Professor Figueiredo

FINK4987

Por Ronaldo Souza

Um colega costumava dizer que a Endodontia é uma especialidade que deixa você super alegre pela manhã e joga pra baixo à tarde.

Trocando em miúdos, você faz um caso maravilhoso e depois o outro sai “feio”.

Hoje, parece que não é mais assim.

Explico.

Como negar que hoje todos os casos parecem sair bonitos, bem tratados?

Ah, como nos tem ajudado a tecnologia, não é verdade?

Como tem ficado mais fácil preparar e obturar, por exemplo, canais curvos.

Como já foi uma tarefa muitas vezes árdua “faze-los” com a qualidade técnica com que fazemos hoje, não é mesmo?

Que me respondam principalmente os que já têm alguns anos a mais de formados.

E o tempo gasto para isso?

Mínimo!

Divulgam-se palestras e cursos (também os de especialização e atualização) que anunciam e ensinam a “fazer molar” em 40 minutos.

Já diminuiu?

“Que m****, hein, sabia não!”, como diria Marinho, o jogador de futebol;

O tempo se tornou um fiel aliado, um amigo.

Fazemos bem e rápido.

Tornou-se bem mais fácil encher os auditórios dos eventos, cada vez mais cheios de endodontistas ávidos por tecnologia.

A tecnologia redentora.

Quem não quer o instrumento que faz ter o domínio da anatomia?

Quem não quer o cimento obturador que promove a cura?

Abreviou-se o tempo entre as salas e auditórios e os stands.

Há pontes e atalhos que levam mais rápido e direto de um para o outro.

O professor

Esteve entre nós nesta semana que termina hoje, o professor José Antônio Poli de Figueiredo.

O professor Figueiredo.

Como sempre, encantador como figura humana.

Veio dar aulas durante dois dias no Curso de Especialização em Endodontia da ABO Bahia, algo que faz desde a primeira turma, em 2000.

Excepcionais!

É como posso definir as aulas.

Como professor de Endodontia e Histologia e endodontista de muita qualidade, mostrou a Endodontia que explica porque o tratamento endodôntico dá certo.

Ao fazer isso, fica mais fácil para o aluno entender porque muitas vezes o tratamento falha.

Ao longo desse tempo, tem mostrado como poucos as virtudes e limitações da instrumentação, seja ela manual ou mecanizada, as características e como agem as soluções irrigadoras, os sistemas de obturação, enfim, o que é e como fazer um tratamento endodôntico de qualidade.

Voltou para Porto Alegre e eu, no dia seguinte, para a turma.

Conversei com os alunos.

Estavam encantados.

Conhecimento, seriedade e simplicidade juntos como poucas vezes se vê.

Foi como me passaram a impressão deixada por Figueiredo.

Veio-me à mente uma questão que me inquieta há bastante tempo; por que não vemos muitos professores Figueiredos viajando pelo Brasil mostrando essa Endodontia?

Por que eles não cortam os ares do país como convidados para os eventos de Endodontia?

Será porque eles falam de Endodontia e não de…?

Obs. Na foto lá em cima não estão três alunos; Isabele Calheira, Sandra Oliveira e Tahynanda Rios.
Da esquerda para a direita: Manuela Lobo, Mateus Passos de Souza, Marcos Cook, Katharina Maia, Prof. Figueiredo, Laís Sampaio, Viviane Borges, Taline Bianque, Rodolfo Barros, Thais Ribeiro e Humberto Dias Filho.