Por Ronaldo Souza
Já tentei várias vezes entender o porque de tanto preconceito e ódio hoje existentes no Brasil.
A bandeira da luta contra a corrupção é comprovadamente canalha, portanto, qualquer tentativa em insistir por esse caminho já foi desmoralizada há muito tempo.
Só os midiotas fazem isso.
Ainda que com dificuldade, passei a compreender que pelo menos boa parte do que acontece se deve a absurda desinformação que existe.
Sei que muitos não entendem quando se diz que são completamente desinformados. Acham que Globo, Estadão, Folha, Veja… os informam muito bem.
Não são muitos os que percebem que há sutilezas no mundo da comunicação.
Não percebem, por exemplo, a sutil (!) semelhança-diferença entre informação viciada (manipulada) e desinformação.
Fala-se muito de desinformação, quando talvez fosse mais apropriado falar de informação viciada.
Mas, até para efeito de compreensão, continuemos usando a palavra desinformação.
O nível de desinformação é tamanho que não fazem ideia sobre sobre muita coisa. Não chega ao conhecimento deles.
Por exemplo, diante dessa fixação com os tais triplex de Lula e sítio de Atibaia, será que sabem que, entre outras coisas, além de fazenda com aeroporto construído próximo doada por um amigo logo após o governo, FHC tem um apartamento na Avenue Foch, em Paris, que custa de 4 milhões de euros, cerca de 15 milhões de reais?
Veja o artigo escrito há 14 anos.
Folha de S. Paulo, 12 de janeiro de 2003, página A7, Coluna de Janio de Freitas
O endereço
Por Janio de Freitas
Data imprecisada, ou imprecisável, e não recente. Fernando Henrique Cardoso, no uso de toda a simpatia possível, discorre para os comensais suas apreciações sobre fatos diversos e pessoas várias. De repente, intervém a mulher de um brasileiro renomado, há muito tempo é figura internacional de justo prestígio, ministro mais de uma vez, com importantes livros e ensaios. Moradores íntimos de Paris por longos períodos, mas não só por vontade própria, constam que nela nada restringe a franqueza. Se alguém na conversa desconhecia a peculiaridade, ali testemunhou um motivo para não esquecê-la:
“Pois é, mas nós sabemos do apartamento que Sérgio Motta e você compraram na Avenue Foch.”
Congelamento total dos convivas. Fernando Henrique é quem o quebra, afinal. Apenas para se levantar e afastar-se. Cara fechada, lívido, nenhuma resposta verbal. A bela Avenue Foch, seus imensos apartamentos entre os preços mais altos do mundo, luxo predileto dos embaixadores de países subdesenvolvidos, refúgio certo dos Idi Amim Dada, dos Bokassa, dos Farouk e, ainda, de velhos aristocratas europeus.
Avenue Foch, onde a família Fernando Henrique Cardoso está instalada. No apartamento emprestado, é a informação posta no noticiário, pelo amigo que passou a figurar na sociedade da fazenda também comprada por Sérgio Motta e Fernando Henrique Cardoso, em Buritis. Avenue Foch é ela que traz de volta comentários sobre a historieta, indagações de sua autenticidade ou não, curiosidade em torno do que digam outros possíveis comensais.
Se de FHC ou de um amigo dele, como ele diz, por que o imparcial juiz Moro não tem nenhum interesse em investigar?
Prefere correr atrás de provas que mostrem que Lula é o dono do tal triplex e do sítio de Atibaia que ele próprio, Moro, e o Ministério Privado Federal (MPF) já reconheceram que tais provas não existem.
Lamentavelmente incrível é que mesmo no recente pedido de prisão de Lula pelo Ministério Privado Federal eles reconhecem QUE NÃO HÁ NENHUMA PROVA DE QUE LULA É O DONO.
O MPF pede que ele seja condenado com base em “provas indiciárias”, ou seja, com base em meros indícios.
Chegamos ao absurdo de se fazer o pedido de prisão de um homem apoiado em palavras como “supostamente”, “teria sido”, “convicção…” alegando que “os crimes perpetrados pelos investigados são de difícil prova”.
Como são de difícil prova se elas existem em abundância contra Aécio, Temer, José Serra, Alckmin…???
