Por Ronaldo Souza
No fundo, sabíamos que não tínhamos chances.
Como enfrentar os donos do dinheiro e do poder, daqui e de fora, tão vis e canalhas como se mostraram, que tinham a lhes proteger a imprensa, a parte mais poderosa do judiciário, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal?
Nunca houve campanha tão sórdida, tão covarde, tão indigna.
Quanto xingamento, quanta ofensa, quanta canalhice, quanta mentira.
E quanto dinheiro, num espetáculo escancarado de corrupção.
Sim, aquela que eles dizem combater.
Mas não quero falar deles.
Você viu como foi bonito?
Onde conseguimos arranjar tanta força?
Quando menos se esperava, lá estávamos nós.
Com o sorriso que só nós temos.
Nada parecia justificar aquele sorriso.
Mas, como um vulcão que irrompe incontrolável, uma força descomunal originada nas nossas entranhas corria pelas nossas veias, explodia nas nossas faces e se espalhava por todo o país.
E as nossas roupas alegres e coloridas de todas as cores?
Sim, não precisamos ostentar as cores da nossa bandeira porque estas estão eternamente fincadas nos nossos corações.
O nosso verde-amarelo não se exibe para em seguida reverenciar e prestar continência a outras bandeiras, com cores estranhas à nossa.
O nosso verde-amarelo não entrega as riquezas do nosso povo a outros povos.
O nosso verde-amarelo não espalha o preconceito, o horror, o ódio, a violência.
O nosso verde-amarelo não mata.
Estamos tristes, muito tristes.
Mas sabemos que o Sol voltará a nascer.
Um dia, não importa quando.
Esteja com o seu amigo, com a sua amiga.
Esteja com o seu companheiro, com a sua companheira.
Esteja com os seus filhos e com as suas filhas.
É neles que você vai encontrar aquela mesma força que contagiou o país e tornou tudo tão bonito, tão alegre, tão colorido, tão vivo.
É ao lado deles que você vai ver o Sol voltar a brilhar.
É sob esse Sol que iremos nos encontrar novamente.
Para sorrir.
Aquele sorriso que só nós temos.
Aquele sorriso que só nós sabemos sorrir.