeo. Clique aqui para ver o discurso de um soldado americano. Ele mostra o que está por trás do desejo de impor sanções aos países. Não resisti e resolvi escrever algo para desabafar, nem que fosse para falar para mim mesmo, e aí poder dormir.

PS. Dois dias após o discurso, o soldado apareceu morto. A autopsia revelou ter sido um ataque cardíaco …