Olha o Moro aí, gente
Por Ronaldo Souza
Vamos ser breves e diretos?
O grande Sérgio Moro nunca pôs a mão em nenhum tucano.
É só olhar; Aécio, Serra, Alckmin, Beto Richa (não vamos ficar perdendo tempo citando os outros) estão soltos há séculos.
Todos do PSDB.
Certamente ninguém sabe, ninguém viu, portanto, ninguém lembra daquelas fotos maravilhosas de Moro e Aécio às gargalhadas em um evento da IstoÉ. Ali também estavam Alckmin, Serra, Temer…
Ninguém conhece também a blindagem ao PSDB.
Todas as investigações, processos, inquéritos são… arquivados.
Agora mesmo, a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, mandou arquivar mais um inquérito contra Aécio.
Motivo!
Tem muitas delações contra Aécio, mas não tem… provas.
SEN-SA-CIO-NAL.
As estripulias de Beto Richa são por demais conhecidas e o homem continuava livre, leve e solto.
Como Aécio.
Eis que de repente, não mais que de repente, Moro manda prender Beto Richa.
Estranho, esquisito, inacreditável, incompreensível, inexplicável, injustificável, fim do mundo…
Moro mandou prender um tucano!!!
Vi até jornalistas surpresos.
Com a inteligência aguçada que possuem, Merval Pereira e Sardemberg devem ter ficado que nem baratas tontas.
Eu, baiano, filho de Caetano Veloso, sobrinho de Gilberto Gil, neto de Dorival Caymmi, com toda falta de pressa que herdei deles, fiquei pensando, pensando, pensando, pensando, pensando, ops, esqueci que tinha que parar, e então caetaniei:
– Aí tem coisa, ou não!
Dr. Moro correu pra se justificar.
Disse que o suposto esquema de corrupção de Richa “não se trata de um crime trivial”. Ou seja, a coisa é pesada.
Mas o Dr. Moro só descobriu agora?
Pô, capitão… ah, não, desculpe. Capitão é o outro, o do sangue invisível.
Pô, dr. juiz-promotor-delegado-concursado, logo em cima das eleições!!!
Moro é danado.
Você faz ideia de como estava a disputa atual pelo Senado no Paraná?
Não?
Estava assim:
Roberto Requião 43%
Beto Richa 28%
Flávio Arns 17%
Somente dois senadores serão eleitos.
Beto Richa, como se pode ver, estava em segundo lugar, portanto, ia ser eleito com Requião, este em primeiro lugar.
Preso e desmoralizado (a mulher dele foi presa também, foi para desmoralizar mesmo), Richa agora está fora do páreo.
O terceiro lugar então passará a ser o segundo colocado e, assim, será eleito.
Quem é ele?
Flávio Arns.
Não tô dizendo que esse Moro é danado.
Preciso que nem um relógio suíço.
Tudo dele é bem programado.
Em cima das eleições!!!
Ah, sim, quase esqueço.
Você sabe quem é Flavio Arns?
Veja a matéria do GGN.
Prisão de Beto Richa favorece aliado de Rosângela Moro na eleição do Senado
Foto divulgada pela equipe de Flávio Arns em 2014, no Flickr. Da esquerda à direita:
Rosângela Moro, esposa do juiz Sergio Moro e atual procuradora da Federação das
APAES; a então presidente da Federação Nacional das APAEs, Aracy Lêdo e Flávio Arns
No dia em que o PT deve fazer a substituição oficial de Lula por Fernando Haddad na disputa presidencial, o Ministério Público Federal e Estadual no Paraná, junto com a Polícia Federal e a Justiça estadual e federal, deram à imprensa uma outra pauta para ocupar o noticiário: a prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).
O que a maior parte dos veículos da grande mídia tem esquecido de contar aos seus leitores é que a prisão de Richa, a menos de 1 mês da eleição, favorece um aliado de Rosângela Moro, esposa do juiz federal Sergio Moro: Flávio Arns, ex-presidente da Federação Nacional das APAEs, que tem como procuradora jurídica a primeira-dama da Lava Jato.
O GGN já produziu uma série de reportagens sobre as ligações entre Rosângela Moro, os Arns, as APAEs e o governo do Paraná. Acesse por aqui.
Richa e sua esposa, Fernanda, foram presos nesta terça (11), em Curitiba. A ordem, de acordo com o Estadão, partiu da Justiça estadual, não de Moro, na operação Patrulha do Campo.
Mas a Lava Jato sob Moro também colocou nas ruas uma mega operação, batizada de Operação Piloto, com cerca de 180 agentes cumprindo 36 ordens de prisão, busca e apreensão e outras diligências, contra aliados do ex-governador tucano.
Ou seja: a investida contra Richa ocorre, simultaneamente, em duas frentes.
Antes das 10h, o Estadão já havia publicado uma série de reportagens a respeito da Operação Piloto, incluindo trechos de delações premiadas e documentos utilizados para sustentar a tese de que houve um suposto esquema de corrupção no governo do Paraná e pagamento de propina por parte da Odebrecht, em 2014, por obra envolvendo a “duplicação, manutenção e operação da ordovia estadual PR-323”, uma PPP (parceria público-privada).
Desde a semana passada, Joaquim de Carvalho, no DCM, tem chamado atenção para a investida da Lava Jato contra Richa.
As pesquisas de opinião feitas nos últimos tempos vinham indicando que Richa tinha condições de ganhar uma das duas vagas ao Senado pelo Paraná. Ele aparece com 28% das intenções de voto, atrás apenas de Roberto Requião (PMDB), com 43%.
Com a candidatura de Richa atacada pelo Judiciário e MP, quem sai beneficiado na corrida pelo Senado é Flávio Arns, ex-vice-governador do Paraná que está filiado à Rede de Marina Silva, e tem 17% das intenções de voto.
A família Arns confere à advogada Rosângela Moro algumas parcerias profissionais. Ela é procuradora das APAEs (Associações de Pais e AMigos dos Excepcionais), “que têm na pessoa de Flávio Arns sua maior liderança”, segundo o DCM. Ele já foi presidente da instituição algumas vezes e, até o ano passado, era do conselho consultivo.
A relação de Rosângela, que ainda hoje é a procuradora jurídica da Federação das APAEs, com a família Arns não para por aí. Ela também integrou equipe do advogado Marlus Arns, sobrinho de Flávio. Marlus foi advogado de delatores na Lava Jato, que foram homologados por Sergio Moro, a despeito da relação com a esposa.
Obs. do Falando da Vida – Que não digam que não foi Moro quem mandou prender, mas a justiça estadual do Paraná. São analfabetos políticos, mas não podem querer zombar da inteligência dos outros.