Olhe que maravilha

– Ei, você aí. Sim, você mesmo. Vou ser sincero, gosto de jogo aberto. Você tem um defeito insuportável.
 
– Meu amigo, nem lhe conheço direito.
 
– Mas eu lhe conheço muito bem. Você é petista, não é?
 
– Sou sim, mas…
 
– Você faz parte de uma raça insuportável. Sub-raça.
 
Cada dia me convenço mais de que é assim. Não tem outra explicação. 
 
Estou quase chegando ao ponto de elogiar Jorge Bornhausen. Calma, não me xingue. Vou tentar explicar. 
 
Foi ele quem disse há poucos anos; “Vamos acabar com essa raça.” Claro, referia-se ao PT.
 
Por que, num gesto inexplicável, indefensável, incompreensível, injustificável, vejo-me quase chegando ao ponto de elogiar Jorge Bornhausen?
 
Porque, foi o único que assumiu e disse o que alguns milhões de pessoas pensam e querem fazer com o PT; acabar com ele.
 
O mensalão do PT foi julgado da forma que foi. Alguns ministros fizeram de tudo. Um deles, a ministra Carmen Lúcia, disse que não havia provas para condenar, mas a literatura permitia que condenasse (será que alguém entendeu?). 
 
Juristas de direita, como é o caso de Ives Gandra, dizem abertamente que não há provas contra José Dirceu. As provas que inocentam alguns réus estão sob segredo de justiça (algumas estão no Inquérito 2474, sob a toga de Joaquim Barbosa). Gilmar Mendes sai dos autos, faz discurso politizado, aberto, escancarado, contra o PT.
 
Não se sabe se o mensalão do PSDB, anterior ao do PT, vai ser julgado e parte dele está para ser prescrita.
 
Vamos esquecer esse? 
 
Certo, combinado. Mas você está lembrado que existe outro mensalão do PSDB, que está sendo mostrado (ainda que a mídia faça de tudo para esconder), está aí, acontecendo agora, hoje, nesta hora, neste minuto, com as provas cedidas pelas próprias empresas que corromperam?
 
O PSDB diz que não tem nada a ver com ele. Novas provas; vamos investigar, doa a quem doer. Novas provas, vamos investigar; CPI barrada por Geraldo Alckmin. Novas provas; agora é tolerância zero (dito pelo PSDB). E por aí vai… 
 
Agora surge essa. Olhe que maravilha e veja se estou errado.
 
Procurador falha e Suíça arquiva caso Alstom
 
 
Procuradores suíços arquivaram o caso de três acusados de pagar propina a funcionários públicos e políticos do PSDB em negócios que envolvem a multinacional francesa no Brasil; motivo: falta de colaboração do Ministério Público, que não atendeu a pedidos da Suíça para investigar quatro suspeitos, entre eles o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, acusado de receber R$ 1,84 milhão da Alstom; a justificativa do procurador da República Rodrigo de Grandis (foto), responsável pela ação: pedido arquivado na pasta errada; que vexame 
 
 
Por falta de colaboração do Ministério Público brasileiro, procuradores da Suíça responsáveis por investigar os negócios da empresa Alstom arquivaram o caso de três suspeitos de ter feito pagamento de propina a funcionários de órgãos públicos no País e a políticos do PSDB.
 
As autoridades suíças pediram para que os colegas brasileiros interrogassem e investigassem a vida financeira de quatro pessoas, entre eles o ex-diretor da CPTM João Roberto Zaniboni, acusado de ter recebido US$ 836 mil, cerca de R$ 1,84 milhão, informa reportagem da Folha de S.Paulo.
 
Os procuradores suíços pediram que outros três suspeitos de trabalhar como intermediários no pagamento de propina, inclusive a Zaniboni, fossem interrogados: Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José Amaro Pinto Ramos. Mas nenhum pedido foi atendido pelos procuradores brasileiros.
 
Justificativa
 
A resposta do procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pelo caso da multinacional francesa no Brasil, foi a de que houve uma "falha administrativa" no gabinete da Procuradoria da República em São Paulo. Simples: arquivaram o pedido da procuradoria suíça numa pasta errada.
 
De acordo com informações do gabinete de Grandis, o pedido dos procuradores suíços só foi encontrado na última quinta-feira. Sendo guardado numa pasta de arquivo, o pedido ficou esquecido por dois anos e oito meses. As autoridades brasileiras souberam das solicitações esquecidas apenas nesta semana.