Como são de difícil prova se eles devassam a vida de Lula há 12 anos (desde 2005) e a Polícia Federal vive pedindo para renovar os pedidos de investigação e o MPF renova há cada três meses???
É bem simples.
É porque contra Lula elas não existem.
E aí ficam falando dos pedalinhos que Lula comprou para os netos.
Pedalinhos!!!
Dois comprovantes do pedágio que confirmam que D. Marisa foi a Guarujá.
Portanto, ela comprou o apartamento em Guarujá.
Então, vou a Feira de Santana (BA) e o pagamento que fiz no pedágio se torna a comprovação de que comprei um apartamento em Feira de Santana!
Pensam que por fazerem dos seus eleitores-seguidores-telespectadores idiotas, somos todos idiotas?
E o estardalhaço que fizeram com o iate que Lula tinha comprado!!!
Foram investigar.
Aí está ele.
Pararam de falar do “iate” de Lula, mas nenhuma notícia foi dada para desmentir mais um escândalo que tentaram jogar na conta dele.
Já viram que apesar de tudo e outra vez Aécio sumiu do noticiário?
Por onde anda Serra?
Alckmin, “o santo”, continua por aí apontando o dedo para a corrupção e os… corruptos!!!
Temer acabou de ser absolvido por Gilmar Mendes e sua tchurma no TSE!!!
Canalhas, canalhas, canalhas.
Por isso, a grande sacada do professor Fernando Horta no texto abaixo em que ele fala sobre a mansão de Paraty. Para entender melhor a questão da mansão, leia aqui.
E Lula, enfim, acerta com Moro para fazer delação premiada…
Por Fernando Horta, professor da Universidade de Brasília, na Revista Forum
E Lula, enfim, acerta para fazer delação premiada:
– Dr. Moro, eu faço a delação, mas eu quero os mesmos direitos do Yousseff. Quero ficar com o patrimônio, ficar em casa descansando e receber um percentual de tudo o que a lava a jato “recuperar”. Se for assim eu faço a delação.
– Sr. ex-presidente, se o senhor delatar o Lula aceitamos a sua colaboração e nos mesmos termos do Yousseff.
– Então Dr. Moro, eu vou poder finalmente ganhar o triplex, o sítio de Atibaia e o apartamento de Paris?
– Que apartamento senhor ex-presidente?
– O da Fochs Avenue, tá no nome do FHC mas é meu. Já começando a delação. O apartamento é meu.
– Mas senhor ex-presidente, que provas o senhor tem de que o apartamento é seu?
– Aqui, Dr. Moro, tenho um contrato rasurado e sem assinatura. Tem também duas fotos minhas com o FHC, de abraços. Aqui ele dizia no meu ouvido que o apartamento era meu. Pode anotar aí.
– Mas o senhor pagou como pelo apartamento?
– Com as palestras Dr. ganhei muito dinheiro dando palestra. e aí eu depositava na minha conta e dizia pro FHC: “O dinheiro é seu, tá aqui, mas é seu”. É propina pra ele.
– Mas propina referente a quê?
– Ora Dr. Moro, ele mandou eu destruir as provas, eu destruí mas eu lembro de tudo. Foi um dinheiro de umas empresas que trabalharam para ele, construíram o tal instituto FHC e trabalhavam também para o governo. É tudo propina. pode anotar aí.
– Mas precisa de provas senhor ex-presidente.
– Bom eu tenho aqui uns rascunho de uns email que eu nunca mandei. Ó … tá escrito aqui ó “amigo FH propina aguardando sua retirada. câmbio”. “FH”, dr. Moro, quer dizer Fernando Henrique. Nós bolamos juntos esta senha para dificultar o entendimento da PF. A gente não é tão criativo quanto o pessoal da Odebrecht.
– Mas senhor ex-presidente, isto não é prova …
– Não, Dr Moro? Mas eu tô fazendo a “premiada” e tô dizendo pro senhor que é meu … aliás, lembrei agora … A mansão de Paraty também é minha … aquela lá dos Marinho … é minha. Tá no nome dos laranja, mas é minha. Tenho até dois tickets de pedágio Rio-Paraty pra provar que é minha.
– Mas senhor ex-presidente …
– Dr. Moro, agora que o senhor já sabe de tudo, eu vou pra casa e o senhor deposita o que acertamos, igual do Yousseff, na minha conta, por favor. Vou descansar um pouco